Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 37
Ei, vocês!


Notas iniciais do capítulo

Mais um novinho.



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- Oh, paaaaai! – Exclamou Mariana depois de alguns minutos de silêncio – Eu estou com sono!

Mariana segurou o braço de Ares e começou a puxá-lo para baixo, como ele sempre faz. O Deus da guerra teve que se manter firme para continuar dirigindo.

- Para com isso, droga! – Reclamou ele jogando Mariana para o lado.

- Ai! Não reclama comigo! – Reclamou ela batendo em seu braço.

- Para com isso, antes que eu te dê uma surra! – Reclamou Ares irritado.

Natália e Bia reviravam os olhos. Elas duas estavam cansadas de ficarem sentadas naquele banco de carro, só ouvindo a briga de Ares e Mariana o tempo todo.

- Ainda não acredito que ele fez isso. – Murmurou Bia indignada – Agora eles são os traidores.

- Não é justo mesmo. – Confirmou Natália igualmente irritada.

- O mundo não é justo, garota. – Respondeu Ares ouvindo a conversa.

- Não quer dizer que você possa piorar isso! – Reclamou Bia – Nossos amigos agora são traidores que vão ficar exilados para sempre!

- Puxa! Eu estou tão triste que a cabeça de vento vai ficar no exílio com a sem noção e o esquizofrênico! – Exclamou Ares em sarcasmo, mas estava tentando não rir - Eles mais que mereceram.

- Você ajudou eles antes! – Protestou Natália – Era você que guiava o grupo deles.

- Cara... Amanda e Nina são duas inúteis! – Exclamou Mariana – Amanda não fez droga nenhuma. Nina foge das brigas. E depois disso tudo elas ainda querem dizer para nós que vão ganhar. Bem feito mesmo. Agora está mais do que na cara quem são os vencedores.

- Não foi você que tinha dito que a Amanda te salvou no trilho do trem? Ou que a Nina podia ser útil? – Perguntou Bia cruzando os braços.

Mariana virou-se, abriu a boca pronta para negar, mas não conseguiu. O que mais a irritava é que em parte era verdade mesmo, mas nunca admitiria isso. Não em voz alta.

A filha de Ares negou com a cabeça e voltou ao seu lugar. Bia e Natália ainda queriam parar naquele exato momento e irem ajudar seus amigos, mas nunca conseguiriam com Ares dirigindo.

- Uhm... Talvez perto daquele porto... – Murmurou Ares pensativo.

- Se você acha que eu vou pedir ajuda ao meu pai, pode esquecer. – Disse Natália irritada.

- Se não pedir, vão perder. – Rebateu Ares com pouca paciência.

- Se é para ganhar do seu jeito, eu prefiro perder mesmo. – Disse Natália. Ares apertou o volante com fúria, mas controlou-se.

- Então não vamos para o porto. Não precisamos da sua ajuda mesmo. – Disse Ares dando de ombros. Ele olhou para o outro lado e viu mais algumas bibliotecas, mas antes que ele abrisse a boca para falar alguma coisa, Bia o interrompeu.

- Minha mãe também não vai ajudar. Não vou pedir ajuda. – Disse Bia também cruzando os braços.

- Escutem aqui...! – Ares virou-se para trás com raiva – Deixem de agir como perdedoras, e pensem direito. Eles teriam feito a mesma coisa com vocês se tivessem a chance! São inimigos!

- Isso não é uma guerra! – Reclamou Natália.

- E eles não fariam isso com a gente! – Bia parou para pensar – Tá bom. O Rodrigo sim, mas a Nina e a Amanda não o deixariam!

- Foquem o mais importante! Ganhar! – Exclamou ele com raiva.

- Não queremos mais ganhar! – Reclamou Bia – Eu não quero mais procurar ninguém! Quero voltar agora mesmo para o Acampamento e protegê-lo dos ataques de Cronos juntos dos meus irmãos!

- Isso mesmo. – Confirmou Natália. Ares freou o carro de repente, e elas chocaram-se com os bancos na sua frente. O Deus da guerra olhou para trás.

- Ótimo. Não querem ajudar, então não ajudem. Se é para ficar carregando duas incompetentes, acho melhor deixar vocês voltar logo ao seu precioso Acampamento. – Disse ele abrindo as portas do carro.

Natália e Bia olharam para Mariana.

- Você vem com a gente? – Perguntou Natália abrindo a porta.

- Claro que não, suas manes! Eu ainda me importo com a vitória, pelo menos. Não vou desistir agora que já está tudo feito. – Disse ela – Entendam... Já acabou. Eles já são os traidores. Agora só falta nós ganharmos.

- Espero que perca. – Disse Bia saindo do carro. As duas bateram a porta com força, mas Ares não ligou. Ele acelerou e deixou-as para trás.

- Idiotas... – Murmurou Bia parando na calçada. Ela olhou para Natália, que fitava o carro desaparecer na cidade – Você acha que o seu pai nos dá uma carona até o Acampamento?

- Uhm... Acho que sim. – Confirmou ela.

As duas andaram até um porto que tinha por lá. Elas não tinha certeza de qual cidade era aquela, mas aquilo não importava mais. A única coisa que queriam era voltar ao Acampamento Meio-Sangue antes que mais alguma coisa desse errado.

Quando chegaram ao tal porto, viram que tinha milhares de barcos e navios parados em fileira na água em um deck. O piso de madeira parecia completamente molhado, mas isso não incomodou Natália.

Ela olhou em volta, procurando qualquer coisa que mostrasse que seu pai estivesse ali.

- Olha aquele barco ali. – Disse Bia apontando para um veleiro branco e bonito, que na lateral tinha escrito “Deus do mar” – Acho que aquilo é um sinal de Poseidon.

- É, pode ser. Ninguém é normal nesse mundo mesmo, então... – Natália deu de ombros e as duas foram até o barco. Por incrível que pareça, lá estava Poseidon. Ele sorriu quando viu as duas garotas chegarem perto dele.

- Ei! Ainda bem que vieram. – Disse ele com um sorriso, que logo depois desapareceu quando viu que as duas não pareciam nada felizes – Ah, sim. Tinha esquecido que acabaram de brigar com Ares.

- Você sabe disso? – Perguntou Bia surpresa.

- Aham. Mas também não é muito difícil adivinhar. Todo mundo briga com Ares. – Comentou Poseidon tentando não rir – Ok. Ok. Subam no barco, e eu levo vocês de volta ao acampamento.

Elas duas subiram e sentaram-se em um banco comprido que tinha no barco. Poseidon virou-o rapidamente, e em poucos segundos eles já estavam em alto mar.

- Sabem... – Poseindo mantinha seus olhos fixos no mar, mas continuava falando com elas – Tudo bem que Hermes tem seus truques, mas acho que a vingança de Ares foi um pouco exagerada mesmo.

- Que bom que alguém concorda com a gente. – Disse Natália – Agora eles três são traidores. Lindo. Humpf.

- Dá para imaginar isso? – Perguntou Bia olhando para o chão – O exílio... Quer dizer que eles nunca mais vão voltar para nós. Nunca mais vamos ver a Nina, a Amanda nem o Rodrigo.

Houve um momento de silêncio.

- Não dêem tanta importância para isso. – Disse Poseidon – Nem sempre as profecias tem um sentido literal.

- Você consegue ver outro significado para “Os três traidores no exílio se perderão”? – Perguntou Natália esperançosa. Poseidon olhou para ela com um sorriso, e por um segundo ela achou que talvez seus amigos não estivessem perdidos.

- Ahm... Não. Sinto muito. – Disse ele encolhendo os ombros – Mas mesmo assim eles ainda podem ter alguma salvação.

- Assim esperamos. – Comentou Bia em um suspiro. Ela olhou para o horizonte e se tocou de uma coisa – E se... Os meio-sangues também estiverem no exílio?

- O que? – Perguntou Natália curiosa.

- E se eles estiverem sobre o controle de Cronos? Pense bem. A missão foi dada aos 12 filhos mais poderosos dos olimpianos. Com nós 12 fora do Acampamento, partindo para um busca perdida que Cronos sabe que nós nunca vamos conseguir completar, ele estaria livre com seus exércitos para atacar o Acampamento.

Natália arregalou os olhos ao se tocar do sentido que aquilo fazia.

- Não tinha parado para pensar nisso. – Disse ela surpresa.

- Por isso é bom ter filhos de Atena no grupo. Eles ficam encarregados de pensarem nas partes mais difíceis do plano. – Disse Poseidon rindo – O que quer fazer agora, Bia?

- Nós temos que ir direto para o Acampamento Meio-sangue. E se ele estiver mesmo sobre ataque, nós temos que alertar aos outros. – Disse Bia determinada.

Natália assentiu, e Poseidon soltou um suspiro.

- Os problemas de vocês vão um pouco além disso... – Comentou ele.

- O que quer dizer? – Perguntou Bia sem entender.

- Vocês podem chamar seus amigos sem problema. Mas... Acham mesmo que todos eles vão ouvir vocês e esquecerem a missão facilmente? – Perguntou ele.

- Por que não? – Perguntou Natália sem ver problema naquilo – Nós contamos para eles, e...

- Vão pensar que é um truque para que nós saiamos na frente. – Disse Bia interrompendo Natália. A filha de Atena olhou para Poseidon com certo desconforto – Mas nós temos que fazer alguma coisa! Mesmo que eles não acreditem...

- Ares tinha razão quando disse que vocês estavam uns contra os outros. – Disse o Deus do mar em um tom triste – A cisão dividiu vocês mais do que pensam. Mas com o movimento certo... Pode ser possível reverter esse quadro.

Bia ficou muda. Não tinha nada para falar, mas tinha muito o que pensar. Era impressão dela ou Poseidon tinha acabado de dar uma pista do que ela tinha que fazer?

Ela olhou para Natália, que encarava seu pai sem entender nada, e desejou por um momento que ela pudesse voltar no passado para impedir Rodrigo de fazer a besteira de ir ao sótão.

Não queria ter partido em uma missão tão ridícula quanto essas, brigado com seus amigos, para no final descobrir que Cronos estava só brincando com eles.

Nada daquilo valera realmente a pena.

Eles três ficaram em silêncio, enquanto o barco ia direto para o Acampamento Meio-Sangue, cada qual imaginando para onde seus amigos teriam ido.

- Estou cansada. – Disse Flávia já com seus pés doendo. Ela e o resto do grupo tinha andado por grande parte do Mundo Inferior, e isso não foi nada que lhe agradasse. Tinham passado por uma série de lugares tensos, e estranhos. Viram desde fantasmas, á monstros esquisitos.

Por sorte, não foram vistos por todos eles.

- Rodrigo. Você lembra de quando nós ainda éramos indeterminados? – Perguntou Amanda.

- Lembro, e daí? – Respondeu ele olhando para ela.

- É que no Texas, quando nós estávamos lutando contra os zumbis na frente do Celeiro da pechincha, nós dois estávamos juntos quando a terra se abriu e os zumbis foram engolidos. Lembra que nós ficamos em dúvida sobre quem seria filho ou filha de Hades? – Perguntou Amanda.

- Lembro. – Disse Rodrigo.

- Pois é. É nessas horas, quando eu estou andando rumo ao desconhecido no Mundo Inferior, que eu me sinto muito feliz por ser filha de Hermes. – Sorriu Amanda. Rodrigo fez uma careta para ela e continuou andando. Ela olhou para trás, já que estava na frente de todo o grupo e resolveu parar um pouco – Ahm, gente... Eu não estou cansada, mas se vocês quiserem parar um pouco...

- Eu quero. – Pediu Flávia – Nós andamos por várias horas!

- Estamos andando só há uns 40 minutos. – Disse Mateus olhando em seu relógio.

- Mesmo assim, eu quero parar. – Pediu Flávia sentando-se em uma pedra.

Amanda e Rodrigo andaram um pouco para trás e sentaram-se perto dela. O resto do grupo fez o mesmo, até que eles estavam formando uma roda.

Rhamon olhou para a flor que tinha pego de Perséfone, e ficou desapontado ao notar que ela ainda estava amarela. O filho de Deméter soltou um suspiro pesada e olhou para os outros.

- Onde vocês acham que eles podem estar? – Perguntou Rhamon.

- Sei lá, cara. Mas vou te contar... Eles não podiam se perder em algum lugar melhor não? – Comentou Mateus olhando em volta – Essa porcaria de lugar é terrível para achar alguém.

- Imagino como deve ser estar perdido como eles. – Comentou Amanda.

- Você não estaria perdida. Sabe o caminho para qualquer lugar. – Comentou Rodrigo.

- Ah é. Verdade. – Riu Amanda.

- Por que vocês acham que Perséfone nos deu três flores? – Perguntou Nina de repente. Todos olharam para ela, sem saber ao certo responder a pergunta – Digo... Isso não tem nada a ver com a idéia de nos separarmos, né?

- Não. – Respondeu Flávia apressada – Não quero ficar sozinha aqui.

- Não seria sozinha. Nós nos dividiríamos em grupos de dois. – Comentou Rhamon olhando para os amigos.

- Mesmo assim! Duas pessoas andando sozinhas pelo Mundo Inferior? – Perguntou Flávia tensa, e então fez silêncio. Ela arregalou os olhos – Algo ruim vai acontecer.

- Para com isso. Nada de ruim vai acontecer. – Disse Nina.

- Vai sim. Eu sinto isso. Estamos correndo perigo agora mesmo. – Disse Flávia se levantando de repente – Pode sentir!

- Quer ir embora? – Perguntou Amanda se levantando também.

- Deixa de ser idiota! Depois de todo o trabalho que nos deu descer até o inferno, vocês querem ir embora? – Perguntou Rodrigo com raiva – Porra, Amanda! Senta aí e fica quieta!

- Idiota é você, se não notou o óbvio. A Flávia é a única daqui que tem esses poderes de vidência. Se ela está dizendo que algo de ruim vai acontecer, nós devemos acreditar mesmo! – Protestou Amanda.

- Não podemos ir embora assim. – Disse Rhamon incerto – Flávia, nós podemos tomar bastante cuidado. Nada vai acontecer com a gente.

- Mas...! – Flávia tentou reclamar, mas não deu certo.

- Mas nada, droga! Calem a boca e sentem-se para que nós possamos ver a nossa estratégia! – Reclamou Rodrigo.

Amanda chutou a pedra que Rodrigo estava sentado, e ele caiu de bunda no chão.

- Nos filmes de terror as pessoas sempre se ferram por não ouvirem o cara que tem razão. Flávia sabe sobre o futuro. O máximo que você faz, Rodrigo, é falar com gente morta. Mas quando se está no Mundo Inferior, isso não é lá tão impressionante. – Disse ela.

- Quer que eu faça o que? Vá embora porque ela está achando que alguma coisa vai dar errado?! Eu acho que o mundo vai acabar amanhã, por isso vou roubar um banco e gastar todo o dinheiro em video games. E aí? – Perguntou ele se levantando e cruzando os braços.

- E aí que é uma pena você não ser filho de Apolo. – Disse Amanda – Se ela sabe que alguma coisa está errada, nós não devíamos ficar. Você por acaso sabe onde fica o Tártaro? Cronos pode estar a poucos metros de nós, e você nem tem idéia!

- Não vai acontecer nada! Deixa de ser idiota! – Reclamou Rodrigo.

- Você não pode dizer que nada vai acontecer! Se nós...! – Amanda se interrompeu quando olhou a flor na mão de Rodrigo. Ela pegou a dela também e viu a diferença – São eles. Eles estão por aqui.

Rodrigo franziu o cenho sem entender, mas depois viu o que ela estava falando.

- As flores estão vermelhas. – Notou Nina segurando-a nas mãos.

- Oi! – Chamou uma voz atrás deles. Todos os seis viraram-se para verem quem os havia chamado, e notaram um pequeno grupo de adolescentes do idade deles – Vocês aí!

- Finalmente. – Sorriu Nina – Vem chegando, cambada!


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Notas finais do capítulo

Finalmente, não?

Será que eles são mesmo os meio-sangues perdidos?

Será que o Acampamento está bem?

Veremos... Espero pelos reviews.



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