Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 6
Cinco


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura para vocês, explico tudo lá embaixo e mil vezes: desculpem a demora!!



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Edward PDV

— Bella – minha voz sussurrou, enquanto eu mexia os pulsos. – Bella – eu repeti, vendo-a caída na minha frente, sangrando lentamente, enquanto eu só tinha um corte no pescoço. Não era justo, nada disso era justo.

— Acalme-se Edward. – disse Jasper, levantando-se ao lado de minha perplexa irmã.

— Você não entende! – eu disse, protestando e me levantando. Logo, Jasper me segurou.

Eu carreguei Bella no colo até o quarto dela. Era estranho poder chamá-la assim, quando todos a chamavam de Majestade.

O que acontecera na biblioteca fora um ato inconseqüente, uma coisa que eu sabia que era errado, mas Bella era a Imperatriz e se ela me mandava fazer alguma coisa, eu tinha que fazer.

E, na verdade, Bella era um tanto criança demais, jovem demais para governar um Império tão grande quanto o de seus pais. O Império crescia ano a ano, sem que houvesse algum controle rígido.

Eu não havia tido a coragem suficiente de quebrar o selo que prendia a carta, ela estava em minha mesinha de cabeceira, na gaveta trancada. Era verdade, eu pegara a carta das mãos da Imperatriz-Mãe, que estava à beira da morte e toda ensaguentada, que havia me feito jurar que faria Isabella feliz e que a protegeria, coisa em que falhei.

 A duquesa fez um gesto às sentinelas, que nos bloquearam quando chegamos à porta do quarto de Bella, assim elas abriram passagem.

Por que doía tanto vê-la em uma forma tão... inerte? Sem poder fazer nada para ajudar?

— Filho, eu preciso de outro médico aqui, disse Carlisle.

— Eu vou pedir para chamarem, Visconde. – Rosalie saiu apressada segurando as saias do vestido.

— Preciso que alguém a dispa. Alice, você pode fazer isso? Não sou muito familiarizado com vestimenta feminina. Edward, por favor, saia. – eu gemi, contrariado. Não podia deixar minha Bella sozinha.

— Por favor, Edward! Não pode ver a Imperatriz em trajes nada apropriados. – Carlisle me agarrou pelos ombros e me colocou para fora.

As portas atrás de mim foram fechadas e eu não podia fazer mais nada. Não me importava com as sentinelas olhando fixamente para o nada, em sentido, toda a educação militar que eu recebera acabada. Bella conseguira se defender melhor sem precisar de minha ajuda, havia se sacrificado por mim e agora estava a beira da morte.

Deixei minha cabeça cair em minhas mãos, desabei ao chão, contra a parede do palácio.

VOCÊ! SEU ARQUIDUQUESINHO... EU FIQUEI SABENDO O QUE ACONTECEU COM MINHA PRIMA! SE ELA NÃO MELHORAR EU JURO QUE ESQUEÇO DE TODA A CORTE E ENFIO UMA ADAGA NO SEU PEITO NESSE EXATO MOMENTO! EI, NÃO ESTÁ ME OUVINDO!? – parecia ser Felipe gritando, os passos vindo em minha direção, pesados, nervosos.

Fiquei parado do mesmo modo que estava, chorando em silêncio, senti o príncipe me agarrar pelo pescoço, fazendo-me ficar em pé e colocando-me contra a parede de modo que eu não tivesse saída nenhuma. Ele retirou a adaga da bolsinha de coro que havia na cintura e colocou-a perto de minha roupa, na altura de onde meu coração batia em meu corpo.

O outro medico passou por nós acompanhado da Duquesa, fez uma leve mensura e entrou pelo quarto, mas logo foi parado.

Majestade, mas a senhora não pode ir saindo assim, acabou de levar um tiro e está a beira da... – ouvi um “shh” sendo dito.

— Mas, Majestade, por favor, obedeça o doutor. – assim eu vi Bella com uma camisola branca, vindo em direção as portas abertas.

— Felipe – sussurrou ela com voz fraca, ela estava pálida demais.

— Prima o que ele fez com você? – perguntou Felipe a ela sem me soltar, pelo contrario, ele segurou a adaga com mais força.

— Não foi ele... Edward me defendeu. Casmir foi o responsável pelo tiro. Solte-o. Diga a titia que eu já estou melhor. Felipe, aprenda a se acostumar com Edward, eu vou estar casada com ele daqui algumas semanas.

— O que? Você vai casar com ele? Mas... mas...

— Chega de mas Felipe. Não há uma lei que diga que eu tenho que me casar com você. Nem mamãe nem titia fizeram um acordo para isso e eu já escolhi! Vou me casar com o homem que me salvou e que tem o meu coração. Vou me casar com quem despertou em mim os sentimentos mais ocultos que existiam desde que eu era uma criança. E Edward é esse homem! NÃO QUERO QUE NENHUMA CONTESTAÇÃO SOBRE ISSO SEJA FEITA, FELIPE! EU POSSO TE EXPULSAR DA CORTE.

— Majestade, você vai se casar com meu filho? – disse Carlisle parado atrás dela propositalmente.

— Sim, bem vindo à família sogro. – disse Bella sorrindo fracamente para ele. – solte-o agora Felipe. Eu não estou pedindo. Como sua Imperatriz eu estou mandando. – Felipe então não teve outra escolha sem ser me encarar e soltar-me guardando o punhal. Enxerguei Bella empalidecer ainda mais. Os olhos dela viraram e ela desmoronou ao chão.

— Imperatriz! Majestade! – disse a Duquesa debruçada sobre Bella.

— Bella, meu amor? – eu perguntei passando a mão pelo rosto dela, também ajoelhado no chão.

— Majestade? Senhorita? – perguntou meu pai.

— Bellinha? – escutei Alice dizendo ao meu lado.

— Ela precisa de ar. – a constatação foi do médico acima de todos nós.

— Está bem. Mas alguém, enquanto vossa Majestade estiver se recuperando terá que assumir as cerimônias e os deveres dos quais ela tomavam conta. – disse Rosalie.

— Senhorita! – eu a repreendi. – será que você só pensa em deveres reais? Sua Majestade está morrendo! A mulher que eu amo está morrendo! Dá pra você pensar em alguma coisa diferente do que deveres reais!

— Perdão Arquiduque. – ela disse abaixando a cabeça, esfregando as mãos na saia e voltando para o quarto.

Felipe pediu permissão com a cabeça para pegar Bella no colo e eu assenti. Ele levou-a para o quarto, meu pai mandou que as janelas fossem abertas. Ele e o outro médico consideravam em pedir uma junta médica para terem certeza do que havia com Bella, mas no fundo eu sabia que nada disso iria adiantar. Ele ainda não havia percebido, mas Bella não era como outras pessoas, Bella era diferente. Diferente e muito especial.

XXXXX

Bella PDV

O ultimo esforço contra Felipe fizera-me desmoronar. Eu queria gritar e dizer a Edward, chamá-lo de amor, dizer que iria ficar tudo bem, mas eu sabia que não iria. O meu corpo tinha elementos curativos, mas contra armas humanas eu não sabia o que ele era capaz de fazer.

A dor em meu coração era muito maior do que a dor física. Eu sabia que se morresse, nunca mais veria Edward, nunca mais ficaria perto dele, sabia que ele nunca mais me beijaria.

Pelo que tudo indicava a noite havia passado silenciosa, vozes não eram ouvidas ao redor. Para descansar mais eu tentava apenas ouvir. Não ver.

— Hoje é 13 de setembro. – ouvi alguém dizerem. – É o aniversário de vossa Majestade.

Treze de setembro. Como assim treze de setembro? Por quanto tempo eu havia ficado inerte mesmo?

Eu decidi que era hora de me recuperar definitivamente, ergui os braços, pisquei quatro vezes e sentei-me na cama.

Enxerguei duas moças paradas, uma com um edredom nas mãos, e outra segurando com as mãos tremulas uma bandeja com uma jará d’água.

— Majestade, vossa majestade. – disseram as duas em uníssono, com expressão espantada.

— Quanto tempo eu estou...

— Quase duas semanas Majestade. – duas semanas? Duas semanas? Eu estava em pânico por dentro, num tempo desses nem os mágicos teriam conseguido sobreviver. E porque a voz me deixara sobrevier? Eu olhei em volta. Flores deixadas ao lado vazio da cama de casal, com inscrições como: descanse em paz, Majestade. Eu estava vestida de branco, um véu cobria minha face. A mesma roupa que eu usara para defender Edward. O buraco do tiro estava consertado, a minha coroa estava na cabeça, foi ai que notei, quando olhei as luvas brancas tão familiares, um anel dourado em minha mão direita.

Eu estava... perplexa, era essa a palavra.

— Achavam que eu estava morta? – eu perguntei aflita. As empregadas assentiram timidamente.

— O Visconde Carlisle convocou uma junta médica, eles estavam tentando fazer sua Majestade acordar, mas a senhorita não reagia e deram-na como morta.

— Morta? – eu ofeguei. Edward. Foi a primeira coisa que me veio a cabeça. – E meu noivo? Como está Edward? Minha irmã? Como estão todos? – eu pedi para saber tudo.

— Vosso noivo exilou-se, pela dor profunda de te perder, sua irmã, sua dama de companhia, seu cunhado, sua cunhada, seu primo, sua tia, sua sogra e seu sogro estão de luto. Nesse exato momento devem estar rezando na capela do palácio como fazem em doze dias desde que levou o tiro. – não esperei que dissessem mais nada. Eu sai correndo do quarto em direção a capela do palácio. Pouco me importava o sussurro das outras pessoas, pensando em loucura, ou alucinações.

A capela estava muito silenciosa, todos estavam ajoelhados, rezando silenciosamente. Entrei pelo meio da igreja, parando perto do altar, virei para meus parentes lentamente. Enxerguei todos perplexos, como eu estivera, menos... Lívia.

— Tatá! Tatá! – ela sussurrou esticando as mãos em minha direção, Felipe a segurou. Ela fez força e soltou-se dele, correndo em minha direção. Eu ajoelhei-me e peguei a pequena mocinha vestida de preto em meus braços.

— Bella? – sussurraram todos, parando de rezar.

— Sim, sou eu. – eu disse chorando.

Todos vieram me abraçar sussurrando coisas carinhosas, sussurrando que sentiram minha falta; mas eu sentia falta  de alguém e eu só poderia me acalmar quando essa pessoa estivesse em meus braços.

— Carlisle, pode me mostrar onde Edward está exilado? – eu pedi, limpando algumas lágrimas, enquanto meu sogro pedia desculpas.  

 — Sim. – ele me respondeu. Eu fui de carruagem com ele e Esme, seguindo silenciosamente enquanto ela ainda chorava nos braços do marido. Paramos em frente a um castelo.

Ao perguntarem quem era eu disse ser a Imperatriz. A sentinela debochou de minha cara e disse que a Imperatriz estava morta.

Carlisle tentou discutir, eu sabia que seria inútil, então hipnotizei a sentinela para que nos deixasse passar.

Ao descer da carruagem em frente ao palácio, agradeci Esme e Carlisle por tudo que haviam feito. Subi rapidamente os degraus da escada do palácio, que não eram poucos e entrei. Segui sem precisar dar informações, o castelo estava vazio, sem sinal de empregados.

Subi varias escadas passando por mesmos corredores vazia vezes, até que avistei uma porta entreaberta, alguém estava ali, eu tinha certeza.

O homem que vi, quando entrei sorrateiramente não parecia o Edward que eu conhecera.

— Senhor? – eu disse cautelosa.

— Marie eu já não disse que não quero que ninguém me incomode. A dor que estou sentindo é muito maior do que qualquer outra. Deixe-me em paz! - as palavras me fizeram dar um pulo para trás, eram furiosas.

— Tem certeza de que quer mesmo que eu vá embora, senhor? – perguntei com voz suave.

— Mas que droga Marie! Fazem doze dias que venho repetindo isso! Não há mais razão para viver – e então ele se virou para mim. – Bella? Be.. lla? É mesmo você? – ele deixou o copo de uísque cair no tapete.

— Edward! – eu disse correndo na direção dele. – Edward! – foi ai que reparei que ele estava vestido de preto, também de luto. – eu estou aqui e prometo que nunca mais vou lhe deixar. – eu disse. Passei a mão, sem pudor algum, pelo rosto dele, sentido minhas mãos formigarem pelo contato com a pele. Procurei seus lábios e os beijei, como se aquilo dependesse para que eu sobrevivesse. Eu comecei a chorar. Edward não mostrou resistência alguma, só me beijou de volta e abraçou-me fortemente.

— Você é a minha vida – ele sussurrou beijando meu cabelo enquanto olhávamos a paisagem pela grande janela de vidro. – Eu nunca mais vou deixar você ir.

— Eu nunca mais vou precisar ir. Você é a única coisa que importa para mim. Se você me amar, é a única coisa que importa.

— Eu sempre vou te amar, Majestade.

— Edward, eu quero me casar com você na próxima semana, quero que esteja ao meu lado quando volto a governar.

— O meu desejo é tudo o que você quiser. Eu não vejo a hora de poder ter você nos meus braços quando eu precisar.

— Eu também não. Espero que continue me amando Edward. Como eu te amo. – eu disse e o beijei de novo.   

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Notas finais do capítulo

Meninas me desculpem pela demora imensa! Acho que a formatação ficou péssima. E ai gostaram do capítulo? Tive muitas provas então o capitulo atrasou. Tentei uma coisa diferente e deve ter ficado muito estranho. Quero ouvir a opinião de vocês, okay? Beijinhos, Lena.



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