Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 19
Os artistas de rua


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai outro!



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Flávia olhou pela janela do carro. Boston era cheia de prédios altos, e lembrava vagamente New York.

Quando Apolo estacionou o carro, todos desceram. Flávia esperava que seu pai viesse com eles, mas ele continuou sentado no veículo.

- Você não vem, papai? – Perguntou ela.

- Não, sinto muito. – Respondeu Apolo com um sorriso triste – Eu não posso intervir muito. A minha melhor ajuda foi essa. Mas se precisarem de transporte novamente, é só pedirem, ok?

Apolo deu á eles uns dracmas de ouro que serviriam para fazerem ligações para quem eles precisassem. O Deus do Sol deu um último “tchau” para eles, e partiu em direção á algum outro lugar.

- Ah... Eu queria que ele ficasse com a gente... – Comentou Flávia triste.

- Ahm... Ele vai estar torcendo por nós, Flávia. – Afirmou Rhamon – Agora nós temos que procurar os meio-sangues perdidos.

- Vamos nos separar? – Sugeriu Mateus.

- Não. Acho que é perigoso demais. – Comentou Rhamon.

- É! Eu posso me perder! – Disse Flávia tensa – Se eu me perder em Boston, o que vai acontecer?! Nunca vou achar o caminho de volta para casa!

- Calma, Flávia. Nós não vamos nos separar. – Disse Rhamon olhando em volta para saber onde procurar primeiro – Ahm... Onde eles poderiam estar?

- Não sei... Acho que se estivessem perdidos eles procurariam algum lugar para se refugiar, não é? – Sugeriu Mateus – Eu, pelo menos, não ficaria parado na rua feito um mendigo.

- Então... Olha! – Apontou Rhamon para frente – Tem um tipo de galpão ali.

Eles olharam e viram que era verdade. Do outro lado da rua tinha um tipo de galpão que parecia abandonado. Não tinha nenhum tipo carro ou moto estacionado na porta, logo eles pensaram que seria um ótimo lugar para começar a procurar.

Flávia, Rhamon e Mateus atravessaram a rua e pararam na porta do lugar. Estava fechada, mas eles podiam ouvir sons vindo de dentro.

Parando perto da porta podiam notar que tinha um pedaço de papel pendurado na porta com uma mensagem: “Galpão da música – Para artistas de rua”.

- É um galpão de mendigos. – Comentou Rhamon tentando não rir.

- Não são mendigos! Eles são artistas de ruas! – Corrigiu Flávia.

- É. Só porque ele ficam nas ruas tocando em troca de moedinhas, e quase não tomam banho, não quer dizer que eles sejam mendigos. – Disse Mateus tentando não rir – Se bem que... Esses caras devem saber o que é viver. Tocar violão sem obrigações... Deve ser divertido.

- Ah, vai fundo. Quando acabarmos a missão você pode virar um artista de rua. – Disse Rhamon. O filho de Deméter abriu a porta bem devagar e espiou o local. Estava escuro, o que impedia que ele visse como era o lugar, mas ele pode notar que era bem grande, e estava cheio de gente.

Ele fechou a porta e olhou para seus amigos.

- Escutem... Acho melhor nós fingirmos ser artistas de rua também. – Disse ele – Assim ninguém vai suspeitar de nós.

- Aaaah! Sim! – Concordou Flávia feliz – Eu quero ser uma artista de rua e deixar o Apolinho feliz!

- Ok. Vamos fazer isso então. – Mateus fez pose de “fuck yeah”, e Rhamon assentiu. Ele abriu a porta com cuidado para que ninguém notasse eles, e os três meio-sangues entraram.

Rhamon olhou em volta. O lugar todo estava um pouco escuro, mesmo sendo só 3 da tarde, mas estava completamente lotado. Ao contrário do que ele esperava, o cheiro do lugar não estava tão ruim. Ele imaginou que os artistas de rua seriam pessoas pobres e mendigos que não tomam banho nunca, mas na verdade eram pessoas normais.

Eles não tinham roupas elegantes, é claro. A maioria estava usando calça jeans, e camisa desbotada, mas nenhum deles estava sujo.

A idade dos artistas varia ente 16 e 30 anos. Andavam pelo galpão conversando uns com os outros, enquanto um pequeno grupo tocava umas músicas dos Beatles. Flávia sorriu ao ver o lugar.

Até que era legal ficar ali, pensou ela.

- Como vamos achar eles aqui? – Perguntou Rhamon inseguro – Não tem como nós sairmos perguntando para todo mundo se viram quatro garotos perdidos.

- E nem sabemos se são quatro garotos. Podem ser garotas, ou garotos e garotas. – Disse Flávia pensando no assunto.

- Acho que eles não prestariam atenção em nós. – Disse Mateus – Seria preciso uma explosão para chamar a atenção deles!

- Ah! Eu sei como chamar a atenção deles! – Sorriu Flávia.

Antes que eles pudessem perguntar qual era o seu plano, a filha de Apolo saiu correndo pelo galpão, desviando das pessoas que entravam no caminho. Eles a seguiram com certa dificuldade, mas acabaram perdendo-a de vista.

- Obrigado. Muito obrigado. – Agradeceu um dos cantores que segurava o microfone e tocava junto de sua pequena banda para animar as pessoas – Agora nós... Ahm? Ah, oi. Sim! Claro que pode, gracinha.

Mateus e Rhamon franziram o cenho ao ouvirem aquela frase.

- “Gracinha”? Ih... Ele está falando com quem? – Perguntou Mateus tentando não rir do cantor.

- Acho que eu sei com quem... – Rhamon puxou Mateus para mais perto do pequeno palco onde a banda estava, e eles viram – Flávia!

Flávia foi para perto do cantor, um garoto de 20 anos no máximo, com cabelo loiro bagunçado e jogado na cara.

- Então você é uma artista de rua também? – Perguntou ele com o microfone, e depois o dividiu com Flávia para que ela respondesse.

- Sim. – Sorriu Flávia falando no microfone – Eu sou Flávia Visconti, e sou uma artista de rua junto dos meus amigos.

Flávia fez uma pose de “fuck yeah” e todos pararam para rir. Eles olharam para ela, que chamava a atenção por ser uma gracinha.

- Que legal, garota! Gente! Palmas para a Flávia! – Disse o cantor sorrindo.

As pessoas bateram palmas animadamente, e Flávia sorriu feliz.

- Aaaaw, obrigada! – Disse ela sem graça.

- O que você toca, Flávia? – Perguntou o cantor.

- Eu toco flauta, piano, e violão. – Disse ela – Mas eu parei de tocar violão, porque o meu pai falava que eu tocava muito mal.

Todos fizeram “Aaaaaw”.

- Obrigada gente. Vocês são uns amores. – Disse ele sorrindo – Eu queria pedir um favor para vocês. Eu e os meus amigos estamos procurando quatro pessoas perdidas. Será que alguém daí está perdido?

As pessoas não entenderam muito bem. Elas se entreolharam murmurando coisas umas com as outras. Rhamon e Mateus resolveram subir no palco também.

- Aeee! – Exclamou Mateus segurando o microfone – Sh! Prestem atenção!

Todos pararam e olharam novamente para o palco. Rhamon pensou que Mateus ia falar, mas ele estendeu o microfone para Rhamon.

- Todo seu. – Disse ele.

- Eu?! Por que você não fala?! – Perguntou Rhamon sem entender.

- Não estou afim. – Respondeu Mateus encolhendo os ombros.

Rhamon revirou os olhos e segurou o microfone.

- Bem... Nós somos artistas de rua, e fazemos parte de um grupo chamado “Acampamento Meio-Sangue”. Nós temos quatro amigos que se perderam, e precisamos encontrá-los. – Disse Rhamon – Se alguém conhece eles... Ou se eles estiverem ai... Por favor, venham até nós.

Eles pararam por um minuto. Rhamon tinha mentido muito bem. Os mortais iam realmente achar que eles eram só artistas de rua com um grupo chamado “Acampamento Meio-Sangue”, mas os semideuses de verdade saberiam a verdade.

- Nós... Vamos esperar um pouco aqui no galpão, ok? Obrigada pela atenção. – Disse Rhamon entregando o microfone para o cantor, mas Mateus pegou primeiro.

- Valeu, Boston! Estamos aqui todas as quintas! – Exclamou ele.

- Não estamos não. – Disse Rhamon – E hoje não é quinta.

- Ah, não? Droga... – Disse Mateus desanimado – Bem, de qualquer jeito... Só disse aquilo, porque eu sempre quis dizer.

Eles desceram do palco e caminharam entre as pessoas. Algumas delas apertavam as bochechas de Flávia dizendo que ela era muito fofa, o que fazia a filha de Apolo sorrir.

Eles pararam perto de uma escada enferrujada no fundo no galpão e esperaram um pouco. Não tinham idéia se os meio-sangues estariam ali, mas preferiam esperar.

Passaram alguns minutos e nada aconteceu. Eles já estavam preste a irem embora, quando...

- Ei, vocês. – Chamou uma pessoa chegando perto deles. Era um garoto de cabelo bem curto e castanho. Ele andava de um jeito engraçado, parecendo que não sabia para onde deveria ir – Vocês são meio-sangues, não é?

Eles olharam em volta e viram que ninguém estava prestando atenção neles.

- Sim! Você é um dos quatro meio-sangues perdidos? – Perguntou Flávia esperançosa.

- Ahm... Não. Não estou perdido. – Disse ele sem entender – Meu nome é Daniel, e eu sou um campista também.

- Sério? Você é filho de quem? – Perguntou Rhamon.

- Apolo. – Respondeu ele.

- Aaaaw! Você é meu irmão! – Exclamou Flávia feliz – Que bonitinho!

Daniel riu tímido, mas depois continuou a falar.

- Vocês estão procurando alguém? – Falou ele – Resolveram vir aqui por quê?

- Nós estamos procurando quatro meio-sangues que deveriam ter voltado ao Acampamento, mas se perderam no caminho. – Respondeu Rhamon – Eu sou Rhamon, filho de Deméter. Essa é a Flávia, filha de Apolo. E esse é o Mateus, filho de Hefesto.

- Prazer, gente. – Cumprimentou ele – Sinto dizer, mas aqui não tem nenhum outro meio-sangue. Eu sou o único.

- Sério? Por que você fica aqui sozinho? – Perguntou Flávia – Deve ser muito triste.

- Não... Não é não. – Riu ele – Apolo pediu que eu fizesse um favor á ele, ficando aqui e ajudando os artistas de rua.

- Que legal... Deve ser um trabalho divertido. – Disse Mateus.

- É. Ás vezes é meio chato, porque as pessoas nos confundem com mendigos. – Comentou Daniel encolhendo os ombros.

- É, né?! – Disse Flávia lançando um olhar penetrante para Rhamon e Mateus, que desviaram o olhar sem graça – Que bom que você auda os artistas de rua, Daniel. Isso é muito legal.

- Obrigado. – Disse ele – Mas... Para onde vocês vão procurar eles agora?

- Ahm... Nós... Não temos idéia. – Respondeu Mateus coçando o queixo pensativo – Nós podíamos procurar em algum outro galpão, mas acho que não vamos achá-los.

- Bem... Se precisarem de ajuda... – Falou Daniel – Vocês podem sair para procurar e depois voltarem de noite para cá. O lugar fica quase vazio. Podem dormir aqui e esperar pelo dia seguinte.

- Jura? Isso seria ótimo. – Sorriu Flávia – Ter que andar por aí de noite pode ser perigoso, não é?

- É mesmo... – Concordou Rhamon – Valeu mesmo, Daniel.

- É, cara. Você arrasa. – Mateus estalou os dedos como se fosse uma arma para ele, mas na ponta de seu dedo indicador surgiu uma pequena chama.

Daniel arregalou os olhos, junto de Flávia e Rhamon.

- What the fuck?! – Exclamou Rhamon.

- É o meu super poder. – Explicou Mateus, e piscou para eles – Eu sou quente.

- Aham... Desde quando? – Perguntou Rhamon sem acreditar que ele estava realmente pegando fogo e nem sentindo nada.

- Desde que eu nasci. – Mateus mordeu o lábio inferior e olhou para Rhamon de brincadeira – Ah! Vai dizer que você não sabia?

- Eu hein... Vocês são bem estranhos... – Disse Daniel desviando o olhar – Mas como eu disse... Vocês podem ficar aqui se quiserem. Sem problemas mesmo.

- Ótimo. Nós vamos ficar então. – Confirmou Flávia.

- Só tem uma condição. – Disse Daniel.

- Qual? – Quis saber Mateus.

- Você tem que ficar longe de mim. – Riu Daniel – Você é doído mesmo...

- Ah, Daniel! Assim você parte o meu coração! – Zoou Mateus, e depois todos riram – Ok... Agora vamos procurá-los na rua.

Mateus assoprou e apagou o seu dedo. Flávia e Rhamon o acompanharam para fora do galpão, e foram á busca dos meio-sangues perdidos, torcendo para que eles conseguissem encontrá-los e deixassem Boston rumo ao Acampamento novamente.


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Notas finais do capítulo

Vamos ver se o grupo deles vai achar os meio-sangues...

O que acharam?

Dariam moedinhas para a Flávia se ela cantasse?

Espero por reviews.