POV SARAH

Eu não podia acreditar no que meus ouvidos ouviram. Aquelas palavras se repetiam na minha cabeça e mesmo que elas fossem ditas mais de mil vezes eu não acreditaria.

- O que diabos vocês estão fazendo aqui?! - o Sr. Malfoy perguntou como se tentasse me fazer esquecer as palavras que foram ditas há minutos atrás.

- O que a gente está fazendo aqui?! - perguntei fria - Estamos tentando saber quem são meus pais, o que acontecerão com eles e o porquê de eu ser abandonada - respondi fria olhando fixamente para o meu... “pai” - Acho que você pode responde-lás Sr. Zabini ou deveria dizer “papai”- disse irônica e seca.

- Acho melhor a gente sair daqui e deixar os dois a sós - ouvi o meu pai adotivo dizer e todos saíram exceto eu e o Blaise.

- O gato comeu sua língua? - perguntei sarcástica, já me irritando com aquele silencio.

- Você me lembra sua mãe - ele disse de repente.

- Por que você me abandonou quando eu ainda era um bebê? - perguntei buscando respostas.

- Eu sou um Zabini, sou de uma das famílias mais nobres do mundo mágico, Héstia também era de uma família nobre, mas ainda sim era filha de um nascido trouxa e de uma traidora do sangue, o que a fazia ser uma mestiça - ele disse e eu fiquei com mais raiva ainda.

- Então é por isso que abandonou  minha mãe e eu?! Só por não sermos sangue puro - falei ultrajada me perguntando como minha mãe pode ter amado um homem preconceituoso sem escrúpulos.

- Não claro que não, eu na época estava com casamento marcado e se aparecesse com um bebê e dissesse que era minha filha, já imaginou o que aconteceria com o sobrenome Zabini - ele falou e eu fiquei com mais raiva ainda.

- Um sobrenome é mais importante que sua filha e a mulher que eu pensava que meu pai amava - falei fria com menção de ir embora dali, mas o Blaise segurou meu braço me forçando a olhar nos seus olhos.

- Eu sempre amei a sua mãe e me odiei quando fiz aquela escolha só por medo do que os outros achariam, eu não sabia de você e quando soube me odiei por ter abandonado a mulher que eu mais amei na vida quando mais precisava de mim - ele falou e eu abaixei um pouco a guarda - Quando eu soube de você admito que por um momento te odiei por ter tirado a mulher que eu amo de mim, mas eu não consegui odiar por muito tempo afinal você era minha filha e me lembrava muito ela. Harry e a Gina quando souberam que eu ia te dar para a adoção te adotaram e eu implorei a eles que não dissesse de mim e sua mãe eu queria dizer isso eu mesmo, mas o tempo foi passando e você crescendo, eu não queria te contar por motivo de medo, medo de que você me rejeitasse medo de não ser o pai que você sempre quis - ele falou e eu fechei meus olhos respirando fundo.

- Medo, sempre presente para você não é - falei baixo e ele me olhou confuso - não é a toa que não foi para Glifinória afinal lá as pessoas são ao menos um pouco corajosos - disse de repente - Eu duvido que você amou um dia minha mãe, com certeza ela só foi uma na sua listinha, porque se você amasse não a abandonaria e desprezasse - disse e fui tentar ir embora dali.

- Tome isso e tenho certeza que acreditará no meu amor por sua mãe e por você depois disso - ele me entregou um frasco que continha um liquido prateado, eu não respondi nada apenas foi na direção da cozinha e quando abri a porta algo me abraçou fortemente não gritei, pois percebi que o ser era um pouco mais baixa que eu e ruiva, vocês obviamente já sabem quem é a doida.

- Sarah você está legal? - a Jenny perguntou preocupada ainda abraçada comigo.

- Sim, mas não por muito tempo se você continuar abraçada comigo desse jeito - disse um pouco sem ar e a Jenny me soltou rapidamente dando um sorriso nervoso.

 - Tinha que ter genes de uma Weasley - o Draco disse e recebeu um tapa na cabeça da Astoria e um olhar fulminante da Gina e do Harry.

- Eu tenho que ver um negócio no porão - falei e desci uma escada que tinha num lado da cozinha e fechei a porta para ninguém abrir sem eu perceber. Andei lentamente até a penseira e joguei o liquido que continha dentro do frasco que o meu “pai” me deu, eu dei um breve suspiro e coloquei minha cabeça dentro na penseira.

A primeira lembrança era em Hogwarts, no Salão Principal eu podia ver um menino parecido com o Nate e o Scorpius que julguei ser o Draco, uma menina morena parecida com a Alex só que essa menina tinha uma expressão fria e não alegre como a da Alex olhando melhor para  a menina pude perceber era Pansy e no lado da Pansy tinha um menino um pouco parecido com Brandon então percebi que era o Blaise. Os três estvam sentados juntos e olhando para uma direção, quando olhei na mesma direção vi uma menina de aproximadamente 16 anos idêntica a mim que pelo olhar curioso do meu “pai” e ansioso do Draco julguei ser minha mãe. Ela estava junto das crianças de 11 anos esperando ser chamada para frente.

- Black, Héstia - a professora Minerva a chamou e ela foi dando um sorriso nervoso e se sentou no pequeno banquinho e a Professora Minerva colocou o Chapéu Seletor.

- SONSERINA - o Chapéu Seletor gritou e muitos aplausos da mesa da Sonserina foram ouvidos, minha mãe foi andando até a mesa um pouco encabulada com todo aquela atenção, ela se sentou próxima ao Draco, Blaise e Pansy e de uma menina loira que eu logo percebi ser Astoria.

- Parabéns priminha - Draco disse contente e me surpreendi por ele estar falando com alguém de igual para igual.

- Obrigada - minha mãe falou meio desconcertada afinal todos a olhavam com curiosidade.

- Prazer sou Astoria Greengrass - Astoria se apresentou a minha mãe sorridente.

- Héstia Black, prazer - minha mãe se apresentou sorrindo também - E quem são vocês? - minha mãe perguntou a Pansy que deu um sorriso falso e ao Blaise que sorriu torto.

- Pansy Parkinson - Pansy falou que pelo que pude perceber um pouco arrogante.

- Blaise Zabini - Blaise se apresentou dando um beijo na mão da minha mãe e deu um sorriso sedutor, Héstia corou um pouco com isso.

A segunda lembrança era meu pai e minha mãe se beijando.

A terceira lembrança era meu pai e Draco conversando sobre um assunto eu me aproximei deles para saber o que conversavam, eles aparentavam ter uns 24 anos.

- Eu tenho que fazer isso Draco - meu pai falou e Draco revirou os olhos.

- Só por causa da vadia da sua mãe? - o Draco perguntou surpreso e meu pai ficou um pouco irritado.

- Não chame minha mãe de vadia - meu pai disse irritado.

- Ela jogou um Cruciatus na Héstia só por ela ser uma mestiça e sua namorada, então eu acho que sua mãe é uma vadia - o Draco falou ignorando o tom do meu pai e eu tive que concordar minha avó é mesmo uma vadia.

- Minha mãe é só um pouco preconceituosa - meu pai falou tentando defender a minha avó que nem conheço e já não fui com a cara.

- Um pouco?! - Draco perguntou abismado.

- Essa é minha ultima resposta Draco, eu vou terminar com a Héstia e me casar com a Romilda - meu ppai falou ignorando o que Draco disse e terminando o assunto.

- Espero que você não se arrependa - o Draco falou e foi embora.

A quarta lembrança era com minha mãe ouvindo meu pai.

- Eu te amo, mas a gente tem que terminar - meu pai disse e minha mãe o olhou confusa.

- É tudo por causa da sua mãe não é? - ela perguntou serena.

- Não é só por causa de minha mãe, eu tenho que me casar com Romilda e honrar o sobrenome Zabini - meu pai respondeu.

- Seu sobrenome é mais importante que eu para você? - minha mãe perguntou chorando.

- Não, só acho que você nunca será feliz comigo - ele respondeu e eu franzi o cenho, meu pai não falou nada sobre deixar minha mãe para a felicidade dela.

- Só porque seu padrasto matou minha irmã não significa que eu serei infeliz - minha mãe disse e eu me senti como tivessem jogado um balde de água fria em mim, quer dizer, por que ninguém me disse que o padrasto do meu pai matou a irmã da minha mãe?! 

- Sua mãe já está cortando laços com você só por ser minha namorada, imagine se for algo a mais - ele disse ele beijou a testa da minha mãe que já chorava - eu te amo - ele sussurrou quando já estava um pouco longe da minha mãe. Eu que estava perto da minha mãe vi ela colocar a mão na barriga e dar um sorriso.

- Tudo vai ficar bem querida - ela sussurrou.

A quinta lembrança era com meu pai e uma mulher muito bonita com cabelos pretos longos e olhos verdes com vestido de noiva, então percebi que estávamos num casamento.

- Vá atrás dela Blaise - a mulher disse sorrindo e o Blaise deu um sorriso.

- Obrigado Romilda - Blaise falou e começou a correr para fora da igreja.

A sexta lembrança era a casa de Andrômeda que minha mãe estava deitada dormindo e Andrômeda segurando um bebe que obviamente era eu, meu pai abriu a porta.

- Héstia?O que aconteceu? - meu pai perguntou confuso perto da minha mãe.

- Ela morreu no parto - Andrômeda disse e eu percebi que minha mãe não estava dormindo e sim morta.

- Não pode ser - meu pai falou deixando uma lagrima cair.

- Essa é sua filha - Andrômeda falou entregando eu bebê para o Blaise - Eu não posso ficar com o monstro que mato minha própria filha - ela falou olhando para mim com nojo. Você deve achar que com isso eu ia chorar né?! Mas não, eu quero é só xingar essa mal amada, quer dizer, que culpa eu tenho da minha mãe morrer no meu parto? Vai te catar essa mal amada que culpa todos pelas mortes das filhas.

- Vai com Merlin e não volta nunca mais - falei quando ela saiu do quarto mesmo sabendo que não me ouviriam.

- Sabe pequena eu bem que poderia te odiar, mas por que será que não consigo? - meu pai perguntou.

A sexta lembrança era na mansão Potter, Gina estava grávida, Harry estava no lado de Gina e Blaise estava comigo no colo.

- Você tem certeza que não que criar ela? - o Harry perguntou ao meu pai que me entregou para ele.

- Tenho, se eu assumir a Sarah pro mundo mágico inteiro, minha mãe me mata e mata ela junto - o meu pai falou.

- Você esta exagerando - o Harry falou ainda me segurando.

- Harry, ele tá falando serio - Gina disse e tanto eu e o Harry engolimos em seco, essa mulher deve ser satânica.

- Então Sarah é o nome dela? - o Harry falou se recompondo.

- É, esse é o nome que a Héstia sempre sonhou em dar a sua filha - o meu pai respondeu.

A sétima lembrança era na estação de trem e estavam lá Blaise, Pansy, Draco e Astoria esperando alguém percebi que els estavam um pouco mais velhos que nas ultimas lembbranças, me perguntei em que ano estávamos e essa pergunta foi respondida quando vi eu, Nate, James, Alex, Jenny, Louis e Fred descendo do expresso só que com aproximadamente 11 anos.

- Mamãe - a Alex gritou indo abraçar a mãe.

- Então querida fez muitos amigos? - a Pansy perguntou carinhosa. Fin almente a Pansy que eu conheço.

- Sim, são esses, menos o Potter - a Alex falou e o James fechou a cara.

- Você é amiga de dois Weasley’s e uma Potter? - a Pansy perguntou.

- Melhor amiga - a Alex disse e a Pansy soltou um gemido de desgosto, esse gesto se repetiria varias vezes, a Pansy nunca se acostumou do fato de sua filha ser melhor amiga de dois delinqüentes juvenis como ela chamava a Jenny e o Fred. O Blaise estava olhando atentamente para mim que olhava para Pansy e Alex sorrindo.

- Vocês devem ser Louis, Fred, James e Jennifer, certo? - a Astoria falou apontando para meus “irmãos” e “primos”, a Jenny qundo ouviu o nome dela fez uma careta engraçada.

- Jenny - corrigiu a jenny.

- E você seria? - a Astoria me perguntou.

- Sarah Black - eu falei.

- A então você seria a filha da... - a Astoria ia dizendo, mas o meu pai tampa a boca dela.

- Começando a falar demais - ele disse e soltou a boca.

As lembranças seguintes passavam rápidas, mas eu consegui entende-lás, aquelas lembranças eram todos nossos encontros.

Eu tirei a cabeça da penseira, e depois disso entendi varias coisas, naquele momento eu precisava pensar um pouco para colocar tudo no lugar e entender minha nova vida.

- Sarah? - ouvi o Louis sussurrar o meu nome atrás de mim, eu virei para ele e o abracei chorando, finalmente colocando tudo para fora.

As vezes eu preferia nunca saber o que realmente aconteceu, sabe?! Pensar que muitos queriam meu nascimento e não descobrir que minhas duas avós me odiavam e me culpavam por coisas que eu nem fazia idéia. Mas eu estou feliz em saber quem são meu pais e saber que os dois me amam e isso é tudo que importa.