Quase Escolhido escrita por mille_crotti


Capítulo 5
Presente de Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Oie gente...

Por favor não me matem, desculpem a demora, mais foi realmente complicado escrever esse capítulo, vocês vão entender o por quê.Não vou dar prazo, mas acredito que agora consiga escrever mais rápido.

Boa leitura!



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Após quase 10 minutos de espera até que conseguissem atravessar uma movimentada avenida, finalmente tinham chegado numa antiquada loja de departamentos de tijolos vermelhos. O lugar tinha uma fachada extremamente desgastada, a vitrine, que estava trincada em alguns pontos, consistia em alguns destroços de manequins com percas tortas, posicionadas ao léu e com modelos com pelo menos o dobro da idade de Neville. O lugar fora fechado com algumas tábuas, onde se lia escrito em tintas vermelha descascada “Fechado para Reformas”. Augusta encostou-se ao vidro e encarou uma manequim extremamente feia, que usava cílios postiços e um avental verde. Tomando ar, falou para ela:

- Bom dia, viemos visitar Frank e Alice Longbottom.

Neville olhava da avó para a manequim, sucessivamente, pensando que sua avó enlouquecera. Ficou alternando seu olhar entre uma e outra, coçando a cabeça, até que, subitamente, a boneca moveu-se, fez um pequeno aceno com a cabeça e outro com seu dedo articulado, indicando o azulejo imediatamente a frente da vitrine. Augusta pegou o neto pela mão, e juntos atravessaram a vitrine através do pedaço de chão indicado. Somente após a rápida sensação de que estavam atravessando uma cortina de água fresca, Neville entendeu o que acontecera.

Estavam em uma recepção tumultuada, com fileiras de bruxos e bruxas sentados em fracas cadeiras de madeira enquanto liam “O Profeta Diário” ou o “Semanário das Bruxas” ou ainda, em alguns casos, grossos livros antigos com títulos em línguas desconhecidas. Aos poucos, Neville foi percebendo que os bruxos não estavam em seu estado normal. Alguns possuíam manchas avermelhadas na pele, outros faziam sons estranhos ou soltavam fumaça colorida de vários lugares do corpo e tinha até um menino moreno de olhos azuis, que devia ter uns 15 anos, com um nabo entalado no nariz.

Com esse último, Nev lembrou-se do incidente com a Sra. Figg, e não pôde deixar de sorrir. Nos corredores, bruxos e bruxas com robes verde-limão andavam para cima e para baixo nas fileiras, fazendo perguntas e anotando as respostas em suas pranchetas. Cada um possuía um emblema bordado no peito: uma varinha e um osso cruzados. Eram os Medi-bruxos. Do outro lado do salão, encontrava-se uma moça loira e gorducha (n/a: nada contra gente! Apenas segui a descrição do livro!! Afinal também sou do time das gordinhas! hehe) sentada em uma pequena mesa de carvalho. Acima de sua cabeça, encontrava-se o guia dos andares.

HOSPITAL ST. MUNGUS PARA DOENÇAS E ACIDENTES MÁGICOS

ACIDENTES COM ARTEFATOS - TÉRREO

(Acidentes com caldeirões, tiros pela culatra da varinha, batidas de vassoura, etc.)

FERIMENTOS INDUZIDOS POR CRIATURAS – 1° ANDAR

(Mordidas, picadas, queimaduras, espinhos enfiados, etc.)

ACIDENTES MÁGICOS – 2° ANDAR

(Doenças contagiosas, varíola de dragão, doença do desaparecimento, etc.)

ENVENENAMENTO POR POÇÕES OU PLANTAS – 3° ANDAR

(Erupções de pele, regurgitação, descontrole, etc.)

DANOS POR MAGIA – 4° ANDAR

(Azarações problemáticas, feitiços, aplicação incorreta de feitiços, etc.)

SALÃO DE CHÁ PARA VISIITANTES/SHOPPING DO HOSPITAL – 5° ANDAR

SE VOCÊ NÃO TEM CERTEZA AONDE IR, POSSUI INCAPACIDADE DE CONVERSAR NORMALMENTE OU NÃO CONSEGUE SE LEMBRAR DE POR QUE ESTÁ AQUI, NOSSA RECEPCIONISTA VAI TER PRAZER EM AJUDÁ-LO.

Neville estava tão maravilhado com o lugar, que não reparou que sua avó o levava justamente para a mesa da recepcionista.

- Bom dia, Dóris, como vai? – Perguntou Augusta com um simpático sorriso.

- Bom dia, Augusta! Bem e você? – Respondeu a bruxa também com um sorriso.

- Ótima... Viemos visitá-los. – Disse a avó, com um olhar significativo para a colega.

A bruxa então reparou pela primeira vez em Neville. Seu sorriso vacilou, e por um momento seus olhos encheram-se de lágrimas e sua face apresentou uma expressão de dó. Retomando seu habitual sorriso, dirigiu-se ao garoto:

- Então você é o Neville? Sua avó me fala muito de você, seja bem vindo. Augusta, você sabe que tem passe livre para vê-los, no entanto, o Medi-bruxo responsável vai querer conversar com você sobre... Aah... Novos visitantes. – Ao dizer isso, olhou para Neville. Ele está na sala dele, pode subir.

- Claro, obrigada Dóris. Venha, Nev.

O pequeno não estava entendendo muito bem qual era o problema, afinal, eram seus pais que iria ver. Decidindo-se por manter seus pensamentos em sua cabeça, acompanhou sua avó por entre vários corredores, portas e escadas, até que finalmente chegaram ao quarto andar.

Era um corredor igual aos outros, mas os bancos espalhados ao longo dele eram mais confortáveis. À sua frente, havia uma porta dupla com uma pequena janelinha de vidro abaixo de uma placa que indicava “Perda de Memória”. Ao lado dessa porta, havia uma outra simples, de madeira com a foto de um senhor gordinho de cabelos castanho e avental verde, onde lia-se Medi-bruxo Perkich, (n/a: eu que inventei esse personagem, mas vocês verão que não terá outra aparição dele) responsável pelo setor de “Perda de Memória”.

- Sente-se aqui, Nev. – Disse sua avó, apontando para o banco em frente à porta dupla. Vou conversar um minuto com o Medi-bruxo, depois veremos seus pais.

Com esse comentário, Augusta entrou no escritório do profissional, deixando o neto aguardando do lado de fora, seu coraçãozinho quase saltando por sua boca. Após quase 10 minutos de espera, Neville levantou-se do banco e passou a andar de um lado ao outro do corredor, aguardando impacientemente sua avó. Foi então que viu. Saindo da porta dupla, estava uma mulher de aparência jovem e divertida, com cabelo castanho escuro e olhos verdes, porém desfocados. Ela saiu dançando pela porta, aparentemente rodopiava sem nenhum destino em mente. Paralisado, o pequeno observou a moça em sua valsa solitária, até que uma mulher, também usando um avental verde, saiu pela porta, pegou a moça pelas mãos e disse:

- Alice, venha dançar em seu quarto, sabe que não pode sair!

Neville congelou. Ao ver a linda moça, teve certeza de que era sua mãe, mas ouvir a confirmação foi como um balde d’água fria. Após as duas mulheres terem entrado de volta na porta dupla, o pequeno caminhou sorrateiramente até a porta da sala na qual estava sua avó e encostou o ouvido na porta. A única coisa que conseguiu ouvir foi:

- Como assim não vai deixar meu neto ver os pais? Você tem noção do que...

Vendo que sua avó iria demorar mais ainda, não hesitou e correu para a porta por onde sua mãe entrara minutos antes. Por ser pequeno, ninguém notou um menino andando por entre os leitos. A sala era completamente branca e bem iluminada. Aos pés de cada leito, pilhas de pertences pessoais dos pacientes. No fundo da sala, avistou o que procurava: seus pais. Sua mãe continuava dançando, dessa vez fazendo par com um avental, enquanto seu pai estava sentado na cama, aparentemente certificando-se de que seus dedos não desgrudavam de suas mãos com facilidade.

Com os olhos marejados, caminhou lentamente até eles e ficou esperando ser notado pelas pessoas que mais desejou conhecer em sua vida, seus pais. Demorou alguns instantes para que o notassem. A primeira foi sua mãe, que ao vê-lo abriu um sorriso e o puxou para a valsa, largando seu antigo par - o avental - no chão. Sorrindo e chorando silenciosamente, acompanhou a moça em sua dança, até que seu pai finalmente o notou, abriu um sorriso e juntou-se aos dois, formando uma roda.

A emoção de Neville era tanta, que ele nem notou que todos da ala, inclusive sua avó e o Medi-bruxo Perkich, que haviam entrado na sala naquele momento, estavam acompanhando a cena comovidos. Augusta chorava, assim como o neto. Perkich olhava com solidariedade, assim como todos os outros Medi-bruxos e pacientes, a pequena família feliz durante seu reencontro.

Parando de dançar, Neville passou a ser examinado pelos pais, que achavam graça em tudo, apontando e rindo para cada porção do rosto do pequeno, que tinha apenas uma pergunta na cabeça: “Será que eles me reconheceram?”. Pensando nisso, lembrou-se do retrato de família que trouxera, e pegou a mochila. Enquanto tirava tudo de dentro, uma esperança crescia em seu peito. Finalmente encontrou o retrato e, inseguro de seus atos, entregou aos pais.

Frank e Alice observaram o retrato. Seus olhos, antes desfocados, adquiriram cor, e ficaram marejados. Em um acordo silencioso, os dois abraçaram Neville, que a essa altura estava soluçando enquanto pensava “Eles me reconheceram”. Com a mesma rapidez que a lucidez apareceu em seus rostos, ela se esvaiu. Os dois soltaram o filho, e retomaram seus afazeres. Alice voltou a dançar, agora com o casaco de Neville, e Frank passou a analisar os objetos que antes estavam na mochila do filho e agora encontravam-se espalhados em uma cama.

Augusta começara a soluçar, e virou-se para Perkich.

- Você viu isso? Eles o reconheceram! Eles ficara lúcidos!

- Sra. Augusta, uma coisa posso lhe garantir: em meus 128 anos de profissão, nunca imaginei que veria tal cena! Após cinco anos, eles finalmente deram algum sinal de melhora! Talvez, se seu neto passar a fazer visitas regulares, eles tenham uma melhora em seu quadro.

- Neville? Vamos?

O pequeno estava parado olhando os pais. Só agora se dera conta de que sua avó já estava na sala. Ainda chorando, foi até os pais, guardou seus pertences, despediu-se com um forte abraço, que Alice e Frank acharam muito divertido, e foi até sua avó. Ele não disse nada, tampouco Augusta, apenas se olharam e abraçaram-se. Estavam quase saindo pela porta dupla, quando Alice apareceu, segurou a mão do filho, lhe entregou um papel de bala, deu um sorriso e voltou ao seu leito.

O pequeno voltou a chorar, e abraçou novamente a avó, que disse:

- Vamos ao beco diagonal Nev, está na hora de comprar seu presente.

- Não, vovó. Quero ir para casa. Já ganhei meu presente.

Suspirando, Augusta concordou e, com o neto no colo, deixou o hospital. Quando chegaram a casa, abraçou a avó uma ultima vez e disse:

- Obrigada vovó, foi o melhor presente que eu podia ter ganhado. – E subiu para seu quarto. Lá, retirou o porta-retrato da mochila e colocou em sua mesa de cabeceira. Neville tirou do bolso o papel de bala e ficou olhando fixamente para sua mão.

Enfim, seu presente de aniversário dado por seus pais.

Com esse pensamento, deitou-se e dormiu, com lágrimas escorrendo pelo rosto, um sorriso em seus lábios e o presente de sua mãe seguro em uma das mãos.


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Notas finais do capítulo

Gostou? -> Review
Adorou? -> Review
Amou? -> Review
Não gostou? -> Review
Odiou? -> Review
Achou perfeito? -> Review + recomendação

Para quem gosta de Percy Jackson, estou ajudando minha irmã (Kat_h) a escrver uma fic, dêem uma passada, leiam e deixem reviews!

ENTRE MARES E LIVROS
http://www.fanfiction.com.br/historia/139936/Entre_Mares_E_Livros

Beijinhos!



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