PDV EDWARD

      Eu estava exausto, cansado de tudo isso. Eu vivia dia após dia apenas por viver. O que eu mais queria era me matar. Mas eu não podia deixar minha pequena Luana sozinha, não podia abandona-la como Bella fizera. Ela abandonou nós dois. Morreu naquele maldito dia.

    Foi o dia mais triste de toda a minha vida, pegar minha pequena filha que era praticamente a cara da mãe e suportar a dor de saber que nunca mais veria Bella me corroía a todo instante. A culpa da morte dela fora minha. Toda minha.

     Eu estava no hospital, fazia plantões seguidos por mais plantões apenas para ocupar todo os momentos de minha vida. Eu não saia mais de casa, quase nunca ia na casa dos meus pais. Era do trabalho para a casa e da casa para o trabalho. Me casei novamente com a Emily, eu não a amava mas ela gostava da minha filha e cuidava da mesma e isso para mim era o suficiente. Era a mulher perfeita para cuidar da minha filha depois da minha morte.

Luana estava hoje com 6 anos. Eu a amava.

Alice estava feliz, Isabella e Caio eram duas crianças lindas e super saudáveis. Eram dois doces.

Luana amava os primos para ela eram como se eles fossem seus dois irmãos.

Alice falava que eu parecia um zumbi. Mas na minha opinião um zumbi era mais vivo que eu.

- Senhor Cullen? Sua filha está aqui para vê-lo. – apareceu Jéssica na porta.

- Mande ela entrar. – falei sorrindo um pouco, todos sabiam da minha dor. Todos diziam que sentiam muito mas sentir muito não traria Bella de volta.

- Tudo bem. – ela falou saindo.

Peguei os papeis em cima da minha mesa e comecei a analisa-los. Era muita coisa para o homem só. Agora eu era o diretor de todo o hospital além de ser médico pediatra. Vivia de plantão. O que era bom assim eu tinha menos tempo livre o ruim é que eu passava menos tempo com a minha filha, quando eu estou com ela meu coração fica parcialmente completo, de algum modo a dor diminui.

- Papai! – falou Luana correndo em minha direção.

A peguei no colo e sorri.

- Hey pequena, como você está?

- Bem papai. Vai poder ir na minha escolinha hoje? Minha professora está louca para conhece-lo.

- Sua professora? – perguntei.

- Sim. Ela disse que quer falar com o Senhor.

- Aé? Então vamos lá. Vou leva-la na escola. – falei.

- Eba! – ela pulou comemorando e eu ri baixinho.

 Quando eu estava com ela me sentia melhor, era quase como se eu estivesse vivo novamente, Luana me lembrava de Bella.

Caminhei com ela em direção ao carro e a coloquei na cadeirinha. Entrei no banco de motorista e liguei o som.

- Quer que CD pequena? – perguntei.

- Da Xuxa. – falou e eu ri colocando o CD em seguida.

Minha menina cantava todas as músicas que estavam gravadas na ponta da língua da mesma. A voz dela era linda para uma menina da idade dela, ela era muito inteligente também. Parei o carro em frente a escolinha, sai do carro e a peguei no colo novamente.

Entrei na escola.

- Onde é a sua sala? – perguntei.

- Ali. – minha bebê apontou para uma sala com a porta cor de rosa. Eu ri baixinho, era a cara da minha pequena.

Caminhei até a sala, nela tinha várias crianças e uma mulher olhando para elas.

- TIA BELLE! – gritou a Luana e a coloquei no chão.

A mulher olhou para mim e eu parei estático.

- Isabella...? – murmurei atordoado, a mulher era a cara de Bella, a não ser pelos olhos azuis.

- O que senhor?

- Nada. –balancei a cabeça. – Minha filha disse que queria falar comigo.

- Sim. – ela sorrio o que fez eu me lembrar mais ainda de Bella. Algo me diz que vou ter mais uma nova chance para viver. E dessa vez vou agarra-me a ela com todas as minhas forças.

“ As vezes na vida perdemos algo muito importante, ficamos inconsoláveis. Mas se perdemos algo que realmente nos importa, podemos ter a certeza que é porque virá uma coisa melhor.

Afinal, Deus escreve certo por linhas tortas. “

Fim