Férias Frustradas escrita por Nunah
Notas iniciais do capítulo
Aviso nas notas finais - sei que está parecendo arrogante, mas não foi essa a intenção.
Athena parou à porta do escritório de Zeus. Já estava amanhecendo, mas o céu continuava nublado e deprimente; era sempre assim, quando acontecia algo um pouco mais sério com um deus ou deusa ollimpiano, até o Olimpo sofria as consequências.
A deusa bateu três vezes na madeira, a voz de seu pai pediu para que ela entrasse.
Zeus suspirou aliviado quando viu sua filha com o vestido branco em estilo grego que ela costumava usar, e não com aquelas roupas escolhidas por Afrodite.
- Eu já estava sentindo sua falta, mesmo que tenha posto fogo nas minhas roupas – ele disse, sorrindo de um jeito afetuoso, o sorriso que era direcionado a ela e a ninguém mais.
- Me desculpe por aquilo – ela disse, um pouco sem graça. – Foi uma brincadeira de mal gosto.
- De fato, foi. Mas, diga-me, o que veio fazer aqui? – perguntou Zeus, fazendo com que a deusa fosse pega de surpresa. – Ah, não tente negar, Athena, você não veio fazer só uma visitinha matinal ao seu velho e amado pai, certo?
Ela deu uma risada descontraída, deliciando-se com o modo com que ele falava. Um modo que talvez só ela conhecesse, também. Era cômico vê-lo tão duro e superior quando estava na presença de outras pessoas, e, depois, vê-lo pai, algo que só ela tinha permissão, pois duvidava muito que os seus irmãos, os outros filhos de Zeus, tivessem aquele privilégio.
- O senhor acertou, como sempre – Athena revirou os olhos; Zeus sorriu mais ainda, lembrando-se de um detalhe importate: Só ele conseguia decifrá-la. Não entendia porquê os outros a achavam tão fechada e incompreensível, para ele, era como se Athena fosse um livro aberto. – Quero saber o que está havendo em Atlântida. Em detalhes.
- Você não era para saber – Zeus disse. Sua voz estava um pouco mais baixa e perigosa, atribuindo ao deus uma expressão séria. – Quem foi que desobedeceu às minhas ordens?
- Pai...
- Diga de uma vez, Athena – ele bateu o punho na mesa, assustando-a, mas logo que viu a expressão quase que de medo da filha, tentou se controlar.
- A-Afrodite – ela disse, de cabeça baixa. Sim, pois seu pai era o único a quem ela se submetia.
- Aquela fofoqueira. Nós vamos ter uma conversinha mais tarde.
- Não, pai, eu perguntei, não brigue com ela, Afrodite só estava tentando ajudar. Se tiver algum culpado, sou eu. Mas, por favor, deixe-a fora disso. Só não entendo porque queria que eu ficasse no escuro – ela piscou inconscientemente os olhos, contendo lágrimas. A expressão do deus suavizou quando ele tomou suas mãos nas dele.
- Athena, não. Não me julgue mal, por favor, sabe que sua opinião é com a única que me preocupo. Eu só queria proteger você.
- Me proteger? E pretendia fazer isso me poupando de um dos maiores problemas do Olimpo desde a Grande Guerra? Pai!
- Por favor, Athena, me entenda, eu não fiz por mal.
- Muito bem. Então, agora que eu já sei o que está havendo, vai me contar ou não? – a deusa cruzou os braços, como fazia quando estava de birra. Seu pai revirou os olhos murmurando um “Nunca muda”.
- Provavelmente Afrodite, do jeito que sabe tudo de todos, já deve ter te contado o que está acontecendo, de fato. Não há o que acrescentar.
- Mas, não há nada que esteja havendo que me prejudique, não é? Então por que queria me esconder?
- O problema, minha filha, não é o que está havendo e sim, com quem, entende?
- Perdão?
- Eu não quero nenhuma ligação entre você e Poseidon. Achei que se a deixasse fora disso iria ser mais fácil.
- O problema é que isso está virando um problema para todos os deuses.
Athena não queria perguntar sobre a tal ‘ligação’ que seu pai falara, e Zeus ficava grato por não ter que explicar. Era um assunto delicado e que ele não gostaria de tratar diretamente com ela.
- E eu posso ajudar, eu quero – ela disse, fazendo Zeus querer interrompê-la. – Pai, não tem nada a ver com o fato de ser ele. O senhor sabe que eu ajudaria qualquer um, até mesmo o meu maior rival. Sempre quando há algum tipo de conflito, eu consigo resolvê-lo, o senhor sabe disso! – ela terminou de falar com um tapa na tampa da mesa, de onde caíram alguns papéis.
Ela fechou os olhos, respirando fundo, enquanto Zeus a observava, impassível, fazendo os papéis voltarem a seus devidos lugares.
- A questão, Athena, é que aquele é um conflito entre marido e mulher, você não pode simplesmente se intrometer, tentando resolver tudo, por mais pacífica que seja. Anfitrite nunca foi conhecida por sua capacidade de manter a calma e você sabe o jeito como Poseidon fica quando está atacado e descontrolado.
Zeus entrelaçou os dedos a sua frente, mantendo-se sereno e inabalável, parecia que se o mundo começasse a ruir ele nem ligaria, e era mais ou menos isso que estava havendo naquele momento, só que era abaixo do nível do mar.
- Está duvidando da minha capacidade?
- Poseidon até que tem razão, às vezes você distorce tudo que a gente fala – ele murmurou. – Só estou dizendo que não vou deixar você se arriscar. E eu não quero você perto dele.
Ela revirou os olhos.
- Tá bem então.
Athena se levantou bruscamente e tentou sorrir, despedindo-se brevemente do pai.
Zeus estava certo de que sua autoridade de pai e deus fariam-na obedecê-lo, como sempre. Mas, o que ele não sabia, é que sua filha poderia ser uma atriz de primeira quando queria, e que aquela adolescente rebelde ainda repousava viva em seu interior, pronta para ser despertada a qualquer momento.
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AVISO: Só para esclarecer algumas coisas; não foram os primeiros reviews que eu respondi sobre o filho de Athena e Poseidon. Me perguntaram qual era o sexo do bebê, se Poseidon já sabia que era o pai, quem é esse filho e tudo o mais. Mas, como eu disse anteriormente, essa criança virou mortal e eu ainda vou contar essa história com um pouco mais de detalhes, mas, como foi há muito tempo - quando Athena era uma adolescente - e ele acabou como um mortal normal, ele já morreu, é claro. Na minha cabeça, era um bebê do sexo masculino e eu não dei nome a ele, mas não faz nenhuma diferença. Ele não é importante e não tem nenhuma ligação com a Grande Profecia. E não, Poseidon ainda não sabe a verdade. Se quiserem saber mais, perguntem nos reviews, só deixei esse aviso aqui para não ficar respondendo várias perguntas parecidas. Última coisa: eu sei que todos já sabiam que Poseidon era o pai da criança, porque era algo óbvio e eu não fiz nenhum esforço para esconder, até porque essa história fala de Poseidon e Athena, mas, pensem comigo, faria algum sentido eu colocar isso se o filho fosse de outro? Não. Porque eu sempre imaginei a primeira vez de Athena com Poseidon, então eu estaria indo contra os meus próprios princípios.