Ao som do uivo – Do carvão, o diamante.

Travada a batalha da história. Dois irmãos e seus extintos assassinos golpeavam-se loucamente com suas espadas embaixo da uma chuva interminável acompanhada de relâmpagos e o cheiro forte de lama da floresta. Kagome, Sango, Kiara e Miroku estavam desacordados perto de uma grande árvore, Kikyou finalmente fora morta (definitivamente) horas atrás por sua reencarnação, mas parecia que era ela quem protegia Inuyasha da lâmina de Sesshoumaru por mais impossível que fosse... Só havia eles dois naquele lugar (que estivesse vivo e lúcido). Yokais e humanos trespassados por espadas e adagas estavam em toda parte, havia se formado um rio de sangue... Sangue Yokai e humano... Vagando em filetes até jorrarem para fora dos corpos e se juntarem para as águas fortes do rio que cortava toda a flora.

Os irmãos não se davam por vencidos por mais cansados que estavam: queriam ver o outro morto, custe o que custasse! Sesshoumaru ofendeu Inuyasha em poucas palavras, o que foi rebatido pelo Meio-Yokai e enfureceu o irmão mais velho. A disputa estaria prestes a terminar. Duas lâminas atravessaram dois corpos que uivaram de dor, acordando uma jovem que disparava, não só um berro, mas disparava em direção do amado, que caia lentamente, tentando tirar a espada do irmão em sua barriga. Sesshoumaru caiu morto como uma pedra. Inuyasha só caiu de joelhos

-INUYASHAAA!! –Kagome corria, com as pernas e o tronco machucado, mas nada importava.

-Ka... Kagome... - Inuyasha dizia tirando a espada e caindo de costas

-Oh, Deus... –Kagome sentia a mão molhada do sangue dele –Inuyasha, você vai ficar bem! Por favor...

 Ele abria e fechava os olhos devagar, a cabeleira prateada do rapaz perdeu o brilho, tornando-se negra, como um cabelo humano; as orelhas de cachorro deram lugar as de humanos. Voltara a ser humano. A lua estava cheia e estrelas finalmente saiam entre as nuvens que começavam a cessar a chuva e a se afastar.

Ele deu um pequeno sorriso.

-Porque diabos... Você tenta ser tão... Otimista? –Ele perguntou enquanto ela colocava sua cabeça no colo dela

-Por que... Ah, Inuyasha! Você matou Sesshoumaru e vai ficar desse jeito?

-Me parece que... Agradei a mim... E ao meu irmão...

-Inuyasha... Por Kami, não morra agora! –Escorriam lágrimas no rosto da morena

-Por que... Não?... Morrer deve ser... Uma ótima aventura.

-PARE DE DIZER IDIOTICES, INUYASHA! Você não pode morrer! Eu não vou deixar! –As lágrimas caiam cada vez mais grossas do rosto dela; sua mão acariciava o rosto do jovem, manchando-o com o próprio sangue

-Por quê?

Kagome não sabia se aquele era o momento certo para dizer tudo que ela sentia pra ele... Mas ela sabia que era o leito de morte dele. Se não fosse agora, nunca será.

-Inuyasha... Ah, Deus...

-Então me deixe partir...

-Você sabe tanto quanto eu que eu não quero que você morra. Apesar de ter dito o contrário milhões de vezes pra você.

Ele esboçou um sorriso amarelo. Piscaram lentamente os olhos, o que fez o coração de Kagome quase explodir. Ele deu um gemido de agonia e dor.

-Você fica... Linda nervosa.

-Por isso me aborrecia tanto... –Kagome deu um rápido sorriso

-Não... Você é linda... Pra mim.

-Oh... Inuyasha...

-Eu morro... Por você... E lhe dou... A minha vida...

-Não... –Ela já estava começando a ficar vermelha e apertar as mãos na clavícula dele

-Me jure uma coisa –Ele disse com os olhos fechados

-Qualquer coisa.

-Seja feliz... Por nós dois... Case-se com... Um homem que... A respeite... Como eu... Nunca fiz.

-Inuyasha, por favor...

-Eu te amo... Kagome.

Com dificuldades, ele levantou ambas as mãos e pôs no rosto da jovem e abriu os olhos. Ela abaixou e lhe deu o último beijo deles, antes das mãos do Meio-Yokai caírem e nunca mais se mexerem.