Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 8
Sete


Notas iniciais do capítulo

Viram? Eu não demorei tanto assim. Eu prometi a mim mesma que escreveria outro capítulo antes das férias acabarem, então, leiam, e nos vemos lá embaixo.
Obs.: 1- A capa que eu tentei descrever (sou péssima pra esse negocio de descrições, desse tipo) é o que pode ser visto nessa imagem: http://2.bp.blogspot.com/_pl6_TvdHuMI/SWdHAi-iq0I/AAAAAAAADcM/xW0IOUKq4u0/s1600-h/manto_2.jpg
Então, tem outra coisa, vou esclarecer lá embaixo...



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Acordei inalando um cheiro forte, alguma erva, eu achava.

— Majestade? – meus olhos focalizaram rapidamente a figura de cabelos brancos e vestimenta preta.

— Sim? Desculpem-me, eu realmente não gostaria de ter causado todo esse trabalho.

— Não é culpa sua Majestade. O corte em sua cabeça estava bem feio, e você pode ter perdido algum sangue. – o médico sorriu calorosamente para mim.

— Eu vou ter que descer, tenho que ver como está a organização da minha festa de aniversário e...- o médico colocou as mãos em meus ombros.

— Acalme-se, Majestade. Tudo já está sendo bem preparado por sua Dama de Companhia e pelo Arquiduque Edward.

— Edward? – eu perguntei e o médico assentiu – eu acho que não deveria estar surpresa.

— Majestade, só descanse por mais quinze minutos. Eu avisarei vossa dama de companhia para que diga quando poderá sair, melhoras, senhorita.

— Obrigada, senhor. – eu assenti sorrindo, me apoiando na cabeceira da cama. Olhei ao redor, enquanto o médico deixava o quarto. Tudo aquilo estava tão diferente. As paredes tinham um tom de vermelho, não muito forte, arabescos em dourado, as portas eram brancas, também com arabescos da mesma cor. O dossel da cama era de tecido vermelho e as franjas que havia na ponta dele eram douradas.

Distrai-me olhando alguns papéis, que estavam na pasta de assuntos de Estado, que, erroneamente, estava na minha mesinha de cabeceira e percebi o que havia por fazer.

A Duquesa ajudou-me com o vestido, com as jóias e com o cabelo, que pedi que deixasse meio solto, então ela fez um coque no alto de minha cabeça e deixou o resto do cabelo, que ia até o meio de minhas pernas, solto.

— Rosalie, que horas são? – perguntei a ela pela segunda vez no dia, impaciente.

— Quinze para as oito, Majestade, deseja algo mais, ou posso retirar-me?

— Somente chame... Não, melhor não, pode ir sim Duquesa, apronte-se, vejo-a no salão. – ela fez uma mensura, sussurrando Majestade e se distanciou, deixando-me sozinha novamente.

Às vezes eu pensava o quando mais fácil seria se eu não fosse uma Imperatriz, e me sentia culpada por obrigar Edward a dividir esse fardo comigo.

Sorri, imaginando-o de uniforme militar, esperando-me da ponta do altar. “Acordei” de meu devaneio com uma batida na porta.

— Majestade – disse Rosalie, com a porta entreaberta, deixando o vestido róseo, com cetim, aparecer. – está na hora.

Levantei-me da cama e segui na direção dela, olhando a coroa em cima de minha cabeça e a faixa dourada e branca (onde alterna-se de fora para dentro dourado – duas faixas – e branco – um faixa grossa ao meio). Sorri para mim mesma, engolindo em seco e pedindo para que eu parasse de me preocupar, era meu aniversário e a corte não iria me destruir, somente hoje não, eu sussurrei, antes de fechar a porta atrás de mim e caminhar em direção a entrada lateral do salão.

— Vossa Majestade, Isabella de Swan. – eu entrei devagar, sorrindo, depois que as cornetas douradas foram tocadas. Como de costume, as damas estavam abaixadas, os senhores inclinavam a cabeça, havia, porém, um grupo pequeno de pessoas no canto direito do salão Dourado, que, para minha felicidade, não estavam abaixadas e sorriam abertamente para mim.

— Vossa Majestade quer receber os convidados agora? – perguntou o primeiro ministro, abaixado, ao pé do trono, onde eu estava em pé.

— Sim, por favor.  – o ministro me estendeu o braço, e levou-me para perto das portas de entradas principais do salão, onde acenou com a cabeça e os anúncios começaram.

Vitória, Imperatriz da Alemanha e Rainha da Prússia. – ela caminhou até mim, no seu elegante vestido cor de creme e nós trocamos cumprimentos.

— Isabella quero parabenizar-te por seu aniversário. – disse ela em sotaque.

— Agradeço Vitória. – nos abraçamos de novo e ela foi conversar com outras pessoas da corte, com suas duas damas de companhia.

Francisco José e Elizabeth, Imperador e Imperatriz da Áustria, Rei e Rainha da Hungria. – o marido gentilmente a guiava pelo braço, eles sorriam.  Caminharam até mim, o homem parou mais atrás, deixando que a esposa me cumprimentasse primeiro.

— Isabella quero parabenizar-te por seu aniversário. – disse Sissi, dando-me beijinhos no rosto. O marido estendeu a mão direita, e abaixou-se beijando minha mão estendida.

— Isabella quero parabenizar-te por seu aniversário. – ele disse, quando estava fitando-me novamente.

— Agradeço Sissi e Franz. – eu sorri, sincera e indiquei-lhes o caminho com a mão. A dama de companhia de Sissi a seguiu.

Carlos III, Príncipe de Mônaco.

— Isabella, - disse o príncipe pegando minhas mãos – quero parabenizar-te por seu aniversário.

— Agradeço Carlos – eu sorri e ele se distanciou, fazendo uma mensura, indo em direção às pessoas da corte.

A recepção se seguiu, com a mesma felicitação de parabéns – estipulada pela etiqueta -, por fim, Edward me acompanhou a mesa.

O jantar seguiu silencioso por minha parte, eu trocava algumas palavras com Edward ou com Vitoria, Sissi estava absorta conversando com Franz e os pais e a irmã de Edward estavam em suas próprias bolhas.

— Agora, - uma voz ecoou pelo salão – eu gostaria que Vossa Majestade, se dirigisse ao centro do salão. – a voz do anunciador terminou. Eu levantei-me da mesa, colocando o guardanapo creme de lado, devagar, eu caminhei até o centro do salão.

   Comecei a me sentir um torpor, eu olhei ao redor, mas tudo parecia girar.  Eu não podia desmaiar pela segunda vez no dia, isso era a ultima coisa que eu queria.

Porém, ao contrário do que imaginei, eu me senti lúcida demais. Eu poderia estar louca e não ligava nem um pouco.

Renée estava andando até mim, com seu manto de coroação, vermelho escuro e a borda branca acima, cobrindo metade dos ombros e costas.¹ O sorriso era o que sempre estava no seu rosto, os cabelos curtos tom de cobre, mais claros do que os de Edward, os pés estavam descalços. A aparência magra se mantinha, como eu me lembrava. A camisola de musseline esvoaçava com um vento que eu não sentia.

Mamãe pegou minha mão direita, estendida irracionalmente e colocou alguma coisa lá, que eu não puder ver o que era, parecia uma corrente.

Eu não disse nada, fiquei olhando-a, com o vento batendo no rosto dela, o sorriso maior ainda, quando fechou minha mão aberta. As palavras ecoaram no meu ouvido.

— Tenha escolha, filha, espere um pouco e você vai entender porquê estou lhe dando isso; antes de amar Edward reze para mim e eu lhe direi o que fazer, tudo vai estar na sua cabeça; eu sempre vou lhe proteger, querida. – ela se virou devagar e eu tive que pará-la.

— Mãe, minha voz estava apática, o sobrenome do papai era Dwyer, por que o meu sobrenome é Swan?

— Querida, minha mãe se voltou para mim. – Seu pai não era Thalis, seu pai é Charlie Swan, Lorde de Castela.

— Então... O Thalis... ele... ele...

— Se ele sabia? – eu assenti – claro que sim, Isabella, mas ele nunca disse nada porque eu era a dona dos Segredos Reais, lembra? – ela piscou pra mim. – e, além do mais, eu não o amava, eu só atendi a voz.

— Você se casou com ele por causa de uma voz? – eu abri a boca incrédula, incapaz de dizer mais.

— Está na hora de você ir, Bella. Aproveite a escolha que eu estou lhe dando filha, aproveite.

Então ela desapareceu e eu me peguei encarando o chão do salão Dourado novamente.

— Majestade? – eu escutei a voz do anunciador. Ele estendia a mão para mim, percebi que além de olhar para o chão do salão, que estava sentada.

— Obrigada, senhor. – ao ficar em pé eu percebi que todos estavam em volta, olhando para mim com uma expressão curiosa.

— Majestade, perdoe o atrevimento, mas eu sugiro que deva descansar um pouco, está mais pálida do que o normal.

— A Duquesa Rosalie... ela pode me levar para meu quarto, e voltarei em alguns minutos. – o empregado se virou e disse em alto e bom som “Duquesa Rosalie”. Minha dama de companhia atravessou o circulo rapidamente segurando as saias, ofereceu-me o braço, com medo de que eu caísse, e me ajudou a seguir para o quarto.

Quando passamos a porta de meu quarto eu respirei aliviada, tentando compreender o que minha mãe queria me dizer com “ter escolha”.

— Majestade – sussurrou Rosalie, enquanto eu sentava em minha cama – eu posso me sentar ao seu lado? – eu assenti com a cabeça. – Majestade...

— Bella – eu corrigi.

— Bella, Rosalie pegou minhas mãos e colocou entre as suas, apertando-as depois. – sempre me ensinaram, desde pequena a ser leal ao meu senhor, e eu não estava sendo, até agora.  Aquela noite, em que entrou pela primeira vez nesse quarto e me viu aqui, eu estava aqui por mando de sua tia, a mãe do Príncipe Felipe, ela esperava que eu lhe dissesse para se casar com seu primo. Eu ia fazer isso... mas quando me convidou para ser sua dama de companhia e eu descobri o quão boa, sincera e generosa a senhorita era, simplesmente não consegui. – ela colocou a cabeça em suas próprias mãos, sem soltar as minhas, ficando abaixada na minha frente, enquanto ainda estávamos sentadas na cama.  

— Rosalie... – eu disse com voz calma, ainda pensando em mamãe, coloquei minha mão direita na cabeça dela, quando consegui fazer com que a soltasse.

— Por favor, Bella, me deixe terminar. – percebi que ela chorava com a cabeça abaixada – Você é a pessoa mais incrível que conheci, por ter que superar a morte dos pais tão rápido, por ser decidida a não se casar com quem querem que você case. Eu tive muita inveja da senhorita, no começo, confesso, Majestade, eu sempre gostei de Edward; sempre o via olhando você pela porta do palácio e nunca percebi que ele estava apaixonado por você desde aquele momento.  Então, quando me disse que ia se casar com ele foi como um choque. Mas na noite passada, quer dizer, alguns dias atrás, percebi que eu não havia me apaixonado por ele, mas tinha inveja porque a senhorita tinha alguém que estava apaixonado pela senhorita e eu não tinha; o único casamento que tentaram arranjar para mim foi pelo ares e agradeço a Deus por sua mãe ter me salvado, porque senão...

— O quê aconteceu com você, Rosalie? – eu perguntei, não entendendo a história.

— Sua mãe, Majestade, me salvou de ser corrompida por meu noivo e os amigos dele, no meio de uma rua. A carruagem de viagem dela passava no exato momento em que eu estava correndo do meu noivo e seus amigos, ela me deixou entrar e me ofereceu abrigo, e me deu o titulo de Duquesa. Disse à corte que eu era uma parenta que passava férias no estrangeiro. Por isso peço perdão. Peço seu perdão por ter sido tão ingrata no começo, por ter tido inveja da senhorita, quando na verdade a senhorita era a pessoa mais sincera deste palácio, antes de seu noivo fazer parte da corte também.

— Rosalie, as pessoas têm inveja o tempo todo; agradeço por ter sido sincera comigo, mas saiba que eu nunca a repreenderia. Rosalie olhe para mim, - ela ergueu a cabeça, os olhos com lágrimas ainda caindo – você é importante para mim, me faz suportar toda essa babaquice da corte, apesar de eu ficar encantada com os vestidos. Sempre que precisar terá uma amiga, então não pense em mim mais como a Majestade. Peço-lhe, que quando estivermos sozinhas, que me chame de Bella, e somente em publico utilize Majestade. Esses títulos me dão uma dor de cabeça enorme. Você não sabe o quanto.

— Mas, então, Bella – ela sorriu para mim, secando as lágrimas – a senhorita parecia preocupada, estava pálida demais no salão.

— Eu já estou melhor, Rosalie. Obrigada pela preocupação.

Nós voltamos ao salão, onde eu dancei a valsa de abertura com Edward, depois dancei com Felipe e com Jasper. Fiquei observando a movimentação por um tempo, até que todos foram embora. Quando fui ao quarto pela segunda vez, notei alguns presentes em cima de uma cadeira, sorri e me joguei na cama, extremamente exausta, pensando que eu deveria ter pedido para Rosalie organizar uma viagem para Castela, eu queria ver meu pai, mais do que nunca.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram da versão da história da Rosalie? Esse capítulo foi meio enrolação, mas e a história do pai da Bella? Chocante né? Prometo que no capítulo seguinte haverá a tal conversa, ou podemos dizer discussão, com o parlamento.
Eu nunca gostei do nome Phil, então troquei Phil por Thalis, portanto,não foi o Charlie que morreu, como vocês podem ter entendido. (usei o sobrenome do Phil, vocês devem ter notado :/ )
Outra coisa: Vitória, Elizabeth, Francisco e Carlos não são criação minha, eles realmente existiram e foram monarcas. (: Apenas os peguei emprestado para esse capítulo.
Espero que tenham gostado desse capítulo. Não se esqueçam de comentar okay? Reviews não quebram o dedo e fazem a autora aqui muito feliz. Beijos, e até o próximo capítulo. Lena ♥



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