Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 3
Dois




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/129794/chapter/3

Nós seguimos de carruagem para o palácio, Sir. Edward fez a gentileza de nos acompanham dentro da cabine, segurando minha irmã no colo.

— Então, eu comecei quebrando o longo silencio da noite, como vai ser voltar ao castelo sem ter que servir meus pais? – perguntei acariciando o cabelo castanho de minha irmã, tentando me distrair.

— Eu acho que será apenas diferente. – ele me respondeu, levantando a cabeça de repente.

— Diferente como? Seja especifico.

— Servir uma pessoa mais nova. – eu ri.

— Você não precisa me servir se quiser. – respondi confiante, ele era a única pessoa que eu não obrigaria a nada.

— Você é a Imperatriz.

— E, eu, a Imperatriz, digo que o nobre cavaleiro Sir. Edward só precisa me servir se quiser. – os olhos dele abriram-se em choque. – qual é o problema?

— Você tem idéia do que acabou de dizer? Você acabou de renunciar que precisa de minha ajuda.

— Não, não foi isso! – eu protestei – eu disse que você só precisa me servir se quiser. – ele começou a rir.

— Não teve graça Sir. Edward! – eu cruzei os braços sobre o peito, fechando a cara e comecei a rir depois.

— Está vendo! Nós estamos se divertindo e por um momento esquecemos-nos das coisas más. – ele me disse, fitando-me.

— É verdade. – eu disse, abaixando a cabeça novamente. A carruagem parou.

Sir. Edward desceu primeiro com minha irmã, o cocheiro aguardou com a mão estendida. Eu agarrei as saias de meu vestido e dei a mão direita ao cocheiro que me ajudou a descer.

Nós subimos a escada, Sir. Edward me deu Lívia e eu a segurei sentada em meu colo, ela estava quase dormindo.

O cômodo de entrada tinha um enorme tapete vermelho, extenso até o degrau ao pé da cadeira real. As cornetas soaram. Um escrivão fez uma mensura e colocou a coroa que fora de minha mãe em minha cabeça e fez outra mensura.

O anunciador bateu o “taco” duas vezes no chão.

— Apresentando Vossa Majestade Real & Imperial e Vossa Alteza Real & Imperial. – a fila de damas e senhores que haviam se formado no salão foram se abaixando, as moças com os joelhos ao chão e os homens somente abaixando a cabeça.

Eu me sentei pela primeira vez na cadeira que fora ocupada por minha mãe. Uma empregada devidamente uniformizada fez uma mensura e colocou uma almofada no outro trono e eu coloquei minha irmã. Ajeitando-a. A empregada fez outra mensura e retirou-se.

Eu pigarreei e os cavalheiros junto com suas damas foram saindo do aposento. Eu chamei Sir. Edward com o dedo. Ele fez uma mensura. — Majestade? – ele disse voltando a fitar-me, desnorteando-me.

— Eu preciso ir aos meus aposentos, gostaria que você cuidasse de Lívia enquanto eu fico ausente. – levantei-me do trono, peguei Lívia nos braços e entreguei-lhe minha irmã, minha única família. – por favor, Sir. Edward tome cuidado com ela.

— A guardarei com toda minha honra, disse ele fazendo outra mensura e desaparecendo de meu olhar.

Sai pelas grandes portas, brancas com enfeites dourados, do lado direito do salão. Uma empregada, com face aterrorizada, parou em minha frente.

— Por favor, Majestade, não vá por esse lado, é por ai que ficar o quarto que não quer se reconstruir! – ela me disse, lembrando-se de fazer uma mensura.

— Não há problema, anh...

— Bree. – ela me respondeu timidamente.

— Bree, eu sorri em resposta, e peça para uma empregada preparar um banho, quero lavar-me.

— Sim, Majestade, deseja alguém que a ajude a se trocar?

— Sim, por favor. – e continuei andando, ela fez outra mensura e foi atrás das empregadas.

Ali estava o lugar. Empregados trabalhavam tentando fazer alguma coisa com o cômodo destruído, mas nada surtia efeito. Eu me lembrei da dor latejante em meu pé direito e me perguntei como eu havia conseguido andar praticamente perfeitamente. Fiz um gesto com a mão e meu pé estava novamente em boas condições.

— Saiam! – eu disse com voz gentil aos empregados, eles fizeram mensura e saíram. Eu respirei de repente nervosa, aquilo estava em minhas mãos, a responsabilidade de um povo de toda uma geração em minhas mãos. Eu não tinha nem dezessete anos.

— Mãe, pai, dêem-me forças para continuar essa jornada que vocês deixaram em minhas mãos.

— Salle de vrais secrets, la reconstruction est de l'ordre de leur nouveau propriétaire. - eu disse erguendo os braços. A sala destruída foi se tornando dourada, com os filetes do jeito que eu me lembrava, as seis colunas que existiam ali, as duas grandes portas de madeira, o isolamento de magia que havia na sala, os desenhos nas paredes atrás das colunas cor de creme. – respeite-me e conceda-me seus poderes e ensinamentos, faça de mim uma boa dona, uma boa Imperatriz e Rainha, eu entrego-me a missão que me foi concedida.

Eu entrei pelas portas de madeiras com filetes em ouro puro, desenhos de flores e letras em latim e francês estavam misturadas formando feitiços estranhos e que ninguém tinha visto, eu era a primeira. Mau sinal. Ninguém havia me mencionado sobre essas letras.

— Eu me sinto tão sozinha aqui, eu disse passando os braços cruzados por esfregando-os como se estivesse com frio; é como se nada dessa magia que me preenche adiantasse. Eu preciso de alguém ao meu lado, que possa me dar conselhos, eu preciso de alguém que possa confiar. Sem ter que ficar pensando que são apenas empregados, eu quero alguém que me ame. Não um simples marido, eu quero um homem que se importe comigo. – o vento soprou mais forte.

A voz que parecia vir das paredes era exigente e raivosa, repreendendo-me.

— Você é uma escolhida pelos segredos reais, tem que cumprir seus deveres com alguém que saiba guardar segredos, com alguém que antes do amor seja confiante em si próprio, depois você pensa no amor. Você tem que pensar nos deveres que tem com o povo e com a sua irmã, você é a responsável por isso tudo Imperatriz!

— Eu sei, eu sei que eu tenho um povo para cuidar. Mas eu tenho que pensar em mim também! A todo o momento eu me preocupo com os outros. Eu não pedia para ser uma escolhida pelos segredos reais, eu não pedi para ter que dominar toda a mágica! Eu não pedi para ser a Imperatriz Swan! Eu não pedi para ser a dama da noite!

— A Imperatriz nega seu dever! – a voz urrou.

— Não é isso! Eu não estou negando meu dever como Imperatriz, eu só quero um marido, só quero alguém em que possa confiar esse segredo que trago em meu coração, e que conviverá comigo até o resto da vida como sempre aconteceu com as moças Swan! Como foi que minha mãe conseguiu encontrar um homem que nunca abriu a boca para falar mal dela e espalhar o segredo dela? Eu quero alguém para ter ao meu lado quando eu precisar! – eu terminei com voz rouca.

— Você pode ter – a voz continuou – é só você escolher a pessoa certa. Lorde Casmir parece um bom homem, ele te idolatra silenciosamente pelos cantos, só não foi falar com você ainda porque não se pode fazer convites a uma Imperatriz. Ele gostaria muito, de lhe pedir em casamento.

— Mas eu não vou me casar com Lorde Casmir, eu o detesto! Ele não é nem merecedor de minha confiança!

— Você deve casar-se com ele! – a voz urrou novamente, extremamente irritada. O vento soprou forte.

— Não vou me casar com ele! Eu decido com quem vou me casar, o marido será meu.

— Casa-se com Lorde Casmir! – a voz continuou urrando.

— Basta! – eu disse empurrando o vento imaginário com as mãos. A voz sumiu.

Eu andei um pouco mais e fui à estante que continha os livros antigos. Estavam todos empoeirados.

Mexi um pouco as mãos e a maioria da poeira foi lançada pelas grandes janelas de vidro.

Fui a uma das prateleiras e peguei um livro, tirando mais um pouco de pó.

— Ah, ótimo. Não tem nenhum livro aqui que me fale como uma Imperatriz Liadan deve agir quando se trata de escolher seus futuros maridos. Grande ajuda! – eu bufei, e dei meia volta, indo em direção a porta, decidida a não me deixar levar pelo “julgamento” de uma voz irritante que fica te enchendo o saco dia e noite.

Eu passei pela porta e fechei-a logo após, murmurando novamente o encantamento eu chequei novamente e ali só haviam livros velhos e surrados.

A mesma empregada que me disse que a Sala dos Segredos Reais não queria se reconstruir passou por mim fazendo uma longa mensura assim que me viu e continuou seu caminho enquanto eu seguia, de queixo erguido, para meu quarto.

As sentinelas me olhavam com o que parecia esperança. Droga! Eu nunca pedi para ser a Imperatriz! Eu estava tagarelando internamente e fui interrompida por uma voz irritante, parecida com a outra voz que vinha do nada, ao meu lado direito; aquela que havia me reconhecido a partir do capuz que me cobria a coroa.

— Com Licença, Imperatriz, vim lhe informar que Vossa Alteza Real & Imperial, a Princesa Lívia, já foi colocada em vosso antigo aposento e dorme como um anjo.

— No meu quarto? – eu perguntei com voz estridente.

— No seu antigo quarto Imperatriz. Vosso aposento agora, se encontra no lugar que seria dos seus pais, Deus salve o Rei e vossa Imperatriz. – a empregada abaixou a cabeça solenemente. Eu me mantive como se nada tivesse me afetado, mas a verdade era que aquilo doía mais em mim do que eu podia descrever. A perda de minha mãe, sobretudo, não fora em vão. Ela e meu pai morreram para me defender, a mim e a minha irmã, para que eu continuasse com o Império. Era isso que me assustava. Ninguém a não serem as Liadan sabia dos Segredos Reais. Nenhuma outra pessoa sabia sobre tudo o que eu teria que passar, e eu sabia que, de certa forma, eu morreria do mesmo jeito que meus pais, tentando proteger minha filha e eu sabia que ela iria ficar do mesmo modo que eu, totalmente perdida e revoltada.

— Claro, eu já vou subir. – eu disse, lembrando-me da conversa que estava tendo com a empregada.

— Como quiser Majestade. – a garota, que não tinha pouco mais de minha idade, fez outra mensura respeitosa e saiu andando.

Oh, eu pensava que meu quarto se manteria, a única coisa que ainda me fazia feliz. Será que nenhum deles entedia que dormir no quarto que fora de meus pais me trazia mais sofrimento ainda? Mais dor? Era um pedaço de mim que fora completamente arrancado e quase nem havia cicatrizado.

Eu subi as escadas devagar, sempre olhando para o chão. O modo como eu estava agora me tornava irreconhecível; eu parecia uma plebéia, tanto que algumas empregadas e damas nobres passavam por mim e não me cumprimentavam do jeito que deveriam me cumprimentar. Não que eu me importasse. Na verdade, o que eu queria mesmo era que eu pudesse ser uma plebéia, sem responsabilidades, sem decidir o futuro do seu Império e de seu Reino, como se não bastasse somente o Império.

Eu cheguei às grandes portas brancas, enfeitadas a ouro, dois serviçais as abriram para mim quando ergui a cabeça e retirei o capuz que me cobria a coroa.

— Majestade. – os dois disseram em uníssono e abaixaram a cabeça em outras grandes e exageradas mensuras.

Assim que entrei no antigo quarto de meus pais uma profunda dor me invadiu o peito, eu me lembrei de todos os momentos em que eu estivera entrando correndo pela porta e me sentando ao lado de minha mãe na cama. Algumas lágrimas me caíram dos olhos, mas eu logo tratei de contê-las.

Então foi ai que eu vi uma nobre parada ao lado esquerdo, junto a penteadeira, onde havia uma bacia com água quente, escovas de cabelo, e logo atrás dela parecia haver um vapor quente, saindo de dentro.

— Majestade. – ela me fez uma mensura, segurando as saias. – Sou a Duquesa Rosalie, estou aqui para lhe ajudar, primeiramente, Bree me disse que vossa Majestade gostaria de se trocar e de se banhar; estou aqui para lhe ajudar nessas funções.

— Obrigada, Duquesa. Diga-me eu já a conheço?

— Claro que sim, Majestade. Eu servia a sua mãe quando vossa Majestade ainda era pequena.

— Então com certeza eu a conheço. – eu disse sorrindo. – Me desculpe por entrar logo assim, chorando. É que esse quarto me traz muitas lembranças que eu vou ter que enterrar de uma hora pra outra.

— Eu entendo Majestade. Sinto que tudo seja tão triste.

— Obrigada por entender, Duquesa.

— São apenas meus sentimentos e minhas condolências, Majestade. – a duquesa disse-me em voz baixa enquanto eu circulava de um lado pelo outro pelo quarto.

— Venha cá Duquesa – eu disse me sentando na cama que agora era minha e fazendo sinal para ela se sentasse ao meu lado.

— Majestade, eu não sei se devo, nunca se permitiu que as nobres se sentassem na cama de uma Imperatriz.

— Eu estou ordenando que se sente aqui, caso alguém especule, Duquesa – eu disse com um sorriso meio terno.

— Sendo assim, Majestade - ela disse se sentando ao meu lado.

— Diga-me, o que acha de Casmir?

— De Lorde Casmir? – ela perguntou incrédula, com uma pontada de histeria na voz. – Bem, - ela começou logo depois de se recompor. – dizendo a verdade, Majestade, eu nunca o achei confiável, tenho medo deles às vezes também, pelo fato de eu ainda não ser casada e eu devo dizer que, não sei se a vossa Majestade já sabe, ele gostaria de desposá-la.

— Infelizmente eu já sei da noticia, mas não é por isso que perguntei. Todos devem achar que eu quero me casar com ele, mas eu o detesto. E não fique receosa Duquesa. Eu a convido a partir de agora para ser minha Dama de Companhia. Então, como minha Dama, você poderia verificar uma série de empregada para virem me servir, para que eu possa ver a qual eu me “apego” – eu disse fazendo aspas com as mãos – para servir-me depois definitivamente?

— Majestade – disse ela se levantando e fazendo uma mensura até o chão. – é claro que poderia, como sua Dama de Companhia.

— Obrigada, mas hoje, no entanto gostaria que escolhesse um de meus vestidos de cor amarela, eu quero um bem simples, mas com muitas anáguas, enquanto eu me banho.

— Vossa Majestade não gostaria de ajuda para se banhar?

— Eu só quero que solte os botões de meu vestido e mais nada. Assim eu me banho, e depois que escolher meu vestido, gostaria que descesse e informasse a Sir. Edward que quero dançar com ele no baile desta noite.

— Vai haver um baile? – a Duquesa perguntou, contendo a curiosidade presente na voz.

— Naturalmente – eu disse assentindo – para minha posse oficial da coroa e a senhorita vai ser minha Dama de Companhia, junto com Sir.Edward, que dançará comigo. E o avise que as cores oficiais serão: vermelho e dourado, juntamente com o brasão antigo de minha mãe, até que eu tenha uma idéia de como será o meu. E em hipótese alguma deixe Casmir saber que dançarei com Sir.Edward.

— Sim, Majestade – a Duquesa fez outra mensura e foi atrás de mim abrir os botões de meu vestido.

Logo após que entrei no banheiro da suíte e fechei as duas portas brancas, eu ouvi Rosalie abrir meu armário e colocar meu vestido em minha cama e depois sair do quarto.

Eu tomei um banho rápido, e me enxuguei, peguei uma meia branca e coloquei-a, junto com um espartilho que puxei ao máximo que consegui. Logo após, coloquei as anáguas, foram 15, que deram o volume perfeito para minha saia, e coloquei o vestido amarelo, após abotoá-lo na parte das costas. Peguei meu salto que nem era tão alto, mas grosso e coloquei-os. Eu sentei na penteadeira e penteei meus cabelos.

Eu não era e nunca fora igual a algumas Imperatrizes ignorantes que precisavam de ajuda para tudo. Deixei meus cabelos soltos, prendendo apenas levemente, a parte de cima. Ao terminar, coloquei minha coroa, o fardo que eu carregava.

Deitei-me um pouco na cama e acho que devo ter adormecido com um livro em meu colo, quando acordei já estava escuro lá fora, a janela aberta fazia o ar gelado da noite entrar, eu senti uma onda de frio. Decidi levantar-me ao perceber que eu não conseguiria repousar mais. Abri o armário, novamente, e peguei um xale de lã amarelinho claro e coloquei-o sobre os ombros.

Abri as portas, empurrando-as para frente, e sai.

O corredor estava praticamente deserto a não ser por causa dos guardas que viraram a cabeça em minha direção ao momento em que eu passava.

Eu contornei as escadas, segurando levemente as saias de meu vestido. Havia um homem de costas, que reconheci como príncipe Felipe, conversando com Sir.Edward. Eu parei um pouco antes do meio da escada, evitando ouvir sobre o que eles conversavam, quando Sir. Edward percebeu minha presença (posso dizer que até imponente), ele avisou príncipe Felipe que se virou ao seu lado e os dois abaixaram-se com um dos joelhos ao chão e cabeças baixas.

— Majestade – os dois disseram juntos.

— Primo – eu disse abrindo os braços e parando ao pé da escada. Ele ergueu a cabeça e se levantou; eu o abracei. – Saudades... Como andam as coisas? Quero que me conte todas as suas andanças pelo mundo. – eu parei na frente de Sir.Edward.

— Consorte. – eu disse para Sir. Edward que ergueu devagar a cabeça. – Vamos, o que está esperando, não vai me cumprimentar? – eu disse rindo levemente, ele parecia meio chocado.

Após processar o que eu havia dito, e praticamente “bater continência”, ele pegou minha mão direita estendida e beijou-a.

— Assim sim. – eu disse sorrindo levemente.

— Perdoe-me pela idiotice Majestade, mas eu não consegui... – ele não continuou visivelmente envergonhado.

— Não há problema. Primo, eu gostaria de saber se já viu a maravilhosa decoração do jardim. – eu arrumei uma desculpa para ficar sozinha com Sir.Edward. Felipe pareceu entender a deixa e falou que ia ver o jardim. – Sir. Edward a Duquesa Rosalie lhe comunicou que...?

— Que vossa Majestade gostaria de dançar comigo no baile? Sim, Majestade, e eu fico muito honrado por isso. – ele disse olhando para mim diretamente pela primeira vez.

— Quem mais eu convidaria? – eu dei de ombros – Sir. Edward, você acha Casmir confiável?

— Não sei o que acho dele, com todo o respeito Majestade. Nós nunca fomos muito próximos.

— Eu entendo – eu comecei a andar para o corredor quando Sir. Edward me ofereceu o braço.

— Muito Grata. – eu disse passando meu braço pelo dele. – Eu sei que a idéia do Baile foi meio repentina, certo, foi muito repentina e peço que me desculpe. Eu preciso de alguma coisa que não me faça ficar sozinha.

— Eu entendo – ele repetiu – com todo o atrevimento do mundo, Majestade, mas por que quer saber de Lorde Casmir?

— Anh, digamos que eu precise saber em quem confiar. – ele assentiu.

— Com Licença, Majestade. – duas empregadas fizeram mensuras em frente a mim e a Edward. – Nós precisamos saber se prefere os guardanapos cor de creme, ou brancos.

— Brancos. – eu disse olhando para os guardanapos estendidos em minha frente.

— E também gostaríamos de saber se quer Príncipe Felipe ao seu lado esquerdo ou direito.

— Príncipe Felipe, pelo que creio eu, fará companhia a minha dama de companhia, que ficará a minha esquerda, portanto ele ficara à minha esquerda e logo após Duquesa Rosalie. Antes que me perguntem sobre o Arquiduque Edward, ele ficará ao meu lado direito, como meu Consorte.

— Com todo o atrevimento do mundo Majestade, quem é esse Arquiduque Edward? – a outra empregada tratou de responder por mim.

— Que ignorância, Amélia! É obvio que o Arquiduque Edward é o que está ao lado dela, como seu Consorte, Majestade. Estou certa? – ela perguntou sorrindo e inclinando-se sugestivamente para frente.

— Sim. – elas fizeram mensuras e se retiraram.

— Majestade – disse Edward parando ao meu lado direito logo que as empregadas saíram do corredor – como assim Arquiduque?

— Simples, um título nobre que lhe cai bem. Eu resolvi que você é a partir de agora um Arquiduque e não mais um senhor de pequenas terras, além de meu nobre guerreiro.

— Mas Majestade, e o parlamento? O que o Parlamento dirá?

— Eu não me importo com o que o parlamento vai dizer, Arquiduque Edward. Eu sou a Imperatriz e descido quando dar, ou não, títulos aos meus nobres guerreiros. – eu agarrei-lhe o braço e continuei andando com ele ao meu lado.

— Eu espero que não se importe, Majestade, mas de acordo com Duquesa Rosalie, a senhorita estava dormindo, portanto eu e a Duquesa tivemos que escolher os pratos principais.

— Eu confio em vocês. – eu disse pouco antes de virarmos para a entrada do salão principal.

— Apresentando Sua Majestade Real & Imperial, e seu Consorte S...- eu fiz que não e sussurrei Arquiduque. – e seu Consorte Arquiduque Edward. – nós entramos lentamente.

Ao pararmos em frente ao trono de minha mãe, Edward fez uma mensura e retirou minha coroa e a deu ao Bispo que estava nos aguardando.

— Majestade. – disse ele inclinado um pouquinho a cabeça.

— Eminência. – eu disse, me abaixando e beijando o anel que estava em sua mão. – gostaria de lhe apresentar, com todo o respeito, meu Consorte, Arquiduque Edward, que concordou gentilmente em meu acompanhar nessa celebração.

— Eminência. – Edward disse inclinado um pouco a cabeça.

— Muito nobre de sua parte meu jovem. Mas agora, Majestade, eu gostaria de começar a celebração se não for muito incomodo.

— De Maneira alguma. Arquiduque, por favor, sente-se junto com meu primo, o Príncipe Felipe.

— Como quiser, Majestade. – ele disse fazendo uma mensura e se distanciando.

— Minha filha, por favor, ajoelhe-se. – disse o Bispo, dando um passo para trás para que eu me ajoelhasse. – ele levantou primeiramente a coroa vermelha, que estava guardada e que era usada apenas em ocasiões especiais e colocou-a acima de minha cabeça, segurando-a. – Você promete diante de todos fazer justiça contra todos aqueles contra a lei de Deus e do Parlamento? – Príncipe Felipe colocou um pesinho em forma de bola em minha mão direita estendida.

— Eu prometo.

— Você promete diante de todos governar com sabedoria e tomar suas próprias decisões sem deixar se influenciar por opiniões alheias? – Felipe colocou o cetro em minha mão esquerda.

— Eu prometo.

— Que essa coroa seja abençoada e ao ser posta em sua cabeça lhe dê sabedoria e que todos saibam que não vale a pena lutar por ela; de acordo com nosso bondoso e misericordioso Deus, ela pertence a você Ellen Liadan, Imperatriz deste Castelo. – ele colocou a coroa em minha cabeça, descendo-a lentamente enquanto falava.

— Majestade – o Bispo me pegou pelo pulso esquerdo, me ajudando a levantar e se sentar no trono.

— Deus salve a Imperatriz – a multidão gritou.

Eu me levantei e dei uma olhadinha para Príncipe Felipe, que entendeu o que queria, se aproximou de mim e segurou o pesinho em forma de bolinha e o cetro, fez uma mensura e se afastou.

— Arquiduque? – eu perguntei ao senhor de idade que estava a minha frente. Ele deu um passo à frente e fez uma mensura.

— Majestade?- ele continuou abaixado.

— Se aproxime mais, por favor – Ele fez o que eu pedi, ainda de cabeça baixa e com corpo inclinado. – quero que, sem que o Arquiduque Edward saiba encontre as irmãs dele para fazermos um almoço daqui alguns dias, mandem os convites em meu nome caso os maridos delas não acreditem que eu as quero aqui no palácio. Ficaria contente se o senhor fizesse isso por mim.

— Obrigado por me confiar essa nobre tarefa, Majestade. Ninguém saberá do que me foi concedido. – eu assenti e ele se afastou.

— Edward? – eu perguntei. Menos de dez segundos depois ele estava do meu lado fazendo uma mensura.

— Majestade? – ele disse ainda abaixado.

— Não é preciso abaixar-se quando você está como meu Consorte – eu disse sussurrando pelos lábios imóveis – somente beije minha mão e me ofereça o braço. – eu disse estendendo levemente minha mão direita. Então ele fez o que eu disse. Felipe se aproximou mais uma vez de mim, colocou uma capa vermelha pressa por meu pescoço e devolveu-me o cetro e a bolinha. Eu comecei a andar em direção ao tapete vermelho junto com Edward.

— Companhia! – urrou o General – Apresentar armas. – então um corredor de espadas se formou em cima de minha cabeça uma após as outras até o final do tapete vermelho. O som de dois tambores sendo tocados fez minhas orelhas doerem, mas eu continuei sorrindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo bonitinho, mas estou com problemas para escrever o terceiro. Não garanto próximos posts tão rapidamente, okay, nem tanto; mas vai demorar mais. Estou com um bloqueio artistico e ainda a escola atrapalha, espero que isso passe logo. Mereço REVIEWS?
Pequeno problemas de Ian's no lugar de Edward's resolvido (: Boa leiitura à quem não leu ainda.
Reviews?