Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 17
Capítulo 17 - Indiferença?


Notas iniciais do capítulo

Aiin gente. Estou feliz pelos comentários.Então ainda imaginam o Igor e a Malu juntos... Será que eles ficam juntos no final? #soucruelBem, de qualquer forma. Estou SUUPER feliz. A Nih ta lendo a história e isso me anima. KKK Então... Mais um capítulo.



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Continuei sentada no sofá, totalmente tensa, enquanto Ceci terminava de se arrumar. Karol estava sentada ao meu lado, me olhava curiosa e volta e meia mexia no rabo-de-cavalo cuidadoso que Ceci fizera e que brigaria muito se fosse desfeito, preferia nem pensar no escândalo que essa possibilidade acarretaria.

– Karol, para de mexer nesse cabelo. – Ceci apareceu, já arrumada. Vestia uma saia e uma camiseta estampada que se assentava bem ao corpo, nos pés uma sandália plataforma. Olhei um all star surrado e minha camiseta de banda velha. Eu estava sendo humilhada antes mesmo de sair de casa.

Ouvimos uma batida na porta, Karol toda alvoroçada correu para atender. Me limitei a olhar para a televisão, vendo o reflexo dele na tela escura. Meu coração se rebelou e eu tentei me controlar. Tentei não me importar.

– Estão prontas? – A voz dele fez os cabelos da minha nuca se arrepiarem, quando ele estava tão longe parecia tão mais fácil, agora tê-lo perto, ter uma certeza tão firme de sua presença e proximidade, como sua voz, era quase enlouquecedor. Controlei o impulso de correr, de fugir daquele lugar.

– Claro. Vamos, Malu? – Me levantei, olhando para o chão.  Passei por eles, e parei em frente a um carro. Um gol prata. Olhei para o céu e o sol acabou machucando meus olhos.

– Podem entrar.

– Não sabia que você tinha carro. – Ceci disse, sorrindo satisfeita.

– É, comprei alguns meses depois das férias do ano passado. – enrijeci, me lembrando que ele tinha me dito que faria isso mesmo. Comprar um carro com suas economias. Mas ele mencionar as férias passadas parecia ter sido dirigido a mim, não a ela. Karol abriu a porta do carro antes de mim e entrou rapidamente lá dentro. Fechando a porta com estrondo. – Acho que ela gostou...

– Ela sempre gosta. Acho que o que ela mais gosta nos namorados da minha irmã são os carros. Ela é uma Maria gasolina. – Eu disse, entrando em seguida no carro. E pouco me lixando se estava sedo cruel ou não. Todo o carro estava impregnado com o cheiro de Igor. Para me distrair, ajudei Karol a arrumar o cinto enquanto o casal se sentava silencioso nos bancos da frente. Ceci me fuzilou com os olhos e eu fiz uma careta, dando de ombros.

Por alguns minutos todos ficaram em silêncio, mas depois Karol começou a puxar assunto e; antes que eu pudesse me dar conta, estavam os três conversando bem animados enquanto eu só observava. Olhei para Karol, que tinha os olhinhos brilhando e sorria enquanto Igor falava algo sobre o planetário. Mais uma estava conquistada. Era perfeito! Minha ironia podia me sufocar de vez, eu pensava.

– E você? Gosta de estrelas, Malu?– Igor perguntou, me olhando pelo retrovisor. Me perguntei qual era o problema dessa criatura.

– Não. Não gosto.

– Que mentirosa. Ela gosta sim. Ela disse isso uma vez. – Ceci interrompeu. E eu soube que daria merda.

– Eu nunca disse que gostava.

– Disse sim. Você não se lembra? Você estava dormindo, no sítio do marido da D.Betty. Você sussurrou enquanto dormia. “As estrelas parecem tão bonitas. Tão bonitas porque você esta aqui comigo...”. Eu sempre quis saber quem era que estava com você no sonho.

– Cala a boca, Ceci! Essa é uma informação que não poderia ser dividida de modo algum!

– Por quê? – Ela disse, se divertindo com meu rubor. Desgraça! –  Ah não se faz de durona porque você é uma manteiga derretida.

– Cecília! Cala. A. Boca. – rangi, querendo desaparecer.

– Uh. Que estresse. Não acha, Igor? – Igor nem sequer se mexeu, somente me olhou pelo retrovisor. Afundei no banco do carro, tentando desaparecer da sua vista. Amaldiçoando com todas as forças minha irmã e seu namorado.

Peguei meu celular, colocando meus fones de ouvido com raiva. E liguei a música na maior altura. Somente para abafar o som da conversa deles, querendo esquecer a cena constrangedora de poucos minutos atrás, esquecer o jeito como Igor me olhou. Como eu, se lembrando de um certo dia no Planetário, aposto. E agora... Agora ele estava levando a minha irmã a conhecer aquele lugar. Tentei não me importar, sequer pensar. Apenas me limitei a encostar a cabeça no vidro do carro sacolejante. Sentindo a cabeça doer, meus ouvidos já haviam se acostumado com o som da música, mas a situação parecendo cada vez mais insuportável.


***


No final das contas, o passeio não foi tão ruim. Principalmente pelo fato que quando entramos no planetário cheio eu dei um jeito de desaparecer. Sumi de perto deles, de toda seu divertimento e fiquei andando sem rumo. Observando as coisas legais desse Planetário, que era muito maior do que o outro que eu fui. Muito mais interessante, moderno, gigante e bonito.

Acabei parando em um corredor interessante no meio das minhas andanças, era escuro, mas com luzes pequenas bem localizadas. Parecendo o céu estrelado. Segui por ele, sabendo que deveria ser um local proibido, pelo menos por enquanto a essa hora. Acabei naquelas salas com um grande telão e uma maquete gigante e bem realista do Sistema Solar. Devia ser o lugar onde faziam a apresentação sobre o Sistema Solar e essas coisas.

– Está vazio, talvez isso signifique que você não pode ficar aqui. – A voz de Igor me fez dar um pulo no meu lugar. Olhei em volta, no lugar vazio, constrangida.

– Ops. – O encarei, constrangida por ser pega em flagrante, que me olhava sem desviar o olhar. Cruzei os braços, voltando a minha postura séria e hostil. – Como me achou?

– Sabia que você devia estar isolada. Então pensei nesse lugar. – Ele saber disso, me incomodou ainda mais.

– Porque veio atrás de mim? – Ele meio que olhou os pés, seu rosto adquirindo um tom conhecido de constrangimento. A compreensão me inundou. – Minha irmã pediu, não foi?

– Foi. É... Vamos a uma lanchonete.

– Claro... Vai na frente. – cruzei os braços, apontando o caminho com a cabeça. – Eu vou depois.

– Na verdade... Eu me ofereci pra te procurar. – Não pude evitar a surpresa quanto a isto, muito menos a pergunta que se seguiu:

– Por quê?

– Eu preciso conversar com você. – Ele deu um passo a frente, me fazendo recuar dois passos.

– Não temos nada pra conversar.

– O jeito que você está lidando com as coisas está me matando, Malu!

– O jeito que estou lidando com as coisas? – ri irônica. –  O que eu queria que eu fizesse? Saísse por aí dizendo que estou feliz com tudo isso? Você quer a minha benção agora?

– Isso é ridículo.

– O que quer que eu faça então? – Não conseguia entendê-lo. Entender o que ele queria. Será que não via que isso era estupidamente doloroso?

– Pare de me tratar como se eu fosse um monstro, como se eu não tivesse sentimentos...

– Então você tem sentimentos, mas não se importa com o dos outros? É isso? – ri irônica novamente. Começando a ficar com mais raiva ainda.

– Pare de fazer isso. Por favor... – Ele implorou, baixinho.

– Fazer o que? Ser sincera?

– Não está sendo sincera. Está cruel.

– Owwn. Coitadinho. Eu sou a menina malvada, muito má. Sem coração... A bruxa perversa desse conto de fadas inútil que você esta tentando viver. –  Minha voz parecia se tornar cada vez mais hostil. – Eu sou a cruel que destrói todas as suas tentativas de ser bonzinho com ela. Porque você... Oh... você é incrível! Um ótimo cara! Nunca magoou ninguém.

– Pare de fazer isso, de jogar isso na minha cara. Eu me lembro do que aconteceu sabia? Eu me lembro de tudo! Sei que fui imbecil. Mas já passou. Então pare com isso! E principalmente... Pare de falar e agir como se eu não tivesse te amado!

– Então pare de agir como se eu continuasse te amando! – gritei, sentindo os olhos embaçados. Mas a raiva e o orgulho maiores do que tudo, do que toda a mágoa. – Porque eu tenho uma surpresa bombástica pra você... Eu não dou a mínima pra você. Eu te odeio! Só quero você longe, ok? Bem longe!

Tentei passar por ele, mas ele segurou meus braços com força. Me fazendo o olhar nos olhos. Ele arfava, também com raiva. Então sorriu, um sorriso sarcástico.

– Você me odeia com tanta intensidade quanto ainda me ama?

– O que?! – gritei, horrorizada. A pergunta dele me pegara de surpresa, fazendo minhas pernas fraquejarem. – O que está dizendo?

– Que você é uma mentirosa. Você é uma mentirosa hipócrita. Não superou droga nenhuma! Porque se tivesse superado, não ficaria tão nervosa. Não ligaria a mínima pra nossa história anterior, porque eu não faria indiferença alguma diferença na sua vida. Se você tivesse superado, seria indiferente a mim. Nem daria bola pra mim. Mas eu posso sentir esse ódio em você, forte, intenso e vívido, proporcional ao quanto você se importa. Mesmo você tentando se fazer de indiferente, dá pra sentir sua fúria só de me olhar. E isso me dá a certeza que eu ainda afeto você. Me dá a certeza que você ainda me ama.

Com a mão livre, por puro impulso, lhe dei um tapa. Que fez eco por toda a sala vazia. Ele me soltou e eu cambaleei para trás. Chocada com suas palavras. Chocada porque isso era verdade. Ver que eu concordava com isso me deixara cada vez mais surpresa, cada vez mais... Magoada com tudo isso. Não tive forças nem para negar tudo o que ele me disse. E nem poderia. Quando consegui encontrar minhas pernas no meio de todo tremor que eu era, simplesmente saí correndo dali. Deixando-o sozinho para trás. Deixando com ele a certeza que ele estava certo. Eu não tinha superado ainda. E isso era uma droga. Uma tremenda droga!



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Notas finais do capítulo

Vish... Igor foi cruel. Bem cruel... E vocês ainda gostam dele! u.u Eutbmgosto. Espero que tenham gostado. Até breve.Bjiinhos. =D