Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 12
Eu sou Ares! Ou não...


Notas iniciais do capítulo

Aqui está outro capítulo.

Espero que esse faça algumas pessoas rirem. He he!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/130250/chapter/12

- Vai. Você consegue – Incentivou Mariana – Só tem que pegar a jaqueta e os óculos. As mochilas já estão com a gente.

Elas estavam paradas perto da porta do quarto. A porta estava aberta revelando o corredor. Elas observavam Ares pensando que ele poderia acordar a qualquer momento. Amanda assentiu em silêncio e andou até ele na ponta dos pés. Ele estava deitado sobre as três camas, e no sofá estavam as suas botas de couro.

Ela achou que não precisaria usá-las, até porque não ia gostar de sentir o chulé. Quando chegou perto o suficiente analisou a situação. O Deus da guerra estava dormindo de barriga para baixo tornando mais fácil ela conseguir tirar a jaqueta, mas não tanto.

 Amanda pegou o cobertor rosa da Flávia que era estampado com desenhos de esquilos felizes e começou a puxar devagar a jaqueta de couro. Quando ela conseguiu tirar o primeiro braço da jaqueta ela rapidamente o substitui pelo cobertor.

Ares virou de lado involuntariamente, e continuou a roncar. Ela tirou com muito cuidado o braço direito da jaqueta e jogou por cima o resto do cobertor.

Ela sorriu aliviada. Não tinha morrido ainda, o que era extremamente bom. Só faltava tirar os óculos. Se ele acordasse olharia diretamente para ela, e quando isso passou pela cabeça dela seu corpo tremeu.

- Minha mochila. – Falou ela em um sussurro para Flávia.

Flávia jogou a mochila para ela, e Amanda pegou antes que caísse no chão. Dentro dela tinha os seus óculos escuros da Channel. Eram grandes e femininos, mas serviriam para substituir os de Ares.

Ela começou a puxá-los do rosto dele lentamente, torcendo para que ele não notasse. Quando finalmente tirou, apressou-se logo para por os seus no lugar. Deu certo. Ares estava dormindo com o cobertor rosa de esquilos, e um óculos da Channel sem nem mesmo perceber.

Ela pôs os óculos de Ares encima da cabeça, e dobrou a jaqueta no braço. Era enorme e pesada. Amanda virou-se e sorriu para as amigas.

- Mission complete! – Ela imitou a voz dos videogames em um sussurro.

Mariana e Flávia foram até a porta, e Amanda começou a andar também. Porém algo a impediu de continuar.

Ela sentiu algo segurar o seu pulso direito. Seu sangue congelou. Sua respiração parou, e um calafrio correu o seu corpo. Era o fim, foi o que ela pensou. Mesmo no escuro pode ver os olhos das suas amigas se arregalarem.

Amanda se virou devagar esperando pelo seu fim, mas para sua extrema sorte Ares ainda estava dormindo. Ela ficou totalmente imóvel. Se desse um mísero passo ele acordaria. Ela teve uma idéia, e torceu com todas as suas forças para que desse certo.

- Zoiúdo. – Sussurrou para Flávia.

- O que? – Perguntou ela só movimentando a boca.

- Zoi-ú-do! – Repetiu ela em um sussurro.

Flávia entendeu. Ela hesitou, mas por fim abriu a sua mochila. Ela tinha um esquilo de pelúcia que era adorável. Ele tinha dois olhos grandes e fofos que a faziam suspirar toda vez que o olhava. Amanda tinha sugerido que ela colocasse o nome dele de Zoiúdo, e ela amou o nome. Flávia beijou o Zoiúdo e entregou para Amanda.

Ela temia nunca mais ver seu bichinho de pelúcia novamente, mas se era para salvar alguém...

- Valeu. – Sussurrou Amanda.

Ela começou a mexer o Zoiúdo perto da mão de Ares, e o Deus da guerra acabou agarrando o bichinho. Quando ele soltou a mão dela, Amanda sentiu seu sangue fluir novamente. Sua mão estava levemente dormente, mas ao menos ela estava viva. Ares abraçou o bichinho como se estivesse tentando enforcá-lo, e Amanda saiu do quarto na ponta dos pés.

Ao chegar ao corredor Flávia e Mariana notaram que o rosto de Amanda estava completamente branco.

- Ei... Você está bem? – Perguntou Mariana. Flávia agarrou seu braço.

- Mariana, eu acho que ela vai morrer! – Disse Flávia nervosa, mas para a surpresa delas a amiga caiu no chão rindo.

- Ah... Meus... Deuses! – Riu Amanda o mais baixo que pode – Ares, o Deus da guerra. O senhor “Sou extremamente forte e poderoso” está lá dentro dormindo abraçado com o Zoiúdo, com um cobertor de esquilos rosa e usando um óculos de Sol feminino. Por que eu não tirei uma foto?! Por quê?!

Elas começaram a rir também.

- Essa foi de longe a melhor pegadinha da minha vida! – Falou Amanda pondo-se de pé – Tudo bem que quando ele acordar nós vamos morrer, mas... Nossa! Valeu à pena!

- Sinto pena do Zoiúdo. – Riu Flávia, e Amanda a acompanhou.

Mariana também estava rindo, mas então ela parou quando se tocou queme Ra a piada.

- Ei! Não riam do meu pai, suas manés! – Exclamou Mariana.

Amanda ficou séria de repente. Ela pôs a jaqueta de couro e abaixou os óculos escuros.

- É, não riam. Sabe por que, Flávia? – Perguntou Amanda em um tom extremamente sério e Flávia parou de rir – Por que na guerra nós não temos tempo para brincadeirinhas! Na guerra nos não temos tempo para piadas! Por isso... Não... Ria!

Flávia segurou o riso e fingiu estar assustada.

- Desculpe... – Falou ela baixando a cabeça.

- Desculpe...? – Falou Amanda.

- Senhor. Desculpe, senhor! – Completou Flávia.

- Se você acha bonito rir, se o seu pai acha bonito rir, é porque ele quer que você morra! – Falou Amanda com uma voz grossa forçada, e depois fez uma careta que fez Flávia e Mariana caírem na gargalhada novamente.

- Eu dito as regras por aqui, porque eu sou Ares! Sou o bam-bam-bam da guerra, e vocês não vão querer que eu fique de olho em vocês! – Amanda baixou os óculos e olhou para as amigas. Ela levantou as sobrancelhas algumas vezes e elas riram mais ainda.

- Isso com certeza vai servir! – Afirmou Mariana – O cara da recepção é um idiota. Se agir desse modo você consegue as chaves com a maior facilidade.

Elas foram para o elevador. Quando as portas se abriram revelando a recepção, elas puderam ver que o lugar estava praticamente vazio. Do lado direito tinha um balcão largo onde ficavam os atendentes, mas não havia ninguém. No teto o relógio marcava 4 da manhã.

Do lado esquerdo do lugar tinha um sofá de frente para uma lareira de tijolos. Era um lugar bem amplo. Sentado no sofá estava um cara alto com roupa de roqueiro. Seus cabelo era preto e comprido, parando só no ombro.

- É ele. – Sussurrou Mariana para elas – Amanda, você vai lá e engana ele. Eu e Flávia vamos estar atrás daquele balcão te dando retaguarda. Se acontecer qualquer coisa, nós atacamos ele antes que possa chamar Ares.

- Ou que possa me matar. – Comentou Amanda – Não sei se eu consigo.

- Você conseguiu pegar um carrinho de comida. – Lembrou Flávia.

- Ah claro. Se você rouba um carrinho de comida, você consegue roubar a chave da moto do Deus da guerra. Como eu não pensei nisso antes.

- Vai logo, mané! – Falou Mariana revirando os olhos – E usa isso para esconder o cabelo.

Ela entregou para Amanda um boné do AC/DC que serviu perfeitamente para ela esconder o cabelo. Ela o ajeitou na cabeça, respirou fundo, se pôs de pé e olhou para as amigas.

- Fiquem prontas, por favor. – Pediu ela tensa.

Elas assentiram e correram em silêncio para trás do balcão. Flávia pegou seu arco e abriu sua mochila. Tinham várias flechas douradas. Mariana pegou sua régua que com um movimento rápido virou a sua lança. Ela a deixou no chão ao lado dela. As duas assentiram e Amanda começou a andar.

- Ei você! – Chamou Amanda forçando uma voz grossa e um jeito de andar que dizia “Eu mando nessa área, falo?!”. O roqueiro olhou para ela surpreso. Sua cabelo preto cobria os seus olhos. – É você mesmo, otário. Arrasta esse seu traseiro para cá.

O roqueiro hesitou, mas por fim levantou e foi até Amanda.

- Quem é você? – Perguntou ele em dúvida – Te conheço?

Para a sorte de Amanda o cara era realmente muito estúpido. Ele era um pouco mais alto que ela. Talvez um metro e setenta, mas isso não faria muita diferença.

- Quem sou eu?! – Repetiu Amanda fingindo estar irritada – Tá me sacaneando?!

O roqueiro parecia estar franzindo o cenho.

- Ahm... Não. – Falou ele inseguro.

- Ares, idiota! O que? É retardado ou algo parecido? – Perguntou Amanda tentando ofendê-lo ao máximo.

- Ares! – Repetiu ele assustado, mas depois ele franziu o cenho de novo – Mas... Você está baixo demais... E... Não está tão forte.

Amanda pensou rápido. Ela não podia hesitar em nenhum momento.

- Já passou pela sua cabeça que eu quis ficar assim? – Perguntou Amanda – Que foi?! Tem alguma coisa contra as pessoas baixas?!

O roqueiro engoliu em seco.

- N-Não...! Claro que não! – Apressou-se em dizer.

- Não...? – Amanda quis que ele completasse.

- Senhor! Não senhor! Há! Como eu sou burro... Não sei como não te reconheci antes! – Falou ele nervoso. Sua voz não era muito grossa. – Peço desculpas.

- Acho bom. – Assentiu Amanda autoritária – É melhor abrir o seu olho, sacou?

- Saquei, senhor. – Assentiu ele – Mas... São 4 horas da manhã. O que o senhor deseja?

- Você está reclamando da hora, agora? Escuta aqui, imbecil. – Amanda apontou para ele e o cara tremeu – Eu acordo que horas eu quiser, e é melhor você estar sempre pronto para as minhas ordens, ouviu?!

- Sim, senhor! – Assentiu ele como se fosse um soldado.

- Ótimo. – Falou Amanda sorrindo – É assim que eu gosto. Agora passe as chaves para mim.

- Que? Mas... – Ele franziu o cenho – O senhor me disse para não entregá-las a ninguém antes das 10 da manhã. Foi uma ordem direta.

- E eu tenho cara de ninguém?! Sabe quem eu sou, ou esqueceu também?! – Berrou Amanda no tom mais grosso que ela conseguia. Sua garganta estava começando a arder – Eu sou o Deus da guerra! Se eu falar que eu quero a droga das chaves, você cala essa boca e me entrega!

Ele tremeu.

- Desculpa, mas... Você me fez jurar pelo Rio Estige! – Falou ele – Ninguém pode quebrar um juramente assim...

- E que tal se eu quebrar a sua cara?! – Falou Amanda puxando a gola da camisa dele – Estaria melhor assim?!

- Ah... Mas... - Ele gaguejou.

- Mas nada! Isso é uma ordem direta. Entregue essas chaves, ou vai encarar as conseqüências. – Ameaçou.

- Ahm... Certo... – Assentiu ele – Elas... Estão ali, senhor.

Ele apontou para um suporte de chaves ao lado da lareira. Amanda soltou alguns palavrões, empurrou o cara para trás, e foi até lá.

Na metade do caminho ela teve uma surpresa.

- Sabe senhor... Eu sinto cheiro de meio-sangues. – Falou o cara parecendo faminto – Será que eu não podia...?

Amanda virou-se com um pouco de medo, mas não deixou isso transparecer.

- Claro que não, seu inútil! – Respondeu ela – Fique longe dos meio-sangues, ou eu vou fazer você ir chorando pedir colo pra mamãe!

 O roqueiro se encolheu um pouco, e suspirou triste. Amanda pegou as chaves e abriu um sorriso pensando em como aquele cara era um otário, mas assim que ela se virou deu de cara com ele.

- Ei... Eu... – Ele coçou a nuca.

- Saí ad minha frente! O que você quer?! – Perguntou Amanda franzindo o cenho.

- É que o senhor disse que ia me... Recompensar. – Falou ele com um sorriso desajeitado no rosto.

- Ah... Você... Pode ficar com o quarto 666. – Sugeriu Amanda – É extremamente confortável. Agora se manda.

- O que? Mas...! Mas eu não quero um quarto de hotel! – Ele reclamou, mas Amanda passou direto. – Ei! Esse boné! Ele é muito legal, e eu adoro o AC/DC! Eu podia ficar com ele!

- Não cabe na sua cabeça oca! – Retrucou Amanda, mas antes dela passar do sofá sentiu a mão do roqueiro na sua cabeça.

- Claro que dá, senhor! Quer ver? Olha! – Ele puxou o boné e instantaneamente o cabelo dela se soltou.

- Não! – Exclamou ela com a voz normal.

Ela virou-se sem pensar e o roqueiro olhou para ela. Provavelmente estava franzindo o cenho.

- Ah... Eu... Já vou. – Amanda fingiu que nada tinha acontecido e continuou com a voz grossa.

O roqueiro sorriu maldosamente.

- Ora, ora, Ares. O seu cabelo cresceu. – Falou dando um passo na direção dela. Amanda recuou.

- E daí? – Ela continuou a fingir.

- Daí que você pode me recompensar com um meio-sangue para o meu café da manhã. Ou, se você preferir... Uma meio-sangue. – O roqueiro jogou o boné no sofá e puxou o seu cabelo preto para trás, revelando que ele só tinha um único olho.

Amanda arregalou os olhos. Seu queixo caiu.

- Então você é uma pequena trapaceira? Está perdida. – Seu único olho brilhava como se ele estivesse vendo um delicioso prato de macarrão.

- Não chegue perto de mim. – Falou Amanda com medo.

O roqueiro ciclope fez surgir um bastão de baseball e atacou Amanda, que por pouco não foi acertada. Ela se jogou no chão e o taco acertou o ar.

- Ah! – Gritou – Socorro!

- Você já era! – Anunciou o ciclope. Ele segurou a perna de Amanda e puxou.

Ela virou-se e pegou a seu canivete. Ela fez aparecer a sua espada e cortou o ar a centímetros de do olho do ciclope. Ele a soltou e rugiu.

- Amanda! – Exclamou Flávia pulando para cima do balcão. – Toma isso, seu monstro!

Ela atirou uma flecha, que acertou o braço do ciclope. O roqueiro berrou de dor, e todos sentiram o chão do hotel tremer. Amanda pegou as chaves no chão e correu na direção do balcão.

- Vou acabar com vocês... – Rugiu o ciclope – Com todas vocês, meio-sangues nojentas!

Ele ia acertar o taco de baseball na cabeça de Amanda sem que ela nem mesmo notasse isso, mas Mariana conseguiu pular na frente e a proteger com o escudo. Ela empurrou o taco para a direção do ciclope e ele cambaleou para trás.

Amanda tropeçou e caiu. Mariana mostrava todos os dentes ferozmente para o monstro.

- Eu sou filha de Ares! Acha que é forte? Caí dentro então! – Berrou ela.

O ciclope se preparou para atacar novamente, mas no último segundo arregalou seu olho e parou. Ele deu um passo para trás com medo.

- É isso aí! Tenha medo, otário! Ninguém se mete com a gente! – Amanda sorriu tentando se levantar. Ela se apoiou em algo que parecia uma parede e ficou de pé, mas... Tinha algo estranho. Elas estavam no meio do saguão, logo... Não havia nenhuma parede.

Ela olhou para trás e também arregalou seus olhos, pois atrás dela estava Ares. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fuuu!

O que vocês acham que vai acontecer?

Reviews!