Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 14
Onze


Notas iniciais do capítulo

Nos vemos lá embaixo. Boa Leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/129794/chapter/14

Narrador em 3ª pessoa

Isabella Cullen revirou-se na cama naquela manhã de 22 de setembro. A noite anterior, ou madrugada, como ela pensava, deixou-a exausta. Edward a havia cansado, e muito. Mas ela descobrira que podia fazer o amado feliz, como ele a havia feito. Algumas imagens turvas, em sua mente, de Edward já eram suficientes para que ela esperasse ansiosamente pela noite.

A Imperatriz sorria, estendeu o braço ao lado direito da cama, procurando pelo marido, que não estava ali. Ela suspirou derrotada e abriu os olhos enrolando-se no lençol branco.

Levantou-se, enrolada a ele, e seguiu para o banheiro. Acima do móvel das toalhas encontrou uma anotação. A letra elegante era de Edward, com toda a certeza, mas quem havia assinado era a mãe. Estava escrito:

“Isabella,

  sinto que não possa estar contigo para ensiná-la pessoalmente. Carlisle resolveu que, como membros da família Imperial, devemos aprender a nos comportar melhor.

  Abaixo deste, encontrará um paninho que deve usar junto com sua pantaloon. Como vossa mãe não está mais conosco, pensei que ficaria feliz se eu lhe ensinasse.

Com carinho e já te amando,

Esme”.

Deixou o bilhete de lado, entrando na água fria, soltando o lençol, que deslizou pelo seu corpo e caiu no chão. Era estranho que ninguém estava a sua espera, assim, ela sorriu satisfeita.

Com a mão em formato de concha, banhou-se com a água, relaxando, limpando o rosto.

Edward estava a caminho do quarto, abriu a porta com cuidado, receoso que a esposa ainda estivesse dormindo, mas quando entrou, enxergou a cama vazia, com a enorme mancha de sangue, apenas. Ouviu o barulho d’água no cômodo ao lado e não pôde conter a curiosidade de ver o que a esposa fazia. Dissera aos empregados para não incomodá-la, imaginando que levaria um tempo para acostumar-se às mudanças do corpo.

Parou em frente à porta, olhando a moça de costas, arqueada para frente; e de cabelo preso. Pegou uma toalha branca, seguindo devagar, sem fazer barulho. Colocou-a ao redor da esposa, que tremeu e ficou rígida. Deitou delicadamente o pescoço da amada, sentindo os arrepios que lhe causava.

— Senhor, eu não acho que isso seja apropriado para uma mulher casada. – Bella disse a meia voz, pensando se aquele era o beijo de Edward.

— Bom dia, minha vida – disse Edward. A voz dele era rouca e doce contra o pescoço dela.

— Bom dia, senhor. – ela respondeu indiferente, tentando esconder do marido o corpo machucado.   

 — Já lhe disse, Bella, que não deves me tratar por senhor. Não sou um desconhecido! – ele disse exasperado – tenho conhecimento de todo teu corpo. Não sou um desconhecido! – repetiu.

— Perdão, Edward. Mas não me recordo de ter dito isso a mim. – ela sussurrou, constrangida.

— Creio que a senhora estava ocupada demais, gritando comigo. – ele riu da expressão envergonhada da esposa.

— Tu fazes isso só porque sabes que me envergonha. – disse a moça, olhando para os pés, imersos na água. Poucos segundos depois, enxergou uma mão a sua frente, que ela pegou, colocando a toalha envolta de si, para que o marido não visse os arroxeados em suas virilhas.

Por fim, vestiu-se com um [vestido] vermelho-sangue, prendeu os cabelos em um coque alto, e seguiu com o marido para os deveres Imperiais.

Primeiro, foram visitar um orfanato, que era cuidado por freiras, constatou-se que o lugar precisava de mais luz e ser mais arejado.

Depois foram à feira, claro que antes trocaram de roupas, Edward usava uma calça bege, as mesmas botas de canos altos pretas, o fraque marrom surrado. A cartola na cabeça e a bengala na mão direita. Já Isabella usava um vestido marrom, menos armado do que costumava ser, com poucos detalhes, sem rendas; uma típica súdita de Vossa Majestade. Os cabelos presos sem nenhum adorno. Os vendedores se inquietavam a cada recusa do casal para pratos novos, legumes e verduras. Andaram pelas ruas por pouco mais de duas horas, sem nenhuma escolta. Se o casal fosse de alguma forma reconhecido, a senhora voltaria para o palácio com o vestido esfarrapado e irreconhecível.

Não havia muitos pontos a ser arrumado, apenas algo que a Imperatriz trataria de resolver assim que chegasse ao palácio, assim foi feito. Logo que todos os problemas foram resolvidos ela finalmente se sentou com a família para almoçar, já eram mais de duas horas da tarde, o sol mal havia aparecido no céu, o dia estava agradável e, no entanto, ainda havia tanto a ser feito...

XXXXX

A semana se seguiu monótona, as mesmas obrigações foram feitas; Isabella – e é claro uma série de profissionais – ajudavam o recém coroado Rei a se adaptar às regras rígidas da corte, o modo de comer, cumprimentar, o tom de falar, as roupas, o modo como deveria dar ordens e como deveria discordar de uma sugestão, algo que Edward pedia internamente para que não precisasse fazer. Tudo aquilo era cansativo e muito diferente do que ele próprio pensara sobre a vida de um monarca. Quem estava de fora daquele cerco achava que era puro luxo, mas todas as manhãs ao ver a mulher se trocar, apertar o corselet, vestir as meias, as anáguas, ele percebia o quão complicado era ser governante de um Império, toda a classe e postura, todas as falas; em sua maior parte era teatro, e Edward tinha certeza que todos iam fazer de tudo para manipular as decisões tomadas.

Ao final da semana, Edward parecia estar sentado ao trono desde pequeno, com a coroa na cabeça. Ele se esforçara, pois não queria decepcionar Bella, que era a única coisa que ainda o mantinha ali. Se ele quisesse, poderia passar um longo período de “férias” no castelo de verão que Isabella tinha, no Brasil, mas não podia deixá-la sozinha, carregando todo o pesado fardo.

Ele percebera o tanto que ela lutava para não sair correndo quando algum comentário esnobe era feito nos bailes, como ela se mantinha forte, aguentando o peso da coroa na cabeça, dos quase quinze quilos de roupas no corpo, de como ela tentava não ligar para especulações feitas sobre ela e o marido...

Isso o mantinha ao lado dela, como havia dito o Papa no dia do casamento, ele não poderia abandoná-la, e nem pensava nessa possibilidade.

Eram pouco mais de seis horas quando deu por falta da esposa, que normalmente estava olhando pelo vidro do quarto a lua. Andou pelo castelo e a encontrou fazendo os exercícios nas barras. Ele descobrira que Isabella mantinha a forma física cavalgando e fazendo os exercícios complexos nas barras.

Edward PDV

Assim que entrei sorrateiramente pelo cômodo as damas pararam de conversar. Rosalie, que dava instruções para outras quatro damas abaixou a cabeça, assim como as demais e depois que eu as cumprimentei voltaram ao que estavam fazendo.

Bella ainda não notara minha presença, absorta demais em seus exercícios. Ela girava-se em cima das barras de modo mágico, com aquela roupa colada ao corpo. Observei-a por um tempo e sai dali, indo para a biblioteca; precisava fazer algo que não tivesse haver com monarquia.

Tudo seguia tranquilo, até que vozes agitadas e passos apressados faziam barulho pelo corredor. Deixei o livro de lado, aberto numa mesinha de canto e fui até a porta, colocando o rosto para fora. Rosalie voltou-se para o som que a porta aberta fez.

— Graças a Deus, Majestade! – ela disse, caminhando em minha direção afoita, lembrando-se de fazer uma mensura.

— Algum problema, Rosalie? – eu arqueei a sobrancelha.

— Sim, Majestade. – ela disse, pegando-me pela mão e levando-me em direção as escadas, que davam acesso ao meu quarto e de Isabella. – Vossa  Majestade, a Imperatriz, desmaiou, esforçando-se em demasia com aqueles exercícios que ela sempre faz, pois diz que tem que ficar bonita. Devo dizer que ela nunca se importou realmente com isso, somente depois que se casou, pois vive dizendo que deve ficar bonita para o senhor... sinceramente, não entendo-a.

Nós passamos pelas portas abertas do quarto, o médico já ia saindo, fez uma pequena reverência ao passar por nós, sem ao menos dizer uma palavra. Bella estava acordada, repousando na cama.

Ela fez um gesto e todos saíram, deixando-nos as sós. Eu sentei na beira da cama, pegando em sua mão esquerda, com minhas duas mãos, olhando-a. Os olhos castanhos chocolate tinham um brilho inigualável. Algo que eu nunca havia visto. Eu sorri para ela.

— Deixou-me preocupado, Bella. – disse.

— Desculpe-me, marido. – ela disse pausadamente, a voz saindo mais alta e clara do que quando ela estava melhor. – É só que não deveria se preocupar com isso agora. Eu não sei como lhe contar... É muito mais do que eu havia sonhado, de qualquer maneira.

— O que quer me dizer, Bella? – olhei-a esperançoso.

— Eu... – ela olhou para a mão que não estava sendo segura por mim e se sentou na cama. Inclinou-se para mim e me beijou. – Prometo que serei melhor, Edward. Vou agir como uma verdadeira esposa e Imperatriz deve agir, não vou reclamar mais de meus deveres, juro.

— Não estou entendendo.

— Eu tenho bons motivos Edward. – ela sorriu sem graça, as bochechas corando, olhando para os lados.

— E quais seriam? – eu ri.

— Creio que vou lhe fazer feliz e...

— Mais feliz, você quer dizer. – interrompi-a.

— Exato e, bem, o que eu estou tentando dizer é que... Ah, eu estou grávida.

— O que disse? – eu perguntei, só pra saber se estava ouvindo direito, meu coração falhando uma batida.

— Eu disse, senhor Cullen, que estamos esperando um pequeno Cullenzinho... – ela disse sorrindo, olhando nos meus olhos. Não me contive e a peguei no colo, mas naquele momento de felicidade, nossa bolha foi estourada por uma voz cortante, que eu sabia muito bem ser a voz “superior” que Isabella e a mãe haviam me falado, quando contaram os segredos.

E então, por puro instinto coloquei meu corpo em frente ao de Bella. Se quisessem fazer algo com ela teriam que passar por mim.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Okay, podem dizer que eu estou morta. Desculpem-me pelo sumiço, mas juro que eu não faço mais isso. Bem, eu estou com muita dor de cabeça, mas mesmo assim terminei de escrever o capítulo pra vocês, então, se estiver trash, por favor, relevem. Já adiantando dia 29 começam minhas provas, então sem previsão pra capítulo, certo?
Então, por favor, me digam se vocês gostaram desse capítulo, okay?
Beijões, Lena ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredos Reais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.