Iron Mask escrita por Luisy Costa


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi galera, desculpas pelo atraso, mas se não fizer com calma posso cair com o nivel. Bem vou deixar vocês lerem em paz.



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 Acordei com uma conversa mal disfarçada, sem abrir os olhos voltei minha atenção para as vozes. Havia duas vozes, uma eu identifiquei como sendo a de Jasper. Já a outra era diferente, não parecia ser Emmett, Quil ou Paul.

-Ele pode ser muito perigoso.

-Tenho certeza que ele não está aqui para nos atacar. Ele tem ordens especificas para ajudar na proteção, não creio que ele vá romper com sua palavra.

-Não diga sandices Jasper. – exaltou-se o outro homem, pra logo voltar aos sussurros. - Ambos sabemos oque pessoas como ele são capazes. Estão do lado daquele que oferecer a maior contia, não se importam com a própria palavra.

 Segurei-me para permanecer quieta, mas esse homem estava me tirando do serio, questionar a minha palavra não é algo que uma pessoa em sã consciência deve fazer. Queria saber aonde isso iria terminar.

-Você não deve questiona-lo, se fosse pra se vender a quem oferecesse a maior quantia ele teria entregado o príncipe aos Volturi. Entendo sua preocupação, mas aqui dentro Iron é minha responsabilidade. – por alguns segundos não houve nenhum ruído, mas depois alguém começou a caminhar na minha direção. – Oque pensa que está fazendo?

 Ainda não sabia quem era a outra pessoa e também não sabia oque ele queria comigo. Podia sentir o movimento da sua mão acima do meu rosto, os mínimos ruídos que ele produzia ao cortar o ar. Ele estava perto demais para o meu gosto.

-Eu só quero saber oque ele esconde, vou ser bem rápido.

-Pare imediatamente com isso. Não quero que o incomode. – a pessoa se afastou, soltei o ar que nem percebi estar preso em meus pulmões. – Agora vá ajudar Quil e Paul na ronda por cima, quero você bem longe de Iron. Se ele descobrir que tentou tirar a máscara dele não irei me meter na confusão.

-Tudo bem Jasper, mas não fique acreditando que não vou tentar descobrir mais sobre ele.

 Os dois saíram ao mesmo tempo, quanto seus passos desapareceram no corredor pude me movimentar sem temer ser descoberta. Desde momento que chegamos aqui soube que haveria problemas, só não sabia que um cara obcecado iria tentar me desmascarar. Seja quem for que estava aqui com Jasper, definitivamente não gostava de mim. Essa pessoa pode ser o causador dos meus problemas, ele está disposto a expor oque escondo, porém ele não sabe que eu sei oque ele pretende fazer. A questão agora era descobrir quem estava aqui, as suas intenções e opiniões para comigo haviam sido mostradas e não seria um problema lidar com as suas ameaças.

 Muito relutantemente voltei a dormir, precisava ter as minhas forças renovadas. Horas depois acordei novamente, desse vez com os roncos de Quil e Paul, que rocavam tão alto que poderiam estar incomodando a família real. Dessa vez não voltei a dormir então decidi dar uma volta pelo jardim. O sol já brilhava no céu, provavelmente eram as horas do dia que sucediam o amanhecer, o jardim estava iluminado e as flores, que na noite anterior eram pequenos pontos em preto e branco e agora se mostravam em varias cores.

 Caminhei até a cachoeira e sentei na mesma pedra que a rainha ocupou, observei o jardim e reparei que um dos cantos do jardim estava separado por uma trilha de pedras. Aproximei-me do local, olhando de perto descobrir ser uma horta, alguns brotos enfeitavam a terra escura e fértil. Identifiquei algumas plantas, na maioria temperos.

 Fui até a cozinha procurar algo para comer, vasculhei as cavidades na rocha que serviam de prateleiras, mas tudo que encontrei foi um pote de frutas secas. Provei algumas frutas, poderia dizer que essas realmente não estavam boas, não me preocupei em sequer terminar de mastigar as pobres frutas sofredoras de assassinato culinário. Ao me virar peguei o príncipe me observando, ele estava tão compenetrado nas minhas costas que quando enfim percebeu que havia virado deu pulo.

-Desculpe-me Vossa Alteza, não quis assusta-lo.

-Você me assustou, mas não precisa se desculpar. Alias oque está fazendo aqui?

-Tentando engolir oque a ruiva prepara. – apontei para o pote com as frutas. – Digamos que a comida dela não é a mais apetitosa que já provei.

-Tanya é muito bonita, mas não é a melhor cozinheira que existe. – quem interessante, ele tratava a vaca ruiva por Tanya, fiquei impressionada com a intimidade. – As irmãs dela disseram que ela teve pouco tempo para aprender a cozinhar.

 Então ele a chama por Tanya e ainda a defende, esse já está comendo na mão da assassina culinária. Pra não demonstrar o ciúme que sentia concordei com a cabeça. Jamais deveria nutrir sentimentos por ele, afinal aos olhos do príncipe sou um homem. Sou o cara que não se importa com boas maneiras e que rir quando ele admite uma fraqueza, mas que compreende e escuta todas as suas lamurias e preocupações.

-Vou aproveitar que está aqui para lembra-lo de uma coisa. – ele esperou que por uma reação da minha parte, mas nada importante veio a minha cabeça. – Disse que iria me ensinar a esgrima, achei que poderíamos começar agora pela manhã. O procurei no dormitório, mas você não estava lá, pensei em vir procura-lo aqui.

 Havia me esquecido disso. Pelo menos haveria algo para fazer, poderia ensina-lo a lutar, torna-lo um grande guerreiro.

-Claro, mas antes temos que nos alimentar, não posso parar no meio da lição para calar seu monstro. Venha acho que dá pra comer essas aqui.

Ele fez uma careta, mas se aproximou e comeu as frutas daquele pote e do outro que busquei nas prateleiras. Mesmo tentando não consegui evitar comer a comida da ruiva. Conversamos um pouco antes de começar o treino para impedir que tivéssemos câimbra.

Logicamente escolhi o jardim como local de treinamento, o espaço era amplo o suficiente para ensina-lo algumas táticas. Antes de começar reparei que o príncipe não carregava ao menos um punhal, realmente esse garoto poderia morrer se ninguém o ajudasse, ele não levava consigo ao menos uma arma sequer. Um homem deve ter uma arma ao seu lado para sua defesa.

-Vá buscar sua espada.

 Ele não demorou em buscar a espada. Uma bela espada forjada em aço com o punho em ouro e prata, com a marca do brasão real. Estendi a mão para a espada e ele me entregou, maneei a arma pelo ar, sentindo a leveza e a suavidade com que ela cortava o ar, pelo menos ele possuía uma arma boa o suficiente. A devolvi e empunhei minha própria espada, a que havia herdado de meu pai. Quando meu irmão morreu um amigo dele veio pessoalmente devolver a espada para o meu pai, antes dele morrer, quando meu treinamento estava completo, Charlie me entregou a espada.

Flash Back On

-Bella venha aqui. – Charlie me gritou da sala. Imediatamente desci as escadas e me aproximei dele. – Você enfim está preparada, desde que começou com essa ideia de ser treinada espero o momento que enfim esteja pronta, e esse momento chegou. Entende oque estou falando Isabella?

-Não papai.

 Para mim ele não estava falando coisa com coisa, ultimamente Charlie vem tendo picos de insanidade, Renée, minha mãe, disse que ele está doente e a insanidade faz parte da doença.

-Isabella, minha doce Bella. Você decidiu aprender a lutar para defender a sua família, poderia ter escolhido procurar alguém rico para sustenta-la, mas você, minha doce filha, preferiu lutar ao invés de amar. Sabe que está sacrificando um futuro estável e feliz Bella?

-Sei papai, mas minha família é mais importante do que casar, ter filhos e uma vida estável e feliz. –muitas vezes tínhamos discutido essa questão, seria melhor evitar aborrece-lo agora com uma briga inútil. – Mas não é isso que o senhor que comigo papai, você não me chamou aqui para discutir isso mais uma vez. Estou certa?

-Certíssima, mais uma vez você não me decepcionou. A chamei para entregar isto. – ele pegou sua espada e estendeu-a na minha direção. – Pegue Isabella, você mostrou que está pronta, que merece empunhar está espada com o mesmo orgulho que um dia eu e Elliot a empunhamos. A partir de agora você é a responsável pela segurança da nossa família, prometa Isabella, prometa que irá cuidar de Renée e Renesmee quando partir desse mundo. Prometa que cuidará daqueles que ama.

-Prometo papai. As defenderei com todas as minhas forças, se preciso darei minha vida por aqueles que amo.

 Ele, de forma alguma, precisava me fazer prometer aquilo que faria sem sequer hesitar. Protege-las será a missão da minha vida, não importando de que forma eu o farei.

-Saia daqui agora, vá treinar um pouco, se acostume com o peso da espada.

-Sim papai.

 Sai imediatamente da sala, deixando que Charlie mergulhasse na insanidade em paz.

Flash Back Off

 Naquela mesma tarde Charlie morreu. Ele pareceu pressentir que precisava dar aquele último presente para mim. Deixei as lembranças de lado e voltei a me concentrar no presente.

-Primeira lição. Essa serve para a sua vida e não só para a esgrima. – chamei sua atenção, pois ele observava Tanya que estava indo para a cozinha. – Sempre carregue uma arma adicional, a espada está sempre visível, mas é fácil esconder facas e punhais em suas roupas. Mais vamos discutir isso mais tarde.

 Agora sua atenção estava na em mim. Era bom mesmo que ele não ficasse observando a vaca ruiva, ou ele veria o quão boa sou na hora de uma luta.

-Você precisa sentir a espada como uma extensão do seu braço. – disse enquanto manejava o braço em movimentos sutis e rápidos que acompanhavam o meu braço e pulso. – Descubra qual das suas mãos é mais confortável para elaborar os movimentos. Mantenha a perna esquerda atrás e nunca, de jeito nenhum, caia no chão.

 Com um golpe o desequilibrei e dando uma rasteira o derrubei no chão.

-Se você cair no chão concerteza irá morrer. – ofereci a mão para que ele se levanta-se, mas o arrogante recusou e levantou sozinho. – Esteja sempre alerta, nunca desvie o foco do seu oponente.

 As coisas não estavam começando bem, o príncipe sequer empunhava sua espada direito, os ombros estavam relaxados e a espada abaixo da altura da cabeça. Havia muito oque melhorar nele, não era uma questão só de ensina-lo a como manejar, ele teria que aprender a amar a sua arma.

-Está tudo errado.

-É isso que meus professores sempre diziam, mas não exatamente oque está errado.

-Comece pela sua postura, quando se está com uma espada na mão é preciso segura-la com confiança, demonstrando ao inimigo que você acredita que pode derrota-lo. Quando eu o vejo penso que não derramarei uma gota de suar para vencer a luta. – levantei seus ombros e ergui sua mão para que a arma pudesse provocar medo. – É preciso ter postura, seus ombros jamais devem estar para baixo e a mão que segura à arma sempre deve estar acima da cintura para que sua espada seja vista. Movimente seu braço, sinta a espada cortar o ar, a leveza dos movimentos e a sua aura funesta. Tem que conectar a sua espada, cada movimento deve fluir por seu corpo e refletir na espada.

-Você fala como se fosse fácil.

 Pode-se entender por que os professores dele desistiram, ele não se esforça nem um pouco para tentar progredir. Simplesmente diz que não é fácil. Também não é fácil fingir ser um homem, tendo que engrossar a voz e fazer todos os trejeitos masculinos, mas não desisti de tudo na primeira dificuldade. Não vou e nem quero desistir de ensina-lo.

-Nada na vida é fácil, mas não significa que você deve desistir antes de começar. Agora deixe de reclamação e vamos continuar. – me coloquei em posição de luta, antes de realmente lutarmos era preciso mostrar alguns golpes a ele. – Existe um truque para desarmar seu oponente no meio da luta, é simples, mas exige bastante habilidade. Faça com que a sua espada rodei a do seu inimigo bem perto da base, isso fará com que ela sai da mão dele, dando você uma chance de ganhar.

 Para mostrar como não era difícil utilizei o truque com ele, fazendo com sua espada caísse no chão. Ele ainda me olhava incrédulo do que tinha acabado de fazer. Precisaria de ajuda para mostra-lo algumas coisas, poderia pedir a Emmett ou Jasper.

-Agora venha aqui, quero que me ataque e que bloquei todos os meus movimentos.

-Não está falando serio, está?

-Claro que estou. Concentre-se, mantenha o foco na luta e esqueça qualquer outra coisa que exista fora da nossa luta. – ele se manteve imóvel, demonstrando que não faria oque pedi. Decidi mexer com o seu orgulho, sabendo muito bem que assim obteria resultado. – Imagine que sou aqueles homens que o sequestraram. E então oque você fará, vai deixar que o pegue novamente ou vai lutar contra mim?

 Não precisei de nenhuma resposta verbal, ele me atacou antes mesmo que desse um primeiro passo em sua direção. Seus olhos emitiam pura determinação. Os primeiros golpes foram um pouco impensados, executados no calor do momento, mas logo depois quando parei de desviar e comecei a ataca-lo ele ficou sem rumo. Tentava a todo custo desviar e bloquear dos golpes, o suor começando a brotar em sua testa denunciava que logo o príncipe se cansaria, todo o seu corpo começava a falhar a medida que tudo ficava mais intenso. Aproveite de um descuido dele e o derrubei no chão, apontando a espada para seu peito.

-Ganhei, levante-se e recomponha-se. – o príncipe estava soltando fumaça pelo nariz de tão irritado, ele se levantou e me encarou com os olhos cheios fúria. – Em uma luta de verdade seu inimigo não iria simplesmente cantar vitória. Ele enfiaria a espada em seu coração e cortaria a sua cabeça para levar de presente aos Volturi. Se quiser manter sua cabeça no pescoço é melhor que se empenhe mais no que está fazendo.

-Outra vez, quero tentar novamente.

 Fiz como ele mandou, mas novamente o ganhei. Lutamos mais algumas vezes, o príncipe perdeu em todas elas.  Depois de algum tempo uma plateia se formou a nossa volta, as princesas e suas acompanhantes, Emmett, Jasper e Quil. As garotas estavam observando tudo silenciosamente, mas os rapazes gritavam e incentivavam a luta.

-Vamos lá Alteza, acerte ele! – gritava Quil, mas ele parecia mais zombar do que incentivar o príncipe.

-Acabe com ele! – tinha certeza que Emmett não estava gritando para o príncipe.

-Não se matem! – era tudo que Jasper gritava.

 Seguimos por mais algumas rodadas antes de ambos cairmos exaustos no chão. Nenhuma luta tinha dado bom resultado para o príncipe, ele lutava para manter o orgulho. O mesmo para seus erros simples, ele focalizava meu corpo como alvo ao invés de prestar atenção no que fazia, em todas as vezes que o derrubei tudo oque ele fez foi se levantar com mais raiva do que da última vez. Em nenhum momento ele demonstrou verdadeira atenção nos movimentos que realizava.

-É preciso canalizar toda a raiva que existe e transformá-la em força, mas sem nunca se esquecer de realizar cada movimento com calma. Use a força da raiva, mas com a destreza da calma.

-É impossível fazer oque você está me pedindo, não se pode ter calma no meio da raiva. São sentimentos contrários um ao outro, de forma alguma alguém pode conciliá-los.

-Não é impossível, só é preciso treinamento.  Vamos tentar mais uma vez.

 Passamos o resto da manhã treinando, mas desisti de tentar colocar alguma coisa dentro daquela cabeça dura. Dispensei-o sem nenhuma cerimonia, logo me retirando do jardim. Encontrei com Emmett no dormitório, ele estava estirado em colchão com um sorriso bobo. Pensei em me retirar dali e procurar algum lugar para ficar, mas a curiosidade estava ficando maior que minha razão, afinal o sorriso dele denunciava que estava pensando em alguém muito especial.

-Emmett tem soldados italianos invadindo o esconderijo.

-Que bom.

 Agora tenho certeza que ele está pensando em alguém, deve estar tão distante que se realmente invadisse o esconderijo ele seria capturado.

-Capturaram Tanya. – nenhuma reação, pelo menos ele não gostava da vaca ruiva, mas agora teria que atirar para todos os lados. – Levaram a princesa Alice. – nada outra vez. – Capturaram a princesa Rosalie e estão ameaçando mata-la se você não aparecer.

-Quem ouça capturar a minha princesa? – disse logo se levantando e empunhando a espada.

-Ninguém, pode voltar a sonhar acordado com ela, só tome cuidado com o lugar que você escolhe para ficar aéreo. Poderia ser pego por outra pessoa, imagine ficar sonhando com a princesa e ser apanhado pelo príncipe?

 Ele ainda estava atordoado com a minha brincadeira, mas logo ele gargalhou, fazendo com que as paredes estremecessem. O acompanhei na gargalhada, só que a minha era rouca e não tão alta quanto à dele. Era verdadeiramente cômico o modo como ele poderia rir de si mesmo. Derrepente ele parou de rir e ficou serio novamente, me encarando sem nenhum sinal do bom humor que a pouco instantes o habitava.

-Prometa que não vai contar a ninguém o que sabe. Não que eu tenha medo daquele projeto de homem, mas é que não quero que Jasper saiba que estou apaixonado pela loira. Ele sempre disse para não nos envolvermos com as princesas e suas serviçais, se ele descobre que desobedeci a essa ordem viro um homem morto.

-Entendi Emmett, não se preocupe. Minha boca é um tumulo, se depender de mim Jasper jamais saberá que você está apaixonado pela princesa Rosalie.

 Para frisar que manteria segredo fiz questão de falar baixo a palavra apaixonado. Ele parecia estar apaixonado, os olhos brilhantes e o sorriso bobo o denunciavam, mesmo eu que o conhecia há tão pouco tempo pude perceber que havia algo diferente e especial acontecendo. Via aquele mesmo olhar nos olhos dos meus pais quando era pequena, anos antes da guerra, quando não existia sofrimento ou dor, quando vivíamos em paz.

-Vamos almoçar. – ele assentiu, mas parou e me olhou serio. Entendi exatamente oque ele queria falar com aquele olhar. – Não gosto da comida dela, mas não significa que vou morrer de fome por não comer. Prefiro morrer pela comida dela do que sem.

 Nós dirigimos a cozinha e apenas Tanya estava, ela me olhou de soslaio e voltou sua atenção para seja lá oque ela estava cozinhando, que tinha cheiro de meia suja. Um dia ela mataria um com esse projeto de refeição que prepara.

-Oque tem para almoço Tanya? – Emmett estava sendo corajoso, não me arriscaria sequer em saber oque Tanya misturava no caldeirão, quer dizer, na panela.

-O almoço ainda não está pronto, quero fazer algo especial para o príncipe. Ontem ele teve que comer a gororoba que sobrou do jantar, mas hoje ele vai comer alguma coisa boa. Aposto que você só serviu porcarias ao príncipe. – ela estava falando serio? A minha comida perto da dela parecia feita por cozinheiros reais.

-Claro Tanya, acho que o príncipe não gostou do meu assado de veado, ou do peixe e dos morangos defumados que preparei para não termos que parar. – naquele momento o ciúme que vinha sentindo dela com o príncipe falou mais alto do que a razão.

-Daria tudo para provar esse assado. – Emmett falou tão seriamente que me surpreendeu, esperava que risse e me chamasse de efeminado. – Diz, ficou bom?  Por que o dela não foi assim tão bom.

-Emmett! Você está ofendendo minha comida, e me ofendendo. Estou dando tudo de mim nessa maldita cozinha. Podia muito bem estar servindo a rainha, mas não, estou aqui alimentando você e esse bando de esfomeados!

 Não era mentira que Tanya ficava irritada quando falavam mal do que ela preparava, mas Emmett não pareceu estar assustado. Tanto que até sussurrou algo como “Sei bem que você dá tudo de si, mas não é só na cozinha.”

 Felizmente ela não escutou, mas não escondo que fiquei curiosa de saber qual seria a reação da ruiva.

 Não esperamos pela sopa, comemos pão e frutas secas. Seria bem melhor do que experimentar o novo veneno, digo receita, de Tanya. Estávamos saindo da cozinha e quis aproveitar para pedir um favor a Emmett.

-Emmett você poderia me levar aonde ficam os cavalos?

-Claro assim você pode aprender a vagar por aqui sem ajuda.

 Passamos pelo túnel que levava ao dormitório, fiz o mesmo caminho até a caverna principal e seguimos em frente pelo túnel de entrada. Depois de alguns minutos chegamos à entrada da caverna aonde os cavalos eram mantidos. Memorizei o caminho, lembrando que se continuasse pelo túnel chegaria a entrada do esconderijo.

 Assim que vi Durna sorri, ela fazia parte do meu dia-a-dia e ficar sem vê-la me dava uma sensação de vazio. Sempre soube que Durna era uma parte importante na minha vida, talvez por que é nela que coloco minha esperança. A cada vez que preciso levar o que ganhei para minha família Durna está presente, principalmente quando chego ao esconderijo e não posso retirar a máscara e chorar no colo da minha mãe e dizer o quando senti falta. São nesses momentos que Durna se transforma em minha melhor amiga, minha fiel escudeira e única companhia. Dizer que fiquei com preocupada por não estar ao seu seria pouco.

-Oi menina, como você está? – Durna se agradou com o carinho que fiz na sua crina. – Sentiu a minha falta? É claro que sentiu.

-Você vai precisar de ajuda para voltar? – Emmett perguntou, estava visível que ele queria me deixar em paz em um momento pessoal.

-Posso voltar sozinho.

-Tudo bem então, agente se vê mais tarde.

 Com isso ele deu as costas e voltou pelo mesmo caminho que veio. Agradeci mentalmente pelo tato de Emmett, ele era um gigante gentil.

-Agora que estamos sozinhas eu posso parar de falar daquele jeito. – olhei para o feno amontoado perto de Durna e sorri. – Acredite se quiser, mais oque você está comendo é bem melhor do que eu estou comendo. Tanya cozinha tão mal, que tenho certeza que um dia alguém morre por envenenamento, espero que não seja ela que prepare seu feno.

 Fiquei mais um pouco ali, conversando e brincando com Durna. Me deitei sobre o feno ao lado de Durna e ao poucos adormeci, um sono bem leve que logo foi interrompido pelo barulho de passos, não me preocupei em ser vista pois o corpo de Durna escondia a minha presença. A verdadeira surpresa foi quando Edward apareceu guiando Tanya pela cintura, ele a jogou em um monte feno se jogando por cima dela.

-Tem certeza que ninguém vai aparecer Vossa Alteza? – a ruiva nojenta falou com uma voz tão doce que até me enjoou.

-Não precisa se preocupar com nada, Quil me garantiu que eles só trazem água para os cavalos a noite, temos algumas horas livres aqui.

 Não podia acreditar que o príncipe realmente tinha um caso com a vaca ruiva, esperava um comportamento menos vulgar da parte dele. Ver oque estava vendo era de embrulhar o estomago, de forma alguma aquela cena era aceitável. O pior é que eu não sabia oque fazer, não tinha ideia se saia dali ou se permanecia escondida até eles irem embora.

-Vossa Alteza tem certeza? Podemos ir para um lugar mais discreto.

-Já disse para não se preocupar, ninguém vai nos interromper. – ele falava as palavras nos intervalos entre os beijos que distribuía pelo pescoço de Tanya. – Baby me chame de Edward, não gosto dessa formalidade.

-Claro.

 Ele a beijou, a sua mão passeava por todo o corpo dela e uma das pernas dela estava enganchada na cintura dele. Fechei meus olhos tentando ignorar a cena a minha frente, evitando também controlar a bile que dava sinais de querer sair do meu estomago. Para piorar a vaca começou a gemer, continuei com os olhos fechados. É nesses momentos que sinto saudades dos momentos horríveis que passei durante os últimos anos, seria bem melhor presenciar um esquartejamento do que esse agarramento. Mas infelizmente minha curiosidade estava sendo maior do que eu mesma, abrindo os olhos apenas um pouco vi o momento em que o príncipe colocou a mão por baixo da saia de Tanya. O calor que sentia em meu rosto e colo era o suficiente saber que estava completamente corada.

 A vergonha não durou muito tempo, logo foi substituída pelo ciúme.  Sentia uma vontade esmagadora de pular em cima de Tanya e tira-la dos braços de Edward, o ciúme já me consumia todo o meu corpo e a necessidade de separa-los se tornou maior do que a minha vergonha. Sem sequer tomar ciência do que estava fazia me levantei causando o máximo de barulho possível, fazendo com que Edward desse pulo.

-Iron, não sabia que você estava aqui. – o príncipe se levantou, seguido por Tanya que assim que ficou de pé começou a limpar o feno da roupa. – Eu quis ver Gantiro e Tanya se ofereceu para me trazer aqui, nós acabamos tropeçando e caindo aqui.

 Ele tentava se desculpar, parecia uma criança flagrada ao tentar pegar um doce antes de jantar, realmente patético da parte dele. Já a ruiva permanecia escondida atrás do príncipe limpando a roupa, seu rosto estava vermelho, mas não tanto quando o meu ao presenciar oque se passava há alguns segundos.

-Vossa Alteza não precisa se explicar para mim, não há nenhuma necessidade, entendo perfeitamente a sua situação. É compreensível que depois de algum tempo você tenha que se divertir de alguma forma, escolheu uma boa distração. 

 Olhei de esguelha para Tanya que tentava sair disfarçadamente da caverna, vendo que eu a estava olhando ela se apressou mais e sumiu pelo túnel. Olhei para o príncipe que mantinha a cabeça baixa, como um menino envergonhado. Queria que ele deixasse aquela postura envergonhada e se comportasse como deveria, se portando como um membro da realeza. Antes que pudesse dizer qualquer coisa ele começou a andar em direção da saída, corri para barrar sua passagem.

-Não há motivos para agir dessa forma Alteza. – ao pensar nas próximas palavras que iria dizer um bolo se formou em minha garganta, a raiva e o orgulho estavam tentando impedir o que falasse, mas seria preciso ser mais forte do que os meus sentimentos. – Levante a cabeça Alteza, não há ninguém decepcionado com você aqui. Fico até orgulhoso em ver que está encontrou alguém para se distrair, rapaz não há nada melhor do que uma mulher para tirar as preocupações da cabeça.

 Ele levantou a cabeça e sorriu, fazendo com que a preocupação que sentia desaparecer.

-Tanya não é tão importante para mim, não penso em ter algo com ela. Alice e Rosalie me avisaram que ela queria me laçar, mas isso não vai acontecer. Apenas deixo que ela acredite que está conseguindo oque deseja.

 Assenti, mas no fundo havia muita coisa que queria falar para ele. Posso não gostar de Tanya, mas oque ele está fazendo com ela é errado. Jogar com as emoções e ambições dela para conseguir oque ele quer, nunca revelando suas verdadeiras intenções. Seria hipocrisia dizer que nunca fiz isso, mas jamais utilizei esse tipo de artimanha com uma mulher, sem falar que me sentia diretamente atingida com as ações deles, poderia ser eu no lugar de Tanya, poderia ser eu a usada. Minha vontade era de coloca-lo no lugar dele e faze-lo entender que com os sentimentos de uma mulher não se brinca, mas evitei soltar sequer uma palavra que estava pensando, apenas assentia ao que ele falava.

 Assim que chegamos à caverna principal nos despedimos e ele seguiu seu caminho. Tomei o meu rumo, com a cabeça cheia pelos últimos acontecimentos. Mas, como se não bastasse ter que ver Edward e Tanya se agarrando e descobrir que além de arrogante o príncipe é um calhorda, ainda teria que enfrentar o homem que havia tentado tirar a minha máscara. Mesmo que ainda não o tivesse visto reconheci sua voz. Ele e Emmett vinham na minha direção. Pelo menos agora saberia quem era o futuro defunto.

Quando enfim o vi soube que teria dificuldades em derruba-lo. Ele era tão alto quanto Emmett, um pouco menos musculoso, com os mesmos cabelos curtos que Quil e Paul usavam. Eles não estavam sozinhos, tinha outro homem os acompanhando, mas ele se mantinha calado apenas ouvindo a conversando. Quando Emmett se deu conta da minha presença apressou o passo para me alcançar.

-Você conseguiu voltar sozinho. – ele olhou para trás antes de voltar a falar comigo. – Iron estes são Jacob e Sam, caras esse é Iron Mask, o guardião do pequeno príncipe.

 Jacob. Esse é o nome do defunto, que enrijeceu assim que me viu. Sam apenas acenou com a cabeça, logo percebendo o estado do seu amigo.

-Sabe Jacob, hoje pela manhã eu ouvi uma conversa muito interessante entre você e Jasper. Não gostei nada de ter tentando tirar a minha máscara, tenho certeza que se quisesse tira-la já o teria feito. – fui logo direto ao ponto, não queria ter que dar voltas até chegar aonde queria. Passei por coisas demais hoje para me importar com estratégias.

-Bem eu poderia não ter tentado desmascara-lo se não representasse ameaça, não posso confiar em alguém que esconde o próprio rosto.

-Não me importa oque você pensa, só quero que não tente nada como isso novamente. Não serei tão condescendente se essa situação voltar a se repetir.

 Sem dar chance para que ele respondesse continuei andando, passei por Emmett que tentava segurar uma risada e por Sam que permanecia calmo, como se não tivesse ameaçado Jacob a poucos segundos. Seria bom para ele aprender a não se meter comigo.

 Mesmo querendo voltar lá e soca-lo resistir à vontade e continuei andando, não sabia exatamente aonde iria ou que faria agora que estava presa debaixo da terra, mas tinha certeza que precisava de um pouco de ar fresco. Parei quando percebi que havia chegado ao jardim, olhando ao redor percebi que as princesas se encontravam ali junto a duas mulheres que deduzi serem as irmãs de Tanya. A rainha também estava presente, sentada no mesmo lugar perto da cachoeirinha. Seu olhar recaiu sobre mim e ela sorriu, mexendo as mãos indicando que queria que me aproximasse.

Caminhei lentamente até a rainha, a reverenciando quando estava próximo.

-Por favor, tente fazer isso o mínimo possível. Já me irritava quando estava naquele castelo cheio de gente, imagine aqui.

-Claro.

-Não é por isso que o chamei aqui. Minhas filhas me disseram que hoje pela manhã você tentou ensinar esgrima a Edward, gostaria de poder ter visto essa aula. – ela olhou para as princesas que faziam penteados em suas serviçais. – Elas ficaram muito animadas, geralmente não outra diversão que não seja fazer Irina e Kate de cobaias, mas hoje elas se animaram com a sua aula. Disseram-me que até tentou colocar alguns ensinamentos na cabeça de Edward.

-Prometi ao príncipe que o ensinaria, ele precisa aprender a se defender.

 A rainha assentiu e continuamos conversando. Ela me contou sobre como havia sido agoniante esperar a chegada do príncipe. Tive vontade de contar sobre o que ocorreu entre Edward e Tanya, mas algo em mim disse que seria decepcionante para a rainha, seria impossível decepciona-la. Em tantos aspectos ela me lembrava de minha mãe, tão amorosa e cuidadosa. Não poderia causar qualquer tipo de desapontamento a Esme. Ela começou a contar historias sobre as princesas e o príncipe quando eram crianças.

-... então ele saiu correndo por todo o castelo nu, gritando que era o rei do mundo. – gargalhei com a historia inusitada de quando o príncipe fugiu no meio do banho. – Quando nós o encontramos ele estava no alto de uma torre gritando nu.

-O príncipe aprontou muito quando pequeno.

-A verdade é que Edward nunca gostou de ser domado, isso está se refletindo na personalidade dele agora. – seus olhos marejaram e percebi que sua voz estava mais embargada. – Ele pensa que eu não sei sobre as mulheres que povoam a sua cama, pensa que não sei que fica se agarrando pelos cantos com Tanya.

 Surpreendi-me com a sua revelação, jamais pensei que ela soubesse sobre Tanya. Não podia esconder que o ciúme tinha voltado com força total ao saber que havia mais mulheres como Tanya na vida dele. Não tinha chegado a pensar que a situação que presenciei mais cedo já havia acontecido em outras ocasiões.

-Mamãe venha aqui, precisamos saber qual penteado ficou melhor. – a princesa Alice chamou pela rainha.

-Com licença, preciso ir antes que ela chame novamente.

 A rainha se afastou, indo em direção as princesas a fim de julgar os tais penteados.

 O fim da tarde já se anunciava tornando o ar mais frio, fazendo com que a família real voltasse para seus aposentos. Também deixei o jardim, precisava achar um lugar silencioso e discreto para poder pensar melhor. Infelizmente seria difícil encontrar tal lugar, já que aqui as pessoas parecem brotar do chão. Ficar com Durna estava fora de questão, seria impossível voltar naquela caverna hoje.  Caminhei sem rumo durante vários minutos, sem prestar atenção por onde ia.

 Acabei esbarrando em alguém e caindo no chão, Sam estendeu a mão para me ajudar. Aceitei sua ajuda de bom grado.

-Podemos conversar?

-Sim. – mesmo estando surpresa com a sua pergunta não havia motivo para negar a seu pedido.

-Só quero esclarecer minha posição quanto a sua presença aqui e oque está acontecendo entre você e Jacob. – ele olhou em meus olhos, talvez esperando que eu tivesse algo a dizer. Assim que percebeu que não havia nada que pudesse dizer retomou a falar. – Não estou de acordo com a sua permanência aqui, penso da mesma forma que Jacob, mas não quero ter uma desavença com você. Então prefiro ficar de fora de qualquer confusão que o envolva.

-O entendo perfeitamente, acho bom que venha expor sua posição quanto a minha presença. Seria bom se todos tivessem a mesma coragem para fazer oque você fez. Sei que estar mascarado dificulta que as pessoas confiem em mim. Agradeço por expor sua opinião.

-Não precisa agradecer, só quero deixar bem claro que não tenho nada contra você.

 Ficou bem claro para mim que ele na verdade estava dizendo que, se Jacob se metesse em uma briga comigo, ele não iria mover um musculo para ajuda-lo. Pelo menos alguém, além de Emmett e Jasper, estava me dando uma chance de mostrar que sou de confiança, antes de sair me julgando e tachando.

 Comecei a andar novamente, seguindo o caminho desconhecido que percorria, já que dei a conversa como acabada.

-Aonde você está indo?

-Não sei. – respondi com a verdade.

-Por ai só existem alguns tuneis e cavernas usados como deposito. – ela não sabia mais tinha me dado a localização do lugar que procurava.

-Então Sam é exatamente por aqui que vou seguir.

 Continuei andando e entrei na primeira caverna que encontrei, era pequena, mas servia muito bem . Recostei-me na parede dos fundos, estiquei as minhas pernas, que por pouco não ficaram para fora da caverna, e relaxei meu corpo. O fato de o chão ser duro tornava tudo um pouco desconfortável. Mesmo assim permaneci ali, precisava daquele local, precisava estar longe de todos para por meus pensamentos em ordem.

 Para começar a conversa que ouvi entre e Jacob e Jasper pela manhã e sua tentativa de me desmascarar. Depois as aulas de esgrima, quando tentei ensinar alguma coisa ao príncipe. Logo após a cena que presenciei entre Edward e Tanya e o ciúme enlouquecedor que me tomou. Um novo encontro com Jacob, dando chance para fazer uma simples ameaça. Minha conversa com a rainha, que devo admitir que tivesse sido a única parte agradável no meu dia, e para fechar com chave de ouro, Sam expondo sua opinião quanto a mim.

 Mas dentre todos esses acontecimentos oque mais me perturbava era o assunto Edward e Tanya. Naquele momento não questionei o motivo do ciúme, mas agora possuía bastante tempo para pensar na razão que me levou a sentir ciúme e não nojo. Testemunhar aquela cena com qualquer outra pessoa concerteza me daria nojo.

 Não sei bem oque me levou a reagir daquela forma, interromper oque eles estavam fazendo. Meu cérebro dava voltas por vários tipos de motivos, mas nenhum deles se encaixava com oque o procurava. Desistir das explicações logicas e óbvias e parti para as irracionais e menos óbvias. Topei com uma possibilidade, até cheguei a pensar melhor nela, mas decidi descarta-la antes que se tornasse plausível.

 Mesmo querendo ela não saiu da minha cabeça, se espalhando pelo meu corpo e sendo bem aceita aonde quer que chegasse, mas não podia ser verdade. Tinha renegado esse sentimento bobo quando decidi me tornar uma guerreira, não podia ser simplesmente tomada por ele.

 Eu não podia e não queria, mas sabia que era verdade. Estava irremediavelmente apaixonada por Edward.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, mandem uma review para dizer oque acharam e recomendem caso gostem da fic.

Leiam a minha ONE-SHOT: O Maior Desejo De Uma Egoísta http://www.fanfiction.com.br/historia/146846/O_Maior_Desejo_De_Uma_Egoista

Não prometo nada sobre a demora dos caps! Mas não me abandonem.

Kisses and Hugs!