Para La Eternidad escrita por EnmaHilder


Capítulo 1
Capítulo único




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De manhã recebi um telefonema. Você disse que estava terminando o nosso namoro, não entendi o porque. Depois de tudo o que passamos para ficarmos juntos, depois de todo o sofrimento, você simplesmente joga tudo fora? Ah não, você vai falar isso na minha cara.

Corria feito um louco pela enorme montanha. Queria te ver, queria ouvir da sua boca que tudo acabou, olhar nos olhos e ver a convicção, tocar sua mão e saber que é real.

“... Me desculpe por estar fazendo isso. Mas acabou Bryan...”

Você nunca foi esse tipo de mulher. Terminar com alguém pelo telefone? Oh não. Você jamais faria isso. O pior foi ouvir você pedir desculpa. Quem pede desculpa quando está terminando um relacionamento?

Não parava de correr. Os galhos das arvores faziam pequenos cortes em minha pele. Mas nada se comparava a dor de ouvir você proferir aquelas palavras.

“... Descobri que só vou ser feliz ao lado do Julio...”

Julio... Você não o esqueceu? Depois de tudo que ele fez comigo, com você. Como pode dizer que vai ser feliz ao lado dele? 

“... Vou ficar com ele por toda eternidade...”

Mas que droga. Eternidade? Você nunca foi de acreditar nessas baboseiras. Destino, futuro, eternidade... Nada disso nos importava. Lidávamos com o agora. Porque disse aquilo? 

Já conseguia ver sua pequena casinha no fundo da floresta. O telhado vermelho, a rede pequena varanda e a luz da cozinha acesa. Parei para respirar um pouco.

_ Você me deve explicações Maya...

“... Adeus. Não quero vê-lo nunca mais.”

Você chorava no telefone. Se não queria terminar, porque o fez? O que te impediu de continuar com nosso relacionamento? Não adianta especular. Você vai me dizer o porque.

Retornei a correr. Bati na porta, gritei, mas você não apareceu. 

_ Maya, não finja que não está ai. A luz está acesa! Abra já essa porta! – bati mais forte.

Paciência nunca foi meu ponto forte e você sabe disso. Tomei distancia e arrombei a porta, que caiu no chão fazendo um pequeno eco. Fui direto para seu quarto. Estava vazio. Talvez esteja na cozinha, afinal a luz estava acesa... Nada. O vaso de flores que te dei no dia anterior estava jogado no chão quebrado, a porta da geladeira escancarada. O que está havendo? Você nunca foi desastrada a ponto de quebrar algo, ou desleixada para deixar a geladeira aberta.

_ Maya, cadê você?

Corri para a sala, você devia ter visto a minha cara de espanto ao ver seu corpo inerte, banhado de sangue jogado no chão.

_N-não... MAYA! – Corri até você, batia em seu rosto de leve esperando reação, mas você não respirava, não se mexia. Está morta. – Maya – as lagrimas começaram a rolar pela minha face caindo em seu rosto. 

Sentei no chão ao lado de seu corpo. Não me importei por sentar na poça de sangue, afinal era o seu sangue. 

Lembranças começaram a passar pela minha mente, todas de nós dois juntos. Rindo, comemorando, chorando, nos beijando, abraçados, deitados, no parque, com o pirralho do Walty que nunca largava do seu pé, sobrinho irritante o seu. Até mesmo as traquinagens do Julio. Ah sim, Julio foi um bom amigo antes de se tornar possessivo. Ainda tenho a marca na barriga do seu ultimo ataque. Agora, só sinto raiva daquele desgraçado que tentou nos separar de todas as formas.

Voltei a olhar para seu corpo, mais especificadamente o furo em seu abdômen. Um tiro. Quem teria te matado Maya? 

_ AAAAAAAAAAAAAAAH! – gritei com todas as minhas forças. Não que tivesse alguém para ouvir, eu só queria expressar minha raiva. Olhei para frente e pela primeira vez noto que sentado na poltrona estava mais um corpo. 

_ Julio...? – Levanto-me e vou até ele. Seu corpo está inerte. Ele se matou, atirou na própria cabeça. – Desgraçado, você fez isso com Maya? – o seguro pela blusa e começo a chacoalhá-lo, como se ele pudesse me responder. Infeliz. Se quisesse morrer pulasse de uma ponte, para que levar a Maya para o mesmo buraco? – Juntos eternamente... – repito a frase dita por Maya no telefone. Ele deve te-la forçado a falar – Isso para você é eterno? A morte? Oh Julio... Porque meu amigo? Como você chegou tão baixo? – cai de joelhos no chão e retornei a chorar. Perdi a mulher de minha vida e ainda por cima aquele, que um dia foi meu irmão, meu amigo, meu rival no amor, mas que morreu sendo meu inimigo. Não consigo odiá-lo Julio. Nunca consegui. Você estava apaixonado. Sim... Você era um louco apaixonado. Colocou seu amor na frente de tudo e de todos, e veja como acabou. Me desculpe meu amigo. Desculpe por não conseguir salvar você, a Maya e ironicamente eu, que acabei ficando sozinho nesse mundo. 
Abaixo minhas mãos, que até agora estavam no braço da poltrona, e sinto o metal frio da arma que estava jogada á meu lado. 

_ A arma do crime, do suicídio... Hahahahaha – ainda que as lagrimas caem não consigo conter a enorme e estrondosa gargalhada – ao menos, me deixou uma bala? – mexi no revolver com as mãos tremulas, querendo que tivesse uma bala para mim. Não ficarei aqui sem vocês. Crescemos juntos, vivemos todas as dores e alegrias juntos, e juntos devemos morrer. Suspiro, ainda há uma bala – Julio... Não se preocupe meu irmão, eu vou até você e lhe darei uma surra por ter feito isso – olhei novamente para o corpo da Maya jogado no chão – mas também lhe abraçarei meu amigo, afinal você encontrou a solução. Agora estaremos os três eternamente juntos – disparei contra a minha cabeça. Fiquei com frio e fui engolido pela escuridão. Não pensei, não vi, não senti mais nada. Tudo era negro, escuro, profundo e eterno. A morte é eterna.


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Notas finais do capítulo

é, acho que eu só presto pra escrever drama/tragédia u_ú
Eu pensando em escrever uma fic para dar de presente, saiu isso o_õ
hauhauehauehauehaeuhauauhe.
Espero que vocês tenham gostado.

O titulo da fanfic está em espanhol. Pela eternidade.



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