Angels Cry escrita por SnakeBite


Capítulo 34
Capítulo 34: Aprendendo a Amar


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEM por nao poder responder a tds os reviews, tenho ficado sem tempo =/ minhas escravas concordaram em fornecer um capitulo maior :D espero que gostem! D.



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Dean fora embora logo, precisava ir para casa cedo, e me deixou dormindo na cama.
  No dia seguinte, encontrei um pacote na mesa da cozinha, com uma etiqueta que tinha sua assinatura. Quando abri a caixa branca com verde claro, vi um vestido de noite lá dentro. Dei um breve sorriso comigo mesma, encarando o vestido.
  Não era novidade para ninguém que Dean era rico. Seu pai era um grande empresário e sua mãe herdou dinheiro de seus pais, que herdaram... Você entendeu. Ou seja, ele não se importava em comprar presente caros para seus amigos. Ele se empolgava ainda mais quando chegava meu aniversario.
  Quando eu reclamei que mamãe não queria comprar a saga do Harry Potter para mim, ele comprou e no mesmo dia já estava nas minhas mãos.
  Guardei o vestido, escutando meu celular vibrar na mesa. Avril.
-Oi.
-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Não acredito que Dean te convenceu a ir!
  Revirei os olhos.
-É, pois é.
-Eu e June vamos nos arrumar aí. Nos espere ás cinco e meia. Beijo.
  Disse, rapidamente, desligando o telefone na minha cara. Fechei o telefone e o guardei no bolso, rumando o meu quarto.
  Avril tinha me convencido a comprar uma tiara de prata que vimos em uma loja numa de nossas idas ao shopping. Lembro que tinha trazido para cá para mostrar a mamãe, e larguei aqui, pensando que não iria precisar mais.
  E tinha os sapatos altos na casa de June, que larguei lá quando dormi em sua casa, depois da festa de uma de nossas amigas.
  Eu poderia dizer que estava ate animada, se não fosse tão deprimente o fato de que Brian estuda na mesma escola que eu, junto com Caroline.
  Logo era cinco horas, e as meninas batiam a minha porta. Quando abri, June e Avril saíram entrando, andando rápido, e largaram as bolsas no sofá.
-Mãos a massa. Então, June trouxe os sapatos...
  Desliguei-me, apenas balançando a cabeça e assentindo a elas, sem ouvir.
  Eu tinha medo da minha reação ao ver os dois juntos. Não sabia se iria sair correndo para partir a cara de Caroline, se iria chorar que nem uma idiota, ou se iria levar numa boa. Eu depositava todas as minhas esperanças na ultima opção.
-Dean vai te levar?
-Não sei.
  Dei de ombros.
-Acho que ex-estudantes podem, não podem?
-Podem. Nathan vai levar a Frankie.
  Elas começaram a tagarelar sobre os dois, e me mandaram ir logo tomar banho. Me arrastando, rumei o banheiro, colocando-me debaixo e fechando os olhos.
  Sai do banheiro e vi as minhas coisas na cama. Vesti o vestido, me olhando no espelho. Era até os joelhos, meio balonê, branco com uma fita verde clara, algum detalhes na mesma cor. Era tomara que caia e lindo, muito lindo. Ele sempre soube o que eu gostava.
 Peguei a escova e sequei os cabelos com o sacador.
  Logo, já estávamos prontas. Ou quase.
-ONDE ESTÁ A MERDA DO DELINEADOR, June?
-Tá na cômoda da Lisa, sua barraqueira, porra!
  Elas gritavam, uma em cada canto da sala.
  A campainha tocou.
-ATENDE A PORTA!
  As duas gritaram, na mesa hora. Me levantei e andei tediosamente até ela, abrindo-a e dando de cara do Dean. Sorrimos.
-Você ficou... linda.
-O-obrigada. Mas, Dean, já pedi para que não gastasse dinheiro.
  Ele riu, erguendo a mão e brincando com uma mexa do meu cabelo solta.
-Não gastei nada. Não se lembra? Você usou esse vestido quando foi lá em casa, no meu aniversario, ela te emprestou. Só pedi para minha mãe ajustar. Deduzi que tivesse o mesmo corpo de Avril, e como ela tinha o molde dela...
  Ele colocou as mãos nos bolsos do smoking, dando um sorriso pequeno.
-Meu deus... nem me lembrava!
-Eu presto atenção nos detalhes... mentira, eu tenho uma foto nossa desse dia.
  Rimos.
-As meninas não se aprontaram.
-Vamos na frente?
  Assenti, fui falar para as meninas e entramos no carro.
  Antes de se quer colocar a chave, Dean se virou para mim e perguntou:
-Preciso ter certeza de que você está certa disso.
  É. Eu estava certa?
  De qualquer forma, assenti com a cabeça.
  Ele me ergueu as sobrancelhas. Assenti novamente.
-Vamos rachar a cara daquele vira-lata.
  Eu disse, sem emoção.
  Dean sorriu, virando-se e dando a partida.
-Essa é a minha garota.
  Quando chegamos na festa, todos foram cumprimentar Dean, e as meninas babá-lo, como sempre faziam.
  Quando em fim todos largaram-no das perguntas “como você está?” ou “está morando aonde?”, nós entramos.
  Bom, não vou falar muito da decoração, por que eu não prestei atenção nela quando meus olhos encontraram com os de Brian. Tentei desviá-los na hora, mas os dele me prendiam demais. Aquela falsa impressão de confusão, tristeza...
  O que ele estava fazendo aqui? Disse que não ia ao baile se não fosse comigo.
  Pare com esses pensamentos, Lisa! É obvio que ele viria, local perfeito pra traçar a Caroline e...
-Vamos? Frankie e o resto estão ali.
  Dean me puxou, guiando-me como se eu fosse cega.
  Brevemente, Avril chegaria e iria perguntar por que eu não ia falar com Brian. Teria que inventar uma desculpa. Talvez essa de “eu não o vi anda” colasse. Não, claro que não! Estamos falando de Avril, ela iria provavelmente me puxar e sair gritando o nome do idiota.
  Tentei participar da conversa e me esforaçar para parecer bem. Eu sabia que Dean estava de olho e mim, vendo se eu estava realmente me divertindo. Eu não queria deixá-lo triste, então, fingi me divertir. Não era difícil; só rir e rir. E só.
  Tá, não era nada fácil.
  Avril e June chegaram, acompanhadas com os garotos. Logo, estávamos tendo uma conversa direita.
  Sentia toda hora os olhos de June nos meus, pensativos. Merda, eu tinha que me esforçar mais. June era uma expert em me decifrar. Coisa de melhor amiga desde os sete.
  Depois de meia hora, June pediu licença e me puxou. Merda. Isso nunca era bom.
  Fomos para o pátio, onde não tinha ninguém alem de um casal se pegando perto do chafariz, onde era mais calmo, e cruzou os braços, falando:
-O que aconteceu?
-Como assim “o que aconteceu?”?
  Eu perguntei, tentando disfarçar.
-Para de palhaçada, Lisa! Todos já perceberam que você não está bem, nem sei como Avril ainda não percebeu!
  Todos já perceberam?
  Mas eu achei que estava indo também...
-Não é nada.
-Fala.
  Dei de ombros, falando:
-É só o Brian.
-O que tem ele?
-Está pegando Caroline.
  Ela franziu a testa, fazendo uma cara de surpresa misturada á choque.
-Como é?
-Ah, ele tá traçando a vagabunda da Caroline. O que você não entendeu?
  perguntei, nervosa, passando a mão na cara.
-Não acredito.
-AH, Eu NÃO TENHO UMA FITA DELES DOIS COMO PROVA, PORRA, June!
  Ela murmurrou um palavrão quinhentas vezes seguidas, seu rosto fincando roxo de raiva.
-Não creio que ela foi capaz disso.
-Está me irritando.
  Não era “irritando”. Era “machucando”.
-Ela está se misturando com Tiffany e Ashley, e ela sempre foi uma vadia. Esse fato somado ao que ela nunca gostou de mim resultou nisso.
-AH, amiga, eu sinto muito... Quer que eu vá lá meter a porrada naquela piranha?
-Quando Avril descobrir, ela faz isso, pode deixar.
  Ela me encarou com aquele olhar de pena, passando a mão no meu braço.
-Você está bem?
  Novamente dei de ombros.
-Uma parte de mim... esperava por isso. Isso não ameniza o choque, mas ajuda a me conformar. Dean está ajudando bastante e... SHH CALA A BOCA!
  Eu disse assim que vi Avril correndo até nós.
-Vamos, vão coroar a rainha do baile, suas mongas.
  June me abraçou brevemente, sussurrando palavras consoladoras (e vãs) de que vai ficar tudo bem e rumamos novamente o salão.
  Depois do blábláblá do diretor, ele chegou na parte principal.
-Entao, essa noite, a rainha do Baile de Boas Vinda é...
  Uma musica de suspense rolou no ar.
-Tiffany Brendon!
  Oh, que inusitado.
-Venha cá Tiffany, receber sua... quinta coroa!
  A patricinha vagaba foi até o palco acenando e se achando a Miss Universo.
-E o rei do baile, acompanhado por Tiffany, é o...
  Ele falou o nome de um cara do futebol americano que eu não me importei em ouvir.
  Mais tarde, quando já estavam todos bêbados (não serviam álcool, mas eles levavam, na maior cara de pau), me direcionei ao pátio novamente, me sentando na grama.
  Alguns minutos se passaram, até eu ver Dean andando em minha direção, smoking desabotoado e a gravata desfeita, com dois copos na mão. Ele se sentou do meu lado e me ergueu o copo.
-O que é...?
-Ice. Você não vai ficar bêbada, santinha. Não sou ta o mau a ponto de corromper sua inocência.
  Rimos. Bebi o liquido e em seguida ele falou, em baixo tom:
-Você foi bem essa noite. Ninguém comentou nada.
-June descobriu.
-Mas a June é a June, era obvio que ela descobriria.
  Sorrimos.
-É, ela me conhece bem...
  Ficamos em silencio, enquanto alguns alunos já se dirigiam a seus carros.
-Quer ir para casa?
  Assenti.
-Não tem problema se você quiser ficar, e...
-Shhhh. Ás vezes você precisa calar a boca.
  Ele disse, se levantando e erguendo a mão para mim. Pousei-a em cima da sua e ele me puxou, andando sem direção de seu carro.
-Vai para a casa da sua mãe?
-Tecnicamente, eu iria para a casa da June, mas acho melhor não. Ela vai me fazer um interrogatório sobre as minhas condições emocionais. Não quero isso.
  Ele riu, assentindo.
-Ok, casa da sua mãe, então.
  Quando chegamos lá, a única coisa que eu queria era me sentar. Joguei-me no sofá, encostando a cabeça, soltando o ar dos pulmões. Dean se sentou do meu lado, fazendo a mesma coisa, olhando para cima.
-Lembra de quando nós fomos para o shopping para matar aula e namorar?
  Ele riu.
-Quando encontramos a professora Lopes lá? Lembro sim.
-Adrenalina correu em nossas veias enquanto fugíamos.
  Rimos, lembrando.
  Virei a cabeça para ele, que virou a sua para mim.
-Dean?
-Eu.
  Fiquei seria.
-Obrigado. Por... você sabe. Qualquer um teria enlouquecido com a minha teimosia.
  Ele sorriu, colocando meu cabelo para trás da orelha.
-É para isso que serve os amigos.
  Ele se sentou direito, tirando o smoking, a blusa social branca por baixa manchada de ponche. Me endireitei no sofá, tirando os sapatos.
  Sentei de pernas de chinês (short por baixo, claro). Suspirando.
  Dean virou para mim, e falou, a voz séria e hesitante:
-Olha, é a primeira vez que eu vou por em palavras isso, embora eu saiba que você já sabe.
  Me virei para ele, prestando atenção.
-Eu gosto tanto de você, Lisa... Eu te amo tanto. Meu coração se despedaçou quando você falou que estava com Brian. Eu a conheço há mais de dez anos, temos tanta coisa em comum, tanto tempo em comum, e você escolheu-o ao invés de mim.
  Ergui uma sobrancelha brevemente, imperceptível.
-Dean.
-Eu sei que você não gosta de mim. Só... pense. Você sabe que gosta de mim, bem lá no fundo.
  Aprender a amar quem é melhor para nós, lembrei de uma vez que mamãe falou, quando eu era uma criança ainda, para uma amiga que se divorciou no telefone. Essa frase realmente sempre ficou na minha cabeça.
  Quando percebi, os lábios de Dean estavam grudados nos meus. Ele se sentou novamente, a testa encostada na minha, de olhos fechados.
-Desculpe, jurei que não iria acontecer de novo, mas...
  Ele calou a boca quando o beijei. Podia sentir seu choque. Mas depois de uma fração de segundo, senti-o abraçar-me; ergui minha mão e a pousei em sua bochecha.
  Eu não estava bêbada.
  Quem dera se estivesse.
  Eu estava apenas... aprendendo a amar quem é melhor para mim.
 


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