Victoria estava surpresa com a atitude de Ken, mas não conseguiu pensar em mais nada que não fosse retribuir o beijo cheio de paixão que ele lhe dava.

Ao perceber que Victoria não oferecia mais resistência ele soltou os braços dela que o envolveram. O beijo de Victoria se mostrava viciante, pois quanto mais a beijava mais queria ser beijado por ela. Ele se afastou dela um pouco para respirar e sorriu ao vê-la corada e respirando com dificuldade.

-Você fica linda assim – Ken falou sorrindo ao ver a cara dela de desejo. – se arrume e vamos embora, estarei lhe esperando na sala – falou se afastando e saindo do banheiro.

-Uau o que aconteceu aqui? – se perguntou tentando controlar os batimentos de seu coração.

Ken estava na sala se perguntando o que tinha feito quando Victoria apareceu, ela usava as mesmas roupas da outra noite, mas algo nela estava diferente.

-Vamos – Ken falou indo em direção a porta – porque esta parada ai?

-Pelo simples motivo que não posso sair descalça por ai. – mas eu fiz isso ontem a noite pensou.

Yuki ficou olhando divertido a cena, ele já tinha percebido que Ken se soltava quando estava com ela de uma forma que nunca tinha acontecido com Anna.

Ken olhou para os pés de Victoria e andou em sua direção. Abaixou-se e a pegou no colo andando em direção a porta.

-Ei me largue – Victoria protestava enquanto se segurava no pescoço dele – me coloque no chão agora. Não era você mesmo que disse que eu era pesada? ME SOLTA – gritou se debatendo.

-Quanto mais você se debater maiores serão as chances de você cair, porque eu não vou te largar ate colocar você dentro do carro.

-Qual o seu problema hein? Isso é tudo porque dormi fora de novo? – falou olhando para ele – se for isso..

-Não é isso – disse interrompendo ela – Yuki abra a porta – Ken falou sem tirar os olhos de Victoria – é pra hoje – reclamou ao ver a demora do irmão.

-Juízo vocês dois hein – Yuki disse antes de abrir a porta e ver Ken carregando Victoria em direção ao carro.

O caminho todo foi feito em silencio, Ken não falava nada e nem olhava para Victoria apenas prestava atenção na estrada a sua frente.

Victoria percebeu que ele estava correndo mais do que o habitual, mas não disse nada.

Assim que fechou a porta de seu quarto Victoria respirou aliviada, ela não sabia o que tinha acontecido com Ken. Ele estava totalmente imprevisível mais do que antes. Minutos depois escutou uma batida na porta já sabendo quem era abriu um tanto apreensiva.

-O que foi? – Victoria perguntou desconfiada.

-Vim colocar o curativo em seus pés – disse mostrando a maleta de primeiro socorros – não se preocupe eu não vou te atacar se seu medo é esse – entrou empurrando um pouco a porta – sente-se na cama – se ajoelhou pegando o pé dela e colocando em seu joelho, rapidamente terminou e olhou para ela com cara de descrente – não sei como você fez isso a si própria, sair correndo descalça pela rua.

-O que eu faço não é de sua conta – falou se sentindo ofendida pelas palavras dela – eu só sai assim por sua culpa pensou – eu não pedi a sua ajuda.

-Verdade – se levantou e a encarou – mas eu quis ajudá-la – parou na porta e virou-se para ela – assim que você saiu ontem Anna também saiu. – disse saindo.

Victoria ficou parada tentando imaginar o motivo dele ter falado sobre a saída de Anna para ela.

-Não estou entendendo mais nada – disse caindo deitada na cama. – será que eu esperava que ele terminasse o que começou no banheiro de Yuki? – se perguntou enquanto fechava os olhos e se sentia decepcionada.

O celular de Ken não parava de tocar e ele já sabia quem era: Anna. Desde a noite passada que ela ligava e mandava incontáveis mensagens para ele. Ele pegou o celular e tirou a bateria jogando em cima da cama. Ficou olhando para a porta desejando que Victoria entrasse por ela.

Na segunda-feira Ken acordou primeiro que Victoria e foi para o clube, pretendia relaxar um pouco, pois não tinha dormido muito a noite. Ao chegar ao escritório teve uma surpresa nada agradável. Sua mãe lhe esperava com a cara fechada.

-Oi mãe chegou cedo – disse entrando na sala – a que devo a visita?

-O que Anna fazia em frente à empresa com você Ken?

-O serviço de informação é bem rápido queria que eles fossem assim para trabalhar.

-Não brinque comigo, quero saber o que esta acontecendo.

-Anna voltou e quis falar comigo não vejo nada demais nisso.

-Eu não quero problemas Ken.

-E nem eu – falou pegando uns papeis em sua mesa – agora se me der licença eu tenho coisas a fazer.

-Você esta diferente um pouco mais petulante do que o normal– disse sorrindo – devo agradecer a Victoria depois – falou antes de sair.

-Já vi que meu dia será movimentado – falou sozinho antes de começar a trabalhar.

Victoria não conseguia se concentrar em nenhuma das aulas apenas pensava no beijo que Ken havia lhe dado. Ao sair da aula foi abordada por uma de suas colegas de classe a chamando para uma festa.

-Vicky – uma mulher morena com longos cabelos pretos a chamou – quer ir conosco na comemoração do aniversario da Rachel mais tarde?

-Acho que não poderei, tenho trabalho, mas obrigada assim mesmo – falou saindo e a única coisa em que conseguiu pensar foi em Ken.

Na saída do trabalho Victoria ficou esperando por James, mas ele não apareceu já estava indo embora quando um carro familiar parou em sua frente.

-Ken o que faz aqui? – Victoria perguntou ao entrar no carro – cadê James?

-Fico feliz em te ver também Victoria – tornou irônico – eu dispensei James por hoje.

-Por quê?

-Porque eu queria te dar isso – falou dando um cartão de credito para ela – eu fiz pra você, gaste a vontade – disse olhando rapidamente para ela, mas a reação dela não foi a que ele esperava.

-Esta querendo me comprar por acaso?

-Não estou lhe dando por um motivo simples, facilitar as nossas vidas. Eu tenho recebido muitos convites nos convidando para festas e você não tem roupa e como não quero ficar correndo atrás de você para dar dinheiro achei mais conveniente lhe dar um cartão.

-E por qual motivo esta me dando ele agora?

-Eu vou viajar – falou olhando para frente – tenho uma reunião na França amanha, estou indo para lá agora e o único tempo que eu tinha para lhe dar era neste exato momento. – pegou um envelope e entregou a ela – voltarei em dois dias e vai coincidir com esse evento, o qual devemos comparecer.

Victoria abriu o envelope e viu um convite para uma estréia de cinema com uma recepção marcada para depois.

-Então você quer que eu compre roupas para isso? – falou segurando o envelope.

-Não apenas pra isso – disse com voz cansada – compre o que quiser, eu vou pagar depois. Irei te deixar em casa e logo depois vou ao aeroporto.

-Não precisa – Victoria falou percebendo o cansaço dele – pode ir para o aeroporto eu pego um taxi e depois falo com James para pegar o seu carro no estacionamento.

Ken olhou para ela sem entender a mudança de comportamento.

-Obrigado, mas quero te deixar em casa – sorriu – não deixa de ser uma despedida não é?

Victoria apenas assentiu olhando para o homem com o aspecto cansado ao seu lado. Quando ia sair do carro ele a chamou dando-lhe uma chave.

-É a nova chave de casa – falou vendo o olhar confuso dela – não precisa entender, eu quis trocar para facilitar as coisas.

-Certo – virou-se para sair, mas voltou-se olhando para ele – boa viagem e descanse um pouco.

-Obrigada Vih – falou sorrindo – você também, durma bem. – se aproximou e a beijou no rosto – ate daqui a dois dias.

-Até – falou saindo do carro e vendo ele se afastar rapidamente.

 Victoria não conseguia dormir, se levantou e foi ate o quarto de Ken. Abriu a porta e viu tudo arrumado, se aproximou da cama e se sentando na beirada ao tatear percebeu algo estranho, acendeu a luz do abajur e viu o celular dele com a bateria do lado de fora. Pegou o celular colocando a bateria ao ligar o aparelho apareceram trinta e cinco ligações não atendidas e quinze mensagens da mesma pessoa. Abriu a caixa de entrada e leu a primeira de muitas mensagens.

1-Ken eu te perdôo por ontem, apenas atenda minha ligação esta bem?

2-Ken porque não atendi? Eu te desculpo por você ter me colocado pra fora apenas atenda.

10- Ken me desculpe fui infantil. Apenas atenda ao telefone.

15- Que droga, atenda logo essa merda se não nunca mais vou falar com você ouviu? Atenda logo ou me ligue.

-Ela esta desesperada– Victoria falou desligando o celular dele novamente se deitou na cama pegou o travesseiro e aspirou ao aroma que tanto lhe lembrava Ken e acabou dormindo abraçada ao travesseiro pensando nele.

Ken tinha acabado de aterrissar na França, estava a caminho do hotel quando uma loja lhe chamou a atenção. Pediu ao motorista para parar e entrou na loja saindo de lá com um colar de diamantes. Ao chegar ao hotel pensou em ligar para Victoria, mas declinou da idéia ao pensar que ela estaria dormindo. Tomou um longo banho e tentou dormir um pouco, mas somente uma coisa estava em seu pensamento: Victoria.