Férias Frustradas escrita por Nunah


Capítulo 37
36 - esposa perfeita


Notas iniciais do capítulo

Quando eu te vi andava tão desprevenido que nem ouvi tocar o alarme de perigo e você foi me conquistando devagar quando notei já não tinha como recuar... E foi assim que nos juntamos distraídos que no começo tudo é muito divertido mas sempre tinha um amigo pra falar que o nosso amor nunca foi feito pra durar, por mais que eu durma eu não descanso, por mais que eu corra eu não te alcanço, mas não tem jeito eu não sei como esperar... Desesperar também não vou, não vou deixar você passar como água escorrendo nos dedos, fluindo pra ooooouutro lugar (8)
Ok, admito, eu reviciei em Ana Carolina o.o Uma das poucas cantoras brasileiras que eu gosto u-ú Ah mas fala sério, essa música não lembra Poseidon e Athena, hm? -qqqq



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A deusa congelou no lugar; também, não era pra menos. Primeiro, ele ficava bobo só de encará-la; depois a puxava para perto de si e a chamava de querida. E, agora, apresentava-a como sua esposa.

E o outro ainda acreditava e dizia que Poseidon a descrevera do jeito certo.

Tem alguma coisa errada! Muito errada! Não é possível! O que é isso agora? Ele só pode ter batido a cabeça... Ou... Isso faça parte de um plano maior... Aonde eu tenho de fingir ser uma esposa dedicada, aah! Por que todos dizem a mesma coisa? Como ele pode me descrever tão bem? Eu não posso ser tão decifrável assim, posso?

Athena sorriu, completamente sem jeito. Afinal, ela estava sendo apresentada como rainha de Atlântida, esposa do rei, e ainda por cima, Poseidon a mantinha colada nele com um braço ao redor de sua cintura.

Eu tenho que dar um jeito nisso. Não sou boba a ponto de pensar que isso seja só pirraça... Bom, talvez seja mesmo, sendo ele quem é, mas no meio de uma guerra o próprio rei, a pessoa que seria mais afetada se acontecesse algum deslize, não seria capaz de inventar uma brincadeira de mau gosto como essa, não é?

Ela prendeu a respiração por alguns segundos, incomodada com o olhar penetrante que os dois mantinham sobre eles.

- Ahm... Nós precisamos conversar – disse Athena, virando-se um pouco para Poseidon.

Ele pareceu aliviado, então assentiu.

- Claro. Nós precisamos – disse o deus; e olhou novamente para o casal. – Vocês poderiam, por favor...?

Não foi preciso terminar de pedir.

- Sim, sim, vamos A - disse Valentino, empurrando a esposa que sorria largamente pelo vão da porta.

- Foi um prazer – disse Athena, forçando um sorriso, coisa que ninguém pareceu perceber.

Assim que estavam novamente sozinhos na sala, com a porta fechada, e depois de se prevenirem contra curiosos que gostam de ouvir pelo outro lado, ela se virou para o deus.

- Que história é essa de esposa e rainha de Atlântida, Poseidon?! – Athena explodiu, esquecendo momentaneamente que tinha ido até ali para pedir explicações sobre Ariana, Valentino, e sobre a guerra. – Você não pode fazer isso sem me consultar antes, sabia?! Você... Você acha o quê? Além disso, daqui um tempo eu vou embora! E nós... – a deusa bateu a mão na testa. – Nós não temos absolutamente nada e você sabe disso!

- Eu tenho uma explicação, ok? Se você me deixar ao menos... – o deus tentou, em vão, dar uma desculpa.

- ...ela me perguntou sobre filhos! – exclamou Athena, não dando a mínima atenção ao que ele falava. – Por que ela quer saber tanta coisa sobre mim? Pelo amor de todos os deuses! Você me deve uma explicação!

A deusa, na afobação que estava, mal percebeu quando se sentou sobre a escrivaninha e cruzou as pernas automaticamente, fazendo seu vestido subir.

E ninguém precisa dizer que isso não passou despercebido pelo deus, que teve de se esforçar ao máximo para continuar concentrado e não deixá-la mais furiosa.

- Athena, você precisa me escutar.

- Você é um idiota! – gritou ela, deixando-o confuso e quase raivoso, o que ele até ficaria se não a entendesse.

Ela merecia uma explicação, sim, mas não o deixava falar! O que ela queria? Que ele a mandasse ficar quieta? Aí sim que Athena surtaria. Como ele faria isso então?

- Athena!

- O que é? – ela se voltou para ele. – Você sabe que é verdade! Por que fez aquilo? Você deveria saber que-

- Se você não ficasse me xingando para o mundo todo ouvir, eu bem que poderia tentar me explicar, sabe?! – Poseidon a cortou, se aproximando e segurando seus pulsos, que teimavam em bater no seu ombro.

Ela era tão frágil perto dele... Nem parecia a deusa da guerra justa.

Como essa mulher consegue comandar uma guerra?... Bom, pelo menos, ela não gritaria se quebrasse a unha como Afrodite deveria fazer...

- Aah, sim, e agora a culpa é minha? – perguntou a deusa, semicerrando os olhos, ultrajada, tentando inutilmente se soltar do aperto de Poseidon.

Ele encarou aqueles lindos olhos cinzentos, que estavam cheios de dúvidas. Sim, dúvidas. Ela era para estar com raiva, ódio e repugnância. Não dúvida. O que está havendo com essa maluca?

Devido à sua falta de atenção, o deus só percebeu que ela havia parado de tentar lutar contra ele depois, e o estava encarando também, os lábios entreabertos.

E só aí, o deus percebeu o que tinha feito, e não se deu ao trabalho de mudar.

Ele ainda segurava seus pulsos, mas tinha encostado suas mãos pequenininhas no seu peito, ela não conseguiria sair dali sem seu consentimento, estava presa.

Seu rosto estava perigosamente perto do dela, e ele podia sentir sua respiração descompassada. Por que ela está assim? Os olhos atentos da deusa o analisavam, ainda semicerrados... Ele deveria arriscar?... E se ela o rejeitasse novamente?...

Poseidon franziu os lábios, indeciso. Bem, ele não estava mesmo indeciso, sua vontade era fazer aquilo, não tinha nada a perder.

Afastando os pensamentos ruins, ele se aproximou um pouco mais. Arriscaria, faria aquilo nem se fosse para depois ouvir milhões de xingamentos.

Ele não agüentaria por muito mais tempo de convivência longe dela.

Então, ele encostou seus lábios nos dela. Era uma sensação gratificante senti-la perdendo as forças.

A deusa praticamente desfaleceu em seus braços. Ela não sabia bem o que havia acontecido. Sua vontade de lutar contra ele desapareceu, os lábios se encaixaram nos dele e seu perfume pareceu mil vezes mais convidativo.

Assim que percebeu as barreiras que Athena insistia em colocar em torno de si desaparecendo, o deus desceu as mãos por suas costas, sentindo-a se retesar ao senti-lo – o que acabou deixando-os mais próximos, e a puxou pela cintura.

Aos poucos, ele foi aprofundando o beijo. Sua vontade era pegá-la e entrar no primeiro quarto que achasse, mas sua consciência – e seu coração – dizia para ele ir devagar, porque seria recompensado. Talvez, se ele a agarrasse totalmente, suas chances com a deusa terminassem de uma vez, pois Athena com certeza pensaria que ele não mudara, e nunca mudaria.

Então, ela segurou nos seus cabelos. Fora a melhor sensação que ele sentira desde que se conhecia por gente. Ele a beijara com todo o amor possível que encontrara; e ela não se esquivara. Na verdade, ela também o queria, ele podia sentir.

A deusa suspirou, rendendo-se. Não conseguiria lutar contra aquilo nem que quisesse, e, por alguma razão totalmente alheia ao seu conhecimento, ela não queria.

Ela percebia que ele estava se controlando, por algum motivo que não conhecia. Mas por quê? Ele sempre fora tão obcecado, tão... Safado. E finalmente quando ela resolvia se entregar, Poseidon resolvia agir desse modo? Amoroso? Carinhoso?... Quase que com medo de que ela pudesse fugir...

O que estava acontecendo com eles?

---

O deus a soltou lentamente, dando um leve beijo em seus lábios e abrindo os olhos. Seu corpo todo gritava em protesto contra aquilo e seu poder de percepção do que estava à sua volta já estava dormente, mas algo o impedia de continuar.

Sua curiosidade por saber a reação dela o atiçava, assim como o medo de ter forçado-a a algo. Não que ela não quisesse, porque ele sentia que ela queria, mas... Iria contra seus princípios se se aproveitasse dela, ainda mais se fosse para dá-la alguma desculpa para brigar e ir embora sem falar mais com ele.

A deusa sentia seus lábios formigarem, e agarrava a camisa dele com as duas mãos, sem querer.

Ela piscou várias vezes antes de criar coragem para encará-lo. Assim que soltou sua camisa, Athena o olhou, com o cenho franzido.

Aquilo só a deixara mais confusa. Claro que, enquanto durara, tinha sido extremamente bom e ela não poderia negar isso a si, seria mentir. Mas, por que ele tinha feito aquilo exatamente? Por que ela não lutara? Por que correspondera ao beijo e...? Por que ela tinha gostado? Ela tinha adorado! E... Ela queria mais.

Toda sua preocupação anterior tinha se dissipado, apesar de ela ainda querer explicações. Ou melhor, mais explicações. Por que ele tinha sido tão... Estranho? Tinha algo errado. Ou pelo menos, algo que ele escondia. E não tinha nada a ver com o motivo da discussão.

Naquele momento, os pensamentos dos dois foram interrompidos por Kate, que abriu a porta.

Ao vê-los arfantes, descabelados e com os lábios inchados, a mulher sorriu, sinceramente feliz, fazendo aparecer covinhas nas bochechas.

- Eu estava vindo organizar um pouco esse lugar... – ela murmurou, sem tirar os olhos deles.

Athena engoliu em seco, passando a mão pelos cabelos e desviando o olhar, ficando vermelha.

Poseidon ficou surpreso, mas não envergonhado. Preocupado com a deusa, ele deu um pequeno sorriso e pegou sua mão, levando-a para fora. Assentiu para uma Kate sorridente e fechou a porta, ficando a sós novamente com Athena, na biblioteca enorme.

Ele a conduziu até um sofá espaçoso e sentou-se, colocando-a ao seu lado, coisa que ela se recusaria inteiramente em fazer se estivesse em condições. Bem, naquele momento ela mal pensava.

- Venha – disse ele, passando um braço ao seu redor, deitando-a em seu peito. – Vou te contar exatamente o que quer saber de uma vez.


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Notas finais do capítulo

Booooom, era pra Poseidon se explicar nesse capítulo, mas eu achei mais legal parar assim, sabe? Mas valeu a pena, né? *--* Amei ele -qqqqqqqqq