Till The Death Separate Us escrita por mariaeduarda_12
Notas iniciais do capítulo
hello :)
Mais um capítulo aí... Desculpem se eu demorei pra postar, mas era semana de porvas e a próxima também...
Agradeço aos reviews de:
* belle_epoque
* sophia_08
Aí vai!
Capítulo 6 - Possessiva, ciumenta e maliciosa
POV_ARITA
Como Heitor me havia dito, no final da tarde chegaram minhas coisas em um grande baú e Beatrice veio junto. Conversamos os três na sala, e pude ver que Beatrice estava mais contente e falante do que o habitual. Achei deveras estranho. Minha amiga costumava ser tão reservada com relação à bruxaria e naquele momento contou várias coisas consideravelmente secretas para o meu “primo”, que, na primeira oportunidade que tive de ficar sozinha com ela – quando Heitor foi buscar os gatos – perguntei a ela que comportamento era aquele.
- Ora, não é todo dia que uma garota de dezessete anos como eu conhece um rapaz como seu querido primo. Já passei da idade de me casar, sabe disso, e que mal há em querer ser simpática? – respondeu-me.
- Nenhum, desde que não pareça uma... Mas o que a sua idade e casamento têm a ver com ele?
- Bem, eu preciso me casar. A hospedagem não me dá tantos lucros quanto eu gostaria que desse. Seu primo tem boas posses. E nós duas seríamos parentes! - O QUÊ? Eu nunca havia reparado em como Beatrice podia ser desligada da realidade.
- Ele é mais novo que você! – ela era bonita, com grandes olhos castanhos e cabelos pretos, mas o fato dela ser mais velha atrapalha essas coisas na sociedade em que vivemos.
- E daí? Se ele me aceitar, eu o aceito. Ele é bonito, rico e seu primo. Nada poderia ser mais perfeito. Não quer ser minha parenta? Está com ciúme?
- NÃO! – disse eu, irritada com tanta audácia e nesse momento, Heitor chegou com Outono no colo.
- OOOOH, que lindo esse filhotinho! – disse Beatrice. Grande Mãe, eu não fazia ideia de que Beatrice podia ser capaz de ser casar apenas por interesse! Ela sempre falou do amor, de maneira tão bela e utópica! Mas, talvez, tenha se cansado de esperar.
A noite passou sem maiores demonstrações vulgares de afeto por parte de Beatrice. Talvez o que eu lhe disse foi o bastante. Ficou decidido que ela passaria a noite ali, em um quarto semelhante ao meu.
No meio da noite, eu acordei novamente. Tinha esperanças de que Heitor estivesse na cozinha, como ontem. Passei pelo quarto de Beatrice e ela dormia como uma pedra. Finalmente dormia, diga-se de passagem, pois tive que ouvi-la falando sozinha excitadamente sobre Heitor por uma hora. Peguei uma vela e desci as escadas. Lá estava ele, escrevendo.
- Sem sono novamente? – disse ele quando me viu. – Ou sentiu saudades. – às vezes, ele tinha mudanças tão bruscas. Ora gentil e tímido, ora galante e prepotente, como se soubesse do que seus olhos são capazes.
- Vim lhe ajudar. – respondi.
- Com o livro?
- Não, senhor, com a sua debilidade momentânea. – odeio perguntas estúpidas. Com o que mais eu poderia ajudá-lo? Ele riu.
- Ah, por favor, não me trate assim. Então, vamos. – ele estendeu a mão, pegando a minha.
Chegamos na biblioteca, e fui calorosamente saudade pelos gatinhos. Sentamo-nos e disse:
- Vamos fazer uma revisão, senhor. Qual o significado do pentagrama?
- Heitor, eu já lhe disse para me chamar pelo nome. E eu não sou ignorante. Faça uma pergunta mais difícil. – eu disse que ele tinha mudanças bruscas. Olhei assustada com a grosseria. – Desculpe.
- Responde-me. Qual é o significado do pentagrama. – eu sou teimosa. Exigia a resposta da minha pergunta, e não iríamos progredir enquanto ele não respondesse.
- Está me subestimando? – teimoso também. Mas ele viu a decisão em meus olhos. – Tudo bem... Os quatro elementos, juntamente com o espírito, circundados pelo mundo. Satisfeita?
- Sim, Heitor. E o Triskle¹?
- As tríades da vida. - ele revirou os olhos. Estava ficando divertido vê-lo aborrecido.
- Muito bem. Diga- me os Sabbaths² e seus significados. – Assim passou a noite, eu fazendo perguntas básicas e ele respondendo. Depois de algum tempo, estávamos cansados de falar. Eu estava com sono. Então, para acabar com o dia, ele disse:
- Sua amiga Beatrice é muito divertida. – divertida. Divertida.
- Que bom que gostou dela. – disse eu, ironicamente, mas ele não percebeu.
- Sim. Diga-me, qual a idade dela?
- Dezessete. – respondi, com uma ponta de irritação. – Por que não perguntou a ela?
- Não quis ofendê-la. – disse ele, como se fosse óbvio, o que deixou ainda mais aborrecida.
- Mas quis ofender a mim, quando perguntou a minha idade? – ele tinha noção do que fazia ou sofria problemas de memória?
- O quê? Desculpe-me se eu a ofendi daquela vez. Acontece que você é visivelmente mais nova do que eu, e sua amiga é visivelmente mais velha. – ele me fitou, fazendo-me perder o fio da meada.
- Ah sim. – disse. Era um bom argumento.
- Pois bem. Ela é uma garota interessante.
- Interessante. – repeti, admirada. A raiva estava voltando forte. – Ela também o achou muito interessante. Aliás, ela ficou muito interessada no senhor. – levantei-me.
- Percebi uma coisa. – ele estava alheio a minha raiva? – Quando você fica nervosa e brava me trata formalmente. – não, não estava. – Sente-se, por favor. Estamos conversando. – olhos persuasivos sobre mim de novo. – Então, ela achou, é?
- Sim. – revirei os olhos.
- O que ela disse sobre mim? – ele estava curioso, com os olhos brilhando.
- Que você é bonito. – ele ficou muito feliz. – E rico. – enfatizei bem a palavra, para demonstrar que ela tinha interesse nas posses dele também, além dos outros... adoráveis atributos.
- Mesmo? - ele pareceu decepcionado.
- Mesmo. Ela frisou bem que seria um bom negócio casar com você. – eu estava sendo maldosa, mas estava falando a verdade, não inventei nada.
- Não conhecia esse lado, Arita.
- Lado?
- Sim. O lado possessivo, ciumento, malicioso... Beatrice não sua amiga íntima?
- Ora, senhor, eu apenas lhe contei a verdade. Beatrice é sim, minha amiga, mas ela disse, com todas as letras, o que eu lhe disse. Muito me assusta, este comportamento partindo dela, que sempre ressaltou a importância do amor em uma relação. Eu jamais me casaria por interesse. Jamais, nem mesmo que minha vida dependesse disto.
- Eu sei. É visível em seus olhos os sentimentos do seu coração. Está decepcionada com ela?
- Sim, se quer saber, sim, muito decepcionada. Não esperava esse discurso interesseiro dela.
- Recomendo-lhe, Arita, que não se pertube demais, Só a conhece há... quantos dias?
- Cinco.
- Cinco dias. É muito pouco tempo.
- O senhor tem razão. – levantei, decida a por um fim na conversa e repousar. Mas me ocorreu o que ele disse sobre meu “outro lado”. Fiquei pertubada e sentei novamente. – Senhor, não quero que pense que sou assim o tempo todo. Como o senhor disse, possessiva, ciumenta e maliciosa. Não quero, e jamais quis que pensasse mal de mim.
- Ah, tudo bem. Eu gostei disso. É divertido e diferente. Acostumei-me, nesses dois dias, a ver uma garota delicada e ao mesmo tempo irônica, mas era doce demais. Essa demonstração serviu para variar os ânimos. – ele sorriu, maluco outra vez.
- Ah, eu... agradeço? Não sei se foi um elogio. Agora, se me der licença, gostaria de deitar-me. - Ia me dirigindo para a porta, quando me lembrei de outra coisa. – Senhor, perdoe-me a pergunta, mas, por que ficou tão feliz em saber que Beatrice gostou de você?
- Muito simples, senhorita. – disse ele, caminhando até mim. – Já que a senhorita não reage as minhas mostras de afeto, preciso ter outras opções, não acha? – saiu, não sem antes tocar meu rosto com os dedos. – Boa noite, que a Lua a proteja.
Estaquei, ali na porta, sem reação, enquanto ele subia as escadas sorridente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ah, Heiotr, seu danadinho...
1 - Triskle é uma símbolo celta.
2 - Festivais sazonais pagãos em honra ao Sol.
E aí? Gostaram? Espero que sim :)