Meus Contra-acasos escrita por MikaDM


Capítulo 40
Só mais um Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei(muito!), mas espero me redimir com esse capítulo.
Pois é, já estamos no fim da fic... E confesso que vou sentir muita falta dela =(
Mas é como dizem: "Tudo que é bom dura pouco" kkkkk
Realmente espero que gostem e espero não decepcionar ninguém!

Ótima Leitura...



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Dia que não precisa de data para ser lembrado!

Querido Diário,

  Quanto tempo, hein? Na última vez que escrevi alguma coisa aqui eu estava bastante irritada e contraria por ter gastado meu dinheiro comprando uma “porcaria”, no caso, você. Naquele tempo as coisas eram bem diferentes, na verdade, eu era bem diferente.

  Chega até ser engraçado como a vida é engraçada (nem pense que eu sei filosofar, porque eu não sei). Algumas pessoas não tiveram a sorte que eu tive.

 Sabe quando você para e senti medo porque está tudo perfeito demais? É claro que não sabe, mas, agora, nesse momento, eu me senti assim.

 Eu estou olhando para duas pessoas que me magoaram muito, mas que, de uma maneira ou de outra, eu sempre vou amar. Eles estão dançando uma música velha e totalmente desconhecida para mim. Nunca pensei que fosse ver essa cena. Meu pai e minha mãe dançando alegremente por um salão repleto de casais fazendo à mesma coisa. Ah! Você acha que eles voltaram e ela deu um pé na bunda do pai de Diego?Bem que eu queria que fosse isso, mas eles só estão dançando como amigos mesmo.

 Minha mão está com um vestido longo de seda e de cor bege. Seu cabelo está perfeitamente arrumando em um coque feito no salão. Tem um sorriso encantador nos lábios. Meu pai está de terno e gravata alinhados, camisa branca, terno preto, gravata vermelha. O cabelo todo arrumadinho e lambuzado com gel. 

  Enquanto os dois dançam eu estou observando-os sem que eles me vejam. Uma extrema felicidade paira no ar.

 Um segundo depois e o casal foi interrompido pelo pai de Diego. Eu odiava admitir, mas aquele homem estava fazendo bem pra minha mãe. Ela estava mais feliz ultimamente. Eu não sabia ao certo porque não gostava do pai de Diego, talvez, pela péssima primeira impressão que tive dele naquele dia da festa. É realmente verdade que a primeira impressão pode categorizar alguém como sendo do “bem” ou do “mal”.

  Meu pai está se aproximando daqui...

 – Oi filha! – me cumprimentou com um sorriso. Eu sorri de volta. – Ta gostando da festa? – ele puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.

 – To sim. – disse sem muito animo.

 – Que desanimo é esse? – ele seguiu meu olhar e viu que eu estava olhando para minha mãe dançando com o pai de Diego. – Nem tudo é como agente espera.  – disse ele tomando um gole de alguma bêbeda que estava no copo em cima da mesa.

  ... Ele tem razão! Eu não poderia querer tudo e, além do mais, aquilo estava deixando minha mãe feliz, não teria motivo para eu ficar triste.

  Ao longe posso ver os pais de Matheus. Eles estão tão elegantes e tão felizes. Os dois estão cumprimentando os convidados de cada mesa.

   

  Já deu pra adivinha que eu estou numa festa, néh? Pois é! Esse é a festa que os pais de Matheus fizeram para comemorar a renovação de seus votos (uma cerimônia muito bonita) e a nossa formatura. Pois é! Acertou de novo? Eu me formei!

  Pais de Matheus se aproximando...

 – Olá, querida. – Ana me cumprimentou com um sorriso acolhedor.

 – Oi, Helena. – disse Willian igualmente sorrindo.

 – Oi. – eu saudei a ambos.

 – Está gostando da festa? – eles me perguntaram ao mesmo tempo.

 – Claro que sim. Está ótima. – eu sorri.

 – Que bom que gostou querida. – disse Ana afável.

 – Eu queria agradecer a você por tudo o que fez! – Willian antecipou-se. – Acho que se você não tivesse dito aquelas coisas eu nunca iria... – ele abaixou a cabeça incapaz de completar a frase.

 – Tudo bem! Fico muito feliz porque tudo deu certo pra vocês... Não tem nada pra me agradecer, senhor. – ele já tinha me pedido um milhão de vezes para não chamá-lo de senhor, mas eu não conseguia, já era costume. 

 – Mas nós precisávamos agradecer. – disse Ana diante do silêncio feito por Willian.

 – ANA! – alguém gritou ao longe.

 – Desculpa, mas precisamos cumprimentar o resto do pessoal. – disse ela puxando Willian pelo braço. – Aproveite a festa! – rapidamente os dois se foram e eu fiquei sozinha mais uma vez observando as pessoas que sorriam ao meu redor.

  Como eu estava dizendo (escrevendo)... Essa festa é para comemorar nossa formatura, apesar de já ter passado algumas semanas que nos formamos. Quase toda a cidade está reunida nesse grande salão.

  Opa! Acabo de ver Otavio. Espero que ele não venha aqui falar comigo... Diferente da maioria da turma, Otavio foi o único que reprovou e não conseguiu se forma, mas, dizem, que ele está ótimo no colégio. E quando eu digo ótimo quero dizer que ele é o garoto mais popular da escola, o mais bonito (Eca!) e que todas as garotas daria tudo para ficar com ele.

  Como eu disse no inicio, a vida é mesmo muito engraçada. Acredita que o cretino do Otavio teve coragem de dizer que estava apaixonado por mim? Eu nunca vou saber se era verdade ou mentira, mas acho que consigo conviver com esse duvida.

 – Olá, amiga! – escutei a voz de Cindy atrás de mim e me virei assustada. Ela estava simplesmente perfeita! Usava um vestido longo tomara-que-caia, rosa choque, de seda. Os cabelos longos e loiros caiam em cachos. Nos olhos uma maquiagem perfeita de salão.

  Eu me levantei da cadeira e fui até ela, eufórica. Já fazia algumas semanas que eu não à via.

 – Cindy! Eu nunca tive tanta saudade de você. – disse abraçando-a. Ela tinha ido pra faculdade já fazia algumas semanas.

 – Você não tava com mais saudades do que eu de você. – ela sorriu.

  Ficamos algum tempo abraçadas aproveitando o momento.

 – Você está linda. – disse assim que nos separamos.

  Seu comentário fez com que eu olhasse para minha própria roupa. Eu estava vestindo um longo só com uma única alça e com uma fenda lateral até o meio da cocha, de cor azul, enfeitado com babados e lantejoulas. Meu cabelo estava solto e com alguns broches próprios para a ocasião. Minha maquiagem era composta de tons claros; nada muito extravagante.

 – Que nada. Você é que tá! – e ela realmente estava. A cor rosa choque contrastava com sua pela branca.

 – Nós duas estamos. – ela sorriu. Bom, a Cindy continuava sendo a mesma Cindy. – Você nem vai acreditar... – disse ela fazendo suspense. Ela não era a pessoa mais indicada para fazer suspense.

 – Conta... O que aconteceu? – perguntei revirando os olhos.

 – Eu sou a capitã de um dos grupos de lideres de torcida da faculdade! – ela começou a dar pequenos pulinhos histéricos e me puxou para fazer o mesmo. Eu fingi que estava gostando daqueles pulinhos, mas tinha ficado feliz por ela ter conseguido o que queria, afinal, ela tinha sido expulsa das lideres praticamente por nossa causa (minha e de Diego).

 – Parabéns, Cindy! Eu sei que você mereceu. – disse dando mais um abraço nela.

 – Eu sei! Eu fiz de tudo pra conseguir isso. – ela sussurrou em meu ouvido enquanto ainda estávamos abraçadas, sua voz estava chorosa.

 – Não chora não... Vai estragar a maquiagem. – disse com ironia fazendo-a olhar para mim. Ela deu um sorriso que só Cindy conseguiria dar.

 – Quem diria que estaríamos aqui, nos abraçando, agora? – ela perguntou, mas a pergunta pairou no ar. Ambas ficamos pensativas. Realmente era inacreditável como o mundo dava voltas totalmente inesperadas.

 – Você dizia que me odiava e eu sentia nojo de você e de todo aquele bando de patricinhas. – disse quebrando o silêncio.

 – Tenho que reconhecer que eu era mesmo fútil, mas acabei crescendo muito com você e Diego... Aliás, cadê ele? – perguntou ela, mas não esperou eu responder e saiu atrás de Diego. Eu voltei a sentar na mesa vazia.

  Cortando um pouco Otavio, que nem merecia ser citado aqui, chegamos a Cindy. Ela era uma patricinha de primeira e eu, até hoje, não sei como ela pode ter mudado tanto. Ela havia se tornado uma das minhas melhores amigas, acredita? É sim Diário. Uma das pessoas que eu mais odiava acabara se tornando minha melhor amiga, pode? Isso é pra mostrar que, no mundo, tudo pode acontecer e mais... Enfim, estou super feliz por ela! Com certeza vai ter um futuro brilhante. Sua amizade vai deixar saudades, mas cada um tem que seguir as escolhas que fez e, além do mais, eu vou levar, pelo resto da minha vida, lições que aprendi com ela (como me arrumar e conquistar um garoto).

  Voltando a olhar pra pista de dança a minha frente, vi que Cindy tinha desistido de procurar Diego e estava dançando com um desconhecido (pra mim). Ela estava com aquele sorriso típico dela que nem sol nem chuva são capazes de abater... Com certeza ela seria uma das pessoas que eu mais iria sentir falta!

 Olha lá (se você pudesse ver...)! Diego estava conversando com Lucas, um primo de Matheus que parecia ser “bem” parecido com Diego. Os dois se entreolharam envergonhados (que fofo) e Lucas está tentando puxar um assunto. É melhor eu fica quietinha para eles não me verem.

  Tomei um susto ao ver Tocha (meu querido Tocha!) bem na minha frente com um bando de mulheres ao redor. Ele sorria travesso. 

 – Helena! Que bom ver você. – ele chegou mais perto de mim e me abraçou. Eu ainda estava sentada, mas tentei retribuir o abraço. Com tudo o que estava acontecendo eu não tinha tido muito tempo para vê-lo.

 – Tocha! – foi só o que eu consegui dizer com ele me dando um abraço de urso.

 – Você está tão Bonita! – disse ele me largando. As mulheres voltaram para suas posições inicias ao redor dele. Eu franzi o cenho como se perguntasse: Quem são? Ele apenas sorriu debochando da minha cara.

 – Quem quer pegar uma bebida pra mim? – perguntou ele para as mulheres que estavam amontoadas em cima dele. Rapidamente o grupo de desfez e cada uma foi correndo atrás de alguma bebida. Eu ri.

 – Agora você é um Don Juan que engana pobres moças ingênuas? – perguntei irônica.

 – Eu não engano ninguém. Todas sabem que eu só tenho olhos pra você. – disse ele de forma encantadora. Eu fiquei constrangida e não pude disfarçar. Era exatamente por isso que Matheus não gostava muito da nossa amizade, mas no fundo eu sabia que ele só dizia aquilo brincando. Será? – Ei, não fica constrangida não. Você sabe que eu só to brincando. – ele sorriu. – E além do mais seu namorado me mataria se soubesse que essa declaração foi verdadeira. – ele sorriu mais ainda e eu não tive como não sorrir.

 – Sério, quem são elas? – perguntei apontado para umas das mulheres que já se aproximava afobado com a bebida na mão.

– Mulheres que eu conheci por ai... Fiquei muito triste por você ter escolhido Matheus e chutei o balde pegando qualquer mulher que visse pela frente. – Ok, às vezes, eu duvidava que tudo aquilo fosse somente brincadeira. – “Por que não queres/ Deixando o alarme/ (ai, Deus: Mulheres) / Acarinhar-me?” – ele recitou a plenos pulmões. Confesso que fiquei muito (muito) assustado com aquilo. Ele estava mesmo recinto um poema de Drummond?

 – Desde quando você se interresa por poesia? – perguntei com os olhos arregalados.

 – Desde que você entrou na minha vida. – respondeu ele tentando prender um sorriso.

 – Ah para! – disse dando um empurrão em seu ombro.

 – Aqui está sua bebida. – disse à mulher que acabara de chegar com a bebida em mãos.

  Ambos rimos e ele se despediu de mim com um beijo na testa, mas não antes de dizer:

– Até encontrar a mulher certa eu fico com as erradas. – sussurrou em meu ouvido e saiu com várias seguidoras atrás. Eu ri mais uma vez sozinha.

  Pois é diário, aqui estou eu sozinha de novo vendo as casais mais apaixonados dançaram.

  Sabe, teve até um tempo eu achava que tava apaixonada, e sabe por quem? Pelo Tocha! Mas também com aquele carisma e humor másculo quem não se apaixonaria? Ele era a sedução em pessoa (Espera! Quem eu estou tentando enganar? Ele ainda é uma sedução!) e tinha um charme próprio, mas depois eu acabei descobrindo que éramos diferentes demais e, além do mais, eu sabia que ele não era a pessoa certa. Talvez ele fosse a pessoa certa para cuidar de mim como um irmão mais velho e esse papel ele fazia questão de cumprir bem. Ele estava do meu lado nos momentos que eu mais precisava. Era como o meu porto seguro, por isso acho que confundi os sentimentos.

  Tocha! Esse, definitivamente, está na minha lista de pessoas que eu vou sentir (muitas) saudades!

 (...)

  É incrível como as pessoas gostam de dançar!

  (...)

  Finalmente to vendo Diego sozinho. Preciso falar com ele.

Espera...

  Levantei-me da cadeira e caminhei em passos lentos até ele que estava recostado em uma parede perto das bebidas. As pessoas não se incomodaram comigo enquanto me espremia entre elas para chegar a Diego.

 – Diego! – disse ao chegar perto dele. Diego parecia está em outro planeta ou em outra galáxia ou em outro universo, porque estava completamente paralisado, nem se movia. – DIEGO! – eu gritei.

 – Oi, oi, que foi? – perguntou ele assustado. Eu ri da sua cara.

 – E essa cara de bobo apaixonado? – perguntei dando leves tampinhas em seu rosto.

 – Xiiiiiu! Num fala isso alto. – repreendeu-me. Eu passei o dedo indicador e o polegar nos lábios representando um zíper sendo fechado. Ele sorriu. – Esse primo de Matheus é mesmo um amor. – disse ele baixo demais. Um “amor”? Já tava assim? Eu tentei prender o riso, mas não consegui me segurar. Diego me repreendeu com o olhar.

 – Desculpa, desculpa, mas eu não agüentei. – disse mordendo os lábios para prender o riso.

 – Eu to expondo meus sentimentos pra você e você fica rindo? – ele colocou a mão no peito como se tivesse sido ofendido.

 – Ta bom, senhor sensível. – Não agüentamos e gargalhamos juntos.

  Ficamos alguns minutos ali, só rindo, sem saber o que dizer. Minha relação com Diego não estava muito boa ultimamente. Em parte por causa da confusão da minha mãe está noiva do pai dele e ele não ter me falado nada e, também, porque eu iria pra Nova York daqui a uma semana.

 – Você tá mesmo gostando do Lucas? – perguntei contando o riso que já estava prolongado demais.

 – Acho que sim, na verdade, eu nunca estive tão feliz! Sua mãe está me ajudando muito com meu pai. Ele tá quase aceitando essa estória da minha opção sexual... Lá em casa as coisas estão bem melhores. – mais um beneficiado com o noivado da minha mãe. – E eu acho que o Lucas também gosta de mim. Agente ainda tá se conhecendo, mas eu já sinto algo por ele... – disse Diego como se estivesse nas nuvens.

 – To muito feliz por você! – eu o abracei delicadamente. Ele pousou a cabeça em meu ombro.

 – Vou sentir saudades. – Diego choramingou em meu ombro. Uma ou duas lágrimas escorreram por minhas bochechas.

 – Eu também. – disse com a voz rouca e embargada.

 – Eu te amo. – Diego parecia se derramar em lácrimas sobre meu ombro.

 – Eu também te amo e é por isso que você sempre vai está comigo não importa o que aconteça. – disse tentando amenizar a situação.

 – Eu nunca te pediria pra ficar comigo, mas não sei como sobreviver sem você. – disse ele enxugando as lágrimas.

 – Eu sei que você pode se cuidar sozinho. Aprendeu as lições direitinho, agora é só praticá-las. – disse sorrindo sem humor. Diego deu forte suspiro.

 – Não sei se posso me cuidar sozinho. – disse ele ironizando.

 – Eu sei que pode. – respondi e sabia que era verdade. Apesar de tudo, Diego era forte e se não fosse não teria a coragem de ter se assumido para o pai e pra tudo mundo sua opção sexual.

  Pelo canto do olho vi Lucas se aproximar da gente e rapidamente me recompus.

 – Oi Lucas. – o cumprimentei sorrindo. Lucas era um dos muitos primos de Matheus que eram gatos, tipo assim, muito gatos mesmo, só não tinha um corpo tão perfeito quando o de Matheus.

 – Fala prima. – disse ele também sorrindo. Lucas tinha um senso de humor extremamente aguçado, talvez fosse mal de família. Ele fazia questão de me chamar de prima como se eu, de alguma forma, fosse parte da família.

  Ficamos os três conversando, até eu perceber que estava sobrando. Sai de fininho e voltei pro meu lugar.

  Voltei...

  Tem gente que tem gosto pra tudo, néh? Que música é essa que está tocando? (Ironizando), Enfim, onde eu estava?

  Sim... Eu falei com Diego e pareci que deu tudo certo (só parece)! Mas ele ficou super triste com a minha ida pra Nova York e é claro que eu também fiquei. Eu não queria ter que deixar ele, porque ele era a pessoa que eu MAIS IRIA SENTIR FALTA! Mas também sabia que um dia ou outro iríamos ter que nos separar e seguir caminhos diferentes... Eu já tinha feito a minha escolha e ele estava começando a fazer as dele.

 Uma vez eu vim uma frase que dizia mais ou menos isso: “As pessoas que amamos sempre estão conosco, mesmo estando distantes”. Eu sei o que essas palavras querem dizer e afirmo que são completamente verdadeiras. Diego sempre vai está comigo não importa aonde eu vá.

  Pessoa que eu mais vou sentir saudades: Diego!

 Ele estava comigo quando eu me sentia sozinha e completamente perdida. Ele não me julgava e não se importava se eu fazia loucuras. Ele me aceitava do jeito que eu era! Parece até egoísmo deixá-lo aqui pra me aventurar em uma paixão com Matheus em Nova York, mas, no fundo, eu sabia que precisávamos seguir esses caminhos. Sempre acreditei que as escolhas que fizemos no passado nos traziam para onde estávamos hoje. Se eu escolhi aceitar aquela proposta, se eu escolhi acabar com Matheus, se eu escolhi ficar com ele, todas essas escolhas me trouxeram para esse momento!

 

 Finalmente, o alguém tão esperado aparece. Aquele por quem eu jurei nunca me apaixonar, aquele que a Julieta sabia que era (e sempre seria) seu arco inimigo e rival, mas mesmo assim o inevitável acaso os juntou (faze romântica de Helena). Nem o Romeu, nem a Julieta, nem toda a rixa entre as famílias foram capaz de driblar o destino. O destino, meu caro, prega peças inesperadas e inevitáveis. E como em Romeu e Julieta o destino resolveu pregar uma peça em mim e em Matheus. Dois inimigos que juraram se odiar para sempre, mas que diante do acaso não foram capazes de se desvencilhar de uma paixão.

  Ele caminha lentamente em minha direção. Seus passos são calmos e traz nos lábios o sorriso mais perfeito de todos. Está com uma camisa azul de manga cumprida e uma gravata cinza. Os cabelos, que tanto tentava arrumar, estavam bagunçados de um jeito arrumado (isso, nem eu sei como explicar). Os olhos, cor de mel, estavam verdes enquanto andava em minha direção sobe o sol do fim da tarde.

  Nossa paixão era tão errada quanto à de Helena com Páris. Os dois poderiam ter deixado os sentimentos de lado e, talvez, a guerra de Tróia não tivesse ocorrido. Mas eles quiseram arriscar, quiseram lutar pelo seu amor. Páris sabia que nunca poderia encontrar uma mulher como aquela de novo. Helena sabia que nunca mais iria encontrar um homem que a amasse tanto, e isso, não foi só mais um capricho de jovens amantes. Eles realmente se amavam e sabiam que valia a pena lutar por seu amor. Tenho certeza que Helena e Páris pensaram muitas vezes em desistir dos seus sentimentos. Eles sabiam que aquela paixão poderia gerar uma guerra entre suas nações. (Eu tinha prestando atenção nessa aula de literatura, haha).

  Não pense, diário, que foi fácil para eu assumir minha paixão por Matheus. Juro que tentei de todas as formas menti para mim mesma, mas não consegui.

  No fim, Helena e Páris escolhem se arriscar e se entregam a paixão não sabendo o que o destino os reservava, não sabendo o que teriam que enfrentar, não sabendo que seus sentimentos desencadeariam uma guerra que levaria Tróia a completa destruição.

  É exatamente assim que eu me sinto. Não sei o que o futuro nos reserva, mas eu escolhi arriscar... Arriscar!

 – A donzela está precisando de um príncipe? – perguntou Matheus ironizando ao se aproximar de mim.

 – Estou... Mas não estou vendo nenhum por aqui. – perto dele meu senso de humor era ótimo. Ambos sorrimos.

 – Isso doeu!

 – Era pra doer. – disse a ele antes de me levantar para beijá-lo.

  Por um momento o mundo parou. Eu não sabia onde estava e nem o que estava acontecendo ao meu redor. Mas sabia que estava nos braços dele. Naqueles braços acolhedores e que me protegiam como um escudo. No meu porto seguro. Nossos lábios se encaixavam com perfeição e eu podia sentir o gosto tão gostoso dele. Nossas línguas brincavam uma com a outra em movimentos rápidos e urgentes e eu já sentia um arrepio conhecido passar pelo meu corpo. Com relutância nos separamos.

 – Está gostando da festa? – perguntou com a respiração ofegante.

 – Estou. – respondi, recobrando a consciência de onde estava.

 – Não está... Você está triste. – disse ele ao perceber minha expressão. Era frustrante como estava cada vez mais difícil enganá-lo com minhas mentiras.

  Eu suspirei e deixei que meus olhos caíssem mais uma vez nas pessoas que estavam dançando a nossa frente. Minha mãe com um sorriso encantador, que eu raramente via. Meu pai dançando/brincando com uma garotinha, os dois tinham sorrisos verdadeiros, brincalhões. Os pais de Matheus tentavam acompanhar o ritmo da música, mas sem muito sucesso, eles pareciam adolescentes tentando acompanhar o que todos estavam fazendo. Cindy estava dançando com um rapaz que eu não conhecia. Ambos sorriam constrangidos. Ela estava muito bonita e dançava perfeitamente bem. Tocha dançava animadamente com várias mulheres ao redor. Eu ri com aquela cena. Diego se movimentava timidamente com Lucas em um canto do salão. Os dois com um sorriso cúmplice e ingênuo.

 – Eles vão ficar bem. – disse Matheus seguindo meu olhar e chamando minha atenção para ele. Eu abaixei a cabeça como se quisesse dizer que duvidava daquilo. – Não está vendo como estão felizes? Cada um fez sua escolha, Helena. Nós fizemos a nossa! – ele tinha razão. Eu estava preocupada a toa. Mas uma parte de mim tinha medo de que eles me esquecessem ou ficássemos longe demais e eu me esquecesse quem realmente eu era.

 – Talvez, eu nunca mais os veja. – disse sentindo o peso daquelas palavras.

 – A vida é assim. Não podemos lutar contra... Ela nos leva para onde temos que ir, mesmo que não se queira. – Matheus entendia exatamente o que eu estava sentindo e acredito que ele também estava se sentindo como eu, mas ele já tinha tomado à decisão dele. Ele tinha me escolhido.

 – Você tem razão. – disse sorrindo. Um sorriso verdadeiro e decisivo. No fundo eu já havia tomado minha decisão, mas estava com medo de assumir para mim mesma.

 –Eu sempre tenho. – Matheus sempre (sempre) me fazia sorrir de uma forma incomum e sempre tinha o sorriso que fazia meu coração dar saltos. – Já está mais do que na hora de você começar a viver com suas escolhas... Começando agora! – ele puxou meu braço e me levou para o meio do salão.

  Uma música suave estava tocando e casais balançavam-se ao nosso redor. Pousei minhas mãos no pescoço de Matheus e encostei meu rosto em seu ombro. Ele beijou meu pescoço levemente. Por um momento eu tive a sensação de está flutuando. Pela primeira vez na vida eu tinha atendido que eu não poderia fugir das minhas escolhas e que elas iriam está comigo pelo resto da minha vida, mas eu não me importava, contanto que Matheus estivesse comigo.

 – Eu te amo. – sussurrou ele em meu ouvido.

 – Eu sempre vou te amar. – sussurrei de volta.

  Diário, querido diário, não sei se vou ficar pra sempre com Matheus, mas sei que sempre vou amá-lo. Ele sempre vai está, de alguma forma, dentro de mim. Seu sorriso, sua forma de me fazer rir mesmo nos piores momentos, nossas constantes brigas (geralmente por besteiras), seu abraço, seu corpo colado no meu na cama. Enfim, não sei que futuro nos espera, mas sei que fiz a escolha certa!

  Quem diria que depois de tanto planejar acabar com Matheus, de tanto planejar minha vida contra-acasos, eu iria acabar caindo no acaso de me apaixonar por ele?

  Se você quer saber o final dessa estória, sinto muito te decepcionar, porque aqui só acaba mais um capítulo da minha vida!  


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Notas finais do capítulo

Baúúúúúúúúú(choro descontrolável)
Meus leitores lindos espero de coração que tenham gostado de final da fic*---*
Queria não ter decepcionado ninguém, mas é muito difícil(quase impossível) agradar a todo mundo.

*Quero agradecer(muito) a todos que acompanharam e (principalmente) aqueles que deixaram muitos reviews(lindos*--*) e indicaram(minhas lindas BabyC e bethlarcon).
Uma agradecimento especial para Ester(que me ajudou um pouco dando algumas idéias para a fic) e a Helena(que parece um pouco com a personagem principal, mas é mera coincidência. kkk)

Enfim, nunca pensei que a fic fosse ter tantos leitores e que fossem gostar *--* De verdade, nunca esperava por isso!
Obrigada, mesmo, por tudo que vocês(leitores) escreveram sobre minha fic, muitas vezes, dando suas opiniões verdadeiras.

p.s: talvez(quem sabe) eu faça uma continuação depois!?!
p.s.s: Se vocês quiseram ler mais alguma coisa que eu escrevo, eu to com uma nova fic!!
link: http://fanfiction.com.br/historia/148559/A_Casa_Da_Colina
>Vocês não vão se arrepender se lerem =)
p.s.s.s: Qualquer coisa que quiserem falar sobre a fic é só manda um review!

Bjoooos e até outro dia =)

De: Sua fãxD