Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes
Notas iniciais do capítulo
Curtinho, mas importante!
Divirtam-se!
–SAIA DE PERTO DE MIM! - Edmundo foi interrompido pelos gritos que ecoavam do lado de fora.
Espantamo-nos. Era Lúcia. Edmundo pôs-se instantaneamente em direção aos gritos irados. Fiz menção de levantar, mas Helena me impediu dizendo que eles cuidariam de tudo ao tempo em que Rany e Jay seguiam Edmundo.
–Por favor, espere...! - pedia uma voz suplicante a ela. Meu coração se apertou. No íntimo, acho que sabia o que estava acontecendo. Tive medo de estar certa.
POV. Jay.
Os gritos vinham do pátio. Corremos para lá o mais rápido que pudemos, e não fomos os únicos. Os gritos irados de Lúcia chamaram a atenção de todos que já estavam de pé desde a tempestade de raios e chegamos ao pátio quase ao mesmo tempo que todos, inclusive alguns guardas que vieram socorrer.
Perto da fonte, encontrava-se uma Lúcia raivosa. O que com certeza assustou mais que os gritos. Nunca a vira daquele jeito. Seus olhos brilhavam por causa das lágrimas que molhavam seu rosto, mas tinham raiva e mágoa impressos neles. Próximo a ela, estava meu irmão, com face suplicante.
–Lúcia, por favor, me escute! - pedia ele.
Edmundo foi ao encontro da irmã, abraçando-a.
–O que está acontecendo aqui? - perguntou ele, preocupado. Lúcia não respondeu, apenas abraçou o irmão, mergulhando a cabeça em seu peito, deixando as lágrimas rolarem. Todos os olhares se voltaram para Julian. Edmundo estava furioso. - O que. Aconteceu? - fuzilou meu irmão com os olhos.
Julian não respondeu nada, apenas abaixou a cabeça. Meu coração se apertou.
Pov. Edmundo.
Senti minha camisa molhada pelas lágrimas de Lúcia, o que só fez-me sentir raiva. Julian tinha feito alguma coisa para deixá-la assim, e ele pagaria por isso.
–O que. Aconteceu? - encarei-o. Ele baixou a cabeça, Jay estava ao seu lado, olhando dele para mim e vice-versa.
–Julian... - chamou ela, calmamente, fazendo-o erguer a cabeça.
–Estamos esperando. - falei, impaciente, afagando os cabelos de Lúcia.
–Eu posso falar com Lúcia primeiro, por favor? - perguntou ele, calmo. Todos os olhares se voltaram para Lúcia. Ela ergueu a cabeça, encarando a mancha de lágrimas deixada em minha camisa. Vê-la com a face vermelha e o rosto cheio de lágrimas partiu meu coração ao mesmo tempo em que ele inflamou de raiva. Mas esperei a resposta dela.
–Não tenho nada a tratar com ele. - disse ela, direta.
–Lúcia, eu imploro...! - ele avançou em nossa direção, mas ergui a mão com a palma voltada para ele, sinalizando para que parasse.
–Fique onde está. - ordenei. Jay se aproximou dele, pondo a mão em seu ombro e braço, mantendo-o onde estava. Lágrimas rolaram pelo rosto de Julian.
–Por favor, me escute! - pediu ele à Lúcia que sequer o olhou, ainda abraçada a mim. - E-eu estou arrependido, Lu! Agi sem pensar, me perdoe! Foi... foi uma coisa insana, eu admito! Ela me seduziu, eu...!
–Essa é sempre a sua desculpa. - disse Lúcia, com um sorriso dolorido, olhando para Julian pela primeira vez. - Não adianta. Jamais cairei nela de novo. Você traiu minha confiança pela última vez, Julian.
–Como é...? - perguntou Jay, ainda ao lado do irmão.
–Eu o vi, Jay – explicou Lúcia. - Não o encontrei durante a tempestade de raios, fiquei preocupada então, quando acabou, fui procurá-lo novamente. Ele estava em seu quarto... Na cama com sei lá quem...
Pude ouvir um “oh”, vindo dos que estavam presentes. Jay olhou boquiaberta de Lúcia para o irmão.
–Julian! - advertiu ela.
–O que você fez?! - fui eu a me manifestar, completamente enfurecido.
–Isso foi um mal-entendido, não é, Julian? - perguntou Jay, olhando esperançosa. - Julian?
Ele baixou a cabeça. Jay fechou os olhos e duas finas lágrimas rolaram por seu rosto. Ela conhecia a lei, eu sabia, e voltou a erguer o olhar, dessa vez para mim. Cortou-me o coração vê-la chorando, mas eu tinha que cumprir com minha obrigação.
–Confessa? - indaguei-o, na postura de rei.
Julian hesitou por alguns segundos antes de responder olhando para os próprios pés.
–Sim.
–Traição é um crime grave aqui. - falei no mesmo tom, sinalizando para os guardas se aproximarem. - Não me resta outra alternativa senão aplicar a lei.
–Ed... - começou Jay, mas foi interrompida pela risada curta e baixa do irmão.
–Irônico, não é? - ele ergueu a cabeça, encarando-me. - Sentencia-me por traição o maior traidor da história de Nárnia. Qual será minha pena? Serei coroado?
Franzi os lábios fortemente. Naquele momento, esqueci de que ele era irmão de Jay, esqueci tudo o que podia favorecê-lo. Fui nomeado Rei por Aslam. Agora tinha que cumprir esse papel. Encarei-o.
–Execução.
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Beijokas!!