Três por Quatro escrita por Nightnyu


Capítulo 4
Capítulo IV - Febre


Notas iniciais do capítulo

Demorei bastante para postar, peço desculpas a todos e agradeço muito pelos reviews. Quantas pessoas que gostam desse casal, OMG! Fico feliz.



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- Todos estão prontos para a próxima missão? - Perguntou Nico Uno, autoritário, enquanto terminava de colocar diversas armas na mochila.

- Yeah. - Abigail e Horácio responderam ao mesmo tempo. Wallabee apenas balançou a cabeça em afirmação, enquanto seus olhos se mantinham fixos na porta de entrada. Ela estava aberta, e a chuva intensa faria qualquer um desistir de sair naquela tarde. Bem, exceto a Turma do Bairro, e particularmente uma japonesa fã de Macacos Coloridos. Alguém precisava seguir cautelosamente o inimigo durante a tarde toda, para garantir o sucesso da missão, e a garota ofereceu-se rapidamente, mesmo sabendo que teria que enfrentar a força da natureza.

- Ela vai voltar logo, Número 4. - Sussurrou a garota de boné próxima ao loiro, de forma que apenas ele pudesse ouvir. Por dentro, o loiro se sentiu tão envergonhado que poderia levar um tiro na cabeça naquele exato momento. Mas por fora, apenas contraiu mais ainda as feições, enquanto cerrava os punhos e cruzava os braços.

- Quem liga se ela volta ou não? - Respondeu, hipócrita. A garota sorriu de canto, apesar de ter vontade de soltar uma gargalhada. Era impossível para o Número 4 disfarçar seus sentimentos, era óbvio que estava preocupado.

Não demorou muito para que o fino corpo da japonesa surgisse na porta, para o alívio de Wally e para a satisfação do líder. Ela estava totalmente encharcada, provavelmente não havia levado nenhum guarda-chuva para facilitar seu deslocamento sem ser vista. Sua respiração estava ofegante e o rosto demonstrava um cansaço intenso, algo que raramente surgia no rosto de Kuki.

- Bom trabalho, Número 3. Relatório. - Pediu Uno. Ela balançou a cabeça positivamente, recuperando o fôlego, e começou a relatar detalhadamente sobre as ações do inimigo, as falhas observadas na defesa dele e no local para onde ele estava indo, além de identificar possíveis relações com inimigos já conhecidos pela Turma. Número 1 e 2 estavam concentrados nas palavras da japonesa e não perceberam que ela estava diferente do habitual, algo que foi observado pelos dois membros restantes.

- Está tudo bem, Número 3? - Perguntou Abigail. Kuki afastou um pouco a franja molhada dos olhos, enquanto seus lábios trêmulos davam sinais de que algo estava errado.

- S-Só estou com um pouco de frio... - Comentou. - Bem, é melhor vocês se apressarem. Eu vou ficar bem. - Ela disse, enquanto se dirigia para o quarto em passos lentos. Número 5 não se convenceu e a impediu de entrar no corredor, a segurando pelo braço. Com a mão livre, encostou levemente no rosto surpreso de Kuki.

- Você 'tá com muita febre! - Ela comentou. Wally mordeu os lábios. Ele deveria ter ido no lugar da garota ao invés de ficar esperando no quartel-general como um imbecil.

- Número 3, você vai ficar bem sozinha? - Perguntou Uno, já se dirigindo até a porta com Horácio. Ela sorriu e acenou para o líder.

- Sem problemas, é só uma febre! - Ela se afastou de Abigail. - Vá com eles, essa missão precisa ser feita. - A garota de boné concordou, contrariada. De fato, tinha uma obrigação a cumprir. Uno e Horácio já haviam ido na frente, enquanto Wally olhava ansioso para Kuki, que estava indo até seu quarto. A morena suspirou, dando um soco no braço do loiro, despertando-o.

- Fica com a Número 3. - Ela disse rapidamente, para a surpresa dele. - Você não prestou atenção em nada da missão mesmo. - O loiro virou o rosto, tentando fracassadamente esconder a vergonha.

- T-Tudo bem. Mas isso é porque eu não posso deixar um parceiro nesse estado e - Abigail cortou-o com uma risada irônica, indo em direção à porta.

- Uhum, sei. Boa sorte. - Ela disse enquanto desaparecia entre as gotas de chuva.

O loiro ficou olhando para a porta por um tempo indeterminado, até que um pouco de desespero começou a tomar conta de si. Estava sozinho no quartel-general com a Kuki... e ela estava doente. Sua mente ficou vazia. O que iria fazer? Tentar distraí-la? Conversar com ela? Jogar alguma coisa? Sair correndo?

- Argh! O que eu faço agora? - Ele levou a mão até os fios loiros e puxou-os com força. A hipótese de pular de cima do quartel-general e cair de cara no asfalto lhe pareceu muito convidativa.

- Por que ainda está aqui, Wally? - A garota de olhos puxados parou próxima ao sofá. Havia trocado as roupas encharcadas da missão por um pijama verde dos Macacos Coloridos. Em sua cabeça, cobrindo parcialmente os fios negros, havia uma toalha branca, que ela usava habilmente para retirar o excesso de água. O loiro evitou cruzar seus olhos com os dela e sentou-se no sofá, fingindo estar assistindo o que passava na televisão.

- Não achei certo abandonar um parceiro doente. - Ele respondeu, fingindo uma certa indiferença para não demonstrar o desespero. - Além do mais, eu não seria de muita ajuda nessa missão. - O loiro apoiou o cotovelo no braço do sofá e colocou o rosto sobre a palma da mão aberta. Com o olhar fixo na tevê, ele não pôde notar as bochechas rosadas de Kuki em contraste com as outras áreas pálidas do rosto.

- Ah... - Ela disse baixinho, sentando-se na outra ponta do sofá. - Obrigada, Wally. - Ela imaginou que talvez realmente estivesse com febre, pois sentia seu rosto esquentar conforme os segundos corriam. Por causa do cansaço, ela desistiu de continuar secando os cabelos e largou a toalha no chão, soltando um longo suspiro. O loiro finalmente voltou seu olhar para Kuki, transparecendo um pouco da sua preocupação em seus olhos azuis.

- Como está se sentindo? - Ela abriu um sorriso fraco e, para a surpresa dele, se aproximou. O rosto do australiano escorregou da palma da mão e ele precisou ser rápido para não dar de cara no sofá.

- Diga-me você! Não sei dizer se a minha febre está alta ou não. - Ela respondeu, inocente, enquanto apontava para a própria testa. Ele engoliu em seco e levou a mão livre, um pouco hesitante, até o rosto da japonesa. Tantas vezes já havia imaginado tocar naquele rosto de boneca, e agora ele tinha um motivo real para fazê-lo. Os olhos escuros mantinham-se fixos nos olhos claros, que dessa vez, não ousaram fugir. Apesar de estar sendo totalmente atraído pelas jóias escuras, ele se concentrou e afastou a franja negra com uma delicadeza que lhe era incomum, até que finalmente tocou a pele branca. Estava muito quente.

- N-Não está nada bom. - Ele disse, retirando sua mão da testa da garota contra sua vontade. Seria suspeito se ele demorasse muito. - Vou ver se há algum... - Uma careta se formou no rosto dele instintivamente. - ... Remédio. - O rosto dela se contraiu, numa careta semelhante. Rapidamente, ela o impediu de se levantar, envolvendo um dos braços dele com os finos braços quentes.

- Não, Wally! - Ele arregalou as orbes azuis e sentiu o rosto esquentar, mas não por febre. – Remédio é ruim, eu não preciso dele! Só preciso dormir um pouco, eu acho... – O tom de voz foi diminuindo, enquanto ela esboçava sono. O loiro ficou estático, sem jeito. Ainda achava que ela deveria tomar alguma coisa, mas se ela preferia dormir, então ele não diria mais nada. Além do mais... remédios eram horríveis mesmo.

- Então vá para o seu quarto, talvez você melhore com aquele oceano de macacos. – Silêncio. Quando Wally voltou sua atenção para a garota, ela já estava de olhos fechados, como se o sono já tivesse tomado conta de seu corpo. Mas ainda sim, ela estava com os braços agarrados ao dele. – Kuki? – Chamou, receoso. Apenas um baixo gemido escapou dos lábios da japonesa, antes dela apoiar-se de vez no garoto, com a cabeça encostada no ombro dele.

Perplexo, Wally movimentou a boca de forma a saírem milhões de exclamações e xingamentos, mas nenhum com som, para não acordar a garota. Abaixou um pouco o rosto, constatando que ela havia realmente dormido. Notou também que Kuki era realmente bonita até mesmo quando estava doente, pensamento que o garoto logo se censurou, ao ponto de dar um tapa na própria cara ruborizada com a mão livre. Mas nessa ação, o loiro percebeu uma coisa: Também estava quente.

- Merda... Kuki, você passou a febre pra mim. – Murmurou, esboçando uma expressão irritada, mas na verdade, não havia se importado nem um pouco. Ignorou seus pensamentos de brutalidade e censura e inclinou a cabeça, encostando-a na da garota. Voltou o seu olhar novamente para a tevê, embora soubesse que não ia conseguir focar-se no conteúdo que era exibido. – Durma bem. – Disse baixinho, mais para si mesmo.

E Wally não percebeu que um sorriso envergonhado surgiu no rosto de Kuki nesse exato momento. Ela não entendia que sensação era aquela, mas era, sem dúvidas, o melhor tratamento para febres do mundo.


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Notas finais do capítulo

Quando eu tenho febre, minha mãe me dá mel com própolis enquanto meu pai diz que homens devem se curar sozinhos.

... AH... A DIFERENÇA DA VIDA REAL E DAS HISTÓRIAS... =( E vocês? Como são tratados quando ficam com febre? (Quem tiver um Wally ou uma Kuki pra dividir o momento, levarão jatos de inveja do Nightnyu aqui e /BRIMKS)



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