Crônicas de Sieghart escrita por xGabrielx


Capítulo 5
Colônia de Gosmas 5 — Arqueira




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Trilel se virou para o grupo. Ninguém mais parecia se atrever a reclamar sobre suas missões — todos os mais inexperientes estavam ocupados ficando boquiabertos e imaginando como que matariam aquela coisa.

Aproveitando o momento de silêncio, o capitão logo começou a falar:

— Antes de qualquer coisa, recomendo que estejam acompanhados de seus respectivos responsáveis...

— Ih! — exclamou Mer Ellot, lembrando-se de que nem falara com seu responsável desde o início da viagem.

Ele se despediu de Laethel e Sieghart desejando-lhes boa-sorte e saiu à procura de um soldado de fita roxa solitário, pois todos os outros já haviam se juntado com suas duplas. Trilel dizia algo sobre desfazer a gosma gigante em partes...

— Psiu! Ei!

Ellot olhou na direção do sussurro e viu uma mulher com uma fita roxa no braço encarando-o com seus olhos verdes e com uma expressão que o mago reconheceu como apreensão. Ela segurava um arco longo de madeira e havia uma aljava ornamentada com um rubi de vermelho fortíssimo incrustado no meio e cheia de flechas com plumas brancas. Em sua mão esquerda, estava um equipamento de couro, que cobria seu dedo indicador, médio e anelar, provavelmente para não machucar a mão na hora de atirar a flecha.

Ao se aproximar, a mulher perguntou:

— Seu nome é Mer Ellot?

— Eu... sim. — respondeu distraído, não sabendo distinguir se por causa dos lindos cabelos castanhos, que iam até a altura do queixo, ou pelo doce perfume que dela exalava. Provavelmente pelos dois, concluiu.

— Graças a deus! suspirou, aliviada — Sou Linea. Me desculpa, eu devia ter te procurado antes. Eu me distraí com os campos, e depois com a floresta, e... quando percebi, já havíamos chegado.

— Não... eu é que fiquei entretido na conversa com os meus amigos e nem vi o tempo passar...

A esse ponto, Trilel já estava concluindo seu discurso:

— ...por fim, não se esqueçam de checar seus equipamentos. Atacaremos em vinte minutos.

— Vinte minutos! Mas será que não podemos ser atacados pelas gosmas? — perguntou Elliot para si mesmo.

Linea respondeu como se a pergunta tivesse sido para ela.

— Bem, a essa hora do dia, quando não estão grudadas nas árvores, as gosmas ficam... dormindo. — respondeu a moça, agora mais sossegada. — E aquele — apontando para a enorme gosma — é o resultado de várias delas juntas. Desde que a gente não as perturbe, elas não vão sair de lá.

Ao olhar mais atentamente para ela, Ellot percebeu que em relação aos seus dezesseis anos, ela devia possuir uns sete ou oito a mais.

— Hum. Há florestas nas redondezas do Megec?

— C-como...? — perguntou Linea, surpresa.

— Você veio de lá, não?

Linea fitou Mer Ellot, sua expressão mudou de surpresa para séria. Alguns segundos se passaram e o mago começou a imaginar se teria dito algo que não devia.

— Sim — respondeu, com uma certa pausa — mas como você soube?

— Ah, bem... Quando mencionou ter se distraído com a paisagem... Provavelmente você não seria das planícies. E o rubi de magma em sua aljava — ela levantou uma sobrancelha — por seu alto valor, se não fosse da capital, creio que só alguém de Megec poderia tê-lo.

— Rubi de magma... — murmurou a arqueira, puxando sua aljava para frente e mirando-a, como se percebesse somente agora a presença da pedra e comentou, esboçando um leve sorriso. — Recebi de um amigo meu quando estava saindo de minha vila.

— Soube que são os próprios dragões do vulcão que cuidam desses rubis. Você deve ser bastante importante para ele.

— Bem, — exclamou Linea como se tentasse afugentar seus atuais pensamentos, e mudar de assunto — mas você parece saber bastante sobre pedras. Muitos, quando o mencionam, é para saberem o tipo e onde o obtive. É impressionante já saber identificá-lo sendo tão jovem!

Ellot corou um pouco com o elogio talvez exagerado, pois pedras vermelhas eram as que mais interessavam ao mago.

— É que eu gosto de estudar sobre isso, então...

Ele voltou a olhar para a enorme gosma. Aquele conjunto de talvez centenas de gosmas, todas unidas e formando uma enorme turbulência no centro. Ainda era difícil imaginar como elas poderiam descansar se remexendo tanto. Depois de um tempo perdido em pensamentos e suposições sobre as gosmas, Mer Ellot percebeu o quão medonho seria se tivessem que lutar com uma criatura daquele tamanho e com um arrepio, notou um ponto crucial que ele desconhecia: “Afinal, como é mesmo que vamos matar aquilo?”


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