I Will Try To Fix You escrita por Laris


Capítulo 3
I will try to fix you


Notas iniciais do capítulo

OII!

ok... eu sei que eu disse que não ia demorar pra postar, mas, mais uma vez, uma série de eventos me impediram de terminar a fic. Tive muitos seminários esse bimestre x.x

mas bem, aqui está a última parte. Mas tenho que dar um breve alerta de que o final pode não ser tão satisfatório, afinal escrevi numa linha e pretendo não sair dela. Mas, de qualquer forma, espero realmente que gostem...



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A desordem de sentimentos tomou posse da minha mente e me deixou totalmente confusa. Até alguns minutos atrás James Potter era a pessoa mais detestável do planeta e... E agora vejo que tudo o que eu sabia sobre ele estava errado. Tragicamente errado. Eu admito que sou extremamente orgulhosa, mas isso não é irreparável. Há um jeito de mudar as coisas, de começar de novo da forma correta.


— James eu estava errada.


Minha voz saiu abafada pelas minhas mãos, mas tenho certeza de que ele ouviu.

— Do que você está falando? – James perguntou tão confuso quanto eu.

— De tudo! – exclamei exasperada – De nós!

Mais uma vez naquela noite, meus olhos focaram os dele. Um redemoinho verde e castanho. O tempo parou. O ar em volta pareceu ter se solidificado, tornando minha respiração quase intragável. Eu não sabia como mostrar a James que agora eu compreendo que estava errada sobre ele. Isso é tão estranho; eu sempre fui muito segura de mim, certa nas minhas convicções e tudo isso desaba em poucos minutos em que eu arrisquei conversar de verdade com James Potter. Ele me deixou desorientada e isso não é nada bom.

Pude ver o quanto a confusão se tornou ainda maior no rosto de James. Antes que eu perdesse a coragem, enchi meus pulmões de ar e disse:

— Está tudo errado... Nada é mais como era antes. E é tudo culpa do seu comportamento estranho! – disparei sem realmente querer dizer aquilo.

— Comportamento estranho? – James ergueu os olhos para mim com cenho franzido.

Fiquei vermelha até a raiz do cabelo e comecei a gaguejar.

— Você simplesmente parou de me encher a paciência e eu achei isso... estranho, não havia um dia sem que você me tirasse do sério. E, de repente, você parou com isso – respondi com a voz encolhida.

Os segundos que sucederam minhas palavras pareceram infinitamente longos. A expressão de James ficou tão contraída que parecia que ele tinha tomado Esquelesce.

— E o que você esperava? – retorquiu James – Que eu iria ser para sempre a pessoa que te atormenta? Você acha que eu gostava de ver a raiva nos seus olhos quando me você me via? Que era legal ouvir seus gritos quando eu apenas tentava falar com você? Ou que sua falta de atenção não era nada? – James atirou as palavras em mim sem pudor, me diminuindo a cada pergunta. – Todo o seu desprezo e apatia só me fizeram perceber que minha insistência te afastava de mim. Então eu parei de tentar.

Meu coração falhou e se encolheu. Meu estomago revirou-se de incômodo. Minhas pernas falharam e eu me sentei de novo para não cair. Sei que compreendi meus sentimentos por James de forma completamente súbita e isso é novo para mim, mas ouvir essas coisas me destroem de um jeito que eu não estava preparada. James dizer que desistiu de mim doi. Mas ele está absolutamente certo. Senti-me culpada. Culpada por ter sido tão fria com James, por ter colocado nele um estereótipo de garoto que não presta.

Meus olhos transbordaram de água, mas eu tratei de não deixá-las cair.

— Eu não quero que pare – disse com a voz baixa.

James cambaleou em sua pose de defesa e piscou incrédulo num gesto mudo de indagação.

— Eu... Eu não quero que pare de ser... – vacilei sem saber como dizer a verdade – Pare de ser esse tormento na minha vida.

O silêncio sucedeu minhas palavras. Olhei-o de esguelha esperando sua reação. Então ele fez o que eu nunca imaginei que ele faria nessa situação. Ele gargalhou.

Meu rosto ardeu e eu senti que fiquei corada de novo. Esse... Esse canalh... não xingue ele Lily Evans... Ele está rindo da situação?

— Qual é a graça? – ofendida, exigi saber.

— Ai, Lils, você é muito contraditória – suspirou James enxugando as lagrimas que escaparam dos olhos.

— Ha-ha – disse amargamente.

— Você não entendeu o que eu quis dizer – continuou James, abruptamente sério.

— Ah não, é? – retruquei cruzando os braços.

— Quando eu disse que parei de tentar, quis dizer que parei de tentar da forma antiga. – respondeu ele simplesmente. – Parei de tentar chamar sua atenção estuporando os calouros, parei de tentar encurralar nos corredores você pra te beijar, parei de bancar o idiota quando você está perto, parei de te chamar para sair... Você chama isso de comportamento estranho quando, na verdade, eu só mudei a tática. Eu sei que isso pode me custar um braço, mas eu você não vai se livrar de mim tão fácil, lírio.

Não posso negar que senti meu corpo mais leve quando ele disse isso. Céus, eu estou perdida...

— Você é inacreditável – as palavras escaparam pelos meus lábios antes que eu pudesse freá-las.

— Você não viu nada Lily – James sorriu e automaticamente deu um jeito bagunçar mais ainda seus cabelos com as mãos.

Eu sempre detestei esse tipo de clichê, mas eu tenho que admitir que o sorriso enviesado do Potter é lindo. Por uns segundos fiquei enleada com o sorriso dele. E o cabelo dele, apontando para todos os lados... Já que estou nesse momento de admitir os fatos, preciso dizer que esse ninho-de-corujas-que-ele-chama-de-cabelo é um dos incontáveis charmes no Potter. É impressionante a falta de esforço dele para deixá-los assim, nesse charme bagunçado... Caramba, se tudo o que eu achava irritante no Potter de tornar atrativo, então eu estou mesmo perdida.

— Por que faz isso? – Perguntei olhando o cabelo constantemente bagunçado do maroto, imaginando o quanto devia ser macio...

— Isso o que?

— O seu cabelo! – instantaneamente infiltrei meus dedos no topo do cabelo, onde a bagunça era maior, para ver se conseguia arrumá-lo.

— Ai! Lily! Hey, Lils, escute... AI! Pare!... – James queixou-se quando eu tentei alinhar os fios rebeldes.

— Por que não dá um jeito nele? – indaguei quando ele conseguiu se livrar do meu ataque.

— Porque eu sei que você gosta dele assim. – James estava ocupado “arrumando” o cabelo, quando olhou de esguelha para mim e riu um tanto divertido - Você gosta, não é?

Fiquei devendo a resposta, pois no fundo eu sabia que minha implicância com o cabelo dele não era à toa. Mas praticamente me entreguei com o sorriso tímido que dei.

— Assuma Lily – disse James subitamente sério.

— As-sumir o que? – nervosa, coloquei meu cabelo atrás da orelha para ter algo para fazer com as mãos.

— Assuma que faz isso porque gosta de mim. – sua voz praticamente implorou, seus olhos cravaram os meus intensamente. Senti minha face corar mais uma vez, mas que droga, odeio ficar corando assim – Eu sei que parte da sua raiva por mim é porque eu era um completo babaca infantil, mas eu mudei! Mudei por você. E espero que veja isso, esse lado em mim que você nunca viu. Espero que pare de me ver como o cara que você odeia. Depois de tudo o que acabamos de dizer, ainda há duvidas sobre o que você sente?

Fiquei em silêncio, absorvendo as palavras dele. Meu peito subia e descia, devido ao fato de que meu coração desandou a bater freneticamente. Ele sabe. Ele sabe o que eu tenho sentido todo esse tempo, mas que eu nunca me dei o trabalho de perceber. Mas não estou apaixonada por ele, quer dizer, talvez tenha sentido uma estranha atração... Mas nunca passou disso, não posso afirmar que amo James Potter. Amor não é um sentimento que surge de repente. Quero dizer, amor é um vínculo que nasce com convivência, com respeito e com o tempo. É capaz de criar-nos as paixões mais intensas e as angustias mais causticantes. Um sentimento que vai além das capacidades acadêmicas de compreendimento e que nos leva a conservar e proteger. É suave e delicado, contudo capaz de abalar o que estiver a sua frente.

De fato, eu sinto algo pelo James, mas não é amor... não pode ser...

Desviei os olhos do cabelo dele para os olhos e me perdi por ali. Como é possível que apenas um olhar possa prender tanto? Eu estava admirada com o fato de que eu nunca reparei direito em James Potter antes dessa noite. Meu olhar se despregou do redemoinho castanho dos olhos dele e, inevitavelmente, fitei a boca dele. Engoli em seco.

Não é possível! Merlin apontou para mim e disse: hoje James Potter fará você perder a cabeça!

James estava perigosamente perto de mim, nossas respirações praticamente se fundiram. Perdi completamente o comando dos meus sentidos. Mais uma vez o perfume que exalava dele me deixou entorpecida. Meu corpo ardeu de vontade, algo que eu nunca havia sentido antes. Me coração batia como um marcha militar. James estava me deixando maluca com seu lindo sorriso e fascinada com seu olhar. E beijá-lo agora parecia tão certo, tão simples, como se toda a razão do meu desafeto era por gostar dele.

Talvez eu esteja errada mais uma vez. Talvez amor seja exatamente isso. Talvez o que eu sinto por James seja louca, completa e puramente amor.

— E desde quando você precisou que eu admitisse meu estranho amor por você? – perguntei

James sorriu largamente:

— Então você...?

— Sim! Sim, assumo! – gritei sem pudor – Todas as vezes que eu te disse “fique longe” eu queria dizer que não havia presença melhor nesse castelo do que a sua! Assumo que aguardava todos os dias pelos seus pedidos para sair e ficava insanamente feliz quando você voltava no dia seguinte, mesmo eu tendo negado todas as outras vezes . Eu sempre esperei que você viesse me perturbar nos corredores, na biblioteca ou no salão comunal. Eu me sentia mal em vê-lo com outras garotas, não entendia porque você declarava seu amor por mim todos os dias e saia com elas. Então eu fiquei com medo de você fazer de mim uma garota a mais, como faz com todas as outras. E eu tive que prometer pra mim mesma que não deixaria que você fizesse de mim mais uma. – A expressão de James ficou indignada e eu o cortei quando ele abriu a boca para protestar – Mas, entenda James, que eu só fiz isso, pois não queria me machucar, não queria ser enganada e deixada de lado no final.

“O que eu nunca tinha percebido era que evitando me machucar eu te machuquei e eu nunca irei me desculpar por isso. Mas agora eu finalmente vejo que o que eu fizer para evitar isso é inútil. Estou farta de ignorar o sinto por você. Você me perdoa por todo esse tempo que eu deliberadamente joguei fora? Me perdoa por ter negado o que estava tão claro, por tentar evitar o que já estava acontecendo? Me perdoa por ter sido tão tola?”

Pronto, falei tudo! Percebi que tinha falado tudo de uma vez só porque estava arfando. Eu notei toda a sinceridade em minha voz, toda a verdade emanando do meu corpo. Naquele momento não éramos mais Evans, a monitora exemplar e Potter, o maroto campeão em detenções. Éramos apenas Lily e James. Apenas nós dois.

Algo se acendeu nos seus olhos castanhos. Um enorme sorriso preencheu seu rosto e toda a apatia desapareceu. O garoto angustiado não estava mais aqui. Agora era só o James com seu lindo sorriso e seu olhar vivido.

Meu coração tremeu de alivio. James Potter estava de volta.

— Te perdoo se ficar bem quietinha agora – disse James selando seus lábios nos meus.

Primeira reação:


Segunda reação:


Imediatamente minhas mãos foram parar na nuca dele e as dele me circundaram na cintura. Num frenesi de anseios abafados por mim e desesperados por ele.

Algo se encaixou neste momento.

O que esperar de um beijo de James Potter?

Ardor? Ímpeto? Veemência? Sentimentos insanos? Contato físico elevado?

Não, na verdade seu beijo era cheio de calmaria, como se estivesse querendo aproveitar desse momento tanto quando eu; um tipo avassalador de ternura.

Todavia havia tanto sentimento mergulhado nesse momento. Uma onda sufocante de amor, pingando de desejo, suspirando de saudade. Sim! Saudade de todas as vezes que podíamos ter tido isso, se não fosse minha categórica ideia sobre o James ser um babaca.

Aos poucos, com minha pele causticando de arrepios, minha mente nublada de pensamentos incoerentes, senti que tudo o que eu tinha vivido com James terminaria nisso. Sua incansável tentativa de ficar comigo, que antes nunca funcionava, acabou acontecendo de uma maneira completamente impensável. Mas aconteceu, como uma hora ia acontecer. Porque era pra ser assim. Seu coração sempre pertenceu a mim e agora estou lhe confiando o meu...

No meio de todo esse turbilhão de sentimentos, ouvi minha voz dizendo ofegante:

— James... Quer ir comigo à Hogsmeade?

A pergunta simplesmente escapou antes que eu pudesse avaliar se este era o momento certo para fazê-la. Fiquei muito quieta e de olhos fechados. O medo de ter estragado esse momento corroia meu estômago.

Então eu ouvi James rindo.

Eu ri.

Essa era uma bela troca de papeis: Lily chamando James para sair. Uau.

— É claro, ruiva. Eu adoraria ir a Hogsmeade com você. – James deu um delicado beijo na ponta do meu nariz, me fazendo cócegas.

Ouvi-lo me chamando de ruiva surtiu um efeito inesperado em mim. Na realidade faz tanto tempo que eu não o ouço dizendo ruiva que eu senti saudade.

Talvez James tenha razão, eu sou contraditória, mas isso é – tem que ser— bom. Eu sei que estive errada todo esse tempo, sei que meu medo de me machucar atrapalhou um sentimento que poderia ter acontecido há muito tempo. Mas nunca é tarde para reparar um erro e James me fez enxergar isso.

— Vamos meu lírio – James ternamente após aplicar um beijo morno na minha testa – Vamos para o salão comunal.

Deixei-me levar por ele, ignorando completamente o fato que eu não tinha terminado a monitoria. Mas que se dane a monitoria! Um maroto está comigo e tenho certeza que este não ousará fazer nada na minha presença e outros três provavelmente estão dormindo; se eu não tenho que me preocupar com os marotos então não tenho que me preocupar com mais nada. Não faço ideia de como as pessoas vão reagir quando souberem que estou às boas com o Potter e, sinceramente, não me importo.

— As coisas vão mudar agora, não é? – a pergunta de James mais parecia uma afirmação que uma interrogação de fato.

Olhei hesitante para trás. A carta, que continha a triste notícia, ficou no parapeito da janela, amassada, inútil e imóvel. Suspirei pesadamente e segurei a mão dele, como fiz há alguns minutos atrás.

— Vão – respondi simplesmente.

Ah, sim, as coisas vão mudar agora. E como.


E nossa história não estará


pelo avesso assim,

sem final feliz.

Teremos coisas bonitas pra contar

e até la vamos viver

temos muito ainda por fazer,

não olhe pra trás

apenas começamos.


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Notas finais do capítulo

bem... é isso!
Jily é meu otp e eu queria escrever uma versao sobre a Lily descobrindo seus sentimentos por James. Nao sei se esta perfeito, mas estou satisfeita com o resultado (:

MUITO obrigada a todas vocês que comentaram, mesmo ^^

até uma próxima!