Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 30
Passando o tempo


Notas iniciais do capítulo

Outro!

Ah! E a fic fez, no dia 26/03, um mês de existência!

Gente... Como vocês viviam sem ela? Zoando.



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Hermes estava sentado dirigindo rumo á New York. Natália estava do seu lado, olhando pela janela quieta. Se ele não a estivesse vendo, poderia jurar que o banco do carona estava vazio.

- Ahm... – Fez ele quebrando o silêncio desconfortável – Sabe como o seu pai é?

- Não. – Respondeu Natália com uma voz baixa e triste – Eu nunca o vi.

- Pois eu já. – Falou Hermes, fazendo com que Natália olhasse para ele um pouco mais interessada. Ele sorriu. – Várias e várias vezes.

- É mesmo... – Falou ela – Eu tinha esquecido que você é um Deus que nem ele.

- Por quê? Sou gente boa demais para parecer um Deus? – Ele riu.

 - É. – Riu ela – É que você é... Sei lá... Tão normal.

Hermes começou a rir um pouco.

- Isso foi uma indireta para os outros Deuses? Está chamando eles de anormais? – Ele perguntou rindo.

- Não! – Natália apressou-se em dizer. Não tinha a mínima vontade de deixar algum Deus furioso ou ofendido. – Não foi isso que eu quis dizer!

- Eu sei. Estava só brincando. – Sorriu ele parando de rir – Calma... Eles não vão arrancar a sua cabeça ou coisa parecida.

- Bom saber. – Murmurou ela, mas logo se animou novamente – Mas como o meu pai é?

Hermes olhou para ela e depois novamente para a estrada.

- Bem... Ele é um cara bem legal. Poseindo é simpático, e costuma ser bem atencioso com os filhos. – Contou Hermes – Ele é o meu tio, sabe?

- Sério? Então... – Natália parou para pensar – Nós dois somos primos?

- É. É por aí. – Concordou Hermes rindo um pouco – Ahm... Poseidon tem um tipo de palácio nas profundezas do mar.

- Uau... Nas profundezas do mar. – Repetiu Natália.

- Legal, né? Achei que se falasse assim teria um tom mais forte. – Ele sorriu ao ver que Natália estava tentando não rir – Você pode rir, sabia? Ninguém vai te prender por isso.

Ela riu um pouco, mas logo se lembrou de seus amigos. Não estava no clima para rir de piadas. Uma idéia passou por sua cabeça uns segundos depois.

- Você... Um deles era o seu filho, não é? – Perguntou Natália.

O sorriso de Hermes desapareceu instantaneamente. Ele fixou seus olhos na estrada. As placas diziam que eles estavam saindo de Chicago.

- Eu nem mesmo cheguei á vê-lo. – Falou ele em um tom extremamente triste e ressentido – Não pude desejar boa sorte, nem me apresentar, e muito menos dar um presente.

O carro ficou em silêncio por uns segundos.

- Eu sinto muito. – Falou Natália. Ela queria saber quem era o seu filho, mas preferiu não tocar no assunto. Hermes suspirou triste e pesadamente.

- É... Acho... Que não há mais nada que eu possa fazer. – Falou sorrindo triste – Eu... Não mando no Mundo Inferior. Mas... Não vou deixar que nenhum deles fiquem esquecidos. Muito menos o zangado que não gostava do meu chalé.

Natália sorriu de leve. Ele olhou para os bancos de trás e se lembrou de Rhamon e Rodrigo brigando por coisas inúteis. Teisk lambendo o rosto de Rodrigo, enquanto ele reclamava do seu punhal inútil e Rhamon tentava convencê-lo a por o sinto de segurança.

Ela sentiu vontade de chorar, por isso virou para frente e encostou-se contra o vidro do carro fechando os olhos e tentando dormir.

Afrodite estava olhando para Rita. Ela estava sentada perto da janela, onde antes ficava Mateus. Rita olhava fixamente para o nada, e Afrodite sentiu pena dela.

- Escuta... Rita. Essa cor aqui é linda. Você não quer ver? – Afrodite segurou um esmalte rosa mostrou-o para Rita.

- Eu sou inútil. – Murmurou Rita.

- Você não é inútil. – Falou Vinícius.

- Não tanto quanto você, mas eu sou inútil. – Afirmou ela.

Vinícius preferiu ficar quieto. Depois daquele fora era melhor ele nem mesmo abrir a boca.

- Aaaw, Ritinha... Você não é inútil. – Insistiu Afrodite – Você enfrentou aquela hidra com muita elegância e garra!

- Aí depois o Mateus morreu tentando me salvar! – Completou ela – Sim, eu sou inútil. Preciso que os outros me salvem quando estou em perigo, sendo que eu não consigo salvá-los!

Afrodite pôs as mãos na cintura. Quando ela fazia isso era porque estava realmente determinada a atingir um objetivo.

- Escuta aqui, mocinha. – Falou ela – Pare com essa história de “Sou inútil”, porque isso é que nem um sapato listrado.

- O que? – Perguntou Vinícius sem entender.

- Não combina com nada. – Explicou Afrodite.

Rita tentava desesperadamente não rir daquilo, mas Afrodite notou e continuou a falar.

- Se recomponha garota! Você é minha filha! – Falou ela com um tom de voz animador – E quer saber? Tem um segredo que os outros Deuses ainda não notaram.

- Que segredo? – Quis saber Rita.

- Os meio-sangues dessa profecia são mais fortes do que nós achamos. Por exemplo... Em casos muito, muito raros os filhos de Ares conseguem invocar javalis. Os filhos de Hefesto, por exemplo também, conseguem controlar o fogo. – Contou ela fazendo com que Rita se animasse.

- Sério?! E o que eu faço? – Quis saber Vinícius.

- Não interessa agora. – Falou Afrodite levantando a mão para ele em sinal de “Cala a boca” – O que interessa é que você é minha filha. E em casos bem... Especiais... - Ela apertou as bochechas de Rita delicadamente – Os meus filhos e filhas podem fazer com que outras pessoas se apaixonem. Podem controlar a mente das pessoas. Também falam francês fluentemente, por isso nem precisa gastar dinheiro em cursos.

- Eu não gosto de francês. É uma língua tão... Argh. – Rita achava que todos que falavam francês eram esnobes que faziam biquinho.

- Francês é a língua do amor! – Falou Afrodite ofendida, mas preferiu deixar aquilo para lá – Mas... Tem uma coisa que eu aposto que você vai amar.

- O que? – Quis saber ela.

- Já tentou cantar? – Perguntou Afrodite com um sorriso no rosto.

Rita não entendeu. Ela olhou para Vinícius e começou a cantar a primeira música que veio em sua mente. “Gives you hell” do The All American Rejects. Ela lembrava muito bem que Amanda cantava essa música milhares de vezes seguidas e acabava fazendo com que todos cantassem também.

O que aconteceu foi engraçado. Vinícius olhou para Afrodite com raiva.

- Quer saber?! Eu não ligo para você! – Falou ele – Que se dane! Eu espero que quando você me veja isso te infernize!

A última fala dele era uma parte da música. O resto era como o personagem se sentia. Rita parou de cantar e começou a rir.

- Ah Meu Deus! – Exclamou Rita – Eu não acredito! O que foi isso?

- Cante outra. – Sorriu Afrodite.

Rita olhou para Vinícius e começou a cantar “Magic” de um dos seus cantores de rap favoritos, B.O.B.

 Vinícius começou a tocar todas as coisas do carro.

- O que eu estou fazendo? – Perguntou ele sem entender.

- Tocando para ver se vira ouro. – Respondeu Afrodite rindo de leve.

Vinícius tocou na perna dela sem querer, e a Deusa do amor deu um tapa na cara dele.

- Seu abusado! – Falou ela cruzando os braços.

- Não fui eu! – Protestou ele.

Rita começou a rir e Afrodite sorriu. Ao menos ela tinha esquecido por alguns segundos a morte do seu amigo, e isso por enquanto bastava.

Ares movia os dedos encima da mesa do vagão. Ainda faltava um bom caminho até que eles chegassem a New York. Talvez de noite eles estivessem lá. Mas naquele momento... O silêncio estava o deixando inquieto.

Mariana tinha honrado sua palavra. Não falou com ele depois da discussão. Flávia estava deitada com a cabeça apoiada no ombro dela, mas ainda estava acordada. Não conseguia dormir pensando nos amigos, por isso se limitava á abraçar o Zoiúdo.

- É... – Suspirou ele desconfortável. Mariana estreitou os olhos para ele e se virou para olhar a janela. Flávia olhou para ele triste, e depois para o Zoiúdo. – Ei... Flávia.

Flávia olhou para ele. Era raro Ares chamá-la pelo primeiro nome.

- Você... Pode mudar a música do vagão, sabia? – Falou ele sem assunto nenhum além desse – Está... Está tocando “Heartbreak girl” da Beyoncé. Eu... Acho que você prefere mudar, não é?

Flávia olhou para Mariana e viu que ela não ia falar nada, por isso resolveu responder. Achava grosseiro deixar as pessoas no vaco.

- Você... Você gosta muito Beyoncé, não é? – Falou ela sorrindo de leve.

- Eu...! – Ares ia dizer que não, mas preferiu se acalmar. Ele revirou os olhos, e respirou fundo. – É... Um pouco.

- Eu sabia. – Sorriu ela – Posso deixar você ouvir essa música. Mas... Tem que prometer fazer uma coisa.

- O que? – Perguntou ele em um suspiro. Estava ganhando caridade de uma garota que gosta de coisas fofinhas. Ele se perguntava até que ponto ele tinha descido.

- Você pode me chamar de Apolo Jr? – Perguntou ela com os olhos brilhando – É que... Eu gosto tanto desse apelido fofinho!

- Não era para ser um apelido. Era para ser uma ofensa. – Falou ele estreitando os olhos – E também... Agora que você falou que é fofinho, eu não vou querer falar!

- Por favor, titio Ares! – Pediu Flávia com olhinhos de brilhantes.

- Titio?! – Repetiu ele.

- Sim! Você é o meu tio, né? – Perguntou ela sorrindo – É o irmão do meu pai.

- Meio irmão do seu pai. – Corrigiu ele.

- Certo... Por favor, Meio titio Ares! – Corrigiu Flávia. Ares negou com a cabeça que aquilo estivesse realmente acontecendo. Estava recebendo caridade de uma garota que gosta de coisas fofinhas, e estava sendo chamado de titio.

- Está bem... – Suspirou ele pensando que seria inútil querer discutir com ela – Eu te chamo de Apolo Jr.

- Eba! – Comemorou ela. Flávia olhou para Mariana e viu que ela estava roncando contra o vidro do vagão. Tinha dormido bem rápido. – Ei, titio Ares... Como o meu papai era quando era pequeno?

- Que tipo de pergunta é essa? – Falou Ares, mas logo resolveu que responder era melhor que ficar naquele silêncio maldito – Era igual a você.

- Mesmo? – Perguntou Flávia – Igual á mim?

- É. A semelhança dá até medo. – Falou ele.

- Quantos anos você tem? – Perguntou Flávia de repente.

- Quanto anos eu tenho? Você só faz pergunta estranha... – Resmungou ele – Eu sou tão velho quanto a guerra. Calcula quanto.

- Qual é a sua cor favorita? – Perguntou Flávia.

- Você pula de momento nostálgico para cores favoritas. – Comentou ele, mas logo respondeu – É... Vermelho.

- Por quê? – Quis saber ela.

- Porque me lembra sangue. – Ares estreitou os olhos, e Flávia concordou.

- Lembra mesmo... – Concordou ela – Se você estivesse preso em uma ilha deserta, o que ou quem gostaria de levar com você?

- What the fuck?! – Ares não estava mais entendendo nada – Tá... Acho que chega de conversa.

­- Eu estou irritando você, titio Ares? – Perguntou Flávia ingenuamente.

- É. Está. – Concordou ele.

- Ah... Então... Uhm... Quer contar uma historinha para eu dormir? – Perguntou ela – Assim eu fico quieta e deixo você em paz.

- Não. – Respondeu ele – Mas pode me deixar em paz de qualquer jeito.

Ares fez o mesmo que Mariana. Encostou-se contra o vidro e tentou dormir, enquanto Flávia continuava fazendo perguntas que ele não iria responder por serem estranhas de mais.

- Então... – Falou Apolo – Ele disse: “Fique longe a minha filha”, mas aí ela veio atrás de mim. Estou falando... A mãe da Flávia é muito gente boa.

- Isso é muito estranho, sabia? – Comentou Bruna – Você do nada começou a falar sobre como você conheceu a mãe da Flávia.

- Vocês não me perguntaram? – Falou Apolo sem entender.

- Não. – Responderam as três juntas.

- Ah... Cara! Eu podia jurar que tinham feito isso. – Falou Apolo dando um leve tapa na própria testa. – Querem saber como eu conheci a Bruna?

- Não! – Interveio a Bruna.

- Sim! – Pediram Bruna e Bia.

- Lá vai! A Ártemis, a minha irmã mais nova... – Apolo foi interrompido.

- Ela é mais velha que você. – Falou Bruna.

- Isso é o que ela diz. – Apolo piscou para Bruna e ela lhe lançou uma careta – Ártemis tinha enviado a Bruna para uma missão sozinha. A de proteger vocês. Aí eu senti pena de deixar ela andar até aquela escola interna, então eu ofereci uma carona. Ela recusou um milhão de vezes, mas como eu sou um cara legal e sabia que ela estava fazendo aquilo por pura educação...

- Não estava sendo educada. Eu recusei, porque eu não queria ficar no mesmo carro que você. – Corrigiu Bruna.

- Ah... Claro... – Falou Apolo fingindo acreditar, e então virou-se para as outras e sussurrou – É isso que ela quer que a Ártemis pense.

- Mentira! – Exclamou Bruna – Eu não gosto de você!

- Aham... – Apolo piscou para ela – É claro que não. Mas então... Aí eu prendi ela no banco do carona, e nós tivemos um passeio feliz até a escola.

- Passeio feliz?! – Repetiu Bruna – Você me seqüestrou e me prendeu no banco do carro!

- Mas foi feliz, não foi? – Sorriu Apolo ingênuo.

- Não! – Falou Bruna.

- Ai ai... Queria que ele me prendesse no banco do carro. – Murmurou Bia.

- Eu também. – Concordou Nina.


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Notas finais do capítulo

Espero por vocês no próximo capítulo!