Eu estava cheio de coisas a fazer, como sempre, trabalhava na biblioteca de meu pai e mal tinha tempo pra visitar minha noiva, Bella Swan, o amor de minha vida. É claro que eu não estou sendo muito sincero, eu passava todas as minhas tardes com Bella e sua mãe Angelina, já que seu pai Charles estava viajando a trabalho. Mas eu vivia ansioso pra ver a minha futura esposa.

Mas agora estava movimentado demais, em geral as pessoas vem de manhã, e já era mais de três da tarde, e eu já devia estar na fazenda da família Swan.

– Já viu o jornal hoje? – Peter, o rapaz que trabalhava comigo, perguntou.

– Não, por quê?

– Não achou estranho esse povo todo aqui nesse horário? Pois é, está rolando uma vaga no principal Jornal da cidade. Só que eles tem que relatar um fato histórico. O dono do melhor relato fica com o emprego.

Era de imaginar o povo dessa cidade pequena querendo um emprego em um jornal de grande porte. 

– Bom, eu não posso ficar aqui nem mais um minuto, estou atrasado.

– Até amanhã.

Acenei pra ele e fui enfrentar as feras. Bella não iria me perdoar de jeito nenhum por ter me atrasado, e Sra.Swan por não ter participado do chá das quatro. Era três e quinze, mais até eu chegar lá estaria cinco minutos atrasado e ainda pararia pra comprar dois buquês de flores, talvez isso amolecesse seus corações.

Quando cheguei vi os rostos com as caretas que mais temia, Bella e sua mãe estavam chateadas comigo, como eu já esperava. E o pior de tudo é que eu não conseguir comprar as flores, o caminho estava lamacento e meu carro não tinha como ir até lá.

Nem bem subi as escadas e Bella já estava reclamando:

– Edward Anthony Masen, como ousa se atrasar? – ela estava bufando com a cara vermelha de raiva.

– Calado, ainda não terminei– Ia começar a me defender quando ela me interrompeu– Estou aqui a horas esperando por você, mas como estava demorando comecei a ficar preocupada, você nunca se atrasou, mas veja só você, em perfeito estado, que lindo deixar sua noiva esperando com o coração na mão! – disse isso andando de um lado a outro.

– Ah! Meu amor me desculpe não queria preocupar você, mas tenho uma boa explicação– me apressei em dizer, antes que ela me interrompesse de novo.

– Então explique-se– disse a sra. Angelina pela primeira vez.                                                                                                                    

– Estava muito ocupado na biblioteca, há um anúncio que diz que o principal jornal da cidade dará um emprego pra quem fizer o melhor relato de algum fato histórico.

– Podia muito bem deixar tudo nas mãos de Peter.

– Ele não daria conta, mas tive que vir e temo pelo que pode estar acontecendo por lá.

– Tudo bem, mas pela primeira vez na vida cancelei o chá das quatro e isso e por sua culpa rapaz, mas está desculpado, só por que você agiu de responsabilidade com o seu trabalho, acho até que perdoaria se não estivesse vindo e ficado por lá ajudando Peter.

Ia agradecer, mas Bella interrompeu.                                            

– Mamãe, não! Edward veio e é assim que tem que ser!

– Quieta menina, não entendes nada sobre responsabilidade!

– Ah! Tudo bem, tudo bem. Obrigado por me perdoar sra. Swan, posso dar uma volta com a sua filha, já que não terá chá? – Tudo menos discussão em família, principalmente por minha causa.

– Tudo bem, vão! Eu vou ler um pouco, mas só por meia hora, meia hora– disse se virando.

– Vamos! – disse puxando Bella comigo.

Ela soltou-se de meu braço e seguiu andando sozinha à minha frente. Evidentemente ainda com raiva, uma coisa é convencer a mãe outra bem diferente é convencer Bella.

Longe dos olhos observadores de sua mãe, abracei Bella por trás e beijei seu cabelo, em seguida caí de costas no meio das flores do campo, se alguém visse isso meu noivado estaria terminado, essa era o tipo de atitude que o povo, não só dessa cidade, mas em qualquer lugar, julgaria como uma grande falta de respeito e algo muito imoral. Umpf! Grandes coisas! Eu respeitava Bella como uma dama e a tratava como Tal. Desde que eu não fosse a causa de ela dizer “estou grávida” estava tudo bem pra mim, e ela disse que pra ela também. Mas estava chateada, então não gostou nem um pouco de minha atitude.

– Quem lhe deu esse direito? – falou enquanto se sentava

– Você.

– Mas só quando eu não estiver com raiva de você, e eu estou com muita, mas muita raiva.

– Quer que eu vá embora? Assim você pensa melhor, se vai ou não me perdoar.

Ela arregalou os olhos no momento em que disse a palavra “embora”.

– Não, Edward, sabe que não.

– Então, pare de ser infantil e diga que me perdoa.

– Sabe que já perdoei você.

– Eu sei?

– Ah Edward! Pare, pare já com isso– disse em uma voz de criança mimada.

 – Ah Bella! Quando é que você vai crescer? – perguntei enquanto a puxava para o meu peito.

– Acho que quando me casar– falou e depois beijou meu queixo.

– Isso é uma indireta?

– Pense como quiser, o que eu sei Edward é que ainda não marcamos a data. Acho que você não tem certeza se quer se casar comigo.

Isso me aborreceu, principalmente por que ela disse isso de forma séria.

– O que é isso agora? Está achando que não a amo o suficiente pra me casar com você?

– Não disse isso, só acho que você pode não estar preparado pra tal compromisso.

– Bella, já estive preparado pra me alistar, só não o fiz por que conheci você, imagine pra me casar. Viver pelo resto de minha vida ao lado da mulher que eu amo, quem não estaria preparado para isso?

– Então por que a demora?

– Já lhe disse que estou arrumando as coisas, quero ter certeza que tenho uma casa para colocar você dentro depois que nos casarmos.

– E eu já lhe disse que meu pai pode muito bem nos dar uma de presente de casamento, ele não se importaria, nem um pouco…­– eu já estava sacudindo a cabeça antes mesmo de ela terminar.

– Bella que honra teria um homem que vive as custas do pai da esposa? Por mais que o seu não se importe, eu me importo. E não vamos mais falar sobre isso.

– Edward, não posso simplesmente não falar mas sobre isso, é o nosso casamento que está em jogo.

– Eu sei meu amor, não é a isso que me refiro, mas sim no seu pai comprar uma casa para nós morarmos. Não se preocupe, assim que seu pai voltar de viagem marcaremos a data.

– Ele chega depois de amanhã, então dê logo o seu jeito de arrumar a casa, tem certeza de que não quer ajuda? Afinal a casa também vai ser minha…­–  a silenciei com um dedo e disse:

– Não se preocupe, amanhã eu nem vou trabalhar, irei resolver alguns assuntos pendentes e darei um jeito de a casa estar ao nosso dispor para o seu pai ver e, assim eu espero, aprovar. Tudo bem?

Seus olhos brilharam.

– Eu posso ir?

– Nem pensar! Vai ser uma surpresa – antes que ela dissesse mais alguma coisa peguei sua mão e disse que estava na hora de voltarmos.

Voltamos e fui me despedir de sua mãe e depois Bella me levou até a porta. Após dar-lhe um beijo na testa disse a ela, mas uma vez, pra não se preocupar, ela assentiu e disse que confiava em mim, que bom.

Pela manhã fui resolver o que havia prometido a Bella, por sorte deu tudo certo e ainda deu tempo de ir a biblioteca trabalhar, depois de Bella, livros era uma coisa que sem o qual eu não poderia viver.

À tarde fui vê-la, feliz da vida por ter cumprido minha promessa. Cheguei a tempo do passeio das três em seguida teria o chá, ontem foi uma rara exceção de que o passeio foi às quatro e meia.

  Já estávamos no campo quando Bella finalmente perguntou sobre minha promessa, eu não queria contar antes de ela perguntar.

– Sim– respondi enquanto ele esperava com os olhos apreensivos – Não disse que iria? – fingi estar magoado.

– Temi que não conseguisse.

Sorri pra ela, mas ela não retribuiu. Isso era estranho.

– Que foi?

– Eu estava pensando…

–Sim?

– No que você disse… Sobre se alistar…

– Ah! Isso?

– Sim, ainda pensa nisso?

Que pergunta estranha, nunca pensei que Bella fosse se preocupar com isso, sim ela estava preocupada e muito. Toquei na ruga vincada em sua testa, enquanto pensava. Agora que ela tocou no assunto, bom, não sei. Sempre sonhei em servir o meu país e agora esse era um período de guerra, mas desde que conheci Bella, me desinteresse por isso, mas agora que o assunto veio à tona, concluí que sim, que ainda queria me alistar.

– Edward, por favor, fale alguma coisa.

– Sim.

– Como assim “sim”?

– Sim, ainda penso em me alistar.

– Ficou maluco? – disse de forma desesperada.

– Não.

– Não pode estar falando sério!Não, nem pensar!

– Bella o que tem demais?

– Você ainda pergunta? Edward eu não quero perder você!

– Calma, você não vai, eu sei me cuidar – tarde demais, ela já tinha perdido a calma.

– Está me dizendo que eu corro o risco de ficar viúva aos 17 anos?

– Bella eu já disse que sei me cuidar.

– Prefere a guerra?

– Estou dividido.

– Quer dizer que está dividido entre mim e um Rifle?

Com essa eu tive que rir.

– Não vejo nada de cômico nisso.

– Tudo bem, vou pensar melhor em minha decisão.

– Promete?

Assenti e beijei de leve sua bochecha.

Pra minha surpresa Bella agarrou meu pescoço, virou o rosto e beijou meus lábios, instintivamente retribuí o beijo, mas em seguida me afastei.

– Ficou maluca?      

– Quero provar que sou melhor que um rifle.

– Bella, já imaginou se sua mãe vê isso?

Ela deu de ombros e agarrou novamente meu pescoço, mas parou por aí.

– Quer saber? Nada mal para o primeiro beijo.

Não tive como me conter, ri e depois comentei:

– Somos uns dos raros casais que se beijaram antes do casamento.

– Bem que nós poderíamos treinar, não é?

– Nem pensar, vamos fazer isso do jeito tradicional.

– Fala isso como se não cometêssemos erros– disse rindo e eu a acompanhei.

No dia seguinte Charles Swan voltaria de viagem e marcaríamos a data de casamento.

No dia seguinte estava muito entusiasmado com o que estava preparado para essa tarde. Minha mãe estava bem consciente desta felicidade e também estava toda feliz, cantarolando por toda casa.

– Até parece que é a senhora que vai se casar– comentei na hora do almoço.

– Bom, não vou me casar. Mas o meu lindo filho vai e com a moça mais linda e doce dessa cidade – com isso eu tinha que concordar– Ah, até que fim!Pensei que ia faltar o seu compromisso– me virei e vi o meu pai passando pela porta.

– E eu lá sou homem de faltar compromisso, Eliza?­– foi até ela e deu um beijo no alto de sua cabeça.

Não via a hora de estar casado com Bella, de dizer “sim”, de entrar em casa e poder cumprimentar minha esposa com um beijo.

Algumas horas mais tarde, estávamos na fazenda Swan.

– Olá Edward…sr.Senior…sra.Elizabeth– disse Charles, nos cumprimentando. Depois Bella e sua mãe fizeram o mesmo.

Bella veio para o meu lado e pegou minha mão, evidentemente tão ansiosa quanto eu. Fomos todos para sala de estar. Eu adorava aquele lugar, havia uma estante cheia de livros que um dia eu tive a oportunidade de ler a maioria dos títulos. Mas lugar mais cheio de livros que esse era o gabinete do sr.Swan.

– Sentem-se, por favor­– disse Charles se sentando em sua poltrona de couro de esquina à mesa de centro.

Nos acomodamos e Charles fez um gesto com a mão para que eu começasse.

– Bom, sr.Swan a três meses pedi a mão de sua filha em casamento, com a promessa de que assim que eu comprasse uma casa marcaríamos a data, o senhor depositou sua confiança em mim e agora mostro-lhe que fez bem, se for de sua vontade podemos hoje mesmo ver a casa.

– Bom Edward, como sabe cheguei hoje de viagem, foi por muita insistência de minha filha que concordei com essa reunião. Estou muito cansado, mas já que estamos aqui, por que não?

– Então, já podemos marcar a data?

– Sim.

Me virei para a Bella e disse:

– Se for de sua vontade, estava pensando de ser daqui a dois meses.

– Tudo isso?

– Vai ter que concordar Bella, temos que fazer todos os preparativos, um mês não vai dar­– disse seu pai.

– E outra, vamos a Paris encomendar seu vestido­– disse Angelina.

Bella não estava nada feliz, minha mãe percebeu isso. Foi até ela e colocou a mão em seu ombro.

– Tenha calma querida, tudo vai dar certo. Veja o melhor de tudo, vocês sempre estarão juntos.

– Nem sempre, vou ter que viajar.

– Será por pouco tempo Bella, deixe de manha– disse a sra.Swan.

Ela se virou pra mim com os olhos castanhos suplicantes, eu não aguentava aquele olhar, mas o que eu poderia fazer?

– Tenha calma­– foi só o que consegui dizer.

Mas tarde, Charles, meu pai e eu fomos até a cidade ver a casa que comprei pra mim e Bella morarmos após nos casarmos. Charles adorou, disse que era o tipo de casa que sempre       sonhou para sua filha morar. E eu fiquei todo orgulhoso por minha escolha.

Três dias depois Bella viajou para a França, afim de encomendar seu vestido. Ela até tinha melhorado o seu humor, mas ficou louca quando Angelina disse que elas ficariam até o vestido ficar pronto, caso houvesse algum erro, daria tempo de trocar.

Sempre me mandava cartas e eu respondia a todas, sem exceção, se não falasse cada detalhe de meu dia e não dissesse o quanto a amava, Bella mandava outra cheia de reclamações, mas sempre havia o mesmo final:

Sei que estou incomodando, mas o que posso fazer se amo você?