De algum lugar, 13 de agosto de 2006.

Amada Bella,

Pude ser idiota, e então a pessoa menos irracional possível. Mas o amor é irracional. Pode pensar que palavras elaboradas, ou frases complexas não poderiam sair de minha boca, porém, eu não sou ignorante Bella. E sei ser romântico também.

Posso ter demorado, posso não ser certo. Mas afinal, o que nesse mundo é certo? Não quero ver-te entrar em um vestido branco e jurar amor por ele, não quero ver-te sem mim, pois não me vejo sem ti.

Aqui, em algum lugar, o tempo passa lentamente. Talvez estejam preocupados, talvez até se importem, mas eu, eu não consigo me importar.

Sinto-me como se estivesse de ressaca, após beber todo um bar, e fazer todas as loucuras possíveis e impossíveis, e no outro dia, acordo, infelizmente me lembrando de tudo, com um gosto ruim na boca, com a cabeça explodindo. Mas agora não tem mais remédio.

Pode ridículo, mas o amor é ridículo, e eu me sinto ridículo. Não posso abrir os olhos, e pensar o quanto você sofreu, por ele. E lá estava eu, te ajudando, você estava quase bem, mas ele veio novamente, e te levou de mim.

Queria poder me atirar de um penhasco e morrer, como teria acontecido contigo se não tivesse te salvado. Mas nada aconteceria. A dor de estar vivo, e saber que ele está ai são maiores do que eu posso aguentar.

Por quê? Porque, Bella? Porque você?

Sinto que posso ouvir a marcha nupcial tocando daqui, de tão longe, e ouvir seu coração bater rápido, enquanto você pega a mão dele. Por favor, não pegue a mão dele, não dessa vez. Eu estou aqui, é só você me chamar. Você sabe disso.

Posso ouvir o vestido de noiva que você está vestindo se arrastando pelo chão, e imaginar eu ao seu lado, em um altar numa pequena capela, rodeada de flores, onde furaríamos amor eterno. Enquanto a vida nos permitisse.

Mas o mundo é injusto, e já percebi isso, Bella. Já percebi. Sinto-me vivendo como um idiota, sem razão nenhum, sem esperança, e expectativa, e ai você se foi. Arrastando sua calda, segurando seu buquê, de mãos dadas com ele. Enquanto vejo tudo isso de fora, e me sinto queimar, como fogo, o pior dos piores fogos.

E assim aos poucos vou morrendo, esperando a morte com sua foice chegar e me levar junto a ela, para que talvez um dia, em algum lugar, se possível, eu encontre você.

E como um ciclo repetitivo todas as imagens de nós dois juntos me atingem, enquanto a música começa, enquanto a música termina, enquanto a música fica em minha mente.

Até eu finalmente cair, e sentir que tudo foi, e só eu estou aqui, sem você. Como um completo idiota iludido pelo amor.

De seu melhor amigo, Jacob.

P.S.: Te amo, muito. Não se esqueça de mim. Não me esquecerei de você, meu amor.