2 meses e meio depois...

Estava agora com três meses e meio e estava na estrada rumo a Seatle, esse caminho ficaria cada vez mais constante para mim. Jake estava ausente fazia três dias, mas realmente seu fluxo de viagens havia diminuído.

O JPS do meu carro estava dando problemas e Jasper havia pedido para eu ir a sua outra clínica onde eu não sabia o caminho.

Fui seguindo o caminho que o marcador mostrava e quando menos percebi estava no meio de uma favela.

-Droga! Agora você parou de pegar. –Fiquei irada por isso ter acontecido.

Comecei a zanzar por lá, mesmo sabendo que era perigoso, para achar a saída para a cidade.

Avistei a minha frente um carro igual ao prata de Jacob e quando olhei a placa, tamanha foi a surpresa. Era o dele. Deveriam ter roubado. Fiquei em pânico.

Ele estava devagar e um cara com uma arma e encapuzado gritou para ele em cima de um barraco.

-Ei Jacob. Deu as caras novamente por aqui.

-É. Meu irmão pediu ara eu dar uma conferida nas cargas, mas preciso ir logo. –Era a voz de Jacob. E que cargas eram aquela?

Limpei as lágrimas que teimavam em cair de meu rosto. Já estava aqui, fazia questão de ver até o fim, mesmo sabendo que era arriscado demais para mim e meu filho. Nosso filho, meu e de Jacob.

Estava impressionada de como ainda não haviam me visto, afinal meu carro chamava atenção. Deveriam ter suposto que era mais um filhinho de papai viciado que estava ali atrás de drogas.

Vi Jacob descer do carro e entrar em um barraco de dois andares. Não perdi tempo e pulei do carro para “acompanhá-lo”.

Não tinha ninguém na porta do barraco e nem dentro, estranhei. Duas vozes vinham do segundo andar.

-Vocês estão dando muita vaza. –Dizia a voz de Jake com raiva. –Foram pegos enquanto transportavam a cocaína três vezes nesse mês.

-Desculpa Black, mas posso garantir que enquanto seu irmão tomava conta dessa “boca” tudo era mais relax. Ele raramente brigava com “nóis” por causa da bagaça.

-Eu sei, mas agora eu tomo conta daqui. Meu irmão foi expandir os negócios. Não sabe como me arrependo de ter entrado nessa para ajudar ele.

-Olha chefe, a parte boa é que o ecstazy chegou certinho em Ibizza.

Não podia acreditar, Jacob era TRAFICANTE.

A palavra ecoou em minha cabeça e quando vi a estava pronunciando em voz alta. Jacob e o outro rapaz me olharam assustados.

-Bella... –Não dei tempo de ele responder.

Fui descer as escadas correndo, tropecei em minhas sandálias e senti a pancada de meu corpo caindo no chão. Apaguei.

Sonhei mais uma vez com a garotinha que parecia eu e Edward e ele estava atrás de mim me abraçando.

Abri meus olhos o teto era branco, era a segunda vez que eu passava por isso de estar em um hospital.

Lembrei-me de tudo o que vi e senti uma mão quentinha sobre a minha. Só esperava que não fosse de Jacob. Olhei e vi Edward me observando com olhos ansiosos.

Impulsivamente levei minhas mãos para meu ventre e me senti vazia. Ninguém precisava me contar o que havia acontecido. Eu tinha perdido meu filho por causa de um canhalha que eu pensava que fosse diferente, mas me enganei.

Só percebi que estava chorando quando Edward me abraçou e afagou meus cabelos.

-Calma Bella. Seus pais foram na cantina, foi um terrível acidente depois da tentantiva de assalto. –Tentativa de assalto?

-A quanto tempo estou aqui Edward? –perguntei com a voz embargada por mais lágrimas.

-Tudo aconteceu fazem dois dias.

-Onde está Jacob ou Taylor? –Edward enrijeceu, será que os haviam pegado?

-Taylor está viajando e Jacob não para de chorar a um segundo e está na sala de espera. Mandei ele se afastar de você já que murmurava enquanto dormia “Jacob eu te odeio” com um profundo ódio na voz. Aconteceu algo grave Bella, eu sei posso sentir. Mas quando você quiser falar algo, estarei aqui para te escutar. –Meus olhos encheram de lágrimas, mas pude perceber que ele vestia um jaleco branco.

-Obrigada. E vejo que voltou a profissão. –Sorri fraco, eu ficava feliz por ele.

-Tudo por você Bella. Minha doce Bella. –não agüentei e chorei lembrando que não teria mais minha amiga e psicóloga para conversar.

Adormeci e acordei com um soluço baixo que me fez arrepiar até o último fio de cabelo. Quando Jacob percebeu que eu estava acordada, levantou a cabeça e me olhou.

-Desculpe! Me desculpa Bella, eu fui um burro.

-Não, você não foi um burro. –Ele me olhou surpreso tanto por minhas palavras quanto por minha voz que estava em um tom frio. –Você é um crápula, um idiota, um FDP por quem eu nunca deveria ter me apaixonado. Monstro, você me fez de idiota todos esses anos enquanto falava que ia viajar, cheguei até pensar que era uma amante mas logo em seguida descartei a hipótese. Te odeio. Te odeio do fundo da minha alma. Você matou mais um pedaço da minha alma, aquele que pensei que você tinha me ajudado a recuperá-lo.VOCÊ MATOU O MEU AMOR POR VOCÊ. O NOSSO FILHO. O MEU FILHO. O MEU FILHO.

A enfermeira entrou correndo na sala enquanto eu me debulhava em lágrimas e via Jacob com os olhos parecendo um dilúvio. Pronunciei aquelas palavras com o intuito de feri-lo e acho que havia surtido efeito.

Apaguei com o sedativo que haviam aplicado em mim.

Quando acordei olhei pela janela e constatei que era noite, minha mãe estava cochilando em uma poltrona perto da minha cama.

Não queria acordá-la, apertei o botão para a enfermeira ir até meu quarto e ela não demorou a chegar.

-Pois não Srta. Swan? Está se sentindo melhor? Chamarei o Dr. Cullen para vir te examinar.

-Obrigado. –Minha voz saiu rouca por causa da sede. –Poderia me dar água.

Ela me estendeu um copo com água e depois saiu para chamar Edward, nesse meio tempo minha mãe acordou e veio se aproximando da cama.

-Bella. –Me abraçou e senti forte sinais de emoção em sua voz. -Eu sinto tanto pelo o que aconteceu.

-Eu também mãe. Eu também. –Meu sussurro foi abafado pela entrada de Edward no meu quarto não somente com o jaleco branco mas também com um buquê de rosas vermelhas. Sorriu assim que me viu.

Ele sabia como me fazer bem, sabia a fórmula correta para acalmar meus ânimos. E Eu amava isso. Ou seria ele?!

-Trouxe flores para outra flor. –Sorri com o trocadilho. –Vejo que está um pouco mais corada, isso é bom. Iremos fazer alguns exames e caso você esteja bem amanhã de manhã te darei alta.

-Obrigada. Queria te perguntar algo.

-Pode perguntar. –Ele sorriu me encorajando.

-Ainda posso engravidar normalmente? A raspagem não afetou nada?

-Já fizemos os exames e posso te garantir que você está normal, mas como médica sabe que se você quiser engravidar novamente terá de esperar daqui dois meses.

-Sim. E não pretendo engravidar daqui dois meses. –O clima no meu quarto ficou pesado.

Minha mãe estava calada e via na suas feições sua tristeza, porém passou a noite comigo e disse que quando Edward ficou sabendo que eu havia tido a crise nervosa por causa de Jacob o expulsou praticamente aos pontapés.

Enquanto dormia, havia sido transferida para o hospital de Port Angeles. Jasper também foi ver e dar seu ok como meu médico.

Como Edward havia falado, no outro dia de manhã recebi alta e ele próprio me levou para casa no seu novo volvo.

Fui pensando o caminho todo de como estive enganada a respeito de Jacob e de como Edward era um amor de pessoa comigo. Eu não podia estar me encantando por ele, isso não era certo.

-Bella, chegamos. –Fui tirada de meus devaneios por Edward, que estava com um sorriso acolhedor no rosto.

-Ah, ok. –Sorri para ele também.

Ele me abraçou pelos ombros e me guiou até meu apartamento, quem nos via pensava que éramos namorados.