DAY 127

SUMMER

“A experiência é o nome que damos aos nossos erros.”

Oscar Wilde

http://www.youtube.com/watch?v=KpCcJY-rJSs

Minha barriga já havia crescido, mas não muito.

Eu já estava com quatro meses.

Faltavam 153 dias para eu poder ter April em meus braços.

Eu fiz o ultrassom.

Descobri que era uma menina.

Desde daquele dia eu não parava de pensar em nomes para ela.

Decide colocar o nome de April.

Achava esse nome lindo.

Minha mãe me ligava todos os dias para me perguntar como eu estava, se eu estava comendo direito, se eu estava dormindo, indo eu médico.

Isso já havia virado uma rotina.

Eu me arrumei para o trabalho e fui diretamente para a cozinha.

Eu fiz umas quatro torradas e as comi como um vento que passa.

Depois que fiz mais algumas.

Eu escovei os dentes e sai em direção à garagem.

Eu peguei o carro e comecei a andar pelas longas e movimentadas ruas de Boston.

Talvez nem tão movimentadas.

Assim que cheguei à empresa.

Eu fui até o subsolo onde estacionei um carro.

Eu me retirei do carro com cuidado pegando todo meu material e minha bolsa.

Passei a mão pela minha roupa para desamassa-la.

Enquanto isso um carro parou ao lado do meu.

Um homem de terno desceu e começou a tirar suas coisas.

Quando ele se virou para ir em direção ao elevador e viu minha patética tentativa de tentar levar várias coisas ao mesmo tempo se aproximou de mim.

-Quer ajuda?

Eu tirei meus olhos pela primeira vez do meu material e vi seu rosto.

Seus cabelos negros e seus olhos me chocaram por um minuto.

Eu balancei a cabeça tentando ignorar meu estado de idiotice há cinco minutos.

-Seria bom.

-Com licença. - ele me empurrou para longe das coisas e começou a pegar com uma facilidade assustadora

Quando ele se virou a mim me perguntou olhando ao meu rosto;

-Onde é o andar?

-12º.

-Uau! Que coincidência.

Dei um leve sorriso.

-Sou Daniel. – ele estendeu a mão com dificuldade.

-Summer. – eu a peguei e a balancei devagar.

Ele baixou os olhos do meu rosto para o meu estômago.

-Olha! Já sabe se é menina ou menino?

Ele perguntou enquanto se virara e ai até o elevador.

-Oh! Sim... É uma menina.

-Parabéns! Você e seu marido devem estar muito felizes...

-É... Bem, apenas eu, eu não sou casada.

-De dou outro parabéns, criar um filho sozinho não é fácil. Eu sei como é.

-Você tem filhos? – eu perguntei entrando no elevador junto com ele.

-Não... Ainda não, mas gostaria de ter... É que minha mãe me criou sozinha... Meu pai foi embora quando eu nasci.

- Lamento. – eu me senti meio desconfortável por tocar em um assunto meio delicado.

-Não tudo bem, isso faz parte da vida.

Eu não respondi nada apenas o mandei um sorriso torto.

Eu estava envergonhada.

Hormônios.

- Bem... Mas o que vai fazer no andar da direção.

-Eu sou a diretora. – eu disse andando pra frente assim que a porta do elevador abriu.

-Quê?

Ele me perguntou chegando ao meu lado.

-Na verdade sou a vice-diretora da empresa, mas eu cuido praticamente de tudo.

- Sou Daniel Miller. Da campanha do novo sabonete antisséptico.

-Ah! Meu Deus... Desculpa... Vem comigo.

Ele foi entrando na minha sala e colocando as caixas na pequena mesa perto da porta.

Ele deu uma olhada pela sala e logo se sentou.

-Grande sala.

-Obrigada.

Eu disse enquanto digitava a senha do computador.

-Bem... Que mensagens querem que a campanha passe para o público?

Ele se assustou com o meu tom de voz passando de casual a profissional há segundos.

 Ele fez o mesmo.

-Gostaríamos que a campanha passasse a ideia de originalidade, chamasse a atenção, vendesse o produto e fosse marcante, claro.

-Mais alguma coisa?

-Acho que é tudo.

- Bem vou passar isso para a parte criativa e depois me contato com você para te passar as opções.

-Ok.

Eu me levantei apertei sua mão e ele fez o mesmo, apenas me olhando com seus olhos.

- Sabe... Acho que poderíamos discutir mais ideias em um pequeno almoço. Você gostaria?

Eu rir.

-Eu adoraria.

Eu lhe dei um sorriso.

Ele fez um mesmo.