“A boneca de pano IX”

Hoje esperei até mais tarde para falar com você. Para esclarecer toda a confusão que me rondava e você foi tão gentil comigo que me achei uma monstra por ter pensado que nunca fosse me entender, quando você mais uma vez me provou o contrário.

Como a chuva lá fora que cai voltando para a terra, você me puxou de volta do meio do mundo que eu achava que devia construir e me pediu perdão, mesmo eu achando que na verdade a boneca tenha se enganado, assim como eu.

Meus dedos estão tensos, mas logo já estão voltando ao normal. Por que é tão bom falar com você?

Sabe? Você me mostrou que nem tudo é o que parece.

A boneca de pano quer muito conhecer esse vendedor que está disposto a cuidar dela, mesmo que às vezes ela duvide que ele veja mais do que a beleza do rosto dela.

Você é capaz de fazer eu me sentir querida e amada. Eu sei que ainda estou para descobrir que tipo de amor é esse, mas eu te peço. Ainda não desista de mim, tenho certeza que quando a água se acalmar eu poderei ver o fundo do lago claramente.

Enquanto isso...

A boneca espera pacientemente na mesa do vendedor a pessoa que vai reparar os seus rasgos e levá-la para casa. O seu mundo já não se encontra mais de ponta-cabeça, então ela já pode voltar para ele com alegria.

Hoje a boneca vai dormir com um sorriso lindo no rosto por todos esses sentimentos maravilhosos enquanto eu espero pacientemente que a água se acalme para ver o que há no fundo desse pequeno lago.

Eu quero amar, mas simplesmente não mando no coração. Boneca você sabe o que esse coração sente? Se souber me ajude a descobrir.