Angels Cry escrita por SnakeBite


Capítulo 28
Capítulo 28: Não se Preocupe




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/135432/chapter/28

  Eu estava deitada junto com Brian no sofá, no silencio, encostada em seu peito. Ele acariciava meus cabelos, enquanto eu quase dormia. Estávamos assim há um bom tempo.

  Eu ainda não conseguia digerir todas aquelas palavras que Syn me disse, elas ficavam rodando na minha cabeça, me fazendo sorrir. Não podia nem se quer imaginar que existia esse lado tão fofo e romântico dele. Nunca passou pela minha cabeça, e mesmo se tivesse passado, nunca teia sido tão perfeito como foi.

  Eu me sentia uma boba por não ter ficado com ele assim que ele falou que gostava de mim; eu o amava desde sempre, só não aceitava isso. Não aceitava um ser como ele gostar de um ser como eu. Ainda é um pouco surpreendente.

  Como eu me sentia agora?

  Feliz.

  Muito feliz.

-Acho que Avril vai surtar quando eu contar a ela.

-Você vai contar?

  Ele perguntou. Me sentei e o encarei.

-É claro.

-Então... Nós...

  Sorri. Em seguida ele sorriu também. Brian se sentou e puxou meu rosto, me dando um breve beijo na testa, e falou:

-Agora você não me escapa.

  Ri, Syn me puxou para si e me girou, encostando-me no sofá, beijando-me novamente. Abracei seu pescoço, e depois falei:

-Ok, Senhor Garanhão, preciso ir agora. Vai ter muito tempo para fazer isso, relaxe.

-Aonde você vai?

-Minha avó vem da Inglaterra passar uns dias aqui. Vou buscá-la no aeroporto.

-Eu sabia que esse seu sotaque chato vinha de lá.

  Me livrei os braços dele e calcei os chinelos. Me encarei no espelho da sala e prendi o cabelo, que estava em um estado meio caótico.

-Você pode ir, se quiser.

-É claro que eu vou, marcar o meu território. Não quero marmanjo nenhum olhando para o que é meu.

  Revirei os olhos.

-Não vai bater em ninguém, né?

-Se for preciso...

  Rimos, enquanto Syn pegava as chaves de seu carro.

  Em poucos minutos nós já estávamos no aeroporto.

-Vai vir?

  Ele assentiu, mas depois disso disse:

-Vai na frente, tenho que achar minha carteira por aqui.

  Saí do carro e fui procurar vovó. Assim que cheguei no desembarque, vi vovó sentada perto de uma mala branca, com um sorriso na cara e um óculos escuros. Ela parecia a avó da Hanna Montana com esse cabelo.

-Vovó!
  eu disse, indo abraçá-la. Vovó riu, me envolvendo com seus braços, apertando-me.

-Ah, senti tanta falta da senhora!

-Eu também, meu chuchuzinho, eu também. Como você está? Veja como está bonita!

  Ri, meio sem jeito.

-E seu pai, onde está?

-Teve que ficar em casa, está fazendo o jantar.

  Ela sorriu.

-E aí, está com alguém?

  No exato momento que ela falou isso, escutei Syn se aproximando. Ele parou do meu lado, colocando a carteira no bolso, e segurou minha mão, entrelaçando os dedos com os meus.

  Vovó o encarou, depois me olhou. Assenti com a cabeça brevemente, e ela depois sorriu.

-Você tem o mesmo bom gosto da sua mãe, menina.

  Ela disse, e em seguida piscou para mim. Sorri, corada.

-Vovó, esse é o Brian, Brian, essa é a minha avó Mary. Ela é a mãe do meu pai.

  Brian sorriu, e parecia que ele estava tão perdido quanto eu, nenhum dos dois sabia o que fazer.

  Vovó entrou no carro, sentando-se no banco traseiro.

-Vocês estão juntos a quanto tempo?

  Brian deu uma risada engasgada. Fuzilei-o, com raiva. Eu era quem teria que falar?

-Desde...

  Pigarreei.

-Essa manhã.

  A cara de confusão da minha avó só não foi mais engraçada por que ela estava de óculos escuros.

-Como é?

-É que, bom, eu conheço Brian desde o começo das aulas, mas ninguém dava o primeiro passo.

  Ele me encarou com uma cara de surpresa.

-Não sei aonde. Eu já tinha dado o primeiro, o segundo, o terceiro... Só você quem não queria nada.

  Ele falou, olhando para a pista. Vovó riu.

-Seu pai já sabe?

  Neguei com a cabeça.

-Ih, nem se preocupe. Seu garoto gosta de rock?

  Assenti, sorrindo.

-Então, não é para se preocupar mesmo. Vai se dar muito bem com o pai de Lisa.

  Abri a porta de casa.

-Mãe!

  Papai disse, colocando o pano de prato de lado e abraçando vovó. Pensando em como falar para meu pai que estava namorando o visinho de baixo, que até hoje de manhã era para mim um teimoso chato e babaca, coloquei a chave na mesa e parei perto da porta, Brian do meu lado.

-O que você vai falar para ele?

-Eu sei lá, não sou tão experiente com relacionamentos.

  Isso parecer intrigar Brian. Ele se virou para mim e perguntou:

-Quantos namorados você teve antes de mim?

  Ruborizei e gaguejei.

-Não sei, uns... Uns... Três.

  Ele engoliu uma risada.

-Só?

-Quer que eu acabe com o nosso relacionamento?

-Você não teria coragem.

  Cruzei os braços.

-Droga, você tem razão.

  Papai se virou para mim e encarou Brian.

-Olá, Brian. Faz um tempo que eu não o vejo.

-Estava meio resfriado.

  Brian respondeu, apertando a mão do papai. Olhei para a vovó, e ela apenas me lançou um olhar calmo e pacifico, falando que tudo está OK.

-Lisa, Avril e Dean ligaram. Chame-os para vir para cá, sua avó deve ter muitas histórias para contar.

  Quando papai falou “Dean”, eu quase vi uma fumaçinha sair do nariz de Brian. Assenti e o puxei em direção do meu quarto, enquanto papai conversava coisas banais com a vovó.

-Não chame esse cara. Não gosto de concorrência.

-Ele não é concorrência. Não gosto dele.

  Eu disse, colocando o telefone no ouvido.

-Oi, piriguete!

  Avril me saudou, com a voz animada.

-Oi, me ligou?

-Sim, e, francamente, por que você não contou que a vovó vai vir? Sabe que eu a adoro!

  Ela disse, a voz indignada. Revirei os olhos e vi Brian futucando minhas coisas.

-Ok, ela já chegou, quer...

-To indo aí, tchau.

  E desligou na minha cara. Era incrível a capacidade de ser a maior agregada da casa que Avril tinha. Liguei para June.

-Alô?

-Oi, June, sou eu, Liss.

-Ah, oi, flor! Estava pensando em você. Avril disse que a vovó Mary vai vir. Estou me auto convidando.

  Por que Avril não virava manicure?

-Ah, ok. Tenho uma coisa para te contar, quando chegar aqui.

  Encarei Brian, que ainda futucava as minhas coisas.

-Estou te esperando.

  E desliguei.

-Você vai deixar ou não eu ligar para Dean?

-Não.

-Brian.

-Não.

-Ele é meu melhor amigo.

-Só se você me emprestar o DVD do AC/DC.

  Ele disse, pegando-o.

-Nem pensar.

-Então, não.

-Ok, eu empresto.

-Eba! Mesmo assim, não.

  Respirei fundo, colocando o telefone na base.

-June e Avril vão vir. Prepare-se para o Preparatório de Chagada.

-Que quê é isso?

-O interrogatório que Avril vai fazer. Com direito a luz queimando e tic-tac.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

geente, eu queria agradecer a vocês por continuarem a me fazer feliz, lendo a fic e comentando *-*
brigadão mesmo, pessoal :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Angels Cry" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.