POV Jamim

A cada passo que eu dava em direção ao campo, meu coração dava um pulo. Não que eu nunca tivesse participado de algo assim antes, mas bem... Uma batalha, é sempre uma batalha.

Posicionada diante do soldado, desembanhei a espada, a qual produziu um som irritante que feriu meus ouvidos. Arrumei a espada em minhas mãos, na posição onde ela deveria ficar.

Lancei um olhar para a plataforma, onde minutos atras eu estava, e lá avistei Edmundo, que olhava fixamente para o campo onde eu estava, e seu olhar era de agonia.

E então parti para cima do homem a minha frente, ele reagiu da mesma forma, sua espada batia contra a minha fazendo um barulho ensurdecedor. Tentei o golpear pelas pernas e ele respondeu dando um pulo sobre minha espada e tentando me acertar com um golpe na altura da cabeça, felizmente me abaixei a tempo.

Em um momento de destração meu, ele me acertou na testa com sua espada, levei a mão a altura dos olhos para checar o ferimento e junto com minha mão vieram algumas gotas de sangue.

Senti a espada fria bater contra minha pele novamente, dessa vez, causando um ferimento profundo na palma de minha mão.

Para mim foi o suficiente, parti outra vez para cima do soldado, fazendo minha arma bater novamente contra a sua, ele ate tentou se defender mas foi em vão.

Peguei sua mão que segurava a espada e a levei atras de sua cabeça e a minha levei ate a frente de seu pescoço, isso sem nunca encostar em sua pele.

Sem escapatoria, o soldado caiu de joelhos diante de mim. Joguei sua espada no chão e sai cambaleando do campo, eu estava fraca, quase não consegui ficar em pé.

Foi quando senti duas mãos tocarem em meus braços, dei um rapida olhada para cima e vi Edmundo... Me segurando para que eu não caisse.

– Vem, você precisa de cuidados - Disse ele.

Eu apenas assenti e sai dali, sendo conduzida por Edmundo.

POV Ranyelle

Eu andava sozinha pelos corredores do castelo, mas meus pensamentos ainda estavam naquela arena, eu tinha medo que Jamim se machucasse, afinal ela era minha amiga... Talvez a única.

– Um doce pelos seus pensamentos. - Fui tirada de meus pensamentos pela voz melodiosa de Pedro.

– Ah, Faz muito tempo que esta aqui - Perguntei

– Na verdade, não. Acabei de chegar. - Respondeu

– Me parece preocupada, o que há com você?

– Nada, é só que... - Pausa - Não gosto de batalhas, me deixam aflita, afinal, Jamim é minha amiga e eu gosto dela é como se fosse da familia.

– Bem, Parece que você é a única que pensa assim.

– Se refere a Renere?

– Digamos, apenas... Que ela não é a pessoa mais legal do mundo. - Ri e Pedro me acompanhou.

– Minha irmã, é apenas um pouco antipatica, mas no fundo, bem no fundo tem um bom coração. - Dei um sorriso para Pedro, que nesse momento me olhava fixamente.

– O que foi? - Perguntei, um pouco envergonhada

– Você, é linda! - Disse ele meio abobado

– Linda? Então você não acha que eu sou uma princesinha mimada e futil?

– Eu nunca pensaria isso de você!

– Isso é bom! Mas parece que seu irmão não pensa assim.

– Edmundo? Não se preocupe, ele não tem nada contra você.

– Não?

– Não! Ele só não gostou muito de Renere, na verdade ele não suporta nem ouvir o nome dela.

– Eu entendo! Não é muito facil lidar-se com minha irmã.

– Bem, acho que é por que, Edmundo já esta encantado por outra pessoa.

– Mesmo? Quem? - Perguntei curiosa

– Nem desconfia? - Pedro levantou uma de suas sobrancelhas

– Não!

– Te dou uma pista e ela começa com.. Jamim.

– Isso é ótimo, Pedro!

– Tambem acho. - Pedro voltou a me olhar, sem ao menos piscar os olhos, queria saber o que o atraia tanto em mim. Afinal, eu não tenho nada de especial.

– Pode parar com isso? - Perguntei sorrindo

– Parar com o que? - Falou confuso

– De ficar, me olhando assim, esta me deixando constrangida.

– Desculpe essa não foi minha intenção, mas eu não consigo evitar. - Pedro se aproximou mais de mim, colocando sua mão direita em volta do meu rosto. Ele ia chegando cada vez mais perto dos meus lábios. Eu queria, sim eu queria, Mas aquilo estava indo rapido demais, então pigarreei.

– Acho melhor, eu ir para o meu quarto. - Falei

– Claro. Tudo bem. - Disse ele.

– Até amanhã, Pedro.

– Até, amanhã, Ranyelle.

Sorri, novamente para ele, depois me virei e segui em direção aos meus aposentos. Enquanto eu caminhava em direção ao quarto não pude deixar de pensar no que poderia ter acontecido e quando eu pensava nisso meu coração dava um salto. Ah, meu Deus sera que eu estava me apaixonado por Pedro Pevensie? Isso só o tempo me diria.