As Crônicas de Mhaglacia escrita por AntonioConceição
–O que foste fazer? – Perguntou Dário para a mulher inconsciente que tinha ao seu lado.
Dário pegou na princesa ao colo e levou-a em direção á cascata.
Era muito alta. As rochas eram de um cinza-claro que tornavam a água brilhante. Não. A água estava mesmo a brilhar. Parecia que havia perolas no fundo que refletiam no cimo. A água caia com uma intensidade enorme formando pequenas ondas e repuxos.
O cavaleiro descalçou-se e despiu-se ficando apenas com uns calções e de tronco nu. Mais uma vez podia-se ver como ele era bem formado e musculoso. Calmamente despiu Luana. Ele tinha-a nos braços e colocou-a de pé. Estava abraçado a ela e abri-lhe o vestido, meteu-lhe as mãos nos ombros e empurrou-o para baixo deixando-o cair no chão, ficando a princesa com um vestido que lhe dava pelos joelhos. Era um vestido fino, azul-claro.
Dário entrou na água lentamente e sentiu-a morna nos seus pés.
Colocou Luana na horizonta e meteu-lhe as mãos nas costas levando-a consigo.
Afastou-se da margem e levou-a para o centro da cascata onde a água caia fortemente.
Conseguia-se ver o reflexo da lua cheia no centro da cascata.
A noite estava calma. Ouvia-se os lobos uivarem. Uma brisa completava o ambiente. O som da água a bater nas rochas era sereno.
Luana estava no centro da cascata de olhos fechados com Dário ao seu lado segurando-a. Estiveram assim por uns minutos até que a guardiã abriu os olhos e assustou-se. Bateu as mãos na água e colocou-se na vertical. Não conseguiu manter-se na superfície e estava a enterrar-se na água até que Dário agarrou-a na cintura e puxou-a para cima e ela agarrou os seus ombros para se apoiar.
–Onde estamos? – Perguntou ela admirando a paisagem.
–Estamos na cascata. Está ali o nosso acampamento. – Disse Dário virando a cabeça indicando onde estava o acampamento.
–Porque estamos dentro da cascata? Espera… - Luana olhou para o seu corpo que parecia despido. O vestido era tão claro que molhado deixava ver todos os pormenores do corpo da princesa. – O meu vestido?
–Tive que tira-lo… Porque molhado ele iria ficar pesado.
–Mas porque estamos aqui? – Luana ainda continuava com as mãos nos ombros dele e ele com as suas na cintura dela. De alguma forma ela estava a gostar de ali estar.
–Desmaias-te. E esta água é curativa. Esta é a cascata de Furgost. É uma cascata que foi banhada com as almas de grandes guerreiros e dizem que eles passam aqui todas as luas cheias para curar quem cá entrar. Mas o que aconteceu para tu ficares naquele estado?
–Não sabes? – Perguntou surpresa. Ela pensou que ele tivesse acordado porque tinha sentido que invadira os seus pensamentos mas afinal não.
–Espera… - Começou Dário.
–Sim.
–Tu não invadiste os meus pensamentos. Pois não? – Perguntou Dário furioso.
–Claro que não! – Mentiu.
–Tu achas que depois deste tempo todo que não te conheço? Estas a mentir! Invadiste os meus pensamentos! Não acredito. – Dário largou a cintura dela e fez a largar os seus ombros e afastou-se. Ela ficou a bater os pés para não ir ao fundo tal como ele fazia.
Luana aproximou-se e envolveu os seus braços no pescoço dele.
–Gostei do que vi… - Ficou corada.
–O que viste?
–Vi o que sonhaste. Vi que sonhaste comigo. Ouvi o que pensaste. Pensaste em como querias que eu sentisse o que sentes por mim. Mas isso não é possível… Eu sinto mais que isso! – E acabando Luana une pela segunda vez os seus lábios com os dele e os dois fecham os olhos.
Dário abraçou-a e juntou os dois corpos.
A felicidade de Luana era enorme.
Gotinhas de água começaram a sair da cascata, subindo e subindo sempre mais alto. Um forte vento cercou a cachoeira como um escudo protetor. Rosas cresceram do fundo da catarata e romperam pela água acima.
Eles sentiram que tudo estava a mudar, abriram os olhos e separaram os lábios acabando com o intenso beijo. Por instantes ambos olharam para cima e viram as gotas e as rosas. Segundos que duraram porque rapidamente as gotas caíram na cascata como se fosse chuva. As rosas explodiram deixando a água coberta de pétalas. E o vento desapareceu.
–Olha o que a tua felicidade fez… - Riu-se Dário.
–Eu disse-te que o que sento por ti é maior. Nem consigo controlar a natureza! – E riu-se também.
Os seus lábios voltaram a juntar-se.
A água parecia que estava a ferver e a entrar em ebulição pois estava aos saltos fazendo com que toda a cascata ficasse com um enorme nevoeiro. As pétalas de rosas subiram ficando espalhadas por toda a parte da catarata.
No meio daquela linda paisagem de pétalas flutuantes no meio do nevoeiro onde a água estava agitada estavam dois humanos unidos.
Dário beijou o pescoço de Luana. Colocou as mãos nos ombros dela e foi tirando-lhe as alças do vestido. O vestido saiu-lhe do corpo suavemente. Deslizando pela água. Desaparecendo nas profundezas da cascata. Ela estava nua. Entrou pela água a dentro. Começou a beijar os mamilos dele passando de seguida para o abdómen. Depois tirou os calções dele. Também estes desapareceram nas profundezas da cascata. Ela olhou para cima e subiu á superfície passando os seus seios pela pele dele até que chegou e beijou-o mais uma vez.
Agora os dois estavam nus naquela cascata.
Para a princesa agora aquela cascata era mesmo mágica.
Havia uma rocha no meio da cascata bem alta e eles foram para cima dela beijando-se.
Em cima da rocha a água tinha cerca de vinte centímetros de altura. O cavaleiro deitou a sua amada na rocha. A água não chegava a tapá-la toda pelo que o seu amado podia ver cada detalhe do seu corpo.
Ele foi por cima dela e beijou-a. Passou os beijos pelo pescoço até chegar aos seios.
A cachoeira continuava na mesma com as pétalas a flutuar, o nevoeiro e a água agitada. A água inquietada fazia com que às vezes batesse na rocha onde os dois estavam e passava pelo corpo de Luana.
Dário voltou para os lábios dela. Passou a sua perna pelo meio das dela e fez as abrir. Acabou com o beijo por instante para se por no meio das pernas dela. Debruçou-se sobre ela colocando as mãos na rocha mesmo acima dos ombros da princesa. Juntou mais uma vez os lábios aos dela e uniu os dois corpos num.
Ele fazia grandes movimentos sobre ela, fazendo-a a mulher mais feliz do mundo.
As pétalas da cascata subiram muito alto até não se conseguirem ver. Um vento fechado cercou a rocha formando um escudo pois a água começou a saltar intensamente na mesma mediada que Dário acelerava os seus movimentos sobre o corpo de Luana. A água acabou por cercar o escudo.
Luana e Dário pareciam estar numa bola dentro de água.
Os dois continuavam a fazer amor sem se aperceberem do que se passara á sua volta.
Enquanto Dário se movimentava em cima dela, ela levantou as mãos e colocou-as nas costas dele. Começou a fechá-las, imensa de felicidade até que o arranhou. Mas isso não o parou. Ele continuou. Beijou-a nos lábios, no pescoço e nos seios.
Fora do escudo a água estava num pico enorme. Chegava á altura da catarata. As árvores estavam agitadas e os seus ramos cresciam.
Mas dentro de água, no escudo feito pelo vento era onde estava a grande magia.
Dário estava a terminar quando disse-lhe:
–Eu amo-te!
A água subiu muito, muito alto alcançando as pétalas. Os ramos cheios de flores e folhas cresceram ainda mais. Foram para cima da cascata e formaram um teto sobre ela mas com um círculo no meio. De cima podia-se ver que esse círculo estava apontado para a rocha onde estavam os humanos. Era o teto mais lindo que alguma vez se vira. Dário agarrou em Luana e rodou-a, deitou-se na rocha e deixou-a deitar-se sobre si ficando com a cara enterrada no seu peito. E ambos olharam em redor e viram o que estava a acontecer.
–Meu deus! – Pronunciaram os dois ainda deitados.
O escudo que o vento fizera desapareceu. A água lá de cima começou a cair fortemente no teto criado pelos ramos e no círculo do meio não caiu nem uma gota mas sim todas as pétalas entraram pelo círculo e caíram sobre a rocha e nos corpos nus enquanto a água caia dos ramos como pequenos fios até chegarem á cascata.
Os dois ao verem as pétalas caírem elevaram o tronco.
Era a coisa mais linda que tinham visto em toda a vida e foram eles que fizeram aquilo.
A água acabou por cair toda na cachoeira e as pétalas na rocha.
Os ramos desembrenharam-se e voltaram a ficar pequenos, junto das árvores. A água da cascata estava calma e Dário e Luana continuavam na rocha cercados de água e cheios de pétalas.
Saíram da rocha e entraram na água tirando as pétalas dos seus corpos. Chegaram á margem e forma buscar as suas vestes e vestiram-se.
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