Quinta-feira. São 17:00.

Queria que você me buscasse. Já! Sem demora!

Mas tenho que acordar.

Não sei como eu faria parte da sua vida e você da minha.

Olho-te de longe e meus medos e dúvidas vão embora.

Mas a minha sanidade me pergunta como ficaríamos juntos.

E eu despenco novamente no profundo.

O erro foi meu, Anjinho.

Maldito o dia que te vi.

Por causa dele encontrei a luz pra tudo de confuso que vivi.

Hoje sou como um burro correndo atrás de uma cenoura que nunca alcanço.

Lembro que quando eu era vazia vivia em descanso.

Liberte-me, Anjinho.

Arrume e esfregue na minha cara umazinha e tenha muitos filhinhos.

Achei que me contentaria com a sua sombra.

Que estúpida! Que tonta!

Não tem como você ser menos lindo?

Por que fico tão mole quando te vejo sorrindo?

Por que quando você usa um short branco não consigo tirar os olhos da sua bunda?

E pra me foder de vez eu fico sorrindo sem esforço, apesar da vergonha profunda.

Gosto de olhar suas sobrancelhas desalinhadas.

Não devia! Você ‘tá longe e a minha vida muito bagunçada.

Estamos em níveis tão diferentes...!

Quem me garante que eu não te faria um homem descontente?

Anjinho, no seu nome ‘tô me viciando...

Mande-me embora logo, sei que você não ‘tá me amando...

Deixe-me entrar no mar.

Deixe meus pulmões reclamarem por ar.

Exijo morrer!

Seria muita sacanagem nem assim te esquecer...