- O Apolo não tem culpa do filho dele. Não podemos interfir em nada.

- Ah! - suspirei.

Apolo apareceu em questão de segundos desde que meu pai saiu, como os deuses são práticos.

- Ela está com dor. - meu pai disse.

Não, eu estou com fome sabe. Acabei de ser lançada na parede e de cair de uma hidra, eu ia estar com o quê? Sono!, pensei.

- Não toque em mim! - sibilei.

- Não tem como te examinar sem isso. - ele sorriu. Droga! Maldito deus bonito. - Se não encostar em você, não posso saber seu problema e não posso te ajudar. 

- Tudo bem. - suspirei. Era pior sentir dor.

Ele me levantou um pouco e colocou as mãos na minhas costas, examinou um pouco. 

- A pancada inxou alguns músculos, eu vou te dar um remédio, e você terá que se deitar. 

- Eu não vou me deitar.

- É necessário, se não a dor piora. 

Era impressionante como ele me deixava sem argumento algum.

- Tudo bem. - suspirei novamente.

Ele me pegou no colo, e começou a me carregar.

- Apolo, o que está fazendo, exatamente? - meu pai perguntou.

- Ela tem que descançar. Relaxa, ela vai ficar no meu quarto. - ele disse.

- Relaxa? - eu e meu pai dissemos juntos.

- Vocês são paranóicos. Eu não vou me aproveitar de ninguém. - ele riu.

Ele me depositou em sua cama e me cobriu.

- O calor ajuda a melhorar a dor, ok? Fique aí. Pode dormir, se quiser. - ele disse, piscando para mim.

Ok, eu estava deitada na cama do pai do meu ex namorado. Tem coisa mais constrangedora que essa? Não, não tem.

Ele voltou com uma colher e uma geléia. Seja lá o que isso for, é bom e eu realmente espero que melhore a dor. Se não, ele será um deus morto. 

- É melhorar ela ficar boa. - meu pai reclamou.

- E vai. É só ficar quieta. E não pire, Ares. Ela estava bem no acampamento.

- Não, não estava. E a culpa é toda do seu filho.

- Talvez, mas não sou eu quem possa te dizer se o relacionamento dos dois estava ou não um mar de rosas, e sim sua filha. Se você prestasse mais atenção na vida dela, veria que o que ela precisa não é de treinamento pesado com hidras, para ser lançada pra lá e pra cá e ser machucada, mas sim de um ombro amigo. 

- Você não conhece meus filhos, Apolo.

- Mas ele está certo. - admiti.

Meu pai ficou com a cara no chão, e não disse nada.

- Eu sempre tentei te avisar! - Apolo disse, saindo.