# Matheus

  Eu estava adorando que Helena me visse com outras garotas. Ela precisava saber que eu estava bem mesmo depois de tudo que tinha acontecido no sábado à noite. Era até fácil enganá-la, mas eu não podia enganar a mim mesmo e apesar da minha dor não ir embora definitivamente, ficar com outras garotas me ajudava a não pensar tanto nela. Eu também estava adorando que todas as garotas estavam com “peninha” de mim por ter levado um fora, então não era tão difícil pegar qualquer garota, mas a que eu mais queria eu não podia ter.

  – Vamos! – eu disse a uma das garotas que estava comigo na mesa assim que o sinal do termino do intervalo tocou.

 – Pra onde? – ela me perguntou com a sobrancelha erguida.

 – Você vai ver. – disse dando um sorriso malicioso. Ela também sorriu e me acompanhou.

  Nós saímos da escola matando os últimos horários e fomos para o meu carro. Quando entramos eu a beijei ferozmente e tentei esquecer aquela dor que estava consumindo meu peito. Ela retribuiu o beijo e agarrou com força meus cabelos. Eu desci minha língua pelo seu pescoço e ela gemeu de trazer. Eu continuei beijando todo o seu corpo até que finalmente consegui tirar toda a sua roupa.

 – Matheus! – gemeu ela em meu ouvido quando minha língua passou pelo seu abdômen. Eu sorri e continuei passando minha língua por todo o seu corpo até que ela começasse a ter espasmos. Aquilo despertou desejo em mim, mas não o suficiente. Eu voltei a beijá-la na boca com mais vontade. Abri meus olhos no meio do beijo e vi os olhos de Helena me encarando. Eu sorri com aquilo e comecei a beijá-la com desejo e paixão.

 – Helena! – sussurrei entre os beijos. Ela parou repentinamente.

 – Eu não sou Helena! – disse ela se recompondo. Eu pisquei algumas vezes e vi uma garota que eu mal conhecia, mas não importava, naquele momento eu sentia como se Helena estivesse em meus braços.

 – Não importa. – disse voltando a beijá-la.

  Eu a fiz minha naquele carro pensando em cada segundo em Helena, mas não importava se aquilo fazia minha dor sumir nem que fosse por alguns minutos.

  Enquanto dirigia voltando para casa senti novamente um vazio em meu peito. Só garotas não estava adiantando, eu precisava de algo mais forte, algo que me fizesse esquecer tudo.

 – É isso! – disse dando meia volta com o carro.

  Parei de frente a um beco perto da escola. O lugar parecia está deserto, mas eu sabia exatamente aonde ir para encontrar o que eu queria.

  Desci do carro e caminhei pelo beco indo na direção de um poste que estava desligado deixando o lugar pouco iluminado. Vi um homem encostado no poste com uma bolsa nas costas.

 – O que você quer playboizinho? – disse o cara com uma voz grossa assustadora.

 – O que você tem ai? – respondi com outra pergunta para mostrar que eu não estava brincando. Ele riu da minha cara.

 – Isso é sério é? – perguntou ele debochando de mim. Eu fechei a cara e o punho. – Tudo bem. – disse ele um pouco mais sério. Ele agachou tirando a bolsa das costas, abriu e meu deu um saquinho com um pó. – Isso é tudo que eu tenho, mas antes, passa a grana! – falou ele em tom autoritário.

 – Eu sei que você tem mais... E eu tenho dinheiro para comprar tudo o que você tem. – falei sem medo. Eu nunca tinha feito isso, mas já tinha visto uma centena de amigos meus fazerem. O homem bufou, mas acabou me dando cinco saquinhos de cocaína. Eu entreguei todo o dinheiro e voltei para o carro levando os saquinhos.

  Dirigi para casa bebendo uma lata de cerveja e escutando uma música no volume máximo. Eu estava doido para experimentar minha nova amiguinha.

  Cheguei em casa batendo a porta, pois já estava um pouco zonzo.

 – Filho é você? – perguntou minha mãe da sala.

 – Não enche mãe. – disse já subindo para o meu quarto.

 – O que você disse Matheus? – perguntou minha mãe em tom autoritário, mas eu não liguei e subi para o meu quarto trancando a porta.

 – Pronto! Agora somos só eu e você. – disse tirando os saquinhos da minha bolsa.

  Pegue um caderno que estava em cima da minha mesa e fiz três carreiras com o pó, depois peguei uma nota qualquer que estava em meu bolso e enrolei em forma de canudo, já tinha visto alguns amigos meus fazerem aquilo, então eu sabia exatamente o que fazer. Parei analisando o que eu estava prestes a fazer. Olhei ao redor procurando algum motivo para não fazer aquilo, mas o único pensamento que veio em minha cabeça foi Helena em meus braços naquela cama, sua pela contra a minha e suas mãos passeando pelo meu peitoral... Sem pensar duas vezes tapei um dos lados do meu nariz e aproximei o canudo da primeira carreira, cheirando tudo com um só puxão. Meus olhos começaram a lagrimejar e eu senti a droga me queimando por dentro. No começo eu senti um desconforto, mas logo veio uma sensação prazerosa. Não demorou muito e eu cheirei as outras duas carreiras... Eu sentia uma felicidade imensa.