Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 16
Treze


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, nos vemos lá embaixo! (:



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Eu não reconhecia os rostos que se encontravam ali, encarando-me com a garota bonita inerte, na cama, mas eles pareciam me reconhecer. O de cabelo louro, com roupa formal e espada na cintura falou primeiro:

— Oh, meu Deus! Edward, o que aconteceu com Isabella? – eu o olhei confuso. Isabella, quem era Isabella?

— Jasper – disse o outro louro, com os cabelos num tom mais amarelo – eu acho que ele não faz a mínima ideia sobre o que estamos falando, estou certo, Edward? – ele sorriu para mim.

— É, eu acho que sim. – passei as mãos pelos cabelos.

— Então tá – disse uma baixinha de cabelos curtos, pulando em minha direção e sentando-se no espaço que sobrava da cama. – Nós vamos te ajudar a se lembrar.

— Alice – repreendeu uma mulher loira, ao lado de um cara fortão. – eu não acho uma boa ideia e...

— Não, não – eu disse. – eu acho que, se pode me ajudar a entender, tudo bem. Contem-me tudo. – eu fiquei de joelhos no chão, esperando.

As pessoas se acomodaram nas cadeiras que haviam no quarto, as mulheres sentaram-se do outro lado da cama, olhavam com pesar para a garota dos sonhos.

— Edward – disse o de cabelos louros que falou com o tal Jasper. Eu o olhei, parecia que o Edward era eu.

— Sim? – eu respondi só para me certificar.

— Bem, vamos às apresentações, já que você não parece lembrar-se de nós. Eu sou Carlisle Cullen, seu pai, esta é Esme Cullen, sua mãe e minha esposa. Aquele é Jasper – ele apontou para o que me perguntou sobre a tal Isabella -, aquela é Alice Hale, sua irmã, esposa de Jasper. Aquele é Charlie Swan, Lorde de Castela e como descobrimos a pouco pai de Isabella. – eu franzi o cenho, não entendendo, Isabella seria a garota loura? – Aquele é Emmet – disse Carlisle fazendo menção ao cara fortão, junto com a loura – e aquela é Rosalie, eles estão juntos, mas ainda não são casados. E, bem, Isabella, vossa Majestade, a Imperatriz é ela. – disse o tal de Carlisle, apontando para a garota dos sonhos, inerte na cama.

— Então, deixe-me ver se eu entendi. Você é Carlisle, meu pai, Esme é minha mãe – eu apontei as pessoas enquanto ia falando – Alice é minha irmã, casada com Jasper, Rosalie, bem, eu não sei o que ela é, mas ela e o Emmet estão juntos. Charlie é o pai de Isabella e ela é a garota da cama.

— Exato, disse Carlisle. – Anh, agora nós vamos explicar pra você os títulos Imperiais que cada um de nós tem. Eu e Esme temos o título de Visconde e Viscondessa. Jasper e Alice são barão e baronesa. Rosalie é uma duquesa. Charlie é um Lorde. E, Isabella é Imperatriz reinante, rainha, duquesa, arquiduquesa, grã-duquesa, infanta, princesa, margrava, condessa, lorde e por fim soberana.

— Certo. Depois eu decoro isso. – eu disse ao Carlisle.

— Está bem. – disse ele assentindo. – Então, você ainda não perguntou o que quer saber.

— Anh, certo. Eu nem sei por onde começar. – hesitei por um momento. – Eu me lembro de quando era pequeno... Mas não faço à mínima ideia de quem é quem. Reconheço os rostos, sei seus nomes, mas não consigo encaixá-los. Por exemplo, eu sabia que conhecia vocês, mas não sabia seus nomes. Sabia que você era meu pai, Carlisle, que Esme era minha mãe e que Alice era minha irmã... Então, não tenho ideia de quem seja Isabella. – passei as mãos pelo cabelo, nervoso. – Mas tenho consciência, ou sei lá o que seja isso, de que tenho que fazer de tudo para protegê-la. E, ela não pode estar realmente morta, porque é a ideia mais absurda que passou pela minha cabeça. E, falando nisso, Carlisle, você é médico. Isabella está mesmo morta? – Alice se inclinou e sussurrou algo para Esme, que eu não pude ouvir. Carlisle sorriu sem graça para mim. Caminhou até onde eu estava e arqueou-se sobre Isabella. Verificou a pulsação, os batimentos e fez não com a cabeça. Eu abaixei a minha, derrotado.

— Nem tudo está perdido, Edward. Houve uma vez em que a Imperatriz ficou desacordada doze dias e depois saiu andando. – meu coração doeu quando ele disse isso, alguns fleches indistintos pela minha memória. – então, talvez haja esperança para ela, afinal.

— Certo, então, deixe-me ver se eu consigo vasculhar e encontrar alguma coisa pela minha memória. – eu comecei a pensar. – Eu me lembro de um baile, para a posse da coroa, a multidão gritando, Isabella sendo coroada. Depois me lembro de uma biblioteca, em que eu estava com Isabella, talvez na mesma noite. Então não sei mais nada. – suspirei derrotado.

— Bem, - disse a baixinha, que eu me lembrava ser Alice – já é um começo. Eddie, ela disse, Isabella Cullen, Imperatriz de Swan pediu-lhe em casamento. Vocês se casaram dia 21 de setembro deste ano. Ou seja, estão casados a pouco mais de uma semana. – ela sorriu para mim. – Isabella sempre foi um imã para o perigo e cabia a você protegê-la, e estava fazendo isto bem. – eu sorri.

“ ‘Não vai poder se casar comigo, não é? – o sorriso desapareceu. Bella colocou as mãos em meu rosto.’

 ‘O parlamento decidiu que meu noivo e futuro Rei Consorte é o Arquiduque Edward Cullen. – eu sorri.’

‘Bella... – sussurrei, fitando-a nos olhos.’

‘Você será meu marido daqui oito dias e algumas horas... – ela sorriu, encostando a cabeça em meu peito. – eu estou tão feliz Edward, depois de anos eu vou voltar a ser feliz. Você vai me fazer feliz. – ela sorriu.’

— Edward? Edward? – eu escutei alguém dizendo, tirando-me daquela lembrança.

— Sim? – perguntei.

— Lembrou-se de algo? – a mulher mais velha me olhava com “devoção”.

— Sim. – as pessoas se inclinaram para mim. – lembrei-me de quando ela contou que iríamos nos casar. – eu sorri, sentando-me na cama, ao lado do corpo de Isabella, sem sinal nenhum de melhora.

— É!! – disse Alice batendo palminhas. – que bom irmãozinho. Agora, vamos lá. Lembrou-se de mais alguma coisa?  

— Vocês sabem alguma coisa sobre Segredos Reais? Lembro que Isabella comentou algo comigo, mas não sei o que é. – dei de ombros. As pessoas me encararam confusos.

— Segredos Reais? – disse a loura, chamada Rosalie, franzindo a testa. – Nunca ouvi falar. Vossa Majestade, Isabella nunca comentou nada sobre isso. Bem, Alice, o que acha de rezarmos o rosário para Isabella? É só o que podemos fazer agora. – Alice assentiu e seguiu com Rosalie e com minha mãe, que se levantou de repente, para fora do quarto, deixando-nos a sós.

— Eu posso ficar sozinho, por favor? – perguntei aos homens. Eles se encararam e três deles sairiam, o outro esperou enquanto os outros saiam e veio em minha direção.

— Cullen, - disse ele com os olhos sérios, a expressão rígida. – o que sente por Isabella?

— Senhor, não há como explicar. O que sinto por Isabella é muito maior do que eu consigo descrever com palavras. Toda vez que a vejo sinto uma necessidade incontrolável de protegê-la, de fazê-la feliz, de ser tudo o que ela precisa, é um sentimento irrefreável. Não consigo expressar mais do que isso, mas o meu amor por Isabella faria com que eu colocasse o mundo aos seus pés. – eu respondi, sem saber de onde havia tirado tudo o que havia falado. O senhor sorriu para mim.

— Você me respondeu a mesma coisa quando lhe perguntei isso em minha propriedade, sei que posso ficar tranquilo, enquanto este amor existir, não há temores. – o lorde fez uma mensura e desapareceu, deixando-me sozinho com Isabella.

— Bella – eu disse, com voz rouca olhando para ela, a pele cada vez mais pálida. – O que eu posso fazer se você não está aqui, amor? – peguei a mão dela nas minhas. Então, inclinei-me e beijei seus lábios. A sensação foi estranha, estava muito gelado, e claro, eu não obtive retorno.

Edward – eu ouvi dizerem. Olhei para onde havia ouvido a voz, uma senhora de camisola, muito parecida com Bella estava me encarando, mas não era a Bella e também não estava ali realmente. Poderia ser a mãe dela, num fantasma que voltara para me atormentar. – tem razão. Sou a mãe de Bella, mas não sou um fantasma. Ouça-me, pois tenho pouco tempo. Você deve ir à sala dos segredos reais, que seria a biblioteca, e destravá-la murmurando para que  a sala de abra para o consorte da Imperatriz Isabella. Chegando lá você tem que encontrar um livro grande chamado “Secretum Rei”. Vai abri-lo e encontrará a resposta para o problema de Bella. Uma coisa posso lhe garantir: ela ainda não está morta. Mas, conforme as horas passam, ela vai se desprendendo do corpo, você tem exatamente meia hora e nem um segundo  a mais para conseguir o livro e achar o feitiço que a trará de volta. O feitiço deve estar por volta da página 400. Boa sorte. – ela sorriu e desapareceu.  

Levantei aturdido e corri para onde os empregados me indicaram; parei em frente a um cômodo grande e respirei. Sussurrei o que a mãe de Isabella havia dito e aquela sala se transformou. As colunas ficaram douradas, as portas triplicaram de tamanho e letras douradas adornavam-nas. Entrei na sala, que parecia ter prateleiras de livros com quinze vezes o meu tamanho. Comecei a desesperar-me, eu nunca acharia um livro num monte daqueles, precisaria de pelo menos quatro meses.

— Secretum Rei – eu sussurrei para mim mesmo, e um livro pesado voou em minha direção. Eu sorri, aquilo parecia mais fácil do que eu achava que seria. Abri na página 400, conforme a mãe de Bella havia me falado.

Jovem – disse uma voz feminina. Outra mulher com camisola, cabelos louros, olhos azuis, outro fantasma – sou Maria Teresa, primeira Imperatriz de Swan. O feitiço que Isabella precisa fala sobre folhas, ouro, diamantes, e amor. Principalmente amor. – ela desapareceu mais rápido do que havia aparecido. Ótimo, mais uma coisa para eu decorar. Folhas, ouro, diamante e amor. Dei uma olhada no livro pesado, folheei as páginas procurando por um feitiço, não encontrei nenhum. Enxerguei numa mesa do outro lado do enorme cômodo uma pena e um potinho de tinta e tive uma ideia brilhante. Levantei-me com o livro pesado em baixo do braço e corri. Abri-o na ultima página, quando estava na mesa e vi que existiam vários outros feitiços escritos. Molhei a pena na tinta, por que não escrever um próprio? Era uma charada. Eu nunca iria encontrar um feitiço assim, porque ele ainda não existia. Restavam cinco minutos de acordo com o relógio.

“Teu amor é como ouro reluzente em pólvora,

Teus olhos diamantes na aurora,

Os louros na tua cabeça formam a coroa,

As folhas caem na névoa.

Oh, querida! Por favor, diz-me que teu amor

Vou ter eu, este pobre senhor,

Faz de mim teu mais leal servidor...

Quero-te aqui, amada minha, como as folhas

[caindo na manhã, os diamantes tilintando de teus

[sapatos

E explode meu coração com teus atos!”

Fechei o livro e corri para cima. Sentei-me na cama, faltavam, por minhas contas, trinta segundos.

Comecei a ler o poema, pedindo a mim mesmo que estivesse certo, por minha vida em troca da dela, tudo, menos ela.

Assim que terminei, coloquei o livro de lado e olhei para Bella, pegando a mão dela, ainda muito gelada.

— Bella – eu sussurrei com dor. As imagens do que passamos clareando, pouco a pouco em minha mente, as lágrimas rolando de meus olhos, a dor se tornando cada vez maior.  Peguei o livro de novo e abri nas ultimas paginas, olhei os antigos poemas, eles estavam manchados de sangue.

Peguei a espada ainda no chão do quarto e cortei meu pulso, deixando que as gotas caíssem no papel.

A dor era agonizante, parecia que o sangramento nunca iria parar, simplesmente não havia nada que o fizesse coagular. Eu sentia cada gota deixando meu corpo com mais esforço; e no fundo eu sabia que era um ritual. Quando as Imperatrizes estavam prestes a morrer, por um ataque, seus consortes enfeitiçados davam o próprio sangue para que elas sobrevivessem; eu havia notado que os homens, para as Imperatrizes Swan, não tinham a menor importância.

Sentei-me na cama, deixando a espada deslizar pela minha mão esquerda e cair no chão. Observei Isabella por um momento. As bochechas já se tornavam mais rosadas, ela não parecia o que era há algumas horas atrás; parecia a minha Bella.

A mão de Bella que eu estava segurando apertou a minha, meu pulso ainda sangrava, fazendo os filetes pingarem na mão que segurava. Meu coração falhou uma batida, eu beijei os lábios dela, sentindo minha vida ir se esvaindo um pouco, a sensação da escuridão me tomando lentamente... Memorizei a expressão de Bella, que havia aberto os olhos e sussurrado meu nome.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Por favor, caso achem algum erro me digam, para que eu possa corrigir, não estou muito bem hoje, mas consegui terminar o capítulo hoje. Sugestões para o próximo capítulo? Gostaram do poema que o Eddie escreveu? (fui eu que fiz, uhuuu o/ eu não escrevo poemas bem :/ )Gente, tenho que agradecer aos 30 leitores que acompanham a fic, agradecer pelos 62 reviews, que eu prometo que vou terminar de responder; e pelas duas lindas recomendações na fic! Obrigada por me ajudarem a ser quem sou. Beijos, Lena ♥



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