Angels Cry escrita por SnakeBite


Capítulo 31
Capítulo 31: Fugindo do Controle




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-Syn?

-Eu.

  Entrelacei seus dedos com os meus.

-Não está dormindo por que?

-Não estou com sono, oras.

  Respondeu, beijando meu cabelo novamente. Respirei fundo, encarando nossas mãos.

-Sabe, você não me deixou ganhar no guitar hero. Eu ganhei por que eu sou foda. Admite.

  Ele riu, novamente sua risada me arrepiando.

-Admito.

  Me virei para ele e ergui um dedo em sua direção.

-AHÁ!

-Não se gabe muito, estava apenas distraído.

-Ah, é? Distraído com o que?

  Ele me encarou nos olhos, por um longo segundo.

-Eu estava do lado de você, não era justo! Você me tira a atenção.

  Fiquei vermelha, colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha.

-Na próxima vez que você fazer isso, eu beijo você.

  Disse, puxando-me para mais perto pela blusa.

-Descobri muita coisa sobre você hoje.

  Disse, encarando a barra da minha camiseta, onde ele enrolada e desenrolava o tecido.

-O que você descobriu?

-Você é muito distraída. Perdi a conta de quantas vezes você deu com o pé na quita na mesa ou então derrubou o copo de refrigerante.

  Rimos.

-Também descobri que você gosta mais de Pepsi do que de Coca, que você não come chocolate e que você tem uma pinta aqui.

  Disse, erguendo a mão e tocando meu sinal na nuca. 

  Estávamos tão perto que eu podia sentir sua respiração no meu rosto. Sem querer, meus olhos desceram até sua boca. Meu Deus, era tão difícil...

  Nos distanciamos um pouco e eu coloquei o cabelo novamente atrás da orelha, sem querer, e sem lembrar do que ele falou. Já era automático.

  Syn me puxou e colocou seus lábios juntos dos meus. Encostei minha mão em sua nuca, entrelaçando meus dedos com seus cabelos.

  Eu não sabia como tinha agüentado tanto tempo sem fazer isso, sem beijá-lo. Acho que eu estava maluca, ou então tentava não pensar nisso. Por que não era como nas outras vezes, não era como os outros garotos. Tinha lago mais, não sei o que; talvez paixão. Talvez amor.

  Sua mão deslizou da minha bochecha até a barra da minha calça; sorri. Eu sabia que ele não ia se controlar.

-Syn.

  Disse, entre os beijos.

-Syn.

-Hum?

  Ri, de nervoso e também por estar achando graça. Ele era muito cínico!

-Você prometeu.

-O que?

  Perguntou, voltando a me beijar. Segurei sua mão e o fiz me encarar, e disse, séria, mas ao mesmo tempo tentando ser carinhosa:

-Syn. Hoje não.

  Ele ficou me encarando durante segundos. Ergui a sobrancelha, reforçando o que eu disse.

-Ah, droga.

-Pelo menos não é um “nunca”.

  Ele me encarou com um olhar surpreso.

-Danadinha você, heim?

  Rimos um do outro.

-Pelo menos essa des-bundada aqui conseguiu seduzir alguém.

  Eu disse, gesticulando para mim mesma. Ele riu, beijando minha testa.

-Eu amo essa des-bundada.

-Só eu posso me chamar de des-bundada.

  Ele sorriu, novamente, e me puxou para mias perto, abraçando-me.

-Vai dormir, garota, em vez de ficar seduzindo seu namorado. Tá vendo? Você seduz e depois não quer que eu me empolgue!

-Ai, Syn, pára com isso, parece até que tá na seca.

-Eu estou namorando você. E já que você não quer, isso quer dizer seca.

  Disse, fazendo biquinho.

-Esse seu biquinho não vai me fazer tirar a roupa. Nem me comovo.

  Ergui uma sobrancelha, balançando a cabeça.

-Você é má.

-Sou muito má.

  Acordei sem o peso do braço de Syn ao redor da minha cintura. Abri os olhos e em seguida me virei para o outro lado, procurando Syn. Nada de Syn aqui, pelo menos.

  Me levantei, esticando-me e abri a porta do quarto, ao escutar risadas e gritaria.

  Quando vi, Syn estava sentado no sofá, e, espalhados pelos cantos da sala, quatro amigos dele. Os olhos de Syn bateram nos meus, e em seguida alguém falou:

-Ei, nós não sabíamos que estava acompanhado.

  Um cara alto e magro falou, dando uma risada escandalosa em seguida. Um outro cara, um de olhos verdes e piercings declarou:

-Não é de se esperar vindo do Brian.

  Syn se levantou, com um sorriso sem graça na cara, e tacou a almofada no garoto.

-Cala essa boca, Zacky.

  Ele veio até mim e me empurrou contra a porta, onde não davam para eles nos verem, e me beijou.

-Você dorme muito, é muita perda de tempo.

  Disse, a boca ainda perto da minha.

-Não consegui dormir muito de noite.

-Nem eu. Poderia ter me acordado.

  Eu disse, sorrindo.

-Pensei que você estivesse dormindo. Acho melhor você por sua roupa de ontem. Aqueles putos são meio mente poluída tirada do esgoto quando vêem uma garota como você. Ficam parecendo cachorros no cio.

-Cruz credo.

  Entrei no quarto, rindo, e fui trocar de roupa. Depois, saí do quarto e me sentei no sofá perto de Brian.

-Pessoal, essa é a Lisa, Lisa, esses são os putos de quem te falei.

-AHHH APRESENTA DIREITO AÌ, ÔÔ MAL EDUCADO!

  O tal de Zacky falou.

-Nós temos nomes.

-É!

  Todos concordaram.

-Ok, hm... O varapau, pau de cutucar estrela ou poste se chama Jimmy.

  Jimmy sorriu e se ajoelhou a minha frente, beijando minha mão.

-Olá, Julieta.

-O nome dela não é Julieta, seu idiota, é Lisa!

  Um outro, forte e cheio de tatuagens o acertou com uma almofada.

-A casa do Syn parece casa de mulher: toda cheia de almofadas.

  Um deles disse, pegando-as e as abraçando.

-O estranho abraçado com as almofadas e mais baixo de todos...

-Vai te a merda.

-... é o Johnny.

  Eu tinha certeza que ele tinha citado o mais baixo de todos só para sacanear o coitado.

-Oi.

-Olá.

-Prosseguindo: o pigmeu numero dois é o Zacky, e o marombado é o Matt.

  Acenei e sorri para todos, meio tímida.

-Voltando ao assunto, sua casa anda feminina demais.

-Concordo.

-Isso mesmo.

-E alem disso, você nem apresenta as suas... “garotas”.

  Todos queriam chegar a um ponto que até eu sabia qual. Syn respirou fundo, passando a mão nos cabelos, e disse, tediosamente:

-É, Zacky; ela é a minha namorada.

-Namorada namorada, ou namorada namorada?

-Que porra de diferença isso faz, seu animal?

  Brian perguntou, erguendo as mãos.

-Agora vocês fiquem quietos, e tentem não por fogo na casa. Vou levar Lisa a casa dela, é aqui em cima.

-Pegou a vizinha?

-Não to “pegando” ela, Matt, babaca.

  Disse, dando um tapa na nuca de Matt. Sorri, achando graça de Syn me defendendo. Nunca, nunca, nem em um bilhão de anos eu imaginaria isso.

  Brian me encostou na parede da escada e me encarou nos olhos, sério, as mãos em meus quadris.

-Presta atenção: se aquele babaca encostar uma mão em você, você me liga. Ou grita, dá para escutar.

-Ele não vai me machucar.

  O pior era que nem eu tinha certeza disso.

-Por via das duvidas. Não quero ver você com um hematoma em alguma parte do corpo.

  Disse, me dando um beijo e saindo de perto.

-Nos vemos.

-Ok.


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