Entre Espadas e Batons escrita por BiasC


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bom, só pra deixar claro, eu escrevi essa fic, sem lever em consideração o "arquivos de semideuses". Espero que gostem.



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              POV Silena Beauregard

O despertador rosa perfeitamente arrumado na minha mesinha de cabeceira tocou pontualmente as 06h00min.

-Silena, desliga isso agora!- reclamaram minhas irmãs super bem humoradas.

-Por que você ta acordando tão cedo?

-Por causa daquele idiota!- respondi sem dar maiores explicações. Falar nele me irritava. Quem ele pensa que é pra falar daquele jeito comigo?

Me arrumei e fui pra arena imaginando que ele já estaria lá de cara amarrada, como sempre. Serio, ele nunca sorria? Mas para minha surpresa ele não estava lá. Ótimo, agora além de ter que ter aulas com ele, eu ainda tenho que esperar ele!

POV Charles Beckendorf

Acordei as 06h30min da manha me perguntando por que tinha acordado tão cedo. Ah, as aulas, as malditas aulas. Lembrar do assunto só me dava mais vontade de ficar na cama, então decidi não pensar nisso pelo menos ate chegar à arena de treinamento. Tomei banho e me arrumei rapidamente e saí de fininho do quarto para não acordar meus irmãos. Mas ao chegar à arena e ver a figura loira, maquiada e emburrada me esperando percebi que não podia evitar o assunto.

-Você está atrasado.

-Não esperava que você chegasse na hora marcada, pra ser honesto.

-Você acha que eu sou o quê? Uma idiota? Sou perfeitamente capaz de cumprir um horário.

Decidi ignorar o comentário dela já que se respondesse só criaria mais confusão. Ao invés disso comentei sobre algo que havia notado:

-Acha mesmo que vai conseguir fazer o treino maquiada? Vai acabar com a cara toda borrada e marcada de maquiagem.

-Eu acho que quem tem que cuidar da minha maquiagem sou eu, não? Ou será que você entende mais de maquiagem que eu?- ela perguntou com um sorriso malicioso se formando nos lábios.

Olhei pra ela surpreso e muito irritado. Essa menina pensa que esta falando com quem?

-Está insinuando o que, exatamente?

-Eu? Nada, não estou insinuando nada. Nadinha. - ela disse sorrindo.

-É bom mesmo. - rebati jogando pra ela uma espada. Ela estava tão desacostumada aquele tipo de coisa que mal conseguia agüentar o peso da arma. A cena me provocou risos.

-Tá rindo do que? Hein, metalúrgico?

- De você, Barbie. Do que mais seria?

Ela não respondeu, apenas fez um biquinho, provavelmente o que fazia para conseguir o que quer. Comigo, porem, só me fez rir ainda mais. Depois de me recuperar dos risos, decidi começar a aula:

-Vamos, Barbie, me mostre o que sabe fazer com a espada.

Digamos apenas que ela não sabia fazer muita coisa. Ela tentou fazer um golpe básico, mas a única coisa que conseguiu foi erguer um pouco a espada, para rapidamente ceder a seu peso e quase cair no chão.

-Ok, é só um palpite, mas eu acho que essa não é a espada certa pra você. - eu disse entre os risos.

-E porque você está rindo? Não é o pessoal do seu chalé que faz espadas? Fizeram uma espada ruim!

-Não é a espada que é ruim, é você. –ninguém fala mal das minhas espadas. –Mas, eu acho que talvez seja melhor você treinar com uma espada mais leve.

-Você acha?-ela retrucou irônica.

-Sim, acho. Venha, eu sei onde conseguir uma espada pra você.

Eu fui caminhando pelo acampamento com ela em meus calcanhares. Eu ignorava todos os olhares que viravam em nossa direção, todas as expressões de surpresa que tomavam conta dos rostos dos campistas quando nos viam juntos. Afinal, uma filha de Afrodite caminhando com um filho de Hefesto não era algo muito comum de ver por aqui. Em geral os filhos de Hefesto não nutriam simpatia pelos de Afrodite por raiva das traições de Afrodite e os filhos de Afrodite evitavam os de Hefesto por considerar nosso pai uma “pedra no caminho” da mãe deles. Eu tentava me manter impassível nesse assunto “Hefesto e Afrodite”, mas admitia que isso ficava um pouco difícil quando todo o mundo sabe das traições da mulher do seu pai. Não que eu me importasse muito com o meu pai, já que como a maioria dos campistas, eu nunca havia sequer falado com ele, mas ser filho do cara conhecido como o corno do Olimpo era bem complicado. E conviver com os filhos da mulher que fazia isso era mais complicado ainda.

-Para onde estamos indo?

-Para as forjas.

-Pra onde?

Parei de andar para encará-la.

-Há quando tempo você chegou ao acampamento?

-Há três anos. Por quê?

-Você vive aqui há três anos e não sabe o que são as forjas?

Ela continuou me olhando, como se esperasse que eu lhe explicasse o que eram forjas.

-Você está falando serio? Ah, deuses, me ajudem. Bom, são onde nós, meus irmãos e eu, fazemos as armas. De onde você pensou que elas vinham?

-Não sei, nunca pensei nisso. Caso você não tenha reparado, eu não sou o tipo de pessoa que se interresa por armas.

Revirei os olhos e voltei a andar.

POV Silena Beauregard

Continuamos andando até chegar a um edifício, onde eu admito, nunca havia chegado nem perto. Quando entramos um grupo meninos e meninas pararam o que faziam e olharam para nós. Alguns olharam duas vezes, outros reviraram os olhos, mas todos olhavam para mim como se eu fosse uma intrusa, alguém que certamente não era bem vinda ali. Senti minhas bochechas queimarem.

-Posso saber o motivo da pausa?- Charles perguntou, em uma voz que inspirava autoridade.

Ninguém respondeu, mas todos voltaram a trabalhar, embora a maioria me desse um olhar que expressava um misto de desagrado e incredulidade quando eu passava. Charles andou até uma mesa um pouco mais afastada, que não havia ninguém trabalhando. Notei que ali as coisas eram mais organizadas e havia alguns desenhos dignos de filhos de Atena.

-Você que desenhou?- perguntei curiosa.

-Ah, bem, sim.

-São muito bons. E por que não há ninguém nessa mesa?

-Porque essa mesa é só minha, privilegio de líder de chalé. Você é muito curiosa, sabia?

-Ah, eu não tenho nenhum privilegio. –percebi, falando mais para mim do que para ele. Mas ele sorriu assim mesmo. - e sim, sabia.

Enquanto ele rabiscava no papel e procurava algo em caixas perto da mesa, eu comecei a reparar no lugar.  Não era bonito, mas também não era feio. As paredes claras, apesar de toda a sujeira que a forja produziam, eram extremamente limpas. As mesas apesar de cheias de desenhos, armas, sucata, e outras coisas de metal que eu nem sabia o nome, eram extremamente organizadas e, apesar de todo o trabalho e das feições duras, os campistas pareciam estar se divertindo.

-Posso te fazer uma pergunta?

-Tecnicamente, você já esta fazendo, mas pode fazer outra.

-Você é muito chato!

-E qual é a pergunta, mesmo?

-Por que os seus irmãos me olharam daquele jeito?

-Que jeito?

-Um jeito estranho, inquisidor, como se eu não fosse bem vinda aqui...

-E não é mesmo, não. -Oi? Que ele disse?

-Como disse?

-Você sabe, os campistas de Afrodite e Hefesto não são exatamente amigos.

-Eu sei, mas não pensava que vocês me odiassem.

-E não odeiam, mas também não vão muito com a sua cara.

-Nós só não nos damos bem porque vocês são muito antipáticos. - murmurei baixinho, mas ele ouviu. Ouviu e não gostou.

-Talvez nós sejamos antipáticos com vocês porque vocês são um bando de patricinhas.

-O que disse? Eu não sou patricinha.

-Não? É o que, então? Porque eu não consigo pensar em outro nome.

-Eu só gosto de me cuidar, vocês deviam tentar um dia desses.

Por um momento, a raiva tomou conta de seu rosto e eu realmente fiquei com medo. Mas logo ele se controlou e entregou uma espada a mim.

-A espada está pronta. Nos já perdemos o tempo da aula de hoje, então é melhor você ir embora. A aula de verdade começará amanhã. - ele disse rude.

E assim, sem entender muita coisa, eu deixei a forja, sentindo todos os olhares se converterem para mim, inclusive o dele.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu nao sei como é uma forja, então a da fic é inventada. Deixem reviews, por favor.



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