Rose observou  a enorme sala de visitas dos Malfoy, quem a esperava na porta Ralph Lestrange, ele era tediosamente chato, apesar de extremamente bonito, era egocêntrico demais. Ralph também estudava em Hogwarts, e como grande parte dos sangue puros era da Sonserina, como a própria ruiva.
Ela sorriu falsamente, mas não se sentiu culpada, ninguém ali era verdadeiro. Desde aquelas paredes aos sorrisos, as risadas. Era completamente falso. O lugar podia não ser o mesmo, mas carregava as mesmas paredes insinceras, os olhares perdidos e o vazio de todas as outras festas. A ruiva caminhou de braços dados com Ralph, mas tão logo se virou para ele, interrompendo seu discurso sobre como era bom em quadribol.
- Ralph, preciso ir ao toalete. Espere-me por alguns minutos. - Rose disse sem tentar parecer gentil.   
- Tudo bem Rose. Mas volte rapidamente. - Ralph retrucou egocêntrico. - Preciso contar-lhe minhas outras vitórias no quadribol.
A ruiva sorriu friamente e andou rapidamente até o banheiro, segurando o vestido. Abriu a porta e observou-se no espelho, seus olhos marcados de leve com a maquiagem preta, os lábios levemente rosados, as bochechas rosadas. Rose respirou fundo, tentando buscar ar, por meio do aperto do espartilho. Ela piscou rapidamente, saindo do toalete, em busca de seus pais. Rony com toda a certeza estaria louco atrás da filha, ansioso para apresentá-la aos amigos.
Rose caminhou rapidamente até Hermione e o pai. Eles conversavam com Draco e Astoria Malfoy, a ruiva já os conhecia, não precisaria forçar mais sorrisos e risadas para os conhecer, apenas diria: “Boa noite Sr. Malfoy. Boa noite Sra. Malfoy”. E poderia finalmente conversar com as primas que a esperavam.
A ruiva sorriu friamente para os Malfoy e falou dando uma reverência:
- Boa noite Sr. Malfoy. Boa noite Sra. Malfoy.
- Boa noite Rose. - ambos disseram sorrindo.
- Tem uma pessoa que quero que conheça. - Astoria disse sorrindo maliciosamente. Rose franziu as sobrancelhas levemente, mas continuou a dar seu famoso sorriso torto.
- E quem seria Sra. Malfoy?
- Nosso filho Scorpius. - Astoria respondeu ainda a sorrir.
- Scorpius! - Draco esbravejou, olhando ao redor. - Esse garoto... É incrível como em um piscar de olhos consegue sumir.
Rose sorriu e falou: - Se não se importam, vou rodear um pouco. Procurar Dominique e Roxanne, talvez.
- Vá Rose. - falou Rony.
Ela sorriu e caminhou em direção até onde provavelmente suas primas estavam. Sorrindo frio cada vez que encontrava alguém conhecido. Quando estava em meio caminho até onde as primas, seus olhos azuis lápis lazúli se levantaram e encontraram um par de olhos cinzas, eles a observaram a atentamente. Ele caminhou até ela, os cabelos platinados caindo sobre as sobrancelhas levemente ondulados. As feições demonstravam a nobreza e antiguidade de toda a família Malfoy. A pele extremamente branca contrastava lindamente com as vestes negras. Alguém o chamou, mas ele logo dispensou, caminhando até Rose, sua silhueta fazendo mais sentido a cada segundo. Ele parou em sua frente, seus olhos faiscando, praticamente perguntando: “Já nos conhecemos?”, a encarando, para então fazer-lhe uma reverência.
- Aceita dançar comigo srta....?
- Weasley. Rose Weasley. Aceito. Posso saber o nome do cavalheiro?
- Scorpius. Scorpius Malfoy.
Ela lhe sorriu, talvez o primeiro verdadeiro que dera naquela festa, a conversa seguiu brincalhona, mais brincalhona do que uma conversa deveria ser entre um rapaz e uma moça naquela época. Com observações rápidas como passar bilhetinhos, atrevidas demais para aquela realidade. A noite fora vibrante. Esplendida. Faiscante. E ela agradecia por ter ido àquela festa.
Quando seus pais a chamaram para ir embora, cedo demais em sua opinião, Scorpius beijou-lhe a mão e falou:
- Espero encontrá-la novamente Rose Weasley
A ruiva apenas sorriu e caminhou até os pais. Estava perplexa, ela havia conversado toda a noite com Scorpius Malfoy. Em meio ao caminho, sua bochecha esquentava a cada vez que lembrava das falas de Scorpius. Mas o ápice foi quando lembou-se do beijo de Scorpius em sua mão e as sensações que isso lhe causara.
- Por que está corada Rose? - perguntou Rony a encarando confuso. Ela analisou o clima rapidamente.
- Provavelmente é só a friagem.  - a ruiva respondeu sorrindo torto, ao mesmo tempo que pensava: “Eu menti pro meu pai. Ah, dane-se. Tudo tem uma primeira vez.”

X---X

Rose já estava em seu quarto, completamente pronta para dormir, esperando tempo suficiente para os pais e o irmão, Hugo, já terem dormido, uma louca vontade havia apoderado-se dela, fazendo-a querer dançar, dançar como havia dançado com Scorpius naquela noite.
Quando se levantou e seus pés tocaram o chão em movimentos perfeitos, o nome de Scorpius ecoava em seus pensamentos, e ela sabia que só parariam de ecoar quando ela o visse novamente. Foram aquelas palavras que ficaram presas em sua garganta quando ela foi embora.
Ele era tudo que ela sempre havia sonhado. Um verdadeiro Príncipe Encantado.
Algo diferente e novo batia em seu peito. Ela sequer imaginava o que era.
Mal sabia ela que Scorpius, naquele mesmo momento, às duas horas da manhã pelos cálculos que ele havia feito rapidamente, pensava nela.
- Quem você ama Weasley? - ele sussurrou. Ele rezava, rezava para que aquela fosse a primeira página, não onde a história terminava. Perguntas rodeavam sua cabeça. Tinha ela algum namorado? Estava ela apaixonada? Ele havia ouvido alguém comentando sobre Rose e Ralph Lestrange. Teria ela algum outro garoto a esperando em Hogwarts? Ele torcia para que a resposta de todas essas perguntas fosse não.
Algo diferente e novo batia em seu peito. Ele sequer imaginava o que era.
Mal sabiam eles que Hermione e  Astoria, naquele mesma festa haviam reparado no casal e se perguntado o que estava acontecendo e no fundo, se aquilo podia ser realmente o que estavam pensando.
- Estou encantada em conhecê-lo Scorpius. - Rose sussurrou enquanto ria baixinho.
Mal sabia Rose que ao mesmo tempo, Scorpius sussurrava:
- Também estou encantado em conhecê-la Rose.
Mal sabiam eles que o que Hermione e Astoria haviam pensado era a mesma coisa nova e diferente que eles sentiam no peito, essa coisa, se chamava amor.