Crônicas de Sieghart escrita por xGabrielx


Capítulo 3
Colônia de Gosmas 3 — Divagação


Notas iniciais do capítulo

Agora sim começa a aventura! ...ou não.



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O grupo seguia com o tenente Trilel na frente e os guerreiros com fita roxa logo atrás. Depois vinham os soldados e logo após, Sieghart, fazendo questão de se manter uns cinco metros atrás do aglomerado principal, de modo que ninguém o visse e ele voltasse a se tornar assunto.

De vez em quando os que estavam na frente olhavam para trás, como se quisessem perguntar algo a ele, mas por falta de coragem, se voltavam para frente. ‘‘Que estranho.’’ pensou ele ‘‘Normalmente eles se viram para trás com mais frequência.’’ ‘‘Vai ver já estão se acostumando comigo.’’ concluiu, após mais alguns passos.

De repente, aquele que mais olhava para trás parou e ficou esperando Sieghart chegar. Os dois ficaram se encarando. ‘‘O mago.’’ pensou Sieghart. ‘‘Imagino o que ele está pensando.’’

O garoto parado era um pouco mais baixo que Sieghart, possuía olhos de um azul comparável à cor do céu e cabelos da mesma cor dos olhos, porém mais escurecidos. Ele estava vestido em uma túnica e uma pala preta, ambos com uma linha roxa vertical em suas bases. Na ponta de seu cetro, a qual a primeira metade era de bronze e a segunda metade era de ferro, formava-se um círculo onde estava alojado um rubi grande e esférico. Seu olhar era bastante interessado.

Quando alcançado, o mago foi o primeiro a falar:

— Olá. Meu nome é Mer Ellot.

— Oi.

Mer Ellot começou a acompanhar Sieghart.

— Você é mesmo o Sieghart?

— Sou. — a resposta foi seca.

— Hum... Aposto que você luta bem. Afinal, os Kriewalt, ao lado dos Erudon, são os maiores clãs de Canaban.

Sieghart olhou para baixo e não respondeu. Ellot pareceu não notar pois continuava a falar, mesmo recebendo respostas evasivas, e depois de um tempo, a conversa se transformara em um monólogo, onde um só falava e o outro não entendia quase nada.

— ...e não acho que possamos somente induzir os elementos a realizarem tal ação, como somos ensinados.

— Hã?

— Juntar carga elétrica no seu cetro e direcioná-la para algum lugar, por exemplo. O problema é que você não poderia fazê-la se curvar ou invocar ela quando quiser. O fogo, por exemplo, não podemos criar do nada. Precisamos retirá-lo de algum lugar para então manipularmos ele. Não seria ótimo se pudéssemos gerá-los, sem ter que pegar de algum lugar? Salamandras podem fazer isso, mas ainda não entendo como...

— Quem?

— Ah... desculpe-me... Salamandras são espíritos elementais do fogo, junto com Sílfides, espíritos do ar. Certamente devem haver mais, mas ainda não os conhecemos... se pudéssemos fazer pactos com eles, talvez pud...

— Soldados! — exclamou Trilel, interrompendo a conversa de muitos — A partir deste momento entraremos na... Floresta Gosmenta. — disse, com certa hesitação.

Só então Sieghart e Mer Ellot perceberam uma enorme parede de árvores, verdes do tronco à ponta de suas folhas, que se erguia diante o grupo de soldados. Os troncos que compunham este enorme paredão subiam por talvez vinte metros com algumas ramificações aqui e acolá, de finos galhos com folhas somente em suas pontas, como se quisessem fugir da floresta. A partir desse ponto, o que se via era uma explosão de plumas verdes, como se todos os galhos que a árvore não deixara crescer tivessem escapado, formando uma densa camada de folhas que subiriam de forma cuneiforme até o topo da árvore.

Todos os soldados estavam de cabeça virada para cima, tentando descobrir até onde chegavam as copas das árvores, mas isso era algo que somente os draconianos poderiam saber.

— As gosmas secretam um líquido corrosivo, portanto, tentem não ficar muito tempo em contato com suas secreções. A colônia que nós devemos destruir está mais adiante na floresta, mas fiquem alertas: não gostaríamos de ser surpreendidos por um ataque delas.

— Dizem que adquirem essa coloração esverdeada graças às secreções das gosmas... não é letal para as plantas... — explicou Mer Ellot para Sieghart, ainda observando as árvores.

— Em frente! — bradou Trilel, e o grupo seguiu floresta adentro.


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