Capitulo 3.

Estranho, né? Eu não achei, aquilo não me assustou por incrível que pareça eu achei... Normal.
Olhei no meu iPod e vi que estava um pouco cedo para dormir, mas eu estava um pouco cansada então não me importei com isso. Apenas virei de lado e adormeci em um sonho sem sonhos.
Abri os olhos e vi uma luz amarelada saindo pela janela; o Sol.
CUMÉQUEÉ?! SOL EM FORKS?! Que milagre aconteceu? O Jeremy fez lição de casa ontem, por que assim como o Sol que nunca aparece em Forks e o Jeremy - meu melhor amigo. - NUNCA faz a lição de casa.
Saltei da cama e abri mais a janela entreaberta e por alguns minutos, deixei o sol tocar a minha pele, até lembrar que eu assustaria os vizinhos por causa da minha pele brilhante. Dei um passo para trás com medo que alguém tivesse visto, mas não deixei de encarar o céu com algumas nuvens finas como algodão.
Abri um grande sorriso, uma coisa que eu não tinha o costume de fazer; normalmente eu sorria de lado, mas dificilmente eu mostrava todos os dentes.  - Até por que eu tinha vergonha deles. Eles pareciam os dentes do Bob Esponja, mas eu gostava deles. Embora fossem estranhos, eu não tinha coragem de colocar aparelho.
Olhei as horas  - 9:02 AM. - e percebi que eu dormi bastante, quase doze horas! Descansada e feliz eu fui tomar um banho, procurando enrolar um pouquinho na banheira.
Quando a água começou a esfriar eu sai - contra-vontade. - e como estava quente eu peguei um short jeans, uma camisa de botões verde-musgo e uma Melissa brilhante. Passei apenas uma base, blush e lápis; nada muito pesado.
Desci correndo as escadas e por sorte eu não cai, peguei uma banana - já falei que eu AMO banana? - e fui ver TV, adivinha? Em minha homenagem estava passando Bob Esponja!
Fiquei vendo o meu desenho favorito até o sol ficar mais fraco, o que não demorou tanto, depois, peguei o meu skate e fui até a casa da tia Lizzie, demorou um pouco, por que era fora da cidade, no meio da floresta.
Como eu queria aproveitar um pouco, eu peguei um caminho diferente, mais longo, mas cheio de vida; vários esquilinhos passeavam pelas árvores aproveitando o sol, passarinhos coloridos voavam alegremente e cantavam bastante. Fui admirando o lindo verde de Forks até que eu vi uma grande casa. ( http://www.twilightgear.net/wp-content/uploads/2009/01/cullen-house-3.jpg.)   
Eu conhecia esse lugar, em algum lugar da minha mente, na minha infância, eu estive aqui. Eu pertenci à este lugar, tanto que, quando olhei para as janelas me deu uma saudade enorme de algo que eu não conseguia lembrar. E aquilo doeu em mim.
Subi de novo no skate e fui à toda velocidade para a casa da tia Lizzie, tentando esquecer do daquele sentimento diferente que se apossou de mim.
Jeremy abriu a porta antes de eu bater e assim que viu a minha cara, me puxou para um abraço reconfortante. Contei à ele sobre Carlisle, sobre a casa e os meus medos, que eram muitos.
- Não consigo acreditar que o merda do meu tio transou com a Stewart na sala sabendo que você poderia ver. - Jeremy falou raivoso. - Isso já é demais, Hayley. Você tem que falar isso para o seu pai! Já está passando dos limites! - Esbravejou.
- O que está passando dos limites? - Tia Lizzie perguntou entrando na sala junto com a tia Vic e vovó Clare - que não era a minha avó de verdade, mas eu a considerava assim.
- O Robert andou aprontando com a Stewart de novo. - Vovó tapou a boca em horror, essas 'aprontadas' estavam ficando freqüentes, até demais.
- Gritos no meio da noite quando seus pais ainda não estão em casa? - Lizzie sentou do meu lado.
- Não, sexo no sofá, de dia e com a Hayley entrando e saindo de casa, com grande chance de ouvir... E ver. - Jeremy sussurrou, tentando se controlar.
- Você viu? - Vovó me olhou, aflita. Assenti e suas delicadas feições se fecharam de puro desgosto. - Sinto muito, prometo falar tanto no ouvido dele que o coitado vai ter dor de cabeça.
- Não, Clare! - Exclamei e ela me olhou, surpresa. - Não precisa. Não o incomode... Eu não me importo. - Importava sim, mas eu não queria mais um motivo para ele me odiar.

- Hayley... Ele é velho demais. - Lizzie ia começar o sermão.

- E daí? Eu não me importo! Eu me apaixonei ponto! Amar não tem idade esqueceu? - Fiz cara feia e ela ficou quieta. - Mesmo que ele seja impossível. - Murmurei e a cara feia se transformou em uma cara triste.

- Amor não correspondido é foda. - Vic murmurou e Clare fez cara feia.

- Modos, filha.

Ficamos alguns segundos imersos em pensamentos até que:

- E AÍ PESSOAL!! O BOZO CHEGOU PARA ALEGRAR A CRIANÇADA! - Eu dou um biscoito para quem acertar em quem gritou isso... Se você disse Josh, pode cobrar o biscoito, por que você acertou.

- o Gozo? - Jeremy levou um tapa da mãe, Lizzie.

- O BOZO, SEU JUMENTO! - Gritei e a tristeza foi embora assim que vi os meus melhores amigos aqui comigo. 

Depois de conversar por um tempo nós resolvemos ir para o quarto do Jeremy, lá tinha um pequeno Studio muito simples. (foto: http://www.diamondsoundrecording.com/snap1.jpg)

Começamos a planejar o nosso cd,nós tínhamos uma banda, Paramore. O nosso sonho era que um dia ficaríamos muito ricos e famosos!

 Ficamos votando nos nomes pro cd e acabamos por optar em All We Know Is Falling. Depois nos ensaiamos um pouquinho as músicas.

- Acho que está bom por hoje. - Murmurei levemente cansada.

- Você acha? - A ironia do Taylor às vezes machucava, dei um tapa nele e ele riu pois a única coisa que eu consegui machucar foi a minha mão.

- Vem baixinha, eu te levo pra casa. - Falou, eu peguei o meu skate e entrei rapidinho no carro dele ( carro do Taylor:  http://www.carsuk.net/wp-content/uploads/2008/11/jaguar-xf-coupe.jpg. )

Fomos em silêncio para casa.

- Hayley, espera! - Falou quando eu ia sair do carro dele. - Eu preciso fazer uma coisa. - Ele se aproximou devagar e antes que eu pudesse impedi-lo ele me beijou. 

Sua língua pediu passagem e eu não cedi então eu acho que ele entendeu que eu não queria esse beijo. Se afastou abruptamente e eu sai correndo do carro com um enorme peso na consciência.

Subi para o meu quarto e deitei/me lancei na cama, a culpa me tomando.

Pensei em Robert naquele momento e a culpa piorou, eu senti como se estivesse traindo ele. Era uma sensação horrível. Comecei a chorar feito uma condenada até dormir, o que não demorou muito.

Acordei quando senti a minha cama afundar, mas não abri os olhos, respirei fundo e não acreditei na essência que eu senti.

Robert.

OMG! O que ele fazia no meu quarto na minha cama do meu LADO?! ELE VAI ME ESFAQUEAR, SÓ PODE!

Fiquei muito surpresa ao sentir sua mão fria tocar o meu rosto, limpando uma lágrima que restava e ele murmurou:

- Desculpe por ser tão duro com você, eu te amo, mas ainda não é a hora para nós ficarmos juntos. - Hã? O que aconteceu com o: "Sai daqui pirralha! Para de encher o saco, projeto de gente! Cala a boca, sua voz me irrita! Etc... Etc.." ? Acabei com o meu discurso mental quando senti lábios frios cobrirem os meus por meio segundo e depois o peso sobre a cama desapareceu e eu estava sozinha.

O. Que. Foi. Aquilo?

Levantei da cama e percebi que ainda era madrugada, ô beleza. Tomei um banho rápido para terminar de acordar por que eu sabia que não ia conseguir dormir depois daquilo e como o clima bom de ontem evaporou e um friozão já dava sinais de vida eu peguei uma calça jeans escura, uma regata branca, por cima um suéter verde-água de gola rulê, sim, eu gostava muito de verde. Calcei minhas botas pretas de cano longo sem salto e peguei o meu sobretudo.

Fui até o quintal da minha casa que terminava quando a floresta começava a aparecer e fiz uma coisa que eu dificilmente fazia: fui caminhar sem rumo pela floresta, fiquei meio teremorsa por que estava escuro mas eu estava habituada a isso. Fui adentrando cada vez mais pela floresta sem trilha e sem medo por um longo tempo apenas observando e sentindo o delicioso cheiro de terra molhada até que eu ouvi.

(...)