“Lembrei-me hoje de nossos momentos juntos.

Olhando bem para eles, não me pareceram nada surpreendentes, arrojados, interessantes.

Nos conhecemos como dois estudantes.

Quantos não se conheceram assim?

Sentávamos na mesma fileira... mais precisamente a terceira, contando da porta para a parede, ao lado oposto.

Mas depois, você passou a sentar ao meu lado.

Quando começou mesmo?

Descobri por meio de nossa amizade recente que éramos parecidos demais.

Nossos gostos eram iguais.

Nos entendíamos como um casal de amantes.

Mas, naquela época, não éramos nada além de amigos.

Ainda hoje me pergunto se algum dia houve amor ali...

Talvez não naquele momento, mas verdade seja dita:

Quando os professores começaram a torcer por nós dois, ali eu realmente vi que algo não estava totalmente correto.

Talvez fosse o caminho natural que deveria ser percorrido, sem pressa.

Mas você foi embora.

E nosso caminho naturalmente percorrido?

Esse caminho, ele ficou para trás...

Quando o tempo da verdade chegou, ela, a verdade, riu de mim e minha espera.

Riu da minha tola esperança.

E uma adaga em minhas costas foi fincada, alcançando, por trás, meu coração.

Meu amor, o meu primeiro, havia sido dizimado como um campo de centeio é destruído pelo granizo.

E eu, que velei por ti todo esse tempo, não ganhei nada a não ser dor e sofrimento.

O que fazer com esse coração?

No fundo, eu só queria que você me quisesse.

Agora sei que foi demais desejar essa pequena vontade.”

- Boa tarde, em que posso ajudar?

 - Queria enviar essa carta para o endereço...