Gritos da Alma escrita por EPG


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o momento mais esperado da história!!!



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BPOV

     Dirigi devagar e ansiosa até o consultório do Dr. Cullen, não era dia de minha consulta, mas pedi ao meu pai que agendasse um momento para mim hoje, estava angustiada e precisava conversar com alguém. Estacionei o carro e caminhei em passos largos já que começava a chover, um frio percorria minha espinha e cada vez que me aproximava do consultório um contentamento me preenchia, era tão esquisito que um estranho me causasse sensações tão enigmáticas no meu interior.

_ Bom tarde. Falei adentrando o ressinto.

_ Boa tarde. Uma moça muito bonita disse.

_ Tenho uma consulta, estou uns minutos atrasada. Falei sem jeito.

_ O Dr. Está a sua espera. Se considere uma sortuda, pois ele não tolera atraso e nunca espera pelo paciente, ainda mais quando está no fim de seu expediente, mas você ele fez questão de aguardar. Pode entrar. _ A moça disse com uma expressão estranha, se eu não estivesse tão zonza poderia dizer que ela estava com ciúmes.

     Entrei na sala e encontrei Edward sentado em sua poltrona, sem formalidade tomei meu lugar a sua frente.

_ Como você esta Isabella? _ Ele perguntou.

_ Eu já te pedi para não me chamar assim. _ Falei furiosa.

_ Porque você não gosta de ser chamada assim? _ Ele perguntou.

_ Não quero falar sobre isso _ Falei abaixando a cabeça.

_ Bella! Ele chamou inclinando seu corpo em minha direção me olhando intensamente. Você precisa falar, quero muito ajuda-la, mas basta só eu querer.

_ Me desculpe mais é que dói falar, me deprime e me traz recordações ruins.

_ O que te trouxe aqui esta tarde? _ Ele perguntou.

_ Não sei explicar muito bem, mas gosto de conversar com você, de uma forma estranha isso me acalma, faz a dor ir embora e consigo sorrir, coisa que não posso fazer com meu pai, entende. _ Falei recebendo dele um olhar surpreso.

_ No nosso primeiro encontro ficou combinado que discutiríamos sobre livros. _ Ele falou mudando de assunto me deixando extremamente aliviada.

_ Gosto de romances, tanto que escrevi alguns. Meus favoritos são da escritora Jane Austen. _ Falei.

_ O meu preferido é orgulho preconceito _ Ele disse pensativo _ gosto da força de Elisabeth, que nunca deixa ser quem é para admirar alguém, ela é corajosa, inteligente e sabe muito bem o que quer. O Sr. Darcy que é homem sério, honesto, amável, mas orgulhoso e egoísta e foi exatamente este seu lado ruim que Elisabeth viu.  Ambos são orgulhosos e preconceituosos, mas não hesitaram em admitir seus erros e lutarem pelo amor que descobriram sentir um pelo outro. Ele admitiu seu erro e fez de tudo para concerta-lo, ela viu que o julgamento que fez de seu amado foi precipitado. No fim se casaram e construíram uma relação solida, cheia de amor e respeito mutuo.

_ É exatamente por isso que gosto deste livro. ­_ Falei sorrindo abertamente.

_ Gosto quando você sorrir. _ Ele disse também sorrindo.

   Ao ouvir as palavras de Edward me lembrei de Antony e ali percebi o quanto eles se pareciam.

_ O que foi? _ Ele perguntou.

_ Não é nada.

_ Tem certeza? ­ _ Ele perguntou mais uma vez.

_ Acho que esta na minha hora. _ Falei fugindo do assunto.

_ Nos vemos semana que vem?

_ Com certeza. _ Falei saindo.

    O resto da semana passou rápido e acordei no sábado com minha mãe me enchendo de beijos.

_ Mamãe. _ Falei abraçando chorosa.

_ Oi meu anjo, como você esta?

_ Resistindo, mas não está fácil.

_ Eu sei boneca, mas vai passar.

_ Cadê o Phil? _ Perguntei.

_ Está lá em baixo conversando com Charlie.

_ Vou trocar de roupa e descer para vê-lo.

_ Vamos jantar na casa da família do Antony, lembra-se dele. _ Mamãe perguntou.

_ Sim. Ele vai estar lá?

_ Esme falou que sim? _ Renê disse.

_ Tenho pensado muito nele ultimamente. _ Confessei.

_ Vai ser bom reencontrar os velhos amigos, vai te fazer bem.

_ Vou me trocar. _ Falei saindo da cama.

    A tarde foi muito agradável passeei com minha mãe e conversamos muito, em nenhum momento ela mencionou o nome de Jacob o que me deixou feliz.

     À noite saímos para o tão esperado jantar, a ansiedade me consumia e fui todo o caminho em silêncio imaginando como seria reencontrar Antony depois de tanto tempo.

     Charlie estacionou o carro em frente a enorme casa que não havia mudado nada, todos desceram e caminhei lentamente atrás deles. Renée tocou a campainha e uma senhora muito elegante atendeu, logo a reconheci do escritório do Dr. Cullen , mas também sua imagem tomou minha mente em meus tempos de criança e percebi naquele momento que ali na minha frente estava Esme a Mãe de meu amigo de infância. Depois de cumprimentar todos ela veio em minha direção me abraçando ternamente.

_ Você esta tão linda minha querida, é tão bom revê-la de novo.

_ É bom te ver também. Onde está Antony? _ Perguntei não disfarçando minha ansiedade.

_ Está no quarto dele meio indisposto.

_ Quero vê-lo. _ Falei sem hesitar.

_ Na hora do jantar ele vai descer.

_ Posso subir até lá?

   Esme hesitou por um momento, mas logo um enorme sorriso surgiu em seu rosto e ela fez um aceno com a cabeça dizendo que sim. Com pressa subi a escadas percorrendo o caminho familiar, logo estava em frente à porta de seu quarto que ainda conservava o antigo adesivo com seu nome, bati na porta e não obtive resposta, tremendo girei a maçaneta e entrei, ele dormia de costas, estava sem camisa e sua respiração estava acelerada, como se sofresse em sonhos por algo, me aproximei angustiada por vê-lo daquela forma, cheguei mais perto me surpreendendo quando meu nome saiu de seus lábios audivelmente. Fiquei feito boba observando seus ombros largos e seus braços musculosos.

   Longos minutos se passaram e me virei pronta para sair quando meu nome mais uma vez foi pronunciado, me virei pensando ser ainda sonho e me surpreendi quando ele saiu da cama e me abraçou apertado, fiquei confusa, mas logo a realidade bateu em meu rosto como um tapa doloroso, era ele Antony, sempre foi ele, como pude ser tão cega.

EPOV

    A consulta com Bella me deixou ainda mais angustiado, percebi havia dor em seu olhar e sua alma estava cativa em algum lugar onde não podia, mas queria estar e isto me entristeceu profundamente, eu queria ajuda-la, porém ela não queria minha ajuda.

    Cheguei em casa e minha mãe anunciou a família de Bella estaria no jantar de sábado, não me preocupei pois tinha certeza que ela não viria, na sexta cancelei minhas consultas, estava angustiado, minha vontade era procura-la e dizer quem eu era, mas tinha medo de atrapalhar seu tratamento. Fiquei tão feliz quando ela disse que gostava de conversar comigo, de alguma forma seu corpo reagia a minha presença.

     Sábado tomei café cedo e sai para correr um pouco na praia, meus pensamentos ainda eram dela, estava louco para vê-la de novo, terça feira o dia de sua próxima consulta estava tão distante e meu coração reclamava a sua presença o mais rápido possível, agora. Em um impulso voltei ao meu carro e parti rumo a casa dela diria toda a verdade sobre quem eu era, mas não tinha ninguém a casa estava silenciosa. Dirigi rápido pelas ruas de Forks, precisava de adrenalina, algo tinha que acontecer em meu interior, talvez a esquecia por alguns minutos, mas mais uma vez falhei ao avista-la com sua mãe no único restaurante da cidade, diminui a velocidade e a contemplei por alguns segundos.

      Cheguei em casa e fui direto para meu quarto onde depois de um banho me joguei na cama e adormeci logo.

     Os sonhos com Bella eram frequentes, era só fechar os olhos e sua imagem logo surgia, mas ela estava sempre tão distante de mim e sempre havia dor em seu olhar. Sua alma estava cativa em algum lugar onde não podia, mas queria estar e isto me entristeceu profundamente, eu queria ajuda-la, porém ela não queria minha ajuda.

     Gritava seu nome tantas vezes, mas ela não me ouvia e eu ficava lá olhando-a chorar sem nunca poder me aproximar.

      Abri meus olhos aliviado por finalmente sair daquele sonho torturante, mas percebi que ainda estava dormindo pois Bella estava em meu quarto.

_ Bella! Chamei.

    Ela girou seu corpo ficando de frente para mim, estava tão linda e parecia assustada, mais diferente de todos os sonhos ela me ouviu e sem pensar duas vezes sai da cama e abracei apertado encostando sua cabeça em meu peito, seu corpo ficou rígido por alguns minutos, mas logo relaxou e suas lágrimas molhavam meu peito nú.

_ Você sabia? _ Ela perguntou alisando minhas costas.

_ Sim, desde o momento que seu nome foi anunciado como minha nova paciente.

_ Porque não falou nada?

_ Pensei que uma hora ou outra você se lembraria.

_ Perdoe-me por não reconhece-lo. _ Ela falou deixando um soluço escapar de seu peito. Como fui burra em não associar os cabelos castanhos claros, os olhos verdes, as covinhas quando sorri e as pequenas pintas de nascença em suas bochechas e a forma de falar “você deve sorrir sempre”.

_ Não chore Bella, não gosto de te ver assim, sei que esta ferida e confusa. Não estou chateado com você.

_ Não está?

_ Não.

_ Você ficou alto, está forte e ainda mais bonito. _ Ela disse com o queixo apoiado em meu ombro.

_ Obrigada! _ E você continua linda, só o seu sorriso que não è o mesmo e é claro que está bem mais sexy agora. _ Falei arrancando um sorriso dela.

_ Só você mesmo para me fazer rir, quando minha vontade é chorar.

_ Bella! _ Falei segurando seu queixo para que não desviasse o olhar. Deixa eu te ajudar por favor, não durmo direito desde a nossa primeira consulta, sinto-me impotente em te ver sofrer tanto e não poder fazer nada. _ Falei deixando escapar uma lágrima.

   Ela estendeu a mão secando a umidade de meus olhos e em seguida deu-me um beijo terno na bochecha o que fez meu coração bater acelerado.

_ Não quero que sofra por mim, eu não mereço. _ Ela disse olhando em meus olhos.

_ Você merece o melhor e vou fazer até o impossível para vê-la feliz de novo._ Falei beijando sua testa e abraçando-a apertado de novo, era tão bom tê-la em meus braços.

_ O que está acontecendo aqui? _ Tânia perguntou entrando em meu quarto abruptamente, e foi só ali que cai na real que não era um sonho e sim realidade, ignorei minha namorada e olhei sorrindo para Bella, feliz por finalmente podermos conversar como amigos, ela sabia que eu era o Antony e isto significava tanto para mim.


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Notas finais do capítulo

Se acharem algum erro de ortografia me avisem, escrevi este capitulo ontem a noite e não tive muito tempo para revisa-lo e como estava louca para postar.

Estou amando escrever esta fic e fico muito feliz que vocês estejam gostando também.

Beijos a todas e comentem!!!