Sos - a Samara na Nossa Casa! escrita por Loma


Capítulo 6
Capítulo 6




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P.O.V. Bill

            PQP! Acordei com uma dor de cabeça desgraçada e torcicolo. Para piorar, tinha alguma coisa pesada escorando-se no meu ombro.

            Olhei para o lado e tive uma grande surpresa, Elizabeth era a coisa pesada que escorava-se no meu ombro direito, sem deixar eu me mexer.

            O que ela estava fazendo ali?

            Aaah, claro! Lembrei! Eu tive a péssima e pouco útil idéia de nos algemar, então como a garota recusou-se a dormir no meu quarto e não me deixou dormir no quarto dela, tivemos que dormir na sala com o...

            Cadê o Tom?

            Olhei para o outro lado de Elizabeth que, por incrível que pareça, era como um anjo quando estava dormindo e constatei que Tom dormia (e roncava) escorado nela.

            Tentei levantar, mas foi impossível, já que a garota estava praticamente deitada por cima de mim e eu estava algemado com ela. O pior é que eu precisava ir no banheiro.

            - Elizabeth! – chamei baixinho tentando acordá-la.  Nem se mexeu. Chamei um pouco mais alto e a garota se aconchegou ainda mais em mim. Eu estava começando a ficar irritado.

            - SAMARA! – eu berrei depois de mais umas vinte tentativas.

            Ela acordou de um salto e sem querer, me deu um tapão com o susto.

            - Porra do caralho! Que jeito de acordar as pessoas, hein?! Vou te contar uma coisa! – reclamou ela para mim. Com o grito, eu acabei acordando Tom também, mas esse vendo que era com a outra que eu estava falando, simplesmente virou pro outro lado e voltou a dormir.

            - Eu tentei ser delicado, mas você não me ouviu! – eu disse.

            - É, delicado igual um rinoceronte! – disse ela.

            Fiz cara de emburrado com o insulto, o que a fez virar os olhos.

            - O que você quer? – perguntou ela, indo direto ao assunto.

            - Quem disse que eu quero alguma coisa? – perguntei fazendo doce.

            - Você não me acordaria por nada, a não ser que tivesse ficado louco e quisesse levar uma bifa na orelha! – disse ela me encarando seriamente já com o braço direito, que não estava algemado, pronto para me bater.

            - É, eu preciso ir no banheiro! – eu respondi na lata antes que ela resolvesse realmente me bater.

            Ela me olhou arregalando os olhos e começou a negar:

            - SEM CHANCES! Será que você não tem um pingo de respeito por donzelas como eu? – eu ri quando ela falou donzela – Você não pode esperar a gente ir até o chaveiro para ele nos desprender?

            - Não! Eu estou apertado! – eu respondi, concluindo que daqui a pouco eu faria xixi nas calças, isso sim!

            - Bem, teremos que dar um jeito! Recuso-me a assistir você tirando água do joelho! – ela respondeu tentando cruzar os braços em sinal de negação, porém totalmente sem sucesso já que era impossível cruzar os braços estando algemado com outra pessoa.

            Pensei um pouco e logo tive uma idéia.

            - Já sei! – exclamei excitado com o fato de ter descoberto um meio de ir ao banheiro sem ela precisar ficar me olhando.

            - Ah não! As suas idéias não prestam! Da última vez que aceitei a sua idéia, que foi a primeira e a última vez que aconteceu, você nos algemou e ainda estamos algemados! – ela disse.

            - Pelo menos ouve! – eu pedi. Ela olhou-me com escárnio. – Enquanto eu faço minhas necessidades, você fica dentro do box do banheiro, aí você não precisa ficar vendo.

            - Você não precisará das duas mãos? – ela perguntou, corando e me fazendo corar.

            - Eu dou um jeito – eu disse desviando o olhar.

            Ficamos em silencio um tempo, eu já quase não aguentando mais.

            - Tudo bem, vamos logo! Mas não demore, é nojento! – disse ela levantando do sofá.

            Suspirei de alívio e levantei-me também, super apertado, e a fiz correr comigo para o banheiro.

            - Hey, calma! – dizia ela enquanto corríamos pelo corredor em direção ao banheiro do meu quarto.

            Chegando lá, ela entrou rapidinho no box e se fechou lá dentro, deixando um espaço minúsculo onde apenas a corrente da algema nos prendia.

            Fiz minhas necessidades totalmente aliviado enquanto ouvia Elizabeth gemendo de nojo no outro lado do box.

            - Ah, por favor, Elizabeth! Até parece que você não precisa fazer isso todos os dias! – eu falei para ela.

            - Ugh! Me poupe! Pelo menos eu não tenho plateia, sabia?! – disse ela.

            - Pois é, mas por circunstâncias do acaso, eu tive que ter uma plateia e você teve que ser ela, então tente não reclamar tanto, logo acabará toda essa palhaçada de ficarmos grudados e cada um pode fazer o seu próprio caminho, de preferência BEM longe um do outro! – eu disse.

            Ela riu.

            - Circunstâncias do acaso? A culpa foi toda sua! Acaba logo com isso para eu poder ir pegar o guia telefônico e achar um chaveiro que atenda em domingos! – ela disse.

            Pouco tempo depois, eu já tinha me aliviado e nós saímos do banheiro, Elizabeth parecia que vomitaria no carpete a qualquer momento.

            - Deixa de ser fresca, garota! Já passou! – eu disse enquanto lhe entregava o guia telefônico e o telefone de casa, é claro.

            - Você não conhece nenhum chaveiro? É complicado procurar num guia telefônico e bastante cansativo! – disse ela me olhando.

            - Pelo amor de Deus! Quem dera você tivesse preguiça desse jeito para comer meus Pringles, me pouparia o trabalho de ter ido até o mercado comprar mais! – eu disse pegando o guia da sua mão e começando a procurar por um chaveiro.

            Depois de umas seis tentativas, enfim conseguimos um que fosse nos destrancar, o problema é que ele só poderia vir ali pelas duas horas da tarde.

            - O QUÊ? COMO É QUE EU PODEREI IR NO BANHEIRO, TROCAR DE ROUPA E FAZER TUDO O QUE EU PRECISO COM ALGUÉM GRUDADO EM MIM? – ela gritou ao receber a notícia.

            - Você tem duas opções: ou faz isso sem se importar que eu esteja junto, ou não faz! – eu disse dando de ombros. Depois de ter tirado a água do joelho praticamente na frente dela, eu não me importava mais com a vergonha, pelo menos não muito.

            - Eu terei que ficar com essa roupa fedida até as duas da tarde? – ela perguntou arregalando os olhos.

            - Acho que a pior parte não vai ser a roupa, e sim se você precisar ir no banheiro, o que obviamente você precisará! – eu disse.

            - Hey gente, acabei de falar com Georg e Gustav e eles estão vindo almoçar aqui! – disse Tom entrando na sala do piano.

            - Desde quando você está acordado? – eu perguntei assustado com a chegada repentina do meu irmão, que eu pensava que ainda estava ferrado no sono.

            - Já faz uns quinze minutos. Eles estão chegando em menos de meia hora. Por sinal, que horas são? – disse Tom, totalmente perdido, como sempre.

            A Samara gemeu frustrada.

            - Sao 11h da manhã – eu respondi.

            - Ainda não resolveram o problema da algema? – perguntou.

            Samara olhou para ele com um olhar mortal o que logo o fez entender que obviamente ainda não tínhamos resolvido porcaria nenhuma, já que estávamos em uma proximidade absurdamente impossível caso não houvesse as algemas.

            - Preciso pentear meu cabelo. VEM! – disse Samara me arrastando para seu quarto.

            Chegando lá, levei um susto! O quarto da Samara era MUITO diferente do que eu imaginava.

            Claro, talvez eu tenha exagerado ao imaginar que o quarto dela era todo preto, que ela dormia numa cama com colchão de pregos e que teria macumba espalhada por tudo quanto é canto! Mas ainda assim não seria assim que eu imaginaria o quarto da garota que atormenta minha vida.

            Ah não, não pense você que o quarto dela é todo rosinha e cheio de frufrus! Aí também seria avacalhar com a coitada da garota! O quarto era simples, bege e feminino, o que sem duvidas me deixou impressionado!

            Sabia que mesmo o seu quarto sendo na minha casa, eu nunca nem tentei entrar nele? – eu disse enquanto ela me puxava para poder sentar na cadeira e pentear os cabelos.

            - É, eu sei! – disse ela simplesmente.

            - Como você sabe? – eu perguntei confuso.

            - Por que depois que arrumaram o meu quarto nesta casa, eu pedi para eles chavearem o quarto e me darem a chave, a única cópia, é claro! – disse ela escovando o cabelo com a mão que não estava algemada.

            - Não sabia disso, não! – eu disse.

            - Eu sabia! – gritou Tom vindo parar na porta do quarto da Samara.

            - Como? – eu perguntei.

            - Eu tentei entrar, óbvio! – disse meu irmão.

            Balancei a cabeça querendo expelir algumas informações para fora da minha memória.

            A campainha tocou e eu já até sabia quem era.

            - Eu atendo! – disse Tom dirigindo-se a porta da frente.

            - Se prepara, aí vêm mais piadinhas sobre as algemas! – disse Elizabeth levantando e nos fazendo caminhar em direção a sala, onde se encontrava o resto do bando.

            Gustav e Georg olharam para a gente com um ponto de interrogação estampado na testa e nessa hora eu confirmei a última frase da Samara. As algemas seriam o assunto de hoje.

            Suspirei frustrado. EU MEREÇO! 


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