Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 63
Aslam, Nos Ajude.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora ^^ Divirtam-se.



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POV. Pedro.

A cabeça de Miraz rolou quando Aller gritou de dor e sua coxa espirrou sangue pelo corte que eu acabara de abrir. Dentro de mim o ódio inflamado ardeu perto do triunfo. Aller caiu de joelho e Rhindon cortou seu peito num golpe diagonal. Seu corpo caiu sem vida para trás e logo foi pisoteado pela batalha que ele mesmo fomentara.

Quase no mesmo instante um outro tremor chacoalhou Nárnia. O chão cedeu abrindo uma enorme cratera que engoliu parte do piso e da escada. Vi Franco e Corin caírem, não os vi levantar. Os soldados inimigos empurraram mais dos nossos na mesma cratera conseguindo passar. Senti um imenso aperto no peito, mas corri para onde Caspian e Edmundo estavam lutando.

Porém algo atraiu-me de volta. De uma forma estranha, nenhum outro soldado deles entrava pelos portões. Poucos dos que entraram no início ainda lutavam contra nossos poucos sobreviventes. Num misto de esperança e desconfiança, arrisquei olhar pelo portão aberto.

No escuro nebuloso, a rua principal da cidade estendia-se mergulhando na noite assustadora. Casas foram destruídas e do lado de fora vinha um amedrontador silêncio.

Então eu vi: vindo da escuridão pela rua principal, marchando compassadamente em direção ao castelo com escudos e armas reluzindo pela luz da lua, vinha outra leva de soldados. Inúmeros soldados. A ponta da Rhindon tocou o chão.

Aslan, nos ajude!

POV. Lúcia.

LÚCIAA! – Susana gritou no mesmo momento em que um corpo chocou-se contra mim, envolvendo-me em braços fortes, ficando entre o inimigo e eu no mesmo momento em que houve o som da espada cortando. Algo doeu em minha barriga. Rilian arfou, seu corpo pesando sobre mim. Um zunido e o inimigo caiu para trás com uma flecha no olho, puxando a espada que atravessara as costas de Rilian e espetara-me a barriga.

Sem forças, Rilian não conseguiu manter-se de pé. Sustentei-o sem soltá-lo. Ajoelhei-me para então deitar cuidadosamente com ele ao chão. Ignorando completamente a dor, pus-me de joelhos e tentei socorrê-lo. Susana gritou outra vez e de relando vi Rany largar o arco.

–Rilian! - chamei. Ele respirava de forma curta e rápida mal conseguindo deixar os olhos abertos. O sangue espalhara-se por sua barriga. Meus olhos encheram-se de lágrimas. Toquei seu rosto. - Rilian! Não feche os olhos, ouviu? Aguente firme! - supliquei, tentando soltar o elixir do cinto com a mão livre.

Senti-o colocar a sua sobre a que estava em seu rosto. Seus olhos brilhavam, dizendo tudo o que as palavras não seriam capazes, um suave sorriso formara-se em seus pálidos lábios.

–Aguente firme! - supliquei de novo com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas.

Usei as duas mãos para soltar o elixir e iria dá-lo à Rilian, mas quando o olhei novamente seus olhos estavam fechados e o rosto levemente virado para o lado.

–Rilian? - ele não respondeu. Larguei o vidro no chão, pousando a cabeça em seu peito. Nada. Senti o mundo ruir à minha volta. - Rilian! - chamei alto, não conseguindo conter o choro. - Rilian, não! - sacudi-o, mas não houve resposta. - Não!

POV. Tirian.

O amanhecer estava um pouco distante ainda e já estávamos exaustos. Precisando de uma trégua, subi para o muro onde os derradeiros arqueiros continuavam atirando. Abaixei, sentado no chão, escorando-me na mureta para ficar protegido; concentrei-me em respirar. Sentia o corpo todo doer, clamando por descanso, mas aquela batalha ainda estava longe de terminar.

Aslam, por quanto tempo ainda aguentaremos?

Contava-se nos dedos os arqueiros que ainda estavam de pé. As torres de Cair Parável não existiam mais. O pátio estava escondido sob os corpos e a neve manchada de vermelho. Aller e Miraz estavam mortos. Haviam poucas dezenas de nós ainda de pé e os inimigos, quase todos mortos, mas Jadis não estando entre eles tiravam todas as nossas esperanças. As labaredas enormes consumia tudo que estava em cima ou ao redor das masmorras.

Não haviam nuvens, mas raios caíam por toda parte de Nárnia. No céu negro onde antes apenas Tarva e Alambil brilhavam antes, agora estava salpicado de incontáveis pontos brilhantes cujo brilho estava cada vez maior. Algo muito estranho estava acontecendo ali, porém antes que eu pudesse compreender, um som trouxe minha atenção para outro lugar. Era o soar de um chifre. Prendi a respiração esperando pelo próximo passo.

–REAGRUPAR! - gritou Pedro.

Ergui-me para olhar o pátio. O Grande Rei correra para se juntar à Caspian, Edmundo e os outros. Os soldados, exaustos, entravam em formação outra vez. Preparei-me para descer, mas quando olhei em volta, hesitei. Podia ver tudo dali de cima. Das ruas da cidade, dos arredores, dos bosques, vinham implacáveis, centenas e centenas de criaturas horrendas destruindo tudo que estava em seu caminho. Árvores imensas eram derrubadas com facilidade e o bosque tornou-se um atrativo para os raios que começavam a incendiá-lo.

Pela rua principal, protegida por uma forte linha de frente, imponente em sua carruagem puxada pelos ursos, vinha Jadis. Por onde passava, toda estrutura era congelada automaticamente. Nada a pararia.

Motivado a detê-la, desci do muro e fui juntar-me à linha de frente narniana novamente. Impedido o acesso à Susana, nos posicionamos à frente das escadas, prontos para lutar até a morte se preciso.

Que Aslam nos proteja.

POV. Caspian.

O golpe certeiro de Edmundo contra André foi desviado com um simples movimento de braço deste. Aquelo já estava me dando nos nervos. Matei Macaco logo que começamos a brigar e agora concentrávamo-nos exclusivamente no mago que nos afastava com gestos de mão.

Daquela vez, Edmundo irou-se atacando-o logo em seguida a mim com as duas espadas, não dando tempo para que ele defendesse. Essa foi a minha chance de finalizar, empurrando-o com um chute. Desequilibrado, André atravessou as portas e rolou a escadaria das masmorras, sendo engolido pelas chamas.

–Belos golpes. - bati no ombro de Edmundo, ofegante, indicando as espadas com o queixo. Ele as olhou por um segundo. Imitando-o, reconheci a espada de Jay em uma de suas mãos.

–Não foi nada. - respondeu ofegante, a voz baixa e neutra. - Já dei golpe piores.

Queira ter-lhe dito algo naquele momento, mas não adiantaria. Nem poderia, pois o som de chifre encheu o ar e Pedro correu em nossa direção.

–REAGRUPAR! - gritou ele.

Exaustos, as dezenas que sobraram reuniram-se em posição outra vez. Tirian juntou-se a nós na linha da frente.

–Pedro?! - chamou Franco.

–Jadis. - respondeu ele. - Está vindo com mais soldados.

–Por Aslam! - Corin passou o dorso da mão na testa.

–Quantos? - Franco hesitou. Começamos a ouvir seus passos e gritos de desafio.

–Milhares.

Houve silêncio. Fechei os olhos rapidamente com a imagem de Susana e todos os outros bem.

–Que Aslam nos ajude. - falei.

Aguardamos em posição nos rápidos minutos seguintes. Já podíamos vê-los pelo portão, se aproximando, saídos da noite escura que cobriria a cidade. Jadis vinha, congelando tudo. Estavam quase alcançando o palácio quando algo súbito aconteceu.

De repente, uma luz banhou o castelo sobre nossas cabeças. Levando-nos a olhar para o céu.

Os pontos brilhantes pareciam ainda maiores, mas no segundo seguinte percebi, assombrado e maravilhado, o que acontecia. Não estavam maiores, estavam se aproximando rapidamente.

As estrelas estavam caindo sobre nós. Ofuscantes, caíam até alcançar o chão, muro, telhados, do castelo junto a nós ou permanecendo a flutuar sobre nós. Quando o brilho de cada uma delas diminuiu, pudemos ver as milhares de estrelas de armaduras, espadas e arco e flecha que desceram dos céus para lutarem conosco junto com as que flutuavam sobre nossas cabeças em suas carruagens de guerra.

Pedro e eu trocamos um olhar esperançoso. Os inimigos alcançaram os portões. Todos estavam tão assombrados, mas mais motivados do que nunca. O chão tremeu.

–NARNIANOS! - Pedro ergueu sua espada seguido de todos os outros. - ATACAR!


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Notas finais do capítulo

Que tal? Parece que a ajuda finalmente chegou! Mas será suficiente? Uma pergunta, sou só eu, ou vocês também já estão sentindo saudades de FDNA? :/
Até o próximo!
Reviews!
Beijokas!!

Contagem regressiva: faltam 3 capítulos.