The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 43
Stuck In The Moment.


Notas iniciais do capítulo

OOOIE. Então, people. Depois de pensar e repensar, decidi que este será o último capítulo haha. Pois é... enfim acabou q. Mas vou fazer a segunda temporada, para a tristeza de todos. Eu odiei esse capítulo. Ficou simplesmente podre. Horrível. Ficou ruim. Pronto, avisei vocês. Mas eu gostei do finalzinho HSAUHSUAHS q. Boa leitura.



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 - Miranda

     Estava faltando tudo. Só não faltava dor. Dor e choro. Eu me sentia traída e ainda me perguntava por que Justin havia feito aquilo.

     Minhas malas estavam abertas em cima da cama, sem nenhuma roupa dentro. Eu as olhava de vez em quando da sacada. Daí eu chorava mais, até o ar faltar.

     Às vezes o remorso também batia. De vez em quando eu achava que havia sido dura demais com Justin. Era como se eu ainda pudesse sentir a raiva tomando conta de mim naquele momento. Aquele rosto triste, seus olhos cheios de lágrimas e eu cuspindo tudo em cima dele.

     Sentei no pequeno chão da sacada, abraçando meus joelhos, sentindo o vento gelado em minhas bochechas. Estava tudo acabado. Cada parte da minha vida estava acabada. Meu namoro, minha família, eu nem ia poder me despedir de Lizzie.

     - Meu amor, vai ficar tudo bem. – Disse uma voz masculina. Levantei a cabeça e tentei sorrir. – Não fica assim. – Sentou-se ao meu lado.

     - Ah, Ty, não vai não. Dessa vez não vai. – Choraminguei.

     Deitei a cabeça em seu ombro e ele me abraçou. Tentei me concentrar nele, na proteção que ele estava tentando passar. Era irônico o fato de que, no final, quem estava lá era ele. Tyler depositou um beijinho na minha testa e apertou mais o abraço.

     - Vai ficar tudo bem, eu estou aqui...

     - Eu sei... – Sussurrei de volta.

     Chorei. Chorei muito e acabei adormecendo ali mesmo.

~x~

     - Miranda? Ei, meu amor, acorde. Tenho uma boa notícia. – Ouvi a voz distante de minha mãe. Notícia boa me parecia algo muito surreal naquele momento. Achei até que estava sonhando.

     - Eu já posso morrer agora? – Murmurei dramaticamente.

     - Que besteira! – Ela riu. – Você não vai mais voltar para o Brasil!

     Sentei na cama automaticamente... Por um segundo me distraí, perguntando-me como havia chegado lá. Mas rapidamente voltei para o assunto principal.

     - Como é?! Mas... Como?!

     - A menina desmentiu tudo o que ela havia dito à Ella.  Aliás, a tal da Victoria veio aqui, deixou isto para você. – Ela me passou um bilhetinho.

     Peguei o papel de sua mão e li o que estava escrito. Joguei a coberta de lado, saltei da cama e corri para o closet.

     - Que dia é hoje? – Gritei para minha mãe. Meu Deus, eu havia perdido a noção do tempo.

     - Dia 29.

     - Compra uma passagem para Los Angeles?

     - Por quê?

     - Só... Compra! – Joguei algumas coisas numa bolsa.

     - “Agradeça ao seu namorado. Ele te ama muito.”, por que você deve... Você quer me explicar o que está acontecendo?

     - Agora... Agora não vai dar. Mãe, eu só não posso cometer o maior erro da minha vida.

     - Não vai me contar mesmo, não é? – Ela perguntou, suspirando. Neguei com a cabeça. – Tudo bem, vou te ajudar mesmo assim. Vou ligar para o nosso agente.

     Agradeci e ela saiu. Peguei o celular e liguei para Tyler. Ele me ajudaria muito.

     - Você o quê?! – Ele gritou depois de ouvir meu pedido.

     - Por favor, Ty! Você é a única pessoa disponível que conhece Los Angeles como a palma da mão!

     - Tá, tudo bem. A gente se encontra lá. Não acredito que vou bancar o motorista... – Bufou antes de desligar.

     Arrumei tudo, o que não era muita coisa. Pensei em como diria tudo, em como pediria desculpas. Eu só tinha uma chance, apenas uma e...

     O medo me inundou. E se ele não aceitasse? E se ele nem quisesse olhar na minha cara? Aquilo era como um pesadelo, que nunca iria acabar. Respirei fundo e coloquei algumas coisas em foco. Tudo aquilo... Aquilo tudo era um risco que eu precisava correr. Porque eu sabia que valia muito a pena lutar por ele.

     No final da tarde, eu já estava em solo californiano e Tyler já estava me levando para a casa de show onde Justin e mais alguns artistas se apresentariam para um especial de final de ano.

     - Tem certeza de que quer fazer isso? – Perguntou Tyler, assim que desligou o carro.

     - Tenho. – Balbuciei.

     - Bom, vou te esperar aqui. Qualquer coisa, é só ligar. – Ele sorriu.

     Sorri fraco e saí do carro. Agarrei a alça da bolsa e engoli em seco, o nervosismo e o desespero já tomando conta de mim.

     O backstage estava movimentado. Várias pessoas me olhavam de um jeito estranho. Tentei sorrir e parecer confiante, como se eu não precisasse da credencial para estar ali. Aliás, como foi que eu passei pelos seguranças mesmo? Tyler deve ter resolvido isso para mim.

     Por algum acaso da vida, Kenny estava andando por lá, procurando alguma coisa. Antes que eu pudesse ir a sua direção, ele me viu.  E veio até mim. Passei a mão nervosamente pela extensão da alça da bolsa novamente.

     - O que faz aqui? Como entrou? Cadê sua credencial? – Perguntou, olhando em volta.

     - Ken, eu preciso falar com ele.

     - Ah, pequena. Não acho que seja uma boa ideia.

     - Mas Ken... Eu preciso! – Finquei pé.

     - Ele vai subir, daqui 10 minutos. Boa sorte. Ele não está nada feliz. – Avisou e me deixou na porta do camarim dele. Bati suavemente, mas ninguém respondeu.

     Abri a porta. Ele estava lá, sentado, na frente do espelho, encarando seu reflexo. Quando me notou na porta, seu rosto se transformou num misto de mágoa, surpresa e raiva.

     - O que você quer? Esqueceu de dizer alguma coisa? – Perguntou, ríspido. Ah droga.

     - Jus, eu... Eu... – Não consegui terminar. Ele esperou. – Eu vim pedir desculpa.

     Nenhum músculo de sua face foi movido. Ele sequer disse algo. Senti meus músculos se retesando, ansiosos por uma reação dele. Reação essa que não veio.

     - Eu... Não espero sinceramente que você... Que a gente volte a ser o que éramos antes, mas... Por favor, me perdoa. Eu sei que não tinha o direito de te dizer tudo aquilo. Você sempre foi tão maravilhoso comigo. Você não é idiota, você não é imbecil... Por favor Justin, só me diz que me perdoa.

     O silêncio gélido se instalou no camarim. Nenhum som partia de ambos, meu coração se contorcendo, à espera da resposta. Queria acreditar que aquilo ia acabar logo ali, antes da resposta, que eu iria acordar desse pesadelo horrível...

     Eu não suportava a ideia de ter magoado ele. Não suportava a ideia de que aquilo não ia passar dali. E eu sabia que não ia.

     - Desculpe. Acho que... Não. – Ele enfim respondeu, encarando o chão.

     Engoli o choro. Claro. E o pior de tudo é que até pouco tempo, eu podia culpar quem quer que fosse, Victoria, o Tyler, o Steve... Até mesmo meu pai. Mas agora, a única culpada era eu. Eu sou a pessoa mais idiota desse mundo.

     - Eu... Eu entendo, Jus. – Esbocei um sorriso. Ele continuava fitando o chão, provavelmente mais interessante que eu.

     Aproximei-me dele, lentamente e me inclinei para depositar um beijo em sua bochecha, mas ele recuou. Aquilo me cortou como uma faca. Profunda e lentamente. Uma lágrima escorreu. Nem sei por que eu estava tentando esconder o choro. Com Justin sempre foi assim, às claras, cada palavra, cada sentimento era simples, fácil de demonstrar. Mas não agora.

     - Me desculpe, de verdade. Queria ser melhor que isso para você. – Cheguei bem perto, perto o suficiente para poder sentir sua respiração em meu pescoço enquanto eu lhe falava no ouvido. – Eu te amo, Justin. – Sussurrei as últimas palavras. Elas saíram como um último suspiro e eu sabia que nunca mais sairiam, para ninguém.

     Afastei para poder ver seu rosto. Pude ver um tipo de paz controlada. Não podia acreditar que ele pudesse sentir o mesmo que eu naquele momento. Esbocei outro sorriso e balbuciei um adeus mal dito entre meus lábios, que agora pareciam pesar toneladas.

     Saí do camarim meio devagar, agora todo meu corpo parecia dormente. Kenny estava por perto. Quando eu saí, ele hesitou em vir em minha direção. Quis saber o que meu rosto mostrava. Apenas sorri e sentei numa cadeira ali perto, não estava com muita vontade de andar.

     Uma pequena movimentação no camarim; e o Justin saiu acompanhado de uma comitiva. Ele ia fazer sua apresentação e não parecia nada disposto. Kenny me olhava de longe e andava mais devagar que os outros. Notei que ele havia deixado a porta do camarim aberta. Aquilo não podia ter sido um descuido dele.

     Olhei para meu celular na minha mão, estava sem a menor vontade de ter que entrar num avião e voltar para Atlanta, onde ficar longe dele seria quase um desafio. Talvez nem tanto. Mas nesse momento, eu só queria sumir dali. Sumir e nunca mais voltar.

     Entediada, comecei a fuçar minha bolsa, em busca de algo interessante que me entretece até eu sentir vontade de voltar para casa. De tanto procurar, achei. Senti meus olhos se encherem de lágrimas. Desviei o olhar do que eu tinha em mãos e acabei fitando meu punho; e consequentemente, a pulseira. Levantei e caminhei em direção ao camarim, meio trêmula.

     Quando saí, fechei a porta cuidadosamente e já estava com o celular em mãos, pronta para ligar para Tyler. Havia uma música familiar sendo tocada no palco. Arfei quando reconheci Stuck In The Moment. Minha música favorita dele.

     - Ei, por que a demora? – Tyler perguntou, perto da entrada para o backstage.

     Meio que automaticamente, corri em sua direção e me joguei em seus braços, chorando silenciosamente.

     - Shh, o que foi? – Perguntou, me afastando um pouco para olhar em meus olhos. As lágrimas saíram com tudo de mim e senti minhas pernas cederem. Tyler me pegou no colo e nos levou para o carro. – Aeroporto?

     - Sim. Mas não para Atlanta... Para longe, bem longe daqui. – Disse, limpando as lágrimas com certa brutalidade.

     Ele me olhou pelo canto do olho e assentiu. Eu não ia morrer de chorar pelo Bieber.

- Justin

     Ela esteve ali, me pedindo desculpas, mas nada saiu da minha boca. Acho que na verdade, eu não queria mais que ela tivesse vindo aqui. Queria que ficasse acabado do jeito que havia acabado. Agora quem fazia o papel de vilão era eu. Mas eu também a queria de volta, não queria? Então por que me parecia tão difícil sorrir e dizer que estava tudo bem? Talvez porque dessa vez não estava tudo bem.

     A última lembrança que eu tinha de seu rosto era uma imagem manchada de lágrimas e dor. Eu me encontrava sozinho no camarim, o cheiro dela ainda tomava conta do lugar. Kenny entrou e me avisou que já estava na minha hora.

     - Você está bem, cara? – Perguntou, me analisando. Acho que meu estado não era dos melhores, pois ele parecia realmente preocupado.

     - Não. – Respondi secamente. Não queria conversar sobre aquilo.

     Antes de subir no palco, me deram um violão. Olhei para ele, injuriado. Aquilo não estava no roteiro que havíamos ensaiado.

     - Stuck In The Moment, acústico. – O cara da produção disse e me deu a deixa para subir no palco.

     E de novo, a vida de palhaçada com a minha cara. Ironia do destino. Em uma situação como essas, eu ia cantar a música favorita dela. Abri um sorriso meio ensaiado e comecei a tocar.

 Now you don't wanna let go,

And I don't wanna let you know,
There might be something real between us two, who knew?
Now we don't wanna fall but,
we're tripping in our hearts and it's reckless and clumsy,
cause I know you can't love me here.

I wish we had another time,
I wish we had another place,
But everything we have is stuck in the moment,
And there's nothing my heart can do (Can Do),
To fight with time and space 'cause,
I'm still stuck in the moment with you.

     Quando voltei ao camarim, deixei escapar um suspiro de alívio. Sentei no sofá que havia ali e coloquei a cabeça entre as mãos. Levantei a cabeça, respirando fundo. Por acaso, meus olhos foram parar na cômoda. Algo brilhando chamou minha atenção.

     Levantei e fui até lá. Meu coração tropeçou e perdeu o ritmo. Era oficial, eu nunca mais voltaria a vê-la de novo.

     Ali, em cima daquela cômoda abarrotada de coisas inúteis, somente dois objetos prendiam minha atenção por completo.

     Uma foto de um casal, juntos, os lábios quase se encostando. Então a câmera havia tirado uma foto daquilo. Eu queria sorrir, por lembrar daquilo, mas sabia que se fizesse algum movimento exagerado, as lágrimas que já se empoçavam em meus olhos iam cair. Logo acima da foto, uma pulseira dourada com apenas dois dos três pingentes que deveriam estar ali. Somente o violão e o pequeno JB adornavam a pequena joia. Aquela pulseira representava um mundo só, que agora estava incompleto.

     “Adeus”, ela disse.

     - Até nunca mais, baixinha.

*~(x)~*

     Uma nota de uma narradora perfeita chamada Vida: Never Say Never


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Daqui a pouco eu posto o link da segunda temporada, ok? Mas eu não tenho nenhum capítulo pronto... então pode demorar um pouco. Espero que tenham gostado. Obrigada a todas as meninas que me acompanharam até aqui. Obrigada por aguentarem minhas demoras eternas para postar um capítulo novo enfim... obrigada por tudo. Vocês são as melhores leitoras que alguém pode ter. Amo vocês ♥