Não tive desejo de comer mais nada, bem, pelo menos até a madrugada. Estava sonhando. Eu, sentada a beira do mar, com as ondas esticando até cobrir meus pés após quebrarem na areia. A água estava em uma temperatura bastante agradavel. Olhei para o lado e vi Caspian, de pé, não muito longe de mim, ele tinha uma expressão séria com um toque de tristeza ou decepção, não sei dizer. E estava segurando um bebê. Minha primeira atitude foi de ir até ele ver o que havia acontecido. Levantei e dei três passos em sua direção. Parei por aí. Algo me impedia de continuar, uma força me segurava ali, não conseguia mover minhas pernas para caminharem até eles. Meu cérebro mandava ordens urgentes para ela, mas era como gritar com a parede. A distancia entre nós esticou, literalmente, em um momento eu o via a poucos passos de mim, e no outro a uma distancia de quarenta metros. Como se não bastasse, com um piscar de olhos a paisagem mudou, a praia à frente de Cair Paravel sumira junto com Caspian e o bebê, de repente eu estava em minha casa, em meu mundo, e o lugar onde Caspian estava na praia agora era um vazio. Um nada. E em meu coração uma saudade, junto com a tristeza do mesmo tamanho (enormes) ocuparam meu peito com relação a eles. Numa mudança repentina eu era consumida por uma saudade incalculavel. Meus olhos abriram imediatamente, era dificil demais lidar com aquela dor. Nossa que sonho para ter logo hoje! Olhei em volta, o quarto estava mais esuro do que antes, devia ser de madrugada. Parei os olhos em Caspian, dormindo ao meu lado em seu sonho pesado de sempre, sorri vendo-o ali bem perto de mim e sem nada me impedindo de chegar até ele, não resisti e passaei a mão em seus cabelos enterrando os dedos nos fios. Ele não acordou, como eu desconfiava, uma atividade que exigia muita paciencia  era acordá-lo durante a noite. Passei mais uma vez os dedos em seus cabelos e afaguei a lateral de seu rosto que não estava enterrada nos travesseiros. Sorri mais uma vez e voltei a deitar, mas não consegui dormir, tive o desejo de comer uvas, mas tentei ignorar e consegui por um tempo. Cochilei, despertei já era de manhã, a vontade cedera e agora era pequena.

O dia foi alegre, tambem, não era para menos a noticia era felicidade pura e o resultado só podeira ser um. Festa. Caspian mandou um mensageiro dar a noticia a governadores, lordes e lideres que comandavam cidades nos dominios de Narnia. Pedro e Edmundo agiam naturalmente. Se estavam felizes? Estavam, mas não como Lucia ou Caspain. Minha irmã estava quase euforica e meu marido mais super-protetor do que nunca; eu não podia mudar de posição que ele perguntava.

- Você está bem? - Perguntou-me ele. Estavamos em nosso quarto, era noite e nos preparavamos para dormir. Pronunciou a pergunta porque parei e respirei profunda e lentamente, recuperando as forças, estava enjoada de novo e novamente senti o sangue sumir de meu rosto.

- Estou enjoada de novo. - respondi deitando a cabeça em seu peito e passando o braço por cima de seu corpo. Seu braço deu a volta por tras de meu pescoço e pousou a mão em meu ombro, abraçando-me meio que de lado.

- Está sentindo alguma coisa além do enjôo? - insistiu. Levantei a cabeça deixando meu rosto na altura do seu.

- Caspian - disse serena - não se preocupe tanto, vai acabar ficando paranóico.

- O que quer que eu faça? - ele me encarou - Eu me preocupo com vocês.

Outra caracteristica que eu amo em Caspia: ele é muito fofo. (n/a: eu taaammbeeeeemmmm  aaammooo!!!) Sorri.

- Então vamos fazer um acordo: você se acalma, e , se eu estiver sentindo alguma coisa, você será o primeiro a saber, está bem? - olhei profundamente em seus olhos incrivelmente negros.

- Está bem. - concordou - Não quero ficar paranoico anes de ele chegar. - brincou.

- Ou ela. - acrescentei, aproximei-me mais e o beijei. Um beijo calmo e sereno. - boa noite.

- Boa noite. - ele me beijou mais uma vez. Desci um pouco e voltei a deitar a cabeça em seu peito.

Naquela noite sonhei com Aslam. Era confuso, eu não sabia sobre o que ele estava falando.

 "Proteja-a com sua vida" - ele dizia em sua voz sábia e séria. 

" Do que você está falando?" - eu perguntava confusa - "Proteger quem?" .

Ele continuava a falar:

"Não deixe que Jadis ponha as mãos nela!"

Jadis. Estremeci com esse nome.

" Nela? Quem?" - ainda estava confusa. Por que Aslam me ignorava?

"Jadis a quer, não deixe que ela consiga! Proteja-a com sua vida!" - disse ele - " o futuro de Narnia depende dela!" - Comecei a ter medo. - " Com sua vida, Susana, proteja-a com sua vida!"

"Ela quem?" - a falta de resposta me deixava com muito mais medo. Gritava aflita, mas ja era tarde. Aslam não estava mais ali. Saí correndo a sua procura - "Aslam? Ela quem? Aslam, cadê você? O que está acontecendo? Ela quem, Aslam?" - eu estava desesperada - "Aslam!" - eu gritava - "Aslam, Aslam..."

- Aslam! - Mais alguem gritou "Aslam" ao mesmo tempo que eu. Olhei confusa para Caspian. Nós haviamos sentado e gritado ao mesmo tempo. O que estava acontecendo? Caspian estava tão desnorteado quanto eu. Estavamos ofegantes.

- Sonhou com Aslam? - perguntou-me ele.

- Sim. - oefeguei.

- Ele dizia coisas como: "proteja-a com sua vida","não deixe que Jadis ponha as mãos nela", ou "o futuro de Narnia depende dela"?

- Sim - estremeci - o que você acha que significa?

- Não sei. - Caspian balançou a cabeça negativamente - De quem será que ele estava falando?

- Caspian? - chamei.

- Sim?

- Estou me sentindo mal... - sussurrei. Caspain aproximou-se de mim ficando de joelhos em cima da cama, a expressão preocupada. Aos poucos fui perdendo as forças, a visão embaçou - acho que vou... - sem terminar caí na inconsciência.

Eu estava em uma grande campina que não lembrava ter em Narnia. Estava de dia, o céu azul com poucas nuvens, o gramado daquele solo se estendia a perder de vista, em um tom de verde muito, muito bonito. Aslam estava parado a minha frente, sentado na grama olhando para mim.

"onde será que eu estou?" - pensei comigo mesma olhando em volta e depois para Aslam.

"Num lugar em que estará um dia" ouvi a voz de Aslam. Como, eu estava olhoando para e ele não moveu a boca um centimetro. Alarmei-me.

"Calma, criança." - pediu sua voz, sem sair de sua boca. Só tinha uma possibilidade e era meio improvavel: eu estou ouvindo os pensamentos de Aslam!

"Está" - E ele pode ouvir os meus! - "posso"

"O que está acontecendo?" - perguntei em pensamento - "não lembro de ter vindo para cá"

"Você desmaiou, Susana" - ele me contou - "Está desacordada nos braços de Caspian" (n/a: aqueles braços musculosos...ah que inveja....)

"Você me fez desmaiar?"

"Sim"

"Por que?" - eu olhava nos olhos de Aslam e ele nos meus.

"Você e Caspian tiveram o mesmo sonho, não foi?"

"Sim" - pensei - "Aslma, o que ele significa? O que você quis dizer com: 'o futuro de Narnia depende dela'? Quem é essa pessoa?"

" Ela nascerá para derrotar Jadis para sempre"

"Não compreendo"

"Filha de uma humana e um narniano

Filha do amor verdadeiro

A criança escolhida tem no sangue os dois mundos.

A filha dos universos

Só ela exterminará o mau

Que assola esta terra"

Ele recitou em pensamento.

"Aslam..." - meu pensamento era um sussurro. Compeendia tudo. Pus a mão sobre a barriga.

" A criança que carrega, Susana, é a criança escolhida."

" E o que devo fazer?"

"Apenas cuide para que ele nasça saldavel."

"Só isso?" - achava bom demais pra ser verdade.

" Aí está o problema. Jadis não quer que ele nasça e tentará tudo para impedir que venha a esse mundo."

Estemeci.

"E quanto a Jadis?"

"Perigo sempre haverá, mas eu estarei com vocês"

"E os outros?" - será que acreditariam em mim?

" Eles vão. Seus irmãos estão tendo o mesmo sonho que você, estão conversando comigo nesse exato momento e Caspian pode me ouvir e conversar comigo em seus pensamentos mesmo estando acordado...Agora, acorde Rainha, o Rei está ficando preocupado com você" - ele sorriu e ouvi um "esterei com vocês" distante.

Abri os olhos e estava em meu quarto de novo.

- Ainda bem que acordou. - disse Caspian, aliviado. Abraçou-me e retribuí, a pele de suas costas nuas estava quente comparada com o frio da noite.

- Falei om Aslam. - disse a ele.

- E tambem. Ele me contou tudo.

- Estou com medo, Caspian. - confessei.

- Não se preocupe, amor. - pos meu cabelo para tras de minha orelha - Aslam estará conosco.

Sorri com a verdade.

- Tem razão.

Caspian me beijou.

- Agora volte a dormir.

- Estou sem sono. - reclamei.

- Pelo menos tente, precisa descançar.

Cedi.