Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 24
Capítulo 24 - Band-Aid


Notas iniciais do capítulo

Ok. Definitivamente, esse capítulo ta muito diferente do esperado.



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Eu estava deitada no chão, olhando o teto. Era de madrugada. Fazia dois dias que eu vira Ceci, ela saia e entrava de casa rápido, se trancando em seu quarto. Acho que é porque ela está evitando Alexandre, que está passando o dobro do tempo aqui em casa, passando até algumas noites aqui, para felicidade da minha mãe. Ela definitivamente confiava em nós para nos deixar dormir no mesmo quarto. Enfim, nós ficamos ainda mais tempo juntos desde aquela última noite, se é que isso é possível...

Não conversamos mais sobre o incidente naquela festinha. Obviamente estávamos enganando um ao outro guardando exatamente o que aconteceu para nós mesmos, já que ficarmos nessa fossa total. Eu por um lado não havia contado que Igor me beijara, embora Alê estivesse praticamente exigido, morrendo de raiva, saber o que acontecera. No final, acho que ele tomou meu silêncio como uma afirmação. Já ele, por outro lado, não me contou o que havia feito com Ceci. E com certeza, não vai me contar. Sempre desviava o assunto então resolvi não encher mais o saco dele. Mas isso era extremamente difícil. Eu sou muito curiosa. Olhei para o lado, visualizando seus pés para fora da minha cama. Me levantei, rígida e caminhei até a cama. Me sentando perto de seus pés.

Querendo ou não o que Ceci me dissera ficara passando pela minha mente. Ela dissera que eu e Alexandre combinávamos e, bem... Ela estava certa. Mesmo brigando sempre nós éramos bem parecidos. Antes daquelas palavras de Ceci eu nunca tinha pensado nessa possibilidade, sabe... De ficar com Alexandre. Eu sempre o vi como o amigo. Gostoso e cobiçado que a gente pode fazer inveja a garotas, mas sabe que vocês dois juntos... É impensável. Mas olhando sob esse ponto de vista, tentando olhar Alexandre e eu, juntos, com os olhos de Ceci, a ideia não saia da minha mente. Definitivamente, eu não estava apaixonada por Alexandre, é claro. Eu o amava, óbvio, mas éramos amigos. E sempre dizem que da amizade pode evoluir para o amor não é? E lá estamos nós dois, carentes, na fossa, sozinhos e tecnicamente procurando alguém pra tapar buracos de pessoas que nos feriram. Sei que isso é errado. Ficar com uma pessoa pra tapar buracos, servir de band-aid, mas... Eu não estava mesmo pensando nas consequências. Ultimamente eu pensava tanto que minha cabeça doía, então procurei não pensar naquilo especialmente.

Olhei para seu rosto, que me encarava também pensativo. Sentei as pernas de índio, agora olhando minha mão. Confusa. Eu não sabia se conseguiria fazer isso. Era quase como usá-lo.

– Malu...? – Ele sussurrou, levantei a cabeça, tirando o cabelo do caminho. Ele se sentou, agora próximo a mim. Ele sempre ficava perto assim, mas de algum jeito, agora pareceu próximo demais. Desconfortável demais.

– Sim? – procurei manter a voz calma. O cabelo voltou a cair no meu rosto. Mas dessa vez eu não me importei. Deixei a cortina cobrir minhas bochechas, que já começavam a corar.

– Eu estava pensando em algo, que já me disseram várias vezes. – Vixi.  Ele tirou o cabelo do meu rosto, colocando atrás da orelha. Dessa vez bem concentrado em meus olhos.

– No que? – senti minha boca secar, mais de nervosismo do que de qualquer outra coisa. Eu tentava não fugir já que essa cena parecia tão irreal.

– Sempre me disseram que nós combinávamos e eu sempre ignorei. Por que... Você sempre foi diferente das outras garotas. Você foi a única que sempre fiz de tudo pra não magoar...

– E...?

– E você nunca me magoou. E mesmo agora, nós estando assim... Gostando de outros. Acho podíamos. Sei lá. – Seus dedos passaram pelo meu ombro, fazendo círculos leves. Me deixando imediatamente alerta. Entendi porque ele tinha tantas garotas na cola dele, ele definitivamente era bom nisso. – Tentar.


Fechei os olhos e me inclinei para frente deixando o instinto me dominar, eu não diria sentido vontade de fazer aquilo especificamente, mas aproveitei a oportunidade, antes que a coragem desaparecesse. Seus lábios roçando nos meus. Repeti a mim mesma para não pensar no que estava fazendo. Era só uma boca, ué. Porém, saber que a boca era de Alexandre, a do meu melhor amigo, não ajudava em nada. Vários pensamentos passaram pela minha mente, me confundindo e me fazendo ficar frustrada comigo mesma. Eu não estava conseguindo me concentrar. Me afastei, tentando tirar a imagem de Igor da minha mente.

– Com certeza ajuda se você não pensar nele. – Ele disse, olhando nos meus olhos. E me deu um selinho rápido. – Não pense nele, concentre-se em mim. Porque eu estou concentrado em você... Você tem um cheiro bom, sabia?

Arregalei os olhos. Surpresa por ele ter me dito aquilo. Eu nunca pensei que ele me conhecesse tão bem e também que ele me diria algo assim algum dia. Ele não me deu muito tempo para me recuperar do choque de suas palavras. Seus lábios mais uma vez encostaram levemente nos meus. Vacilei novamente recuando para trás, mas ele foi mais rápido. Suas mãos prenderam meu cabelo pela nuca, me puxando para perto. Seus lábios definitivamente estavam nos meus agora. Não só um roçar leve, mas sim um toque impetuoso e determinado. Sua boca logo se moveu na minha, me fazendo entrar no ritmo. Ele apertou minha nunca com mais força, me fazendo arrepiar dos pés a cabeça. Colei meu corpo mais próximo ao dele, segurando firmemente em sua cintura e levando a outra mão até próxima ao pescoço dele. Me prendendo aquela sensação diferente e conflitante. Eram gostos diferentes, notei. Jeitos diferentes de me beijar. O modo como Alexandre apertava meus cabelos da nuca chegava a doer, mas me fez esquecer de todo o resto.  E com certeza eu gostei daquilo.

Então procurei me concentrar naquilo. Não que beijar Alexandre estivesse sendo fácil, pelo menos no primeiro contato fora extremamente difícil. Mas agora... Ainda não era natural. Mas o jeito como ele tornou aquilo, o momento, me fez acreditar que se realmente nos esforçássemos e nos concentrássemos um no outro como estávamos fazendo agora, talvez conseguíssemos, juntos, a superar tudo aquilo.



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Notas finais do capítulo

Então... Alguém viva? É obrigatório mandar review se vc estiver viva. Os mortos tbm. Pq é lecau. '-'Brinks. Por favor, mereço reviews?