-Lukke! Por que você fez isso? – disse Happi enquanto ia com Lukke ao local onde os mesmos haviam achado o portal.

- Por que eu queria ver, também!

- E para isso você precisava por nossas vidas em risco?

- Risco? Você acha mesmo que perderíamos uma batalha?

- Eu não sei... Não sabemos o grau de força deles

- Seja otimista pelo menos alguma vez – disse Lukke – Mas para mudar de assunto... Nós estamos chegando?

- Chegando? Eu só estou te seguindo – disse Happi arregalando os olhos

- Me seguindo? – o irmão repetiu o ato – Eu estou te seguindo...

- Estou brincando com você – Happi riu – Ele está logo ali – ele aponta com o dedo indicador

- Mas aquilo não é uma pessoa?

- Sim, tem uma pessoa e o portal do lado...

- Happi... Tem uma pessoa no portal! Vamos antes que algo ruim aconteça!

Os dois irmãos foram correndo desesperados parar chegar ao portal, a suposta pessoa que estava lá se movimentava tão lento quanto uma lesma, parecia estar parado, com medo, indeciso.

Ao chegar mais perto percebem um garoto vestido em trajes normais, e um cabelo ligeiramente cor-de-rosa.

- Quem são vocês dois – perguntou o desconhecido

- Nós que deveríamos perguntar isso! – disse Lukke

- Ande, saia de perto daqui! – disse Happi

- Onde é aqui...? Se eu tocar essa luz poderei saber onde estou?

- Não! Se afaste! Ande! – gritou Happi

- Calma Happi – disse Lukke – Está tudo bem, ele deve ser um novato – Lukke olhou para o garoto desconhecido – Qual o seu nome garoto?

- Eu nunca me importei em ter um nome, isso é uma coisa que não tem muita importância...

- Hum... Então... Garoto sem nome...? É só você seguir para a direita – Lukke aponta – Que irá chegar ao seu lugar em instantes!

Depois que isso foi dito o estranho garoto sem nome começou a andar na direção que Lukke apontou, sem dizer nada apenas andava e andava parecendo não ter rumo.

- Esses No-Ones novos estão ficando cada vez mais estranhos... – disse Happi

- Eu que o diga... Mas vamos entrar logo? Temos ainda que achar o tal do Aono.

- Tudo bem.

Os dois entraram no portal.

- Nossa...! Como as coisas estão diferentes... – disse Lukke

- Sim, mas não é tempo de ficar olhando por aqui, temos que achar o garoto.

- Ok!

- Mas antes, tenho um plano em mentes... – Happi falava em tom misterioso

+++

Na sala subterrânea na casa dos Some- Ones o progresso ainda estava em zero por cento.

- Fiszpan? Fiszpan? Fiszpan? – sussurrava Aono batendo na parte sólida do que o prendia

- O que foi Aono?

- Por mais que eu tente, eu nunca consigo... – disse ele com uma voz quase inaudível – Eu já tentei de tudo, mas a única coisa que acontece é essa porcaria de colar me deixar cansado.

- Tente mais – disse Fiszpan ainda no computador central – Ninguém disse que seria fácil e você não pode desistir logo agora.

- Tudo bem, mas tem alguma coisa para me ajudar?

- Eu posso aumentar a força da máquina, isso vai aumentar a sua ressonância com sua mente, mas já está cansado na força fraca.

- Se tiver que doer... Eu prefiro que doa de uma só vez – lágrimas de dor escorriam pelos olhos de Aono – Isso é uma tortura... Eu á não aguento mais... Coloque na força máxima, por favor.

- Mas isso vai fazer com que a sua alma seja repartida contra a sua vontade. Isso seria muito arriscado! – Fiszpan vira a sua cadeira para olhar melhor Aono – Isso pode causar em semanas de coma.

- Não tem problema – Aono tosse quase sem força – Por favor...

- Aono... Se for assim que você quer...

Fiszpan comovido com a dor e o pedido de Aono ia apertar um dos botões do computador central até que o barulho de uma forte explosão toma conta do lugar.

- O que foi isso? – Fiszpan se assusta e volta a olhar para Aono que acabou desmaiando por causa do barulho – Aono... O que será que foi esse barulho?

Fiszpan desesperado sobe as escadas para voltar para ao jardim. Ao chegar lá se depara com Rose e Matt estirados ao chão como dois cadáveres.

- Rose! Matt! – grita Fiszpan

- Fisz…pan – diz Matt

- Matt! – Ele corre na direção de Rose para ver se ela ainda estava viva

- Fiszpan, deixe a Rose ai... – dizia Matt quase sem forças – A Yuu foi enfrentar ele...

- Ele? Ele quem?

- Um No-One...

- Para onde eles foram?

- Para leste...

- Mas vocês ficaram bem? – perguntou Fiszpan preocupado

- Sim, deixe isso comigo – Matt tentou sorrir – Você sabe que eu sou bem forte – Matt cospe sangue.

- Eu sei que a Yuu também é bem forte, ela pode aguentar até que eu socorra vocês.

- Fiszpan...? – disse Rose em uma voz rouca e baixa

- Rose! Você está bem?

- Não...

- Rose... – disse Fiszpan ainda mais preocupado – Rose! Matt! – ele pegou os dois e os apoiou em seus ombros – a Yuu vai conseguir, enquanto isso, eu cuido de vocês dois.

+++

Assim como Matt havia dito, ao lado leste do jardim Happi estava perseguindo Yuu que corria para o mais longe possível da casa e de onde estava Aono.

- Ei! Garota por que corre tanto?- dizia Happi enquanto ria ironicamente – Está com medo de machucar os seus amigos? Eu já lhe disse, eu só quero saber onde está o Aono, eu sei que você sabe! Você me disse que ele estava aqui

- No-One asqueroso! – Yuu parava de correr bruscamente o que fez seus longos cabelos loiros acompanharem os movimentos do vento – Eu nunca vou falar nada! E eu sei que meus amigos irão ficar bem.

- Hum... Não era o que parecia – Happi continuava falando em tom sarcástico

Yuu começava a mexer em uma pequena bolsa que ela pendurava transversalmente em seus obro esquerdo.

- Olha! A bonequinha vai começar a lutar? – disse Happi

Ignorando o que Happi disse Yuu tira de dentro de sua bolsa um caderno de desenhos.

- Drawing Book, Missing Pages! – Diz Yuu

O pequeno caderno de desenhos começava a flutuar em pleno ar na medida em que Yuu começava a fechar os seus olhos.

Do mesmo caderno parecia sair outro caderno idêntico, assim como se fosse um clone do outro. Rapidamente o caderno se abre e suas páginas começam a ser folheadas em uma velocidade impressionante, ao mesmo tempo em que tal cena acontecia Yuu começava a levitar, ficando assim a poucos centímetros de terra firme.

- Parabéns... Isso me impressionou - Happi começava a bater palmas

Yuu continuava calada, mas em um de seus cadernos palavras escritas de tinta começavam surgir, porém, não somente no caderno, em frente à Happi as mesmas palavras que estavam sendo escritas no caderno apareciam, até que por fim foi completa a frase “eu posso te impressionar mais do que você imagina”.

- Tá certo... Agora você me assustou...

Novamente a mesma cena se repetia, mas no lugar de palavras uma porção de símbolos estranhos aparecia.

Nesse mesmo instante no outro caderno que até agora não tinha nada escrito se virava em direção a Happi fazendo com que ele visse um desenho dele próprio preso a correntes. Ao Happi ver tal desenho numa fração de segundos à mesma cena retratada no caderno acontecia.

- C-como você fez isso? – perguntou Happi abismado

Mais uma vez palavras apareceram em pleno arque diziam “esse é o meu pequeno segredinho...”.

- Maldita! – gritou Happi

Continua...